Todos que são fãs de HQ’s e de filmes e desenhos de super heróis conhecem o mito da jornada do herói. Esse conceito é muito falado, discutido e debatido entre os apreciadores do gênero.
A jornada do herói para aqueles que não sabem, é o trajetória, peregrinação, percurso e caminho que o herói faz em uma missão, tarefa, desafio, competição e combate.
Todos os heróis (sem exceção) ao começar sua jornada, a iniciam sem esperar como terminará sua missão ou desafio e de uma forma ou de outra, tal trajetória o trará ao longo do caminho, o auto-conhecimento e a longa investigação de si mesmo e do mundo que está à sua volta.
O COMEÇO DA JORNADA
A jornada do herói começa quando este vê a injustiça arruinando as pessoas que fazem parte de seu círculo familiar ou círculo de amizade, não é uma regra, mas na maioria da vezes o herói da trama, nem sabe que é um herói, ele irá descobrir isso ao longo da longa jornada ou no final. Em outros momentos, o herói até sabe que ele é um herói, mas não tem a maior noção dos desafios que lhe esperam. Mas de qualquer forma, o final da viagem desafiadora do herói é sempre inesperado.
No começo do desafio e da missão, o herói derrota os inimigos iniciais da trama, é a grande entrada triunfal do herói na história, pois este se apresenta de uma forma o heroica, ele começa vencedor, triunfante, valente, notável e campeão. Ele é a esperança da vitória, o paladino protetor dos fracos e oprimidos a quem seus inimigos tem a missão de temer. Para ele, abandonar a missão é impensável, pois seu lema é desistir nunca, render-se jamais, o herói não negocia com o fracasso.
O MEIO DA JORNADA
No meio da jornada o herói já está ciente dos inimigos que enfrentará, ele já sabe que o problema é bem pior que ele esperava, ele sabe também que as coisas se complicarão daqui pra frente e que sozinho será difícil dar continuidade a missão, nesse momento, o herói tem ajuda de outras pessoas que podem ou não fazer parte de sua equipe, em alguns casos o herói pode ter ajuda de um deus ou semideus, a ajuda também pode ver de alguma outra criatura mitológica, como um duende, um gênio, uma fada, uma ninfa. A ajuda também pode vir através da alma ou espírito de algum ente falecido, etc.
As ajudas que vem ou virão através das mais variadas formas virão porque nesse período da jornada, história ou missão, o herói não é mais o arauto vencedor campeão imbatível, isso porque seus adversários já o conhecem, neste momento nós temos a queda do herói, temos o fracasso do infracassável, o herói agora duvida de sua jornada, ele questiona qual o objetivo de sua missão, o herói e tentado e cai na tentação, cai na provocação, nessa hora o herói é questionado, fracassado e finalmente derrotado.
Não há esperança de uma vitória como havia antes, o futuro agora é incerto, seus inimigos são mais poderosos que ele e a ideia de desistir começa a passar pela sua cabeça. O herói começa a duvidar de si mesmo, ele não sabe se é realmente capaz de finalizar a tarefa, as dúvidas agora fazem parte da ordem do dia.
O FINAL DA JORNADA
No final da jornada o herói mesmo combalido e abalado psicologicamente, não vai desistir, embora ele perdera a fé em si mesmo e na sua própria missão, o mesmo não quer desistir por causa de alguns motivos, por causa de sua consciência, por causa da criação que teve, também por causa do efeito negativo que terá sua desistência caso aconteça, pois pessoas indefesas sofrerão nas mãos dos maldosos, há muito o que perder, caso ele desista ou a missão fracasse, mas o herói precisa voltar a acreditar, voltar a ter fé, voltar ao seu primeiro amor.
É nessa hora que o aprendizado e ajuda que ele teve ao longo da jornada fará toda diferença, agora o herói está experiente, ele sabe que não é imbatível, ele sabe que ele não é ilimitado, ele sabe onde errou e onde fracassou. Ele tem tudo que precisa para continuar sua caminhada e terminar sua tarefa.
Com tudo isso, olhando todos os ângulos do problema, o herói ergue a cabeça, respira fundo e vai para vencer, vai para ganhar e subjugar seu algoz, pois a esperança voltou, a fé que ele pensava que o abandonara, na verdade nuca foi embora, só estava esquecida no seu subconsciente. É chegada então a hora da verdade, é chegado o momento do tira teima, é chegado a hora do confronto final.
E o herói sabe o que tem que fazer e ser derrotado não é uma opção. O campeão dos fracos e oprimidos vence seus medos e frustações, e por final o inimigo é derrotado, vencido, arruinado, exterminado.
A Jornada do Herói foi estudada por Joseph Campbell, professor, mitologista e escritor norte americano através de seu livro chamado “A Jornada do Herói”, mas ele não foi o primeiro a estudar e a escrever sobre a jornada de um herói, pois na antiga Suméria, os negros sumerianos já tinham compilado em tabletes de barro em escrita cuneiforme, sobre a jornada do herói, no caso foi o conto intitulado a Epopeia de Gilgamesh, a Epopeia de Gilgamesh é um antiguíssimo conto sumeriano que narra a história de Gilgamesh, rei de Uruk em sua procura pela imortalidade. De longe é a obra escrita sobre um herói mais antiga da humanidade que tem notícia.
O mito da jornada do herói já era conhecido pelos negros sumerianos, e esta fórmula do mito da jornada do herói, foi repetida ao longo do mundo antigo, e temos estes relatos mitológicos em várias mitologias, como por exemplo:
A saga dos 12 Trabalhos de Héracles os romanos conheciam como Hércules.
Aquiles, o melhor guerreiro de todos os helenos ou gregos,
O corajoso e destemido Teseu que matadou o Minotauro
O audacioso e bravo Perseu que matou a Medusa
O inteligentníssimo e valoroso Odisseu ou Ulisses rei de ítaca que luta para chegar em sua terra natal.
Na mitologia Nórdica temos os contos de
Thor o Guerreiro do Martelo Mágico
Odin o Poderoso deus Pai de Todos
Balder o bem amado dos deuses e humanos
Na Mitologia do povo do Khemet ou Egito temos:
Osíris - Senhor dos Mortos
Ísis - A Deusa da Ressurreição
Hórus - O Restaurador da Ordem
Thoth - O deus do Conhecimento e da Sabedoria
Wadjet - A Protetora do Faraó
Na Bíblia temos as sagas de Sansão, Jacó, Abraão, Paulo, Moisés, etc.
Enfim, são vário deuses, semi-deuses e humanos onde são contados a jornada do herói.
Mas o primeiro protótipo que temos desta grande jornada, é o conto de Gilgamesh rei de Urik da Suméria, foi nesta região onde nasceu a noção do que sabemos sobre a jornada do Herói.
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