Na Epopeia de Gilgamés, acadiana, Istar aparece para Gilgamés depois que ele e seu companheiro Enquidu voltaram a Uruque após derrotar o ogro Humbaba e exige que Gilgamés se torne seu esposo. Gilgamés a recusa, apontando que todos amantes anteriores dela sofreram:
"Ouça-me enquanto conto a história de seus amantes. Lá estava Tamuz, o amante da sua juventude, por ele decretou pranto, ano após ano. Você amou o rolieiro-de-peito-lilás, mas ainda assim você golpeou e quebrou sua asa [...] Você amou o leão com uma força tremenda: sete fossos você cavou para ele, e sete. Você amou o garanhão magnífico na batalha, e para ele decretou o chicote e a espora e uma correia [...] Você amou o pastor do rebanho; ele fazia bolo de farinha para você dia após dia, ele matava crianças por sua causa. Você o atingiu e o transformou em um lobo; agora os próprios meninos de rebanho o expulsam, seus próprios cães preocupam seus flancos."
Furiosa com a recusa de Gilgamés, Istar vai para o céu e diz ao pai, Anu, que Gilgamés a insultou. Anu pergunta por que ela está reclamando com ele em vez de confrontar Gilgamés ela mesma. Istar exige que Anu lhe dê o Touro dos Céus e jura que se ele não o der, ela "arrombará as portas do inferno e quebrará os ferrolhos; haverá confusão [isto é, mistura] de pessoas, as de cima com aqueles das profundezas mais baixas. Vou trazer os mortos para comerem comida como os vivos; e as bocas dos mortos serão mais numerosas que as dos vivos. "
Istar recebe, de Anu, o Touro dos Céus e o envia para atacar Gilgamés e seu amigo Enquidu. Gilgamés e Enquidu matam o touro e oferecem seu coração ao deus-sol Samas. Enquanto Gilgamés e Enquidu estão descansando, Ishar sobe nos muros de de Uruque e amaldiçoa Gilgamés. Enquidu arranca a coxa direita do touro e a joga no rosto de Istar, dizendo: "Se eu pudesse colocar minhas mãos sobre você, seria isso que eu faria com você, e a amarraria com suas entranhas". (Enquidu morre mais tarde por essa impiedade). Istar reúne "as prostitutas, meretrizes e cortesãs acanhadas" e ordena que chorem pelo Touro do Céu. Enquanto isso, Gilgamés celebra a derrota do Touro do Céu..
Mais tarde no épico, Utnapistim conta a Gilgamés a história do Grande Dilúvio, que foi enviado pelo deus Enlil para aniquilar toda a vida na terra porque os humanos, que estavam superpovoados, faziam muito barulho e o impediam de dormir. Utnapistim conta como, quando o dilúvio veio, Istar chorou e lamentou a destruição da humanidade, ao lado dos Anunáqui. Mais tarde, após o dilúvio, Utnapistim faz uma oferenda aos deuses. Istar aparece para Utnapistim usando um colar de lápis-lazúli com contas em forma de moscas e diz a ele que Enlil nunca discutiu o dilúvio com nenhum dos outros deuses. Ela jura que nunca permitirá que Enlil cause outra inundação e declara que seu colar de lápis-lazúli é um sinal de seu juramento. Istar convida todos os deuses, exceto Enlil, para se reunir em torno da oferenda e desfrutar.
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