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sábado, 7 de dezembro de 2024

A TRINDADE LUNAR DA MITOLOGIA GREGA

 


Ártemis (Diana), Selene (Luna)  e Hécate (Trivia) são todas deusas da mitologia grega antiga. Cada uma é associada a diferentes aspectos da lua e do poder feminino. Embora todas se relacionem com a lua, suas personalidades e deveres são bem diferentes.


Ártemis 

Ártemis, Deusa da caça e protetora das mulheres e crianças, seu equivalente romano era Diana

Ela era uma deusa jovem e feroz. Ártemis, filha de Zeus e Leto, e irmã gêmea de Apolo, era frequentemente retratada como uma mulher destemida, jovem e independente com um arco e um veado.

Ela podia ser perigosa e uma defensora destemida de mulheres e crianças, o que é irônico, já que durante toda a sua vida ela permaneceu uma donzela casta. As mulheres na antiguidade adoravam essa deusa e a invocavam para todos os tipos de problemas femininos, desde infertilidade até gestações indesejadas, ou quando crianças eram concebidas e nascidas fora do casamento. Ártemis nunca julgou e protegeu todas elas.

Muitos templos por toda a Grécia foram construídos em sua homenagem. Mas seu templo principal estava situado em Éfeso (atual Turquia) e era tão impressionante que era considerado uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo.

A obra de construção começou por volta de 550 a.C. sob o olhar atento do arquiteto cretense Chersiphon. A fase principal da construção (com várias interrupções) levou mais de 200 anos! Mas não é de se admirar, pois este vasto templo tinha 115 metros de comprimento e 55 metros de largura. Ele tinha 127 colunas, cada uma com cerca de 18 metros (60 pés) de altura.

O templo de Éfeso era um centro para peregrinos antigos, semelhante a Lourdes hoje e sem dúvida bom para a economia local. Artistas renomados da época viam isso como uma honra para aumentar sua glória e trabalhavam principalmente de graça. Apenas os materiais eram pagos por doadores ricos, um deles era o fabulosamente rico Rei Creso.

Todos os anos, havia uma cerimônia pomposa para agradecê-la por guiar os gregos à vitória sobre os persas em Maratona (490 a.C.). A primeira encarnação do templo, infelizmente, não durou muito, pois foi incendiado em 356 a.C. por um homem chamado Heróstrato, que buscava fama pelo ato de incêndio criminoso.

Depois de ser reconstruído, ficou mais impressionante do que nunca. Sua glória durou até 262 d.C., quando o templo foi finalmente destruído pelos godos. Hoje, Éfeso ainda é uma atração turística e um sítio arqueológico extremamente importante. É uma pena que apenas uma única coluna de pé seja tudo o que resta deste outrora glorioso templo.

Ártemis Ártemis (Diana) simboliza pureza, natureza, liberdade e força feminina.


Selene

Selene, Deusa da Lua Cheia, luz e tempo

Selene (Luna) é a personificação da própria lua. Ela é frequentemente retratada como uma bela mulher em seu auge, dirigindo uma carruagem pelo céu, assim como seu irmão, Helios, que é conectado ao sol. Sua beleza e presença luminosa simbolizam o brilho da lua à noite.

O Deus Pan estava apaixonado por ela, mas Selene só tinha olhos para o mortal Endymion, um belo jovem. Mas os Deuses não aprovaram e enviaram Endymion para morrer. Mas ele foi autorizado a escolher sua própria morte, e ele escolheu o sono eterno para preservar sua beleza impecável. O amor de Selene não morreu com ele, e ela o visita regularmente e olha para seu lindo rosto.

Outra versão descreve que Selene e Endymion tiveram 50 filhos, contando as luas cheias entre os Jogos Olímpicos. Oficialmente começou em 776 a.C. e provavelmente copiado das competições de salto de touro minoicas que também aconteciam a cada 50 luas cheias. A contraparte minoica de Selene era chamada Pasiphae, rainha de Creta e mãe do Minotauro.

Em todo caso, Selene é mais conhecida como a deusa do amor, romance e sexualidade. Mulheres que perderam amantes e ansiavam por reconquistá-los invocavam a ajuda de Selene, assim como faziam com qualquer outra coisa relacionada ao amor, sexo e fertilidade. Selene também era chamada para ajudar quem sofria de epilepsia, vício e outras doenças "relacionadas à lua".

Selene simboliza Luz, Romance, Amor Eterno, Paixão e Sexualidade, seu equivalente romano é Luna.


Hécate

Hécate, deusa da bruxaria e da magia

Hécate (Trivia) era uma deusa poderosa e misteriosa que governava a magia, os feitiços e as fronteiras entre os mundos. Ela é frequentemente retratada segurando tochas ou chaves, simbolizando seu papel como guia através da escuridão e sua conexão com o submundo. Hécate está intimamente ligada aos aspectos mais sombrios da lua e é uma protetora das bruxas e daqueles que praticam magia. Ela também é associada a encruzilhadas e transições, tanto literais quanto metafóricas.

Apesar da má fama geral, Hécate era uma curandeira, e suas sacerdotisas eram herbalistas habilidosas. Essa tradição perdurou até a Idade Média, quando as "mulheres das ervas" eram as facilitadoras locais de saúde. A Igreja Católica se livrou delas e queimou muitas curandeiras inocentes na fogueira, chamando-as de "bruxas". A principal acusação do líder da igreja: Nenhuma mulher (pessoa, pois também havia alguns curandeiros homens envolvidos) deveria ter o poder de curar, somente Deus pode fazer isso.

Hécate simboliza feitiçaria, magia, cura e sabedoria, seu equivalente romano é Trivia.


Por que uma trindade é tão frequentemente associada aos deuses?

Muitas religiões celebram o número 3, visto como um número espiritual que representa o equilíbrio, a harmonia e o ciclo da vida (nascimento/vida/morte ou passado/presente/futuro).

Na tradição celta, seu triplo know (símbolo triquetra) é associado à interação da terra, água e céu, bem como à interconexão da mente, corpo e espírito. Os alquimistas mostram 3 como o número da transformação, purificação e iluminação.


Os 3 lados da lua:

Hoje em dia, frequentemente nos referimos a essas 3 deusas como Donzela-Mulher-Anciã.

A jovem e independente donzela Ártemis (Diana) representa a Lua Crescente

A bela Selene (Luna) representa a Lua Cheia e

A velha Hécate (Trivia) representa a Lua Minguante seguida por um curto período sem lua – a Lua Nova.

Mas esta é, na verdade, uma maneira bem nova de descrevê-los, datando apenas da década de 1940, quando o escritor Robert Graves mencionou esta teoria. Os gregos antigos não os categorizavam desta forma. Mas eles conectavam todas as três divindades à lua, e em seu mundo, Ártemis governa a terra, Selene o céu e Hécate o submundo.



CALENDÁRIO SUMÉRIO

 




Os sumérios e foram os primeiros a usar o que hoje reconhecemos como um calendário lunissolar.

No século XXI a.C., os sumérios criaram um ano solar com 360 dias (estas datas, são datas aproximadas, não são datas precisas). Ele era composto de 12 ciclos lunares de 354 dias que eram arredondados para 360, formando 12 meses de 30 dias. O que diferenciava o sistema de calendário sumério de qualquer outro calendário lunar da época era a maneira como eles mediam o tempo. Os cálculos sumérios são todos fortemente baseados nos números 6, 12 e 60, ainda usados ​​hoje. Nosso ano atual tem 12 meses e o dia em muitos países é estruturado como 12 horas da manhã e 12 horas da tarde. A hora em si tem 60 minutos e cada minuto tem 60 segundos.

Para sincronizar o déficit desses meses lunares embelezados com o ano solar, os equinócios (onde o dia é igual à noite) e os solstícios (dia mais longo e mais curto do ano), os astrônomos sumérios introduziram um mês extra a cada quatro anos. Isso é o que agora chamamos de ano Bissexto.

Os sumérios também registraram 'qualidades do dia'. Enuma Anu Enlil - Fogo, Terra, Ar e Água é uma coleção de tabelas de pedra e oráculos compilados por escribas sumérios e assírios. As tabelas incluem informações sobre eclipses lunares, eventos climáticos, o movimento das estrelas, planetas e constelações. A parte mais importante eram as interpretações de todos esses movimentos cósmicos e o que eles significavam para a vida na Terra. As observações dominantes diziam respeito ao ciclo lunar e sua relação com as outras estrelas e o sol.

Ainda não está claro de onde veio todo esse conhecimento. Mas o que é certo é que ajudou a moldar o famoso calendário posterior. Embora esses tenham sido começos humildes, esses escribas estabeleceram crucialmente a fundação das casas, os signos estelares e a criação do zodíaco (chamado de "círculo dos animais"). Eles nomearam muitas constelações de estrelas no céu e criaram os princípios básicos da astrologia ocidental. Os movimentos dos planetas e estrelas foram meticulosamente observados, registrados e interconectados com significado simbólico. Essas observações viajaram para outros países, particularmente para a Índia no século III a.C.

A partir de 499 a.C., o calendário sumério se transformou em um calendário lunissolar adequado. A mudança ocorreu quando foi reconhecido que 19 anos solares equivalem exatamente a 235 lunações (ciclos lunares) e isso formou a primeira conexão recorrente adequada entre o ciclo solar e o lunar. Este princípio foi formalmente descrito pelo astrônomo grego Methon de Atenas em 432 a.C., quando ele "descobriu" o ciclo Metônico. Mas muito provavelmente ele se deparou com o calendário e recalculou sua fórmula de calendário.

O mês do calendário sumério começava ao pôr do sol com o primeiro avistamento da lua crescente (Lua Crescente) e terminava com o último avistamento da lua crescente descendente (Lua Minguante). Uma vez que a Lua Minguante havia desaparecido, seguia-se um período de 'lua desaparecida' (Lua Nova) quando nenhuma lua era visível no céu.

Isso teve um papel importante no planejamento de viagens, especialmente na travessia de um deserto. Devido ao clima quente, as caravanas preferiam viajar à noite. Mas sem o luar para guiá-las, havia uma grande chance de se perderem. Portanto, a Lua Nova ficou conhecida como o momento de ficar em casa e descansar. 

Por outro lado, a posição oposta da lua no ciclo lunar – a Lua Cheia – era o momento para reuniões e cerimônias. Então as pessoas podiam facilmente encontrar o caminho de casa quando escurecia.

As raízes do calendário lunissolar sumério ainda existem hoje, particularmente em muitos sistemas de calendário religioso e práticas associadas.

O 'calendário de estilo de vida Vivendo com a Lua' também é baseado no Calendário Lunisolar Antigo. Acredita-se agora que esse modelo de calendário era muito mais difundido do que se pensava inicialmente. Por exemplo, muitos acreditam que a  civilização minoica (3000-1450 a.C.) seguiu esse sistema de calendário. 


SALMOS 104 É O HINO A ATON

 


Embora a antiga civilização egípcia fosse politeísta, houve um curto período monoteísta, no qual o deus oficial do Egito foi somente um: Aton.

Um dos mais belos textos egípcios, o Hino a Aton, é dessa época.

O Sol sempre esteve presente na vida da antiga civilização egípcia, e muito deuses possuíam algum aspecto solar: Aton era o deus que representava o disco solar no firmamento. Embora já existissem representações suas no Antigo Império, foi no Novo Império, durante a época amarniana, que ganhou maior importância. No sexto ano do seu reinado, o faraó Akhenaton instituiu o culto único a Aton, fechou todos os templos e proibiu o culto aos outros deuses.

Akhenaton declarou-se seu único sacerdote e profeta, escrevendo um hino no qual proclamava a grandeza do Sol como criador de todas as coisas, e a igualdade entre todos os homens. A semelhança desse hino com o Salmo 104 do Livro dos Mortos, do Antigo Testamento, faz pensar que ambas as religiões compartilharam as suas idéias em um momento sincrético.

O Hino a Aton foi encontrado escrito nas paredes de vários túmulos de funcionários de Akhenaton, na nova capital fundada pelo faraó na atual Tell el-Amarna. A cópia mais completa foi descoberta no túmulo de Ay, funcionário de Akhenaton e sucessor de Tutankhamon como rei.

Assim como o disco solar, o templo dedicado a Aton era aberto, com um grande pátio onde recebia os raios solares. A construção do templo foi inovadora, pois utilizaram-se os talatat, blocos de pedra que podiam ser transportados por um homem sozinho. Este fato facilitou o transporte e acelerou o processo de construção.

O Salmos 104 é uma cópia do grande Hino ao Deus Aton, onde o Deus solar egípcio é enobrecido pelos Hebreus.


O HINO A ATON

"Apareces cheio de beleza no horizonte do céu, disco vivo que iniciaste a vida.

Enquanto te levantaste no horizonte oriental, encheste cada país da tua perfeição. És formoso, grande, brilhante, alto em cima do teu universo.

Teus raios alcançam os países até ao extremo de tudo o que criaste.

Porque és Sol, conquistaste-os até aos seus extremos, atando-os para teu filho amado. Por longe que estejas, teus raios tocam a terra.

Estás diante dos nossos olhos, mas o teu caminho continua a ser-nos desconhecido. Quando te pões, no horizonte ocidental, o universo fica submerso nas trevas, como morto. Os homens dormem nos quartos, com a cabeça envolta, nenhum deles podendo ver seu írmão...

Mas na aurora, enquanto te levantas sobre o horizonte, e brilhas, disco solar, ao longo da tua jornada, rompes as trevas emitindo teus raios...

Se te levantas, vive-se; se te pões, morre-se. Tu és a duração da própria vida; vive-se de ti.

Os olhos contemplam, sem cessar, tua perfeição, até o acaso; todo o trabalho pára quanto te pões no Ocidente.

Enquanto te levantas, fazes crescer todas as coisas para o rei, e a pressa apodera-se de todos desde que organizaste o universo, e fizeste com que surgisse para teu filho, saído da tua pessoa, o rei do Alto e do Baixo Egito, que vive de verdade, o Senhor do Duplo País, Neferkheperuré Uaenré, filho de Rá, que vive de verdade, Senhor das coroas, Akhenaton.

Que seja grande a duração de sua vida! e à sua grande esposa que o ama, a dama do Duplo País, Neferneferuaton Nefertiti, que lhe seja dado viver e rejuvenescer para sempre, eternamente.”


SALMO 104

1 Bendize, ó minha alma, ao SENHOR! SENHOR Deus meu, tu és magnificentíssimo; estás vestido de glória e de majestade.

2 Ele se cobre de luz como de um vestido, estende os céus como uma cortina.

3 Põe nas águas as vigas das suas câmaras; faz das nuvens o seu carro, anda sobre as asas do vento.

4 Faz dos seus anjos espíritos, dos seus ministros um fogo abrasador.

5 Lançou os fundamentos da terra; ela não vacilará em tempo algum.

6 Tu a cobriste com o abismo, como com um vestido; as águas estavam sobre os montes.

7 Å tua repreensão fugiram; à voz do teu trovão se apressaram.

8 Subiram aos montes, desceram aos vales, até ao lugar que para elas fundaste.

9 Termo lhes puseste, que não ultrapassarão, para que não tornem mais a cobrir a terra.

10 Tu, que fazes sair as fontes nos vales, as quais correm entre os montes.

11 Dão de beber a todo o animal do campo; os jumentos monteses matam a sua sede.

12 Junto delas as aves do céu terão a sua habitação, cantando entre os ramos.

13 Ele rega os montes desde as suas câmaras; a terra farta-se do fruto das suas obras.

14 Faz crescer a erva para o gado, e a verdura para o serviço do homem, para fazer sair da terra o pão,

15 E o vinho que alegra o coração do homem, e o azeite que faz reluzir o seu rosto, e o pão que fortalece o coração do homem.

16 As árvores do SENHOR fartam-se de seiva, os cedros do Líbano que ele plantou,

17 Onde as aves se aninham; quanto à cegonha, a sua casa é nas faias.

18 Os altos montes são para as cabras monteses, e os rochedos são refúgio para os coelhos.

19 Designou a lua para as estações; o sol conhece o seu ocaso.

20 Ordenas a escuridão, e faz-se noite, na qual saem todos os animais da selva.

21 Os leõezinhos bramam pela presa, e de Deus buscam o seu sustento.

22 Nasce o sol e logo se acolhem, e se deitam nos seus covis.

23 Então sai o homem à sua obra e ao seu trabalho, até à tarde.

24 O SENHOR, quão variadas são as tuas obras! Todas as coisas fizeste com sabedoria; cheia está a terra das tuas riquezas.

25 Assim é este mar grande e muito espaçoso, onde há seres sem número, animais pequenos e grandes.

26 Ali andam os navios; e o leviatã que formaste para nele folgar.

27 Todos esperam de ti, que lhes dês o seu sustento em tempo oportuno.

28 Dando-lho tu, eles o recolhem; abres a tua mão, e se enchem de bens.

29 Escondes o teu rosto, e ficam perturbados; se lhes tiras o fôlego, morrem, e voltam para o seu pó.

30 Envias o teu Espírito, e são criados, e assim renovas a face da terra.

31 A glória do SENHOR durará para sempre; o SENHOR se alegrará nas suas obras.

32 Olhando ele para a terra, ela treme; tocando nos montes, logo fumegam.

33 Cantarei ao SENHOR enquanto eu viver; cantarei louvores ao meu Deus, enquanto eu tiver existência.

34 A minha meditação acerca dele será suave; eu me alegrarei no SENHOR.

35 Desapareçam da terra os pecadores, e os ímpios não sejam mais. Bendize, ó minha alma, ao SENHOR. Louvai ao SENHOR.


CONCÍLIOS CATÓLICOS

 


218-222 Concílio de Cartago - Realizado sob a presidência de Agripino de Cartago, setenta bispos se reuniram para discutir o batismo dos heréticos

251, 252, 254 Concílio de Cartago - Concílios sobre os Lapsi. Lapsi (latim para "caídos") eram os apóstatas ou cristãos que renegaram sua fé durante as perseguições pelo Império Romano. O termo também engloba os que relaxaram em sua fé e que decidem depois voltar para ela.

255, 256 Concílio de Cartago - Concílios sobre o rebatismo de heréticos.

303,324 Concílio de Elvira - Ocorreu na Espanha, neste concílio foi proposto a proibição do casamento de sacerdotes. Antes disso, era permitido que os sacerdotes dormissem com suas esposas na noite anterior à celebração da missa.  

325 I Concílio de Nicéia - Convocado por São Silvestre I, combateu a heresia ariana, que negava a divindade de Cristo, e teve como resultado o chamado "Credo Niceno". O concílio também definiu as regras para a data da Páscoa.

381 I Concílio de Constantinopla - O Papa São Dâmaso I queria combater os seguidores de Macedônio, que negavam a divindade do Espírito Santo. Os bispos acrescentaram novos artigos ao Credo Niceno, que se tornou o Credo Niceno-Constantinopolitano, ainda hoje rezado durante a missa.

397 Concílio de Cartago -  28 de agosto de 397 publicou um cânon da Bíblia, citado como "Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, 4 livros de Reis, 2 livros de Crônicas, Jó, Salmos de Davi, 5 livros de Salomão, 12 livros de profetas, Isaías, Jeremias, Daniel, Ezequiel, Tobias, Judite, Ester, 2 livros de Esdras, 2 livros de Macabeus." No Novo Testamento, "4 Evangelhos, 1 livro de Atos dos Apóstolos, 13 cartas paulinas, 1 carta para os Hebreus, 2 de Pedro, 3 de João, 1 de Tiago, 1 de Judas e o Apocalipse de João".

431 Concílio de Éfeso - São Cirilo de Alexandria, representante do Papa Celestino I, presidiu o concílio, do qual saiu a definição de Maria como Mãe de Deus.

451 Concílio de Calcedônia - O concílio definiu as duas naturezas de Cristo (humana e divina) contra Eutiques, para quem as duas naturezas se fundiam em apenas uma.

553 II Concílio de Constantinopla - Os 165 bispos reunidos sob o Papa Vigílio condenaram as teorias origenistas e confirmaram a validade dos concílios anteriores.

680-681 III Concílio de Constantinopla - O monotelismo defendia que Cristo tinha apenas uma vontade, a divina, apesar de ter duas naturezas. Para combater essa heresia, o Papa Santo Agatão convocou este concílio.

787 II Concílio de Nicéia - Os legados do Papa Adriano I presidiram este concílio, que tinha como objetivo regular a veneração das imagens.

869 IV Concílio de Constantinopla - Um concílio ilegítimo havia sido liderado pelo patriarca grego Fócio contra o Papa Nicolau I. O pontífice seguinte, Adriano II, chamou bispos e patriarcas para anular todos os atos de Fócio. O episódio deu início aos atritos que levariam ao cisma grego, em 1054.

1123 I Concílio do Latrão - O primeiro concílio realizado em Roma, presidido por Calixto II, aboliu o direito dos príncipes de interferir na escolha dos bispos e discutiu a retomada da Terra Santa.

1139 II Concílio do Latrão - Para condenar os erros de Arnaldo de Brescia, sobre a salvação dos clérigos que possuíam bens materiais, Inocêncio II convocou este concílio. Anos depois, Arnaldo lideraria uma revolta popular.

1179 III Concílio do Latrão - O concílio condenou os albigenses e valdenses, que pregavam a existência de dois princípios opostos e a rejeição total das realidades materiais, condenando o casamento e estimulando o suicídio por greve de fome.

1215 IV Concílio do Latrão - Foi renovada a condenação dos albigenses, e as doutrinas de Joaquim de Fiore também foram combatidas.

1245 I Concílio de Lyon - Inocêncio IV reuniu os bispos na cidade francesa para depor o imperador germânico Frederico II e planejar uma nova cruzada, sob o comando de São Luís, rei da França.

1274 II Concílio de Lyon - Sob o comando de Gregório X, este concílio conseguiu uma curta união entre a Igreja Católica e a Ortodoxa, além de aprovar as ordens dominicana e franciscana.

1311-1313 Concílio de Vienne - Também na França, o concílio lidou com as acusações contra a ordem dos Templários, que acabou suprimida pelo Papa Clemente V.

1414-1418 Concílio de Constança - Ao eleger Martinho V em 1417, este concílio acabou com o Grande Cisma do Ocidente, durante o qual havia um Papa em Avignon e outro em Roma. As idéias de Wyclif e Hus também foram condenadas.

1431-1439 Concílio de Basiléia/Ferrara/Florença - A reunião começou com o objetivo de pacificar a Boêmia (atual República Tcheca), que sofria com guerras religiosas, e terminou com uma nova união entre as igrejas Católica e Ortodoxa, que não foi adiante.

1512-1517 V Concílio do Latrão - Convocada para desqualificar um "concílio clandestino" em Pisa, esta reunião teve decretos principalmente disciplinares. Uma cruzada foi planejada, mas não ocorreu.

1545-1563 Concílio de Trento - Cinco Papas (de Paulo III a Pio IV) reinaram durante os 18 anos de duração do concílio, que teve como principal missão condenar as doutrinas protestantes e recompor a disciplina dentro da Igreja.

1869-1870 Concílio Vaticano I - Suspenso em julho de 1870, o concílio convocado por Pio IX definiu o dogma da infalibilidade papal, segundo o qual o Papa não erra quando se pronuncia ex cathedra sobre assuntos de fé e moral.

1962-1965 Concílio Vaticano II - Aberto por João XXIII e encerrado por Paulo VI, o concílio teve como objetivo apresentar os ensinamentos da Igreja de uma forma mais adequada ao mundo moderno, sem no entanto mudar sua doutrina.




sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

FUTUROLOGIA

 


AMILENISMO

Entre o terceiro e quarto século da igreja, influenciados pela filosofia grega, a visão futurista Pré-milenista, meio que foi deixada de lado, com a chegada do método alegórico de interpretação das Escrituras. 

O método alegórico teve origem em Alexandria, e o primeiro a defender esse ponto de vista foi Clemente de Alexandria (150-215 d.C), depois seu discípulo Orígenes (185-254 d.C.) e outros, que influenciados pela hermenêutica alegórica e filosofia grega (dualismo platônico), reinterpretaram as profecias bíblicas como uma realidade espiritual e não algo literal como ensinavam os pais da igreja do primeiro século.

Seguindo a influência filosófica dos seus antecessores Alexandrinos, Agostinho de Hipona, também contribuiu com o detrimento da visão futurista na idade média, ao desenvolver sistematicamente o Amilenismo, passando a ensinar o oposto do Pré-milenismo.

Segundo Agostinho, o milênio apontava para a história da igreja na terra, e não como um reinado físico e literal de Jesus na terra com duração de mil anos.

Tal sistema foi bem aceito pela igreja Católica, ao ponto de na Idade Média, o milenismo futurista ser quase extinto pelos teólogos católicos, que promoviam  o seu sistema religioso, afirmando que o reino messiânico do qual a Bíblia falava, havia se cumprido com o surgimento do governo dos pontífices da Igreja Católica Apostólica Romana.


ORIGEM DO DISPENSACIONALISMO

Em 1790, Manuel De Lacunza (1731-1801), um teólogo Jesuíta espanhol, escreve uma importante obra seguindo a visão futurista, entitulada, A Vinda do Messias em Majestade e Glória.

Apesar dos esforços de Lacunza, sua obra foi duramente combatida pela Inquisição da Igreja Católica, que não compactuava com a sua visão escatológica. Motivo talvez, pelo qual ele tenha usado um pseudônimo de rabino Juan Josaphat Ben-Ezra no seu livro.

No entanto, sua obra ganhou destaque entre os protestantes, depois que foi traduzido para o inglês, graças ao reverendo Edward Irving, fundador da Igreja Católica Apostólica de Londres.

Sua visão escatológica, contribuiu para o surgimento do Dispensacionalismo de Jhon Darby e  Cyrus Ingerson Scofield (1843-1921). Que se tornou muito popular no século 19.

Foi graças ao Dispensacionismo, que o método futuristico voltou a ser aceito pela maioria das igrejas evangélicas até os dias de hoje.

Dessa forma podemos dividir os futuristas em dois grupos.


A) Os Pré-milenistas Clássicos, e;

B) Os Dispensacionalistas.


Ambos crêem no Milênio literal, a diferença esta na ordem dos eventos futuros que antecedem o Milênio. Por exemplo:

A) Os Pré-Milenistas crêem que não haverá duas fases distintas na vinda de Jesus e que a igreja passará sim, pela grande tribulação ou pelo menos metade dela.

B) Já  os Dispensacionalistas crêem que Jesus virá em duas fases distintas e que a igreja não passará pela grande tribulação


MÉTODO HISTORICISTA

Como o próprio nome já diz, é o método que interpreta o livro de Apocalipse, ligando suas profecias com os eventos que surgem no decorrer da história da igreja cristã. 

Para os historicistas muitas das profecias bíblicas, já se cumpriram, algumas estão se cumprindo e outras irão se cumprir. 

Seguindo esse método de interpretação, o livro de Apocalipse é apresentado como uma fonte de conhecimento prévio da história da igreja e dos eventos que antecedem a segunda vinda de Jesus.

O primeiro documento que expõe o método historicista, é atribuído ao Bispo Vitorino de Pettau (270-303 d.c). Seu trabalho consiste em um breve comentário sobre o livro de Apocalipse. Boa parte de seus pensamentos ainda são mantido dentro de alguns círculos de estudo historicistas.

Aparentemente, Vitorino seguia a mesma linha de interpretação alegórica das profecias bíblicas, de seu contemporânea, Orígenes, e por isso passou também a condenar os pré-milenistas. 

Suas obras, foram condenadas pelo Decreto Papal Gelassiano (Decretum Gelassianum: de libris recipiendis et non recipiendis), e boa parte de seus escritos se perderam com o tempo, exceto o Comentário sobre o livro de Apocalipse e um tratado sobre a criação do mundo.

Com a chegada da Reforma Protestante no século XVI, o método historicista foi bem aceito e desenvolvidos pelos teólogos protestantes.

Que viam nesse método, uma ótima forma para atacarem o sistema papal da Igreja Católica Apostólica Romana, visão que pendurou logos anos na história das igrejas protestantes, até a chegada do Dispensacionalismo. 

Martinho Lutero, João Calvino, Thomas Cranmer, John Thomas, John Knox e Cotton Mather, foram defensores ferrenhos dessa linha de interpretação.

Conforme as mudanças que surgiram no cenário mundial, novas interpretações também surgiram, mas com o mesmo padrão dos métodos históricos anteriores, onde o Papa é o anticristo, o Vaticano é a Babilônia e igreja católica é a igreja apóstata dos últimos dias.

Usando o método historicista, muitos já tentam prever a data do fim do mundo. Como o americano, William Miller, da Igreja Batista, que propôs que o fim do mundo ocorreria em 22 de outubro de 1844, com base em um modelo historicista usado com Daniel 8:14. Movimento que ficou conhecido como Millerismo. 

Após o Grande Desapontamento, diversos grupos de estudos das profecias bíblicas, surgiram, seguindo o modelo historicista. Como os Adventista do Sétimo Dia e os Testemunhas de Jeová.

O método histórico enfraqueceu na metade do século 19, quando o método interpretação literalista, passou a ganhar notoriedade nos estudos das profecias bíblicas, dando origem ao pré-milenismo Dispensacionalista.  

Mas ainda hoje, o método histórico é mantido nas igrejas reformadas e grupos como os Adventistas e os Testemunhas de Jeová.




A FARSA DO PRETERISMO

 


Preterismo é uma palavra que vem do latim, "Preter" que significa, passado. 

Surgiu no ano de 1547, tendo como autor John Hentenius, no entanto, ganhou destaque depois que um padre jesuíta português, conhecido como Luís de Alcazar, que viveu entre 1554 a 1613, expôs sistematicamente a visão preterista, ao escrever um comentário de noventa páginas do livro de Apocalipse, entitulado "Investigação do Sentindo Oculto do Apocalipse" (em latim Vestigatio Arcani Sensus em Apocalypsi), com o objetivo de defender a Igreja Católica e o Papa, das intensas acusações dos protestantes que o acusavam de ser o Anticristo e a Igreja católica, a grande Babilônia de Apocalipse. Era o período da conhecida, Reforma Protestante, no ano de 1545 a Igreja Católica contra ataca, fazendo a Contra Reforma, e foi justamente na Contra Reforma que surgem as doutrinas futuristas que são cridas hoje pelos religiosos evangélicos.  

Nesta visão, escatológica, o preterismo interpreta algumas profecias da Bíblia como eventos que já aconteceram nos anos 70 d.C. com a queda de Jerusalém pelos Romanos. 

A interpretação literal da Bíblia é perigosa para os cristãos. Por exemplo, os preteristas empregam intencionalmente interpretações alegóricas para muitos dos símbolos de Apocalipse 4–19 . Para eles, as Bestas no capítulo 13 são símbolos do Imperador Romano Nero em 54–68 d.C., e a “tribulação” descrita no texto é um símbolo da perseguição cristã. Mas os preteristas parciais mudam os métodos interpretativos para os últimos três capítulos e arbitrariamente afirmam que os capítulos 20–22 ainda estão em nosso futuro, embora não acreditem que tudo isso será cumprido literalmente.

No entanto, a disciplina apropriadamente empregada de interpretação literal em todos os gêneros das Escrituras, incluindo profecia, leva a uma compreensão consistentemente clara e convincente do que o texto significava para o público original e para nós hoje. Não precisamos nos perder na subjetividade do simbolismo e da alegoria!

A interpretação dos preteristas das profecias sobre o julgamento final de Deus sobre as nações é problemática. Eles alegam que essas profecias de julgamento mundial foram realmente cumpridas na destruição de Jerusalém, como se Israel fosse o verdadeiro alvo de Deus. Isso leva a uma forma insípida de antissemitismo cristão. Mas a conclusão óbvia de Apocalipse, Daniel, Mateus 24–25 e outras profecias é que Deus julgará todas as nações da Terra com os eventos da Tribulação, não apenas Israel. A certeza dos preteristas de que Deus julgou e rejeitou Israel não é encontrada em nenhum lugar da Bíblia, e fica muito aquém do escopo do julgamento descrito nessas profecias. 

Os preteristas afirmam que o Apocalipse foi escrito para dar esperança aos cristãos durante os dias difíceis da guerra romana com o povo judeu. Mas que conclusão um cristão que o lê hoje deve tirar se isso for verdade? O raciocínio mais comum é que se Deus julgou e rejeitou Israel e levantou um novo povo para Si mesmo, a saber, a igreja, então é aceitável que os cristãos tratem os judeus com o menor desprezo. Esse raciocínio levou a repetidos pogroms, expulsões e assassinatos de incontáveis ​​judeus por cristãos ao longo da história. Deus não rejeitou Israel e os colocou de lado em favor da igreja.

Os preteristas apoiam a crença de que todas as profecias são cumpridas, em grande parte, por dois argumentos básicos: 1) certas passagens ( Mateus 16:28 ; 10:16–25 ; cap. 24; Apocalipse 1:1 ; 22:6–7 ) que eles interpretam como Jesus ensinando que tudo seria cumprido durante a vida dos 12 discípulos ou sua geração, e 2) sua datação inicial do livro do Apocalipse.

No entanto, a interpretação deles dessas passagens é altamente contestada. Jesus não estava ensinando que Ele voltaria durante a vida dos discípulos; caso contrário, Ele estaria mentindo. Em termos gerais, Ele estava afirmando a existência contínua do povo judeu até o fim dos tempos — Ele não havia terminado com eles, e eles farão parte de Seus planos. 

Os preteristas argumentam que o livro do Apocalipse foi escrito em 65 d.C., colocando assim sua escrita antes da destruição de Jerusalém e satisfazendo a alegação de João de que ele estava escrevendo uma “profecia” sobre o suposto julgamento de Deus em 70 d.C. O problema com esse argumento é que praticamente todos os estudiosos concordam que o Apocalipse foi escrito na década de 90 d.C. durante o reinado de Domiciano, como os pais da igreja atestam. Então, se o livro foi escrito com o propósito de descrever o julgamento de Deus sobre Israel por meio de Roma, então João estava escrevendo história, não profecia! 

A profecia sempre tem o objetivo de dar esperança aos leitores. Esperança de que Deus fará o que Ele diz. Esperança de que, apesar da dor e do sofrimento que estamos enfrentando, Deus tem um plano para vencer o dia. Esperança de que Deus trará justiça e cura a este mundo quebrado. Que esperança João poderia dar aos seus leitores se tudo o que ele escreveu já estava feito e acabado? Que esperança Deus nos oferece hoje se o livro do Apocalipse significa pouco ou nada para o nosso futuro também? É de vital importância que nos apeguemos à esperança que Ele nos deu na profecia!

Aguente firme, igreja! Jesus realmente está voltando. 

 

IMPERADOR ADRIANO

Após o fatídico evento que resultou na derrota dos Judeus em 70, eles não aprendem a lição e continuam suas revoltas, 65 anos depois de serem derrotados pelo General Tito, as revoltas judaicas continuam a todo vapor, agora, 65 anos depois, Bar Kochba, um homem comum que, de repente, tornou-se um importante líder e foi considerado até mesmo um messias, graças ao decisivo apoio do rabino Akiva, a maior liderança espiritual da Judeia. Bar Kochba logo demonstrou seu talento militar.

Ciente das limitações de seus comandados, ele evitou o combate aberto com as forças romanas, claramente superiores, recorrendo a táticas de guerrilha. Organizou pequenos grupos regulares de combate e, pouco a pouco, conseguiu expulsar as tropas romanas de suas posições. Cerca de três anos após o início da revolta, Bar Kochba conduziu seus soldados até Jerusalém, reconquistando a cidade e proclamando o restabelecimento da independência do Estado Judeu.

Nomeado nasi (príncipe), Bar Kochba ou Simão Barcoquebas obteve amplos poderes e estabeleceu um Estado teocrático. Nos anos que governou, ele ficou conhecido por seu estilo centralizador e pragmático, adaptando as formas de administração romanas às novas condições.

Para resumir a história, em 135, o imperador Adriano mandou arrasar a cidade, ao cabo da revolta judaica liderada por Simão Barcoquebas ou Bar Kochba. 

A destruição da Jerusalém foi pior que da primeira, e olha, que em 70 a destruição causou terror, medo e pavor na população, mas o Imperador Adriano fez o que era ruim, ficar pior cem vezes mais, foi um genocídio, massacre, carnificina de primeira qualidade, foi um arraso total, imparcial, sem dó, pena, piedade, desastre sem comparação. 

Sobre os restos de Jerusalém, edificou-se uma cidade helênica (Élia Capitolina) e sobre o monte onde se erguera o santuário de Javé, erigiu-se um templo dedicado a Júpiter Capitolino. Todo o território de Israel, foi detonado, arrasado, e o país foi renomeado de Síria Palestina, quem dissesse o nome Israel ou Jerusalém, seria executado sem julgamento, sem dó, pena ou misericórdia.

Esta foi a última destruição que colocou um fim de vez em alguma tentativa de reerguer o templo. Até a data atual o templo de Jerusalém não foi ainda reerguido e resta apenas um grande muro que cercava a região do antigo templo. Popularmente conhecido como o muro das lamentações. 

A destruição de Jerusalém foi mil vezes pior que na época do Imperador Vespasiano, sob o comando do General Tito, se Jesus não voltou naquele período, ele tinha então que voltar na época do Imperador Adriano, e não voltou, isso é mais uma prova de que a Teologia Preterista é uma farsa, uma fraude.


A FARSA DO PRÉ-TRIBULACIONISMO E DO ARREBATAMENTO SECRETO DA IGREJA

 


Até o ano de 1830 ninguém falava sobre o arrebatamento secreto da Igreja como é tão conhecido nos dias de hoje.  

Isso foi feito por John Nelson Darby que nasceu no ano de 1800 e morreu no ano de 1882 ele se inspirou nos ensinos de um padre Jesuíta espanhol chamado Francisco Ribeira que nasceu no ano de 1537 e morreu no ano de 1591, nenhum reformador acreditava em um arrebatamento coletivo e secreto da igreja e pré tribulacionista. 

Através da Bíblia Anotada de Scotfield esse ensinamento começou a ser anotado. 


A História

Esta história falsa sobre o arrebatamento pré-tribulacionista secreto da igreja tem sua raiz na farsante religião Católica Romana, um padre Jesuíta de nome Francisco Ribeira quem desenvolveu tal mentira para combater os protestos que as pessoas faziam contra o Catolicismo Romano. Pois os protestantes da época diziam que o Papa e o todo Clero eram a Besta e o Anticristo e os Demônios de Apocalipse 13. 

Para defender o sistema Católico, o padre Ribeira, juntamente com a Contra-Reforma, desenvolveu a herética e mentirosa teologia arrebatamentista pré-tribulacionista e secreta da igreja, que hoje é largamente ensinada nos templos evangélicos e nas suas faculdades de teologia.

Como todo ensino errado viraliza arregimenta seguidores e fanáticos, esta doutrina esdrúxula não poderia ser diferente, pois os pastores Samuel Roffey Maitland, James Todd, William Burgh e principalmente, John Nelson Darby se influenciaram pelo falso ensino Católico arrebatamentista pré-tribulacionista. 

Nelson Darby ficou muito famoso, ele foi uma figura muito influente entre os Irmãos de Plymouth, os Irmãos de Plymouth são diversos grupos evangelicos adenominacionais com origem em Dublin, na Irlanda, por volta de 1825.

Darby com o seu falso ensino influenciou um advogado chamado Cyrus Scofield, o qual, após converter-se, se tornaria ministro ordenado da Igreja Congregacional. Sua obra, a Bíblia de Referência de Scofield 1909, foi a responsável pela popularização do falso ensino do arrebatamento  nos Estados Unidos e em vários outros países que mais tarde a traduziram.

Para piorar a situação que já era desastrosa, no ano de 1990 os escritores pentecostais Tim LaHaye e Jerry Jenkins lançam uma série de livros hereges de ficção evangélica de nome Left Behind ou Deixados Para Trás, que depois vira filme. 


Bíblia de Estudo Scofield 

Foi lançada no ano de 1909 com as anotações do Pastor Scofield é uma farsa perigosa, pois em nenhuma parte os Apóstolos ou o próprio Cristo nos ensinou sobre a questão do arrebatamento pré-tribulacionista, é uma das Bíblias de estudo mais vendidas do mundo, e tem infelizmente ensinado erradamente desde que fora lançada no ano de 1909.


Refutação Bíblica

Não existe um arrebatamento secreto, pois Jesus disse: Portanto, se vos disserem: Eis que Ele está no deserto, não saiais. Ou: Ei-lo no interior da casa, não acrediteis. Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até no ocidente, assim há de ser a vinda do Filho do Homem. Mateus 24:26,27.

Agora um pergunta: Alguém já viu um relâmpago aparecer de forma secreta?

Jesus disse claramente que o mundo todo testemunharia seu retorno, ele disse: Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. Mateus 24:30

É necessário aqui frisarmos uma palavrinha, a palavra "poder", pois a palavra poder no grego quer dizer Dynamis de onde vem a palavra Dinamite, isso quer dizer que a vinda de Cristo será Grandiosa, Poderosa e Gloriosa e não secreta como ensinam os evangélicos. 

Jesus descreveu explicitamente o destino dos que serão deixados para trás. Assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do Homem. Veio o dilúvio e os levou a todos. Mateus 24:37-39. Ou seja, os que forem deixados para trás serão destruídos “como foi nos dias de Noé”. Não haverá segunda chance. Esse é um grande engano doutrinário disseminado dentro do sistema religioso evangélico.


Como Será então o Arrebatamento?

Nunca ninguém tinha ouvido falar sobre o arrebatamento secreto e pré-tribulacionista da igreja, nem na História Antiga, nem na Idade Média, nem na Idade Moderna e nem na Idade Contemporânea, isto até o ano de 1830, quando esta doutrina católica entrou na religião evangélica. 

Não há nenhuma menção bíblica ou apócrifa desta errônea doutrina religiosa, não há menção arqueológica, nem menção teológica, nem história. 

É mais um dos famosos dogmas fraudulentos que emburrecem o povo e bobotizam os que seguem este embuste eclesiástico. 

O arrebatamento será público, notório e visto por todos, o próprio texto de 1 Tessalonicenses declara isto, pois está escrito: Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.

Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.

Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras. 1 Tessalonicenses 4:16-18. 

Se Jesus descerá do céu com alarido ou barulho, isto quer dizer que os que não sofrerem de problema da audição, ouvirão o estrondoso barulho que ele fará na sua vinda, e tem o termo, voz de arcanjo ou seja, com um berro mais que alto, e com trombeta de Deus, isto quer dizer que será um estardalhaço barulhento que será impossível não ouvir (isto os que não sofrerem de surdes). E quando diz o texto que seremos arrebatados, quer dizer que seremos tomados, roubados, arrancados, tirados, extraídos deste mundo e em público e não secreto. 

Jesus disse: Então, estando dois no campo, será levado um, e deixado o outro;

Estando duas moendo no moinho, será levada uma, e deixada outra. Mateus 24:40,41

Isto quer dizer que haverá testemunhas oculares quando estas coisas acontecerem.


Estaremos aqui no período da Grande Tribulação?

Certamente estaremos aqui durante o período da tribulação, pois está esctiro: 

E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim.

Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares.

Mas todas estas coisas são o princípio de dores.

Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome.

Nesse tempo muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se odiarão.

E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos.

E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará.

Mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo.

E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim. Mateus 24:6-14

O texto diz claramente que estaremos aqui, está também escrito em Apocalipse 6: 

E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?

E foram dadas a cada um compridas vestes brancas e foi-lhes dito que repousassem ainda um pouco de tempo, até que também se completasse o número de seus conservos e seus irmãos, que haviam de ser mortos como eles foram. Apocalipse 6:10,11

Lemos aqui que falta mais pessoas sofrerem e morrerem por amor a Cristo para se completar o número que ele estabeleceu, claro que número este, ninguém sabe. 

Também está escrito: 

E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são, e de onde vieram?

E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro. Apocalipse 7:13,14

Obviamente que estaremos aqui no período da grande tribulação, não há dúvidas quanto a isso.


quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

O QUE É FÉ?



A palavra Fé quer dizer "Fidelidade" em latim quer dizer Fides, que significa, Fidelidade. A palavra Fé, portanto, é o diminutivo de Fidelidade, e Fidelidade quer dizer. É, portanto, ser fiel, e ser fiel significa cumprir um acordo, uma missão ou um compromisso, e pode ter vários significados, seria ser leal? Pode até ser, pois fidelidade e a lealdade são conceitos semelhantes, mas existem algumas diferenças. A fidelidade é uma atitude de quem tem compromisso com aquilo que assume, enquanto a lealdade resulta de uma decisão consciente e envolve compromisso, conexão e cuidado.

No livro de Hebreus está escrito que a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem. Hebreus 11:1, pois prova que a fé é um conceito concreto e não abstrato, se é firme, quer dizer que é uma ação, atitude e não somente acreditar, como se ensinam no fatídico sistema 

religioso. Digo isso, pois a fé exige uma prova verídica, não se pode obter uma prova daquilo que é teórico, como crer ou acreditar.

Se tem um firme fundamento, quer dizer que o resultado disso é a própria prova cabal daquilo que se diz, ou seja, eu creio (é a teoria) a fé, é a prova física desta teoria, pois também está escrito que sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam. Hebreus 11:6.

Isso remete ao compromisso em ações, atitudes e comportamentos que resultam em uma prática do resultado comprobatório, pois se é necessário que aquele que se aproxima de Deus acredite que ele exista e é presenteador (galardoador) de todo ser humano que o busca, este é o resultado, confirmando que fé é comportamento, atitude, ação.

Acreditar é somente a teoria, pois os demônios até creem em Deus e estremecem Tiago 2:19, mas não tem fé, pois eles não têm o comportamento de fidelidade, lealdade, compromisso, etc., eles não são fiéis.

Portanto, você até pode acreditar, mas não quer dizer que você tem fé, pois a fé é o resultado daquilo que você acredita, sendo assim, é melhor ter fé, pois quem tem fé, já acredita automaticamente, pois quem acredita, pode não ter fé.


KUMARBI

 


Kumarbi, também conhecido como Kumurwe, Kumarwi e Kumarma, foi um deus hurrita. Ele ocupou uma posição sênior no panteão hurrita e foi descrito como o "pai dos deuses". Ele foi retratado como um velho rei deposto dos deuses, embora isso provavelmente não refletisse a perda factual da posição do chefe do panteão na religião hurrita, mas apenas uma narrativa mitológica. Muitas vezes é assumido que ele era uma divindade agrícola, embora essa visão não seja universalmente aceita e as evidências sejam limitadas. Ele também foi associado à prosperidade. Acreditava-se que ele residia no submundo.

Várias divindades hurritas eram consideradas filhos de Kumarbi, incluindo Teshub, que ele concebeu após morder os órgãos genitais de Anu. Eles eram considerados inimigos. Em mitos que tratam do conflito entre eles, Kumarbi gera vários inimigos destinados a suplantar o deus do tempo, como o gigante de pedra Ullikummi. Kumarbi também estava intimamente associado a outras divindades que eram consideradas os "pais dos deuses" em seus respectivos panteões. Já no século XVIII a.C., ele passou a ser associado a Dagan, o deus chefe do panteão do interior da Síria na Idade do Bronze. Ambos eram associados à deusa Shalash e ao deus mesopotâmico Enlil. Do século XVI a.C. em diante, e possivelmente também antes, Kumarbi e Enlil eram vistos como equivalentes, embora não fossem necessariamente confundidos um com o outro, e pudessem aparecer como duas figuras distintas nos mesmos mitos. Uma versão trilíngue da lista de deuses de Weidner de Ugarit apresenta tanto Kumarbi quanto Enlil como os equivalentes do deus local El. Uma restauração provisória de uma versão bilíngue de Emar também pode indicar que ele poderia ser associado a Ištaran.

A adoração de Kumarbi é atestada em sítios localizados em todas as áreas habitadas pelos hurritas, da Anatólia às Montanhas Zagros, embora tenha sido argumentado que sua importância na esfera do culto era comparativamente menor. A referência mais antiga possível a ele ocorre em uma inscrição real de Urkesh do período acadiano ou Ur III, embora a leitura correta do nome da divindade pretendida seja uma questão de debate acadêmico. Ele também já é referenciado em textos de Mari do início do segundo milênio a.C. Outras atestações estão disponíveis em Ugarit, Alalakh e no reino oriental de Arrapha , onde ele era adorado em Azuḫinnu. Além disso, ele foi incorporado ao panteão hitita e, como um de seus membros, aparece em textos de Hattusa, presumivelmente refletindo as tradições de Kizzuwatna. Uma representação dele foi identificada entre os deuses do santuário Yazılıkaya. No primeiro milênio a.C. ele continuou a ser adorado em Taite, e como uma de suas divindades ele é atestado nos rituais assírios Tākultu. Ele também é atestado em inscrições luwianas de sítios como Carchemish e Tell Ahmar.

Vários mitos focados em Kumarbi são conhecidos. Muitos deles pertencem ao chamado Ciclo de Kumarbi, que descreve a luta pela realeza entre os deuses entre ele e Teshub. Os textos geralmente concordados em pertencer a ele incluem a Canção de Kumarbi (provavelmente originalmente conhecida como Canção da Emergência ), a Canção de LAMMA, a Canção da Prata, a Canção de Ḫedammu e a Canção de Ullikummi. Kumarbi é retratado neles como uma divindade intrigante que levanta vários desafiadores para depor ou destruir Teshub. Seus planos são tipicamente bem-sucedidos no curto prazo, mas, no final das contas, os adversários que ele cria são derrotados pelos protagonistas. Outros textos argumentados como também fazendo parte do ciclo incluem a Canção do Mar, a Canção do Óleo e outras narrativas fragmentárias. Kumarbi também aparece em uma adaptação de Atrahsasis, onde ele desempenha o papel que originalmente pertencia a Enlil. Mitos focados nele são frequentemente comparados a outras narrativas conhecidas da tradição de outras culturas vizinhas, como a Teogonia Mesopotâmica de Dunnu ou o Ciclo Ugarítico de Baal. Também é comumente assumido que eles foram uma influência na Teogonia, especialmente na sucessão de governantes divinos e no caráter de Cronos. Outras obras argumentadas para mostrar influências semelhantes incluem a História Fenícia de Filo de Biblos e várias teogonias órficas, como a conhecida do papiro Derveni.

No cuneiforme silábico padrão, o teônimo Kumarbi foi escrito como d Ku-mar-bi. Um byform, Kumurwe, é atestado em fontes de Nuzi.  Em textos ugaríticos escritos na escrita cuneiforme alfabética local, foi renderizado como kmrb 𐎋𐎎𐎗𐎁 ou kmrw  𐎋𐎎𐎗𐎆, vocalizado respectivamente como Kumarbi e Kumarwi.  Uma variante tardia, Kumarma, aparece em inscrições hieroglíficas Luwianas, onde é renderizada com os sinais (DEUS)BONUS, “o bom deus”.  A leitura correta foi determinada com base em uma grafia silábica identificada em uma inscrição de Tell Ahmar, (DEUS.BONUS) ku-mara/i+ra/i-ma-sa 5.

O nome de Kumarbi tem origem hurrita e pode ser traduzido como “ele de Kumar”. Embora tal topônimo não seja atestado em nenhuma fonte hurrita, Gernot Wilhelm de observa que ele mostra semelhanças com nomes hurritas do terceiro milênio a.C. e com base nisso propõe que pode se referir a um assentamento que existiu no período inicial da história hurrita, mal documentado em fontes textuais. Ele sugere que seu nome, por sua vez, remonta à raiz hurrita kum, “amontoar”. Exemplos de outros teônimos hurritas estruturados analogamente incluem Nabarbi (“ela de Nawar”) e possivelmente Ḫiriḫibi (“ele de [a montanha Ḫiriḫi”). Embora se tenha argumentado que Aštabi é um exemplo adicional, seu nome foi originalmente escrito como Aštabil em Ebla e, como tal, não pode ser considerado outro teônimo estruturalmente semelhante ao Kumarbi.

De acordo com Alfonso Archi, em vários textos hurritas o nome de Kumarbi é representado pelo sumerograma NISABA. Também era usado para se referir a Dagan.  Archi assume que ambas as convenções dos escribas tinham a mesma origem. Em dialetos ugaríticos e relacionados, o nome de Dagan era um homófono da palavra para grão, com ambos escritos como dgn ( 𐎄𐎂𐎐 ) em textos alfabéticos ugaríticos, e a escrita logográfica de seu nome e do de Kumarbi como d NISABA era provavelmente um exemplo de jogo de palavras popular entre os escribas, que neste caso se baseava na estreita associação entre esses dois deuses e no fato de que o nome de Nisaba poderia funcionar como uma metonímia para grão. Lluís Feliu com base nas atestações desta escrita da Anatólia sugere que ela refletia uma conexão com a divindade hitita dos grãos Ḫalki, que da mesma forma poderia ser representada pelo mesmo sumerograma.  Um exemplo anatólio do uso de d NISABA para designar Kumarbi foi identificado em uma lista de oferendas que trata das divindades adoradas na cidade hitita de Durmitta. Apesar do caráter diferente das duas divindades, também há evidências do uso do nome de Ḫalki como um logograma para se referir a Kumarbi.

Os textos hurritas referem-se a Kumarbi como o “pai dos deuses”. Volkert Haas interpretou isso como uma indicação de que ele era considerado uma divindade criadora. Sua posição no panteão hurrita era alta, como refletido por seu epíteto ewri, “senhor”. Nos mitos, ele era retratado como um velho rei deposto dos deuses, substituído por seu filho Teshub, embora se presuma que esta seja uma narrativa etiológica fictícia que explica a estrutura do panteão hurrita, em vez de um reflexo de uma perda de importância às custas de outra divindade.  No entanto, foi argumentado que a relação entre eles pode ter se desenvolvido originalmente como uma forma de harmonizar dois panteões locais originalmente distintos. 

É frequentemente assumido que Kumarbi estava associado a grãos. No entanto, Lluís Feliu aponta que a evidência direta de seu suposto caráter agrário está atualmente limitada ao fato de que o sumerograma d NISABA era às vezes usado para escrever seu nome, e a identificação de uma planta que ele segura no relevo Yazılıkaya como uma espiga de grão. A crítica de Feliu a essa caracterização é apoiada por Alfonso Archi, que aponta que o símbolo da orelha não é usado em nenhum outro lugar, e pode representar apenas um jogo de palavras que faz referência à convenção dos escribas de usar o nome da divindade hitita diferente Ḫalki como um logograma que designa Kumarbi. Feliu aponta que muitos argumentos a favor da interpretação de Kumarbi como um deus agrícola são baseados em raciocínio circular, especificamente na suposição de que se Dagan, intimamente associado a ele, tinha caráter agrícola, ele também tinha.  No entanto, Dagan era considerado um deus da prosperidade amplamente compreendida, em vez de especificamente da agricultura. O próprio Kumarbi foi invocado em associação com a prosperidade em inscrições hieroglíficas Luwian do primeiro milênio a.C. 

O submundo poderia ser considerado a morada de Kumarbi,  como indicado, por exemplo, por um encantamento segundo o qual a água de uma fonte localizada sob seu trono “atinge a cabeça da deusa Sol da Terra ”, embora ele não fosse um deus do submundo no sentido estrito. 

Um único texto hitita, KUB 59.66, menciona uma “estrela de Kumarbi”, que Volkert Haas propôs identificar com o planeta Saturno

Presume-se que o pai de Kumarbi era Alalu. Uma declaração direta confirmando essa relação foi identificada no texto KUB 33.120 (I 19: d Kumarbiš d Alaluwaš NUMUN-ŠU ).  É tipicamente traduzido como “Kumarbi, o descendente de Alalu”.  Outra evidência que apoia a visão são seções de tratados enumerando deuses invocados como suas testemunhas divinas, nas quais eles poderiam ser listados em sequência. Ambos aparecem, por exemplo, no tratado entre o rei hitita Muwatalli II e Alaksandu de Wilusa. O mito que estabelece a relação entre eles, o Canto de Kumarbi, aparentemente envolve duas “dinastias” de divindades competindo pela realeza.  Essa suposição, no entanto, não é universalmente aceita.  Uma interpretação alternativa é ver Alalu como o pai de Anu, que reinou entre Alalu e Kumarbi como o rei dos deuses, e avô de Kumarbi.  No entanto, Christian Zgoll, que apoia esta teoria, admite que é difícil provar.  Ele, no entanto, questiona a noção de duas dinastias separadas e argumenta que nenhum outro exemplo de um mito teogônico envolvendo duas famílias divinas é conhecido.  No entanto, de acordo com Wilfred G. Lambert, a sucessão envolvendo mestre e servo em vez de membros de uma família não é totalmente desconhecida e, além do relato da derrubada de Anuy por Kumarbi, outro exemplo pode ser uma seção da Teogonia de Dunnu focada em uma figura sem nome aparentemente rotulada como um servo (ṣiḫru) em vez de filho (mār) do deus que ele depõe. 

Shalash pode ser vista como a esposa de Kumarbi. Ela foi originalmente associada a Dagan, como já atestado em textos de Ebla, e a ligação entre ela e Kumarbi foi um desenvolvimento posterior. No entanto, a evidência que associa Shalash a Kumarbi também é usada como um argumento a favor da continuidade de sua associação com Dagan. Na coluna hurrita de uma edição multilíngue da lista de deuses de Weidner de Ugarit, uma deusa chamada Ašte Kumurbineve, literalmente "esposa de Kumarbi", aparece em vez disso. No entanto, de acordo com Aaron Tugendhaft, ela é uma das divindades atestadas nele que seriam consideradas "invenções acadêmicas puras" destinadas a imitar pares mesopotâmicos de deuses principais e suas esposas com nomes etimologicamente relacionados, como Anu e Antu. Nos mitos, Kumarbi aparece sem esposa. 

Teshub era considerado filho de Kumarbi, concebido depois que ele mordeu e engoliu os órgãos genitais de Anu. Gary Beckman afirma que o deus do tempo pode, portanto, ser considerado um descendente de ambas as linhagens de deuses presentes na Canção de Kumarbi.  Devido às circunstâncias da concepção do deus do tempo, um hino hurrita se refere a Kumarbi como sua mãe: 

Tu és o forte, que eu (louvo), o bezerro de Anu! Tu és o forte, que eu (louvo), teu pai Anu te gerou, tua mãe Kumarbi te trouxe à vida. Para a cidade de Aleppo eu o convoco, Teššop, para o trono puro. 

Noga Ayali-Darshan observa que a relação entre Kumarbi e Teshub foi retratada como “disfuncional” na mitologia hurrita. Os outros filhos de Kumarbi concebidos da mesma forma foram Tašmišu e o rio Tigre, conhecido pelos hurritas sob o nome de Aranzaḫ ou Aranziḫ. Embora Šauška fosse considerada irmã de Teshub e Tašmišu, ela não é mencionada entre os filhos de Kumarbi na Canção de Kumarbi, embora de acordo com Marie-Claude Trémouille isso possa ser simplesmente o resultado de seu estado incompleto de preservação. Ela, portanto, argumenta que, no entanto, pode-se presumir que esta divindade também foi um dos filhos de Kumarbi e Anu. No entanto, de acordo com o tratamento recente de Gary Beckman sobre Song of Kumarbi, o texto afirma explicitamente que o deus homônimo foi impregnado com apenas três divindades. 

Nos mitos que tratam de seu conflito com Teshub, Kumarbi também é o pai de vários oponentes do deus do tempo, como Ullikummi, Ḫedammu e Silver. ​​A mãe de Ḫedammu era Šertapšuruḫi de, uma filha do mar deificado. Silver nasceu de uma mulher mortal. Ullikummi foi o produto da "união sexual de Kumarbi com um enorme penhasco" de acordo com Harry Hoffner, embora Daniel Schwemer presuma que a passagem que descreve sua concepção alude a uma deusa relacionada às pedras. Os dois primeiros desses três filhos de Kumarbi aparecem juntos em um texto ritual (KUB 27.38) que afirma que ele planejou que ambos se tornassem o rei dos deuses. O texto coloca o chamado “determinativo divino ”(dingir) antes do nome de Ḫedammu, mas não Silver. Ambos também são descritos com os termos šarra, usados ​​para se referir a governantes míticos e deificados e ewri, que designavam reis não sobrenaturais. 

Como todos os outros grandes deuses hurritas, acreditava-se que Kumarbi era servido por um “vizir” divino, Mukišānu de. Seu nome foi derivado do topônimo Mukiš. Um único texto de Ugarit descreve Šarruma como a divindade que desempenha esse papel, mas ele é melhor atestado em associação com Ḫepat e Teshub.  Nos mitos pertencentes ao Kumarbi também é auxiliado pelo mar deificado, que atua como seu conselheiro. Em Song of Ḫašarri, é feita uma referência a um grupo de divindades errantes chamadas de "Sete Olhos de Kumarbi", possivelmente análogo a Ḫutellurra. O círculo de divindades associadas a ele incluía adicionalmente os chamados“ antigos deuses”, chamados ammadena enna em hurrita e karuilieš šiuneš em hitita. Eles eram retratados como seus ajudantes nos mitos. No entanto, o mesmo grupo de divindades também poderia ser afiliado a Allani.

Kumarbi estava intimamente associado a Dagan, o deus principal do panteão do interior da Síria na Idade do Bronze. A associação remonta pelo menos ao século XVIII a.C. Foi proposto que o caráter de Kumarbi foi em parte influenciado por ele, ou mesmo que ele se desenvolveu originalmente como a contraparte hurrita desse deus. Na Assiriologia, a identificação desses dois deuses foi apontada pela primeira vez por Emmanuel Laroche. Equações diretas entre Dagan e Kumarbi estão ausentes das listas de deuses, mas outras evidências a favor da identificação dos dois estão disponíveis, incluindo sua posição semelhante nos respectivos panteões como os “pais dos deuses” e especialmente o deus do tempo, e sua associação compartilhada com Shalash e Enlil. Além disso, Tuttul, o centro de culto de Dagan, é mencionado como uma cidade associada a Kumarbi no Canto de Ḫedammu. Às vezes, também se presume que Kumarbi poderia ser diretamente referida como “Dagan dos Hurrianos”. No entanto, essas suposições se baseiam na leitura proposta de uma única inscrição de Terqa do final do período da Antiga Babilônia, na qual Šunuḫru-ammu, um governante do reino de Khana, menciona o sacrifício que fez a Dagan ša ḪAR- ri .  A proposta de que o epíteto deveria ser interpretado como ša Ḫur-ri, “dos hurritas”, foi originalmente feita por Ignace J. Gelb , e posteriormente encontrou apoio de autores como Volkert Haas, Ichiro Nakata, Karel van der Toorn  e Alfonso Archi. No entanto, Lluís Feliu argumenta que deveria ser lido como ša ḫar-ri com base em uma referência a um epíteto semelhante de Dagan, en ḫa-ar-ri, em um texto de Emar, e descarta uma referência aos hurritas ou Kumarbi como intenção. 

Já no século XVI a.C., Kumarbi também começou a ser equiparado ao deus mesopotâmico Enlil, devido a ambos serem considerados os “pais dos deuses” em seus respectivos panteões. A tradição pode ter sido mais antiga, possivelmente remontando ao final do terceiro milênio a.C. Lluís Feliu propõe que uma linha danificada da lista de deuses posterior An = Anum, que descreve uma divindade cujo nome não é preservado como “Enlil de Subartu”, pode se referir a Kumarbi. No entanto, Enlil e Kumarbi são, na maior parte, tratados como duas figuras separadas nos mitos hurritas, por exemplo, na Canção de Kumarbi, Enlil e Ninlil estão entre as divindades convidadas pelo narrador para ouvir a história de Kumarbi, enquanto na Canção de Ullikummi, Enlil faz uma breve aparição para comentar sobre o plano de Kumarbi de criar o monstro homônimo para destruir Teshub. Alfonso Archi observa adicionalmente que a noção de equivalência entre os dois era aparentemente desconhecida dos hititas, embora as fontes hititas indiquem a consciência de ambos como divindades individuais. Ele conclui que a associação entre eles deve ser entendida como um exemplo do que ele considera “tradução” de divindades com posições semelhantes, destinadas a facilitar a compreensão de diferentes panteões, em vez de sincretismo.

A versão trilíngue da lista de deuses de Weidner de Ugarit, além de igualar Kumarbi a Enlil, também o apresenta como análogo a El, um deus que no panteão local cumpria um papel semelhante ao de Dagan no interior da Síria. No entanto, também são conhecidos textos rituais onde os dois aparecem como figuras separadas. Franks Simons sugeriu adicionalmente que uma edição bilíngue da mesma lista de deuses conhecida de Emar poderia igualar Kumarbi ao deus mesopotâmico de alta patente, mas pouco conhecido, Ištaran, possivelmente também devido ao seu suposto papel como um “pai dos deuses”. O teônimo que ele restaura como Ištaran é renderizado logograficamente como KA.DI.DI em vez do esperado KA.DI, que ele argumenta representar um erro ditográfico (duplicação desnecessária de um sinal), enquanto a restauração do nome de Kumarbi depende da presença dos sinais KU.MA na seção hurrita da mesma entrada, o que pode refletir a grafia de seu nome usada em Nuzi. Ele sugere que esta equação não necessariamente contradiria o fato de que a cópia de Ugarit iguala Kumarbi a Enlil, já que o tamanho menor do panteão hurrita exigia o uso das mesmas divindades como traduções de múltiplas divindades mesopotâmicas em listas de deuses, como é evidente no caso de Šimige , equiparado a Utu e Lugalbanda em tal contexto. No entanto, tem sido questionado se as edições multilíngues da lista de deuses de Weidner podem ser consideradas uma fonte precisa de informações sobre a religião hurrita.