O livro de Enoch também foi uma das fontes ou causas por existir a figura do Diabo, Satanás, Satã ou Capeta como conhecemos nos dias atuais.
O livro de Enoch é muito conhecido de ouvir falar, igualmente a Bíblia, o livro de Enoch é notável mas pouco lido, é um livro muito famoso e comentado, mas infelizmente é pouco lido.
Fazendo um estudo comparativo das principais traduções, existem vários livros atribuídos a Enoch, sendo três os mais conhecidos:
O Primeiro Livro de Enoch ou Enoque Etíope.
O Segundo Livro de Enoch ou Enoch Eslavônico.
O Terceiro Livro de Enoch ou Enoch hebraico.
O mais conhecido é o primeiro deles, que está incluído na Bíblia Etíope, considerado autêntico pelos judeus etíopes e, era considerado autêntico pelos judeus até cerca do ano 200 d.C., sendo parte do corpus bíblico hebraico, sendo removido por um rabino, por diversas razões, inclusive políticas. Cerca de 200 anos mais tarde, São Jerônimo, encarregado de criar a bíblia cristã, baseou-se no princípio da "verdade hebraica", onde estes livros eram considerados autênticos pelos judeus (do Antigo Testamento). Por essa razão, o Livro de Enoque caiu no esquecimento no Ocidente, até ser reencontrado mais de mil anos depois, nas cavernas de Qumran no Mar Morto, no fim da década de 1940 e durante a década de 1950, junto a outros livros que ficaram conhecidos como manuscritos do mar morto.
Os livros de Enoch começaram a serem escritos no século II a. C. pelos Rabinos Judeus. É nesse período que temos a produção, fabricação e confecção do Diabo, Satã, Satanás, Capeta como conhecemos. Pois estes escritores Judeus começam a pegar as doutrinas do Antigo Testamento, mais precisamente o personagem citado nos livros de Samuel e Jó, que já estava esboçado no conceito de este ser um agente, funcionário, servidor de Deus que nos textos, se colocava contra Deus e fazia as pessoas sofrerem. No livro de Enoch este personagem é Samyaza ou Shemihazah, ele era encarregado de guardar o conhecimento, junto com outros anjos, resolvem fazer sexo com mulheres humanas.
Eles também se baseiam em Gênesis 6:1 a 4 onde diz que os anjos copularam com as mulheres humanas.
O resultado disso é que os filhos destes eram os Nefelins, todos confundem os Nefelins dizendo que são os gigantes, na verdade, os Nefelins são os Caídos, de onde Nphl ou Nphal quer dizer Caído.
Segundo os textos de Enoch, estes Anjos ou seres querem voltar para o céu, porém, Deus não permite.
Como disse, Samyaza é o líder deles, sendo o seu principal, o resto dos nomes destes Anjos são: Urakabarameel, Akibeel, Tamiel, Gadreel, Ramuel, Danel, Azkeel, Saraknyal, Asael, Armers, Batraal, Anane, Zavebe, Samsaveel, Ertael, Turel, Yomyael, Azazyel (Também conhecido como Azazel). Estes eram os perfeitos de 200 anjos, e o conhecimento estava com eles.
A história de que estes "Anjos, Seres, Vigilantes não podiam entrar no céu por ter feito sexo com mulheres terrestres, durou até por volta do século II d. C., ou seja, teve uns 400 anos de duração, foi tão forte esta mitologia, que está no Novo Testamento nos livros de Judas e no livro de 1 Coríntios 11:10 onde está escrito: "Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio, por causa dos anjos." Na versão NTLH " Portanto, por causa dos anjos, a mulher deve pôr um véu na cabeça para mostrar que está debaixo da autoridade do marido."
Segundo o mito criado é que; se as mulheres estiverem com a cabeça descoberta, ou seja sem um véu ou algum tipo de pano, os anjos vão se sentir atraídos.
Esta noção doutrinária está muito presente nas seitas evangélicas, como por exemplo na seita da CCB e nas seitas Muçulmanas.
No século II d. C. temos as religiões gregas sendo introduzidas no cristianismo, e uma das muitas vertentes da mitologia grega que adentrou o cristianismo foi o culto de Dionísio ou Baco, o Deus do Vinho, onde a doutrina do sexo com os anjos se mistura com os dogmas da fé dionísicas.
O Patriarca Orígenes de Cesareia ou Orígenes de Alexandria 185 Alexandria até 253 Tiro, foi discípulo de Clemente de Alexandria, foi o primeiro a mudar isto, colocando o conceito do diabo, satanás como conhecemos nos dias atuais. Orígenes sabia da influência do mito entre os anjos e as mulheres humanas, também sabia da história do diabo da religião zoroastrista e babilônica (sumeriana), ele percebeu que mudar o conceito, para o diabo da forma como se conhece hoje, seria melhor para o dogma pré-católico, pois o gnosticismo já pregava conceitos doutrinários gnósticos como os do Caimístas por exemplo, e fazendo uma junção destes dogmas, o proveito seria melhor para a religião pré-católica.
Neste instante, Orígenes de Cesareia ou Orígenes de Alexandria passa a mudar a narrativa, mudando o conceito da tradição Enoquiana de anjos e as mulheres humanas e colocando o novo mito do diabo como conhecemos. Ele pegou Ezequiel 28 que é a profecia contra o Rei de Tiro e começou a dizer que na verdade era a briga entre Satanás e Deus.
O Gnosticismo nessa altura já estava comandando o mundo religioso da época, as doutrinas gnósticas como a doutrina Caimista se misturou com conceitos da religião zoroastriana que misturou com conceitos da religião grega que misturou com conceitos da religião judaica que misturou com conceitos do cristianismo, e por volta de 50 a 70 anos depois, será tudo oficializado com o nascimento formal da Igreja Católica Apostólica Romana a partir de 313. E hoje temos a errática doutrina Satanista no Cristianismo.
O problema é que o Livro de Enoch não está nas Bíblias Católicas e Evangélicas, embora o livro ou carta de Judas fale sobre Enoch, e para ficar mais complicado, o livro de Enoch cita às cidades de Sodoma e Gomorra, pois tais cidades citadas tem o problemático sexo com os anjos, mas nas religiões evangélicas e católicas desviam o foco, ensinando errado, dizendo que o problema das cidades de Sodoma e Gomorra era o homossexualismo, quando na verdade o texto claramente nos diz que o problema é de os homens da cidade quererem fazer sexo com os anjos.
Infelizmente o que nos foi vendido é uma pauta doutrinária errada, pois ninguém compra o Diabo persa e sim o Diabo Católico/Evangélico, quando na verdade, este Satanás não existe nas literaturas Zoroastrianas, Gregas, Sumérias/Babilônicas e Enoquianas.
O Samyaza do livro de Enoch não era mais o agente e sim o Diabo, Satanás, Satã como conhecemos que foi colocado por Orígenes e também por outros patriarcas posteriores.
Com isso, Samyaza e os outros anjos, do livro de Enoch, o texto de Genesis 6 e etc, referem-se aos anjos como demônios, satã ou satanás, inclusive os textos de Ezequiel 28 que trata da cidade de Tiro da Fenícia e Isaías 14 que trata de um hino à queda da Babilônia vão se referir as quedas das cidades de Tiro e Babilônia como a derrocada do demônio, diabo, satanás, quando na verdade, tudo isso é uma manipulação religiosa enganosa.
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