Seguidores

quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

O CÓDIGO DE BARRAS E O 666

 



No ano de 1948 a pedido de uma rede de supermercados da Filadélfia, os estudantes Bernard Silver e Norman Woodland, do Drexel Institute of Technology, começaram a trabalhar em um sistema de identificação de produtos. Depois de pesquisar outros métodos, os dois nerds finalmente chegaram, em 1952, à criação dos códigos de barras UPC, que patentearam como um “Método e Aparato de Classificação Através da Identificação de Padrões”.

Apesar da eficácia do novo sistema, ele só foi implementado comercialmente em 1966, quando foram inventados os primeiros leitores de códigos de barras. A primeira empresa a utilizá-los foi a rede de supermercados Kroger, em Cincinatti, Ohio, que logo depois Descartou a novidade. O motivo foi a falta de um padrão, pois cada loja imprime os códigos UPC de uma maneira diferente. Um problema que foi resolvido apenas em 1974, quando um comitê formado pela Associação Nacional de Cadeias Alimentares (NAFC) elaborou etiquetas com linhas verticais pretas, utilizadas até hoje no mundo inteiro. A apresentação ao público foi em 26 de junho de 1976. Um pacote de chicletes Wrigley's, o primeiro produto industrializado a vir com os códigos UPC impressos na embalagem, inaugurou o novo sistema.

Parece difícil estabelecer alguma conexão entre essa história e a vinda do Anticristo e o Dia do Juízo Final. Mas, segundo os teóricos da conspiração, os códigos de barras podem servir para tudo, menos para a identificação de produtos. Eles queriam uma forma de controle social criada por Satã, o passo definitivo rumo ao Apocalipse, quando toda a Terra irá se curvar ante os poderes do Mal (não que isso já não esteja acontecendo – afinal, desgraça é o que não falta neste planeta) . Nas etiquetas que seguem o padrão UPC, cada algarismo é representado por duas linhas que variam na espessura e na distância entre elas. O número oito, por exemplo, é representado por duas linhas finas. Já o número sete é representado por uma linha grossa e outra de tamanho médio. Ao todo, cada etiqueta contém 12 números – que indicam, entre outras coisas, o preço, o fabricante e o país de origem do produto – distribuídos em 30 linhas verticais.

Até aí, tudo bem, não eram as chamadas “linhas-guia”. Formadas por um conjunto de seis linhas verticais, elas servem para indicar o começo, o meio e o fim da leitura dos códigos. Em cada etiqueta, elas são encontradas em três lugares: no canto direito; no meio, separando pela metade os 12 números de cada código; e no canto esquerdo, suspendeu que a leitura dos códigos chegou ao final. Como as “linhas-guia”, apesar de um pouco mais longos, seguem o mesmo padrão do número seis (duas linhas finas próximas uma da outra), cada código de barras, obrigatoriamente, carrega o número 666, o número da Besta.

Daí para as teorias mais absurdas é um pulo. As teses conspiratórias baseiam-se em uma das mais famosas profecias bíblicas, o Apocalipse de João, capítulo 13, versículos 16, 17 e 18: “A segunda Besta faz também com que todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, recebam uma marca na mão direita ou na frente. E ninguém pode comprar nem vender se não tiver a marca, o nome da Besta ou o número do seu nome. Aqui é preciso entender: quem é esperto, calcule o número da Besta; é um número de homem; o número é 666”.

É por isso que, cada vez que uma caixa de supermercado passa uma etiqueta de código de barras no leitor da máquina registrada, pode apostar que, em algum lugar do mundo, um fundamentalista religioso e paranóico respira fundo, morrendo de medo daquele pacote de macarrão instantâneo que acabou de comprar seja só mais um passo na grande conspiração satânica que pretende dominar a Terra.

De fato, os códigos de barras estão em toda parte e, hoje em dia, é quase impossível comprar ou vender algum produto que não esteja marcado com o número 666. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário