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domingo, 22 de janeiro de 2023

DEUSA KISKIL-LILLA



Kiskil-Lilla também grafada Quissiquililaque, é uma súcuba da mitologia suméria, também denominada Lilitu ou Ardatelili. Filha de Anu e Ninursague, de acordo certos autores, e filha de Lilite, de acordo com outros.

Era uma das servas promíscuas da deusa Inana, possivelmente trazida da viagem até o reino de Eresquigal. Segundo os mitos sumérios, era uma divindade das tempestades noturnas e guardiã da Árvore Haluppu, cuja semente fora dada a Enqui por Eresquigal, sendo que, ulteriormente, terá assumido um papel mormente associado à noite, enquanto súcuba. Era representada como uma mulher bela e sensual, segurando dois laços e com garras de ave de rapina no lugar dos pés, pousada sobre dois gatos selvagens.

Quisquilila figura na adenda acádia do épico de Gilgamés, enquanto demónio encerrado numa árvore decana, votiva do culto de Inana, acompanhada por uma serpente e por um pássaro Anzu. Gilgamés trucida a serpente, o que leva Quisquilila a fugir do seu lar, na árvore, destruindo-a. O sufixo “lil-la-ke” traduz-se por "espírito d'água", se bem que há autores que entendem que é um termo alusivo a corujas.

O nome Ardate-Lili traduz-se por "açafata de Lilite" ou "serva de Lilite". A palavra "Ardatu" significa "manceba" (no sentido de rapariga casadeira) e era um término amiúde usado para aludir a prostitutas. Ardatelili é por vezes associada a Naamá (filha de Lilite ou irmã mais nova de Lilite). Figura amiúde em textos mágicos assírios, que a descrevem como um espírito feminino, sem marido. Há certos escritos que sugerem a hipótese de ter um alterne masculino, chamado idlulili, que será um íncubo.

Há orações de exorcismo assírias, que aludem à figura de Ardat Lili:

Aquele a quem o espírito maligno açodou

Aquele a quem o demónio maligno abraçou no leito,

Aquele a quem o fantasma maligno tombou à noite

Aquele a quem o grão-diabo açoitou

Aquele cujos membros o deus do mal derreou

Aquele a quem as bruxas caçaram

Aquele a quem as avantesmas derrubaram

Aquele a quem os trasgos enfermaram

Aquele a quem Ardat Lili esguardou

O homem com quem Ardat Lili comungou



Referência:
Thompson, R. Campbell (1 de fevereiro de 2000). Semitic Magic: Its Origins and Development (em inglês). [S.l.]: Weiser Books. pp. 67–71
 Walter Farber, in Reallexikon der Assyriologie und vorderasiatischen Archäologie (RLA), 7, Berlin, de Gruyter, 1990, pp. 23–24, ISBN 3-11-010437-7.
 Manfred Hutter, Lilith, in K. van der Toorn et al. (eds.), Dictionary of Deities and Demons in the Bible, Leiden, Brill 1999, pp. 520–521. ISBN 90-04-11119-0.
 Raphael Patai, The Hebrew Goddess, Third Enlarged Edition, p. 221–222, ISBN 978-0-8143-2271-0
 S.A.L. Butler: Mesopotamian Conceptions of Dreams and Dream Rituals. Ugarit-Verlag, Münster, 1998. p. 62
 Rankine, David (2007). Practical Planetary Magick. [S.l.]: Avalonia. 220 páginas
 Flowers, Stephen (1995). The Sacred Book of Abramelin the Mage, Hermetic Magic. [S.l.]: Weiser Books. 320 páginas. ASIN 0877288283
 Thompson, R. Campbell (2000). Semitic Magic: Its Origins and Development (em inglês). [S.l.]: Weiser Books. 68 páginas
 Sabrina, Lady (2008). Witch's Master Grimoire: An Encyclopaedia of Charms, Spells, Formulas and Magical Rites. [S.l.]: Weiser. 224 páginas. ISBN 1564144828
 Thompson, R. Campbell (1 de fevereiro de 2000). Semitic Magic: Its Origins and Development (em inglês). [S.l.]: Weiser Books. 67 páginas
 «Black Magick». Image Comics (em inglês). Consultado em 10 de fevereiro de 2021

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