Seguidores

domingo, 22 de janeiro de 2023

DEUSA INANA



Inana (/ɪˈnɑːnə/; em sumério: ; romaniz.: Dinanna, também Dnin-an-na é uma antiga deusa sumeriana do amor, deusa da fecundidade, deusa da fertilidade. Apesar de ser alvo de culto em todas as cidades sumérias, era especialmente devotada em Ur. Ela foi originalmente adorada na Suméria e mais tarde foi adorada pelos acadianos, babilônios e assírios sob o nome de Ishtar ( /ˈɪʃtɑːr/; Dištar) Em sua homenagem, a princesa, sacerdotisa, poetiza e filósofa 'Enheduana, filha do Rei Sargão da Acádia compôs 42 hinos. A deusa Inana  era conhecida como a "Rainha do Céu" , deusa medianeira,  e era a deusa padroeira do templo de Eana na cidade de Uruque, que era seu principal centro de culto. Ela estava associada ao planeta Vênus e seus símbolos mais importantes incluíam o leão e a estrela de oito pontas. Seu marido era o deus Dumuzi (mais tarde conhecido como Tamuz) e sua sucal (sukkal), ou assistente pessoal, era a deusa Ninsubur (que mais tarde se tornou a divindade masculina Papsucal).

Inana era adorada na Suméria desde o período de Uruque (de cerca de 4 000 a.C. até cerca de 3 100 a.C.), mas ela tinha pouca significância antes da conquista de Sargão de Acádia. Durante a era pós-Sargônica, ela se tornou uma das divindades mais veneradas no panteão sumério, com templos por toda Mesopotâmia. O culto de Inana-Istar foi continuado pelo povo de língua semítica oriental (acadianos, assírios e babilônios), que absorveu os sumérios na região. Ela era especialmente amada pelos assírios, que a elevaram para se tornar a divindade mais alta do panteão, ficando, até mesmo, acima do deus nacional Assur. Inana-Istar é mencionada na Bíblia Hebraica e ela influenciou bastante a deusa fenícia Astarte, que mais tarde influenciou o desenvolvimento da deusa grega Afrodite. Seu culto continuou a florescer até seu declínio gradual entre o século I e VI, com o nascer do cristianismo, embora tenha sobrevivido em partes da mesopotâmia superior entre as comunidades assírias no final do século dezoito.

Inana aparece em mais mitos do que qualquer outra divindade suméria.[6][8] Muitos de seus mitos envolvem ela dominar outras divindades. Acredita-se que ela tenha roubado o mes, que representava todos os aspectos positivos e negativos da civilização, de Enqui, o deus da sabedoria. Também se acreditava que ela havia tomado o templo de Eana de An, o deus do céu. Ao lado de seu irmão gêmeo Utu (mais tarde conhecido como Samas), Inana era a executora da justiça divina; ela destruiu o Monte Ebi por ter desafiado sua autoridade,[9] desencadeou sua fúria contra o jardineiro Sucaletuda depois que ele a estuprou enquanto dormia, e localizou a bandida Bilulu e a matou em retribuição divina por ter assassinado Dumuzi. Na versão acadiana padrão da Epopeia de Gilgamés, Istar pede que Gilgamés se torne seu consorte. Quando ele se recusa, ela libera o Touro do Céu, resultando na morte de Enlide e nos subsequentes conflitos de Enquidu e Gilgamés com sua mortalidade.

O mito mais famoso de Inana-Istar é a história de sua descida e retorno de Cur, o antigo submundo sumério, um mito em que ela tenta conquistar o domínio de sua irmã mais velha Eresquigal, a rainha do submundo, mas é acusada e considerada culpada de arrogância pelos sete juízes do submundo e morta. Três dias depois, Ninsubur pede a todos os deuses que tragam Inana de volta, mas todos a recusam, exceto Enqui, que envia dois seres sem sexo para resgatar Inana. Eles escoltam Inana para fora do submundo, mas os galla, os guardiões do submundo, arrastam seu marido Dumuzi para o submundo como seu substituto. Dumuzi finalmente pode retornar ao céu por metade do ano, enquanto sua irmã Gestinana permanece no submundo pela outra metade, resultando no ciclo das estações.


Referências:

 Black, Jeremy A.; Green, Anthony (1992). Gods, Demons and Symbols of Ancient Mesopotamia: An Illustrated Dictionary (em inglês). [S.l.]: British Museum Press

 Leick, Dr Gwendolyn (11 de setembro de 2002). A Dictionary of Ancient Near Eastern Mythology (em inglês). [S.l.]: Routledge. ISBN 978-1-134-64103-1

 Spalding 1973, p. 117.

 «Sumerian dictionary». oracc.iaas.upenn.edu

 Heffron 2016.

 Wolkstein, Diane. (1984). Inanna : queen of heaven and earth : her stories and hymns from Sumer (em inglês). [S.l.]: Rider. ISBN 0-09-158181-8. OCLC 11481523

 Halman, Talat Sait; Ayhan, Ece; Nemet-Nejat, Murat (1998). «The Blind Cat Black and Orthodoxies». World Literature Today. 72 (1). 199 páginas. ISSN 0196-3570. doi:10.2307/40153711

 Penglase, Charles, 1956- author. Greek myths and Mesopotamia : parallels and influence in the Homeric hymns and Hesiod. [S.l.: s.n.] ISBN 1-138-15015-0. OCLC 957597879

 Black, Jeremy. Cunningham, Graham; Flückiger-Hawker, Esther; Taylor, Jon; Zólyomi, Gábor, eds. «The Electronic Text Corpus of Sumerian Literature: Inana and Ebih: translation». etcsl.orinst.ox.ac.uk (em english). Universidade de Oxford. Consultado em 31 de dezembro de 2020

 «Inanna's Descent: A Sumerian Tale of Injustice». Ancient History Encyclopedia. Consultado em 11 de março de 2020

 Collins, Paul (15 de novembro de 1994). «The Sumerian Goddess Inanna (3400-2200 BC)». Papers from the Institute of Archaeology. 5. 103 páginas. ISSN 2041-9015. doi:10.5334/pia.57

 Harris, Rivkah. (2003). Gender and aging in Mesopotamia : the Gilgamesh epic and other ancient literature. [S.l.]: University of Oklahoma Press. ISBN 0-8061-3539-5. OCLC 53403698

 «Inanna/Ishtar». Berlin/Heidelberg: Springer-Verlag. SpringerReference

 Rubio, Gonzalo (1999). «On the Alleged "Pre-Sumerian Substratum"». Journal of Cuneiform Studies. 51 (1): 1–16. ISSN 0022-0256. doi:10.2307/1359726

 Kramer, Samuel Noah, 1897-1990. (1997). Sumerian mythology : a study of spiritual and literary achievement in the third millennium B.C. Rev. ed ed. Philadelphia: University of Pennsylvania Press. OCLC 44965646

 «Inana's descent to the nether world: translation»

 Brandão 2019, p. 19.

 Dalley, Stephanie (1989). Myths from Mesopotamia : creation, the flood, Gilgamesh, and others (em inglês). Mazal Holocaust Collection. [S.l.]: Oxford University Press. OCLC 21909463

 «Ancient Mesopotamian Beliefs in the Afterlife»

 Draffkorn Kilmer, Anne. (1971). How was queen Ereshkigal tricked? : a new interpretation of the descent of Ishtar. [S.l.]: Butzon & Bercker. OCLC 963548319

 Tinney, Steve (2018). «"Dumuzi's Dream" Revisited». Journal of Near Eastern Studies. 77 (1): 85–89. ISSN 0022-2968. doi:10.1086/696146

 Brandão 2019, p. 11.

 Brandão 2019, p. 13.

 Bertman, Stephen. (2005). Handbook to life in ancient Mesopotamia. [S.l.]: Oxford University Press. OCLC 57316773

 Campbell, Joseph; Joseph Campbell Foundation (2008). The hero with a thousand faces (em inglês). [S.l.: s.n.] OCLC 224442464

 George, A. R. The epic of Gilgamesh : the Babylonian epic poem and other texts in Akkadian and Sumerian. London: [s.n.] OCLC 52574142

 Felipe, Cleber Vinicius do Amaral (30 de julho de 2019). «Ele que o abismo viu: a epopeia de Gilgámesh». Revista Territórios e Fronteiras (1). 373 páginas. ISSN 1984-9036. doi:10.22228/rt-f.v12i1.876. Consultado em 31 de dezembro de 2020

 Fontenrose, Joseph Eddy, 1903-1988. (1959). Python : a study of Delphic myth and its origins. Berkeley: University of California Press. OCLC 6938453

 Puhvel, Jaan. (1987). Comparative mythology (em inglês). Baltimore: Johns Hopkins University Press. p. 25. OCLC 14167890

 Puhvel, Jaan. (1987). Comparative mythology (em inglês). Baltimore: Johns Hopkins University Press. p. 27. OCLC 14167890

 Güterbock, Hans Gustav (1 de janeiro de 2002). Recent Developments in Hittite Archaeology and History: Papers in Memory of Hans G. Güterbock (em inglês). [S.l.]: Eisenbrauns. p. 29

 Westenholz, Joan Goodnick, 1943-2013. (1997). Legends of the kings of Akkade : the texts (em inglês). Winona Lake, Ind.: Eisenbrauns. pp. 33–49. OCLC 747412056

 Spence, Lewis; Paul, Evelyn (15 de março de 2014). Myths & Legends of Babylonia & Assyria. [S.l.: s.n.]

 Dunwich, Gerina (27 de novembro de 2018). «January». The Wicca Book of Days: Legend and Lore for Every Day of the Year (em inglês). [S.l.]: Citadel Press. ASIN B07K5YFGPC

 LeFae, Phoenix; Parma, Gede (8 de outubro de 2019). «12: The Wheel of the Year». What Is Remembered Lives: Developing Relationships with Deities, Ancestors & the Fae (em inglês). [S.l.]: Llewellyn Worldwide. ASIN B07MY93KM5. ISBN 978-0738761114

 Pryke, Louise M. (14 de julho de 2017). Ishtar (em inglês). [S.l.]: Routledge. p. 196-197. ISBN 978-1-138-86073-5

 Nomis, Anne O. (2013). The History and Arts of the Dominatrix (em inglês). [S.l.]: Mary Egan Publishing & Anna Nomis Ltd. p. 53. ISBN 978-0-992701-0-00

 Fonrouge, Gabrielle (22 de março de 2018). «This vital part of BDSM is a lot less sexy than you'd think». New York Post (em inglês)

Spalding, Tassilo Orpheu. Dicionário das mitologias europeias e orientais. São Paulo: Cultrix

Ao Kurnugu, Terra sem Retorno. Traduzido por Jacyntho Lins Brandão. Curitiba: Kotter Editorial. 2019. 208 páginas. ISBN 978-65-80103-41-6


Nenhum comentário:

Postar um comentário