Durante o Século XIX o mundo conheceu o pior aspecto da ciência. Escritores, filósofos e cientistas desenvolveram, desenvolveram ou apoiaram ideias e teorias para justificar assassinatos em massa durante muito tempo. Mais tarde, no século XX, essas teorias seriam usadas para mais e mais assassinatos de supostos seres humanos de raças inferiores.
Em 1820, o médico médico Dr. Robert Knox de Edimburgo (1791-1862) era o mais importante cientista racial da Inglaterra.
Baseado tão somente em estudos de esqueletos, cadáveres e sobretudo de crânios, ele criou, com muita acessibilidade as bases para um novo tipo de racismo. O racismo científico.
Robert Knox caiu em desastres em meados dos anos 1820 acusado em um escândalo de roubo de cadáveres, fugindo da Grã-Bretanha.
Ele comprou cadáveres de dois bandidos pé de chinelo que ao ver que poderiam vender defuntos para o Dr. Knox tornou-se uma dupla de serial killers.
Existe uma espécie de pousada para viajantes, pequena e barata, eles trabalhavam como cobradores de aluguel ou das diárias desta pensão. Aproveitavam-se de que os hóspedes eram viajantes desconhecidos os assassinavam para vender seus corpos sem vida para o Dr. Robert Knox; os preços variavam entre 7 e 10 libras algo como entre 500 e 800 dólares hoje em dia, muito dinheiro para a época. Entre 16 e 20 pessoas foram mortas pela dupla e seus corpos foram comprados por Knox.
Os assassinos foram descobertos por um hóspede que retornou por ter esquecido um par de meias em um dos quartos, ela francesa foi acompanhada do marido e ao procurar a meia sob a cama viu um dos cadáveres.
Os dois assassinos foram presos; um dos assassinos fez um acordo com a justiça: ele ficaria livre de qualquer acusação contas casose toda a verdade.
Ele denunciou o amigo e o Dr. Robert Knox.
O amigo foi forçado, suas últimas palavras foram:
E o doutor?
Nada vai acontecer com ele?
O assassino que fez o acordo, mais tarde foi perseguido por uma multidão enraivecida, caiu em um poço de cal, ficou caolho e morreu na miséria, provavelmente de fome. Robert Knox caiu em desgraça, nunca mais exerceu a medicina, trabalhou como jornalista e ficou na obscuridade por muito tempo.
Em 1840 O Dr. Knox volta ao cenário do Racismo Científico com a publicação do livro: The races of man: a fragment ( As raças humanas: um fragmento ... ou As Raças do homem: Um Fragmento…).
Neste livro, dentre muitas afirmações podemos destacar:
"…Que a raça decidida de tudo nos negócios humanos é simplesmente um fato, o fato mais notável, mais geral que a filosofia jamais anunciou. A raça é tudo: a Literatura, a Ciência, a Arte [...] a civilização dela depende..."
"...As raças negras podem ser civilizadas? Eu devo dizer que não..."
"...Agora, esteja a Terra superpopulosa ou não, uma coisa é certa, os fortes sempre irão se apoderar das terras e das propriedades dos fracos. Estou convencido de que esta conduta não é, em absoluto, incompatível com a moral mais elevada e mesmo com o sentimento cristão..."
"...A raça saxônica jamais as tolerará, jamais se miscigenará e jamais viverá em paz. É uma guerra de extermínio..."
(As instruções acima são de Robert Knox, The Races of Men Philadelphia, PA: Lea & Blanchard, 1850 )
Olha, escrever sobre a “raça saxônica” é muito difícil e complicado. Eu já assisti uma palestra gravada onde um historiador proeminente disse:
“…Ninguém sabe verdadeiramente quem foram os saxões…”
Mas a história formal está repleta de referências à Saxônia.
A Saxônia
O termo “saxão” vem do proto-germânico “ sahsan ”, que significa “faca”.
As referências mais antigas e de certa forma confiáveis são do século VIII onde o Monge Beda (monge beneditino), conta que no início do século V, três tribos germânicas invadiram e colonizaram o sul e o leste da Grã-Bretanha: Os Angles (Anglos), que provavelmente vieram de Angeln (em alemão moderno).
A palavra Inglaterra em inglês England viria do inglês antigo Engla land ou Ængla land.
Os saxões, uma tribo hoje conhecida como a "Baixa-Saxônia" (em alemão moderno: Niedersachsen ).
E os Jutos possivelmente uma tribo da península da Dinamarca chamada de Jutlândia (em dinamarquês moderno: Jylland).
Como podemos ver, é tudo na base do “possivelmente”, “provavelmente” do “talvez”.
Há séculos os ingleses tentam encontrar provas de uma origem “nobre”, “heroica” “uma raça superior” ou um “berço nobre” para os seus antepassados. O fato é que a ilha hoje chamada de Inglaterra foi invadida por todos os lados e por vários povos ao longo dos séculos. O principal povo invasor foram os romanos, que não só invadiram, mas colonizaram e se fixaram lá por mais de 400 anos. No século XXI, é no mínimo ridículo querer falar sobre raça pura na Inglaterra ou em todo o Reino Unido e no século XIX era igualmente ridículo.
A hipocrisia do chamado Racismo Científico não estava restrita à Inglaterra.
Nos Estados Unidos um médico chamado Samuel George Morton especialista em crâniologia liderou um grupo que reunia crânios de diversas “raças” para fazer comparações; Esses estudos eles afirmavam que os crânios das raças tinham vários tamanhos e que quanto maior o tamanho, maior o cérebro, quanto maior o cérebro maior a inteligência e a capacidade de evolução, sobrevivência, liderança etc.
Dando prosseguimento às suas teorias, eles fizeram as mesmas comparações com crânios de outras espécies de animais, e encontraram (é óbvio) vários tamanhos de crânios no reino animal e decidiram que o animal com maior caixa craniana era mais inteligente e mais evoluído que o animal com menor caixa craniana e menor cérebro. Sendo assim, o ser humano com uma caixa craniana menor, tinha um cérebro menor e portanto era menos evoluído, podendo segundo suas consequências, nem ao menos ser considerado humano, estando próximo a um animal irracional.
Darwinismo Social
Charles Darwin, pesquisador e autor do livro A Origem das Espécies, mostra que na natureza existe uma certa posição entre as espécies; o animal, seja um inseto ou um mamífero mais especializado, “vence” e supera o animal menos especialista.
Assim, o evolucionismo de Darwin foi usado como desculpa para justificar o expansionismo branco sobre as outras raças.
O raciocínio foi o seguinte: se na natureza o animal mais forte vence o mais fraco por ser mais especializado, por que negar isso ao ser humano?
O branco (seja pequeno ou não) se expande porque é mais especializado, mais inteligente e elimina as raças mais fracas, é apenas uma consequência, e uma consequência muito natural. Os partidários dessas teorias ficaram conhecidos como Darwinistas Sociais.
Thomas Henry Huxley 1825-1895
O biólogo inglês Thomas Henry Huxley ganhador da medalha de ouro em anatomia e fisiologia pela Universidade de Londres, descobridor de uma camada interna dos fios de cabelos (a camada de Huxley) descobridor de novas amostras de animais (na Austrália e Nova Guiné), o criador do termo agnosticismo, chamado de O Buldogue de Darwin era defensor do Darwinismo social.
No Brasil também houve defensores do Darwinismo Social.
As Conferências Populares da Glória:
Foram reuniões públicas realizadas no Colégio Estadual Amaro Cavalcanti (a época chamava-se escola da Freguesia da Glória), que na verdade fica localizada no Largo do Machado no Bairro do Catete (tudo muito próximo, para você que não conhece o Rio de Janeiro).
Essas reuniões foram organizadas pelo conselheiro Manoel Francisco Correa (1831-1905), que foi advogado, senador do império, deputado geral em três mandatos, foi presidente da província de Pernambuco Manoel Francisco Correa(equivalente a governador do estado hoje em dia), sócio fundador da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Formado em Humanidades na Faculdade de Direito de São Paulo, foi agraciado com a grã-cruz da ordem da Conceição de Vila-Viçosa e de Cristo de Portugal, além da ordem da coroa de ferro da Áustria e de Sant´anna da Rússia.
Ele criou as Conferências Populares da Glória em 1873 com o objetivo de propagar as ciências, as artes e a literatura na capital do Império Brasileiro. Políticos, médicos, advogados, escritores, jornalistas, parlamentares, além do Imperador Dom Pedro II e da Família Imperial, assistem às conferências que ocorriam aos domingos pela manhã.
As teorias de Charles Darwin foram apresentadas pela primeira vez nas Conferências da Glória pelo médico Augusto Cezar de Miranda Azevedo (1851-1907) em 1875.
O tema da palestra foi: Darwinismo: Seu Passado, Seu Presente, Seu Futuro.
Augusto Cezar de Miranda Azevedo 1851-1907
Foi médico, historiador, jornalista e político, primeiro redator da Revista Médica do Rio de Janeiro, presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo (1897-1898), foi deputado estadual em São Paulo e um republicano fervoroso.
Defendeu uma tese acadêmica com o título: Do darwinismo: "É aceitável o aperfeiçoamento completo das espécies até o homem?"
Nas Conferências Populares da Glória, o Dr. Augusto Cezar Miranda Azevedo, destacou que o Darwinismo “… forneceria o instrumental para se pensar e resolver os problemas da sociedade brasileira…” e ele ao divulgar as ideias de Darwin estaria prestando um "serviço à pátria e ao povo".
Tinha uma proposta de aplicação prática das teorias de Darwin que seria na convocação para o Serviço Militar!
Ele alegou que os melhores, os mais saudáveis foram levados para o campo de batalha enquanto os deficientes, e os fracos foram levados para procriar e isso é claro dentro de sua ideologia gerou brasileiros mais fracos e doentes. O Dr. Augusto Cezar Miranda de Azevedo acreditava assim como todos os adeptos do Darwinismo Social que havia uma condição na espécie humana, haveria os sadios, os fortes, os inteligentes e em contrapartida haveriam os fracos, os doentes e os menos inteligentes e capazes.
Segundo ele, os inferiores gerariam filhos predestinados a serem inferiores e os superiores predestinados a terem descendentes superiores. Seria um “determinismo hereditário”.
Em 1918 foi fundada A Sociedade Eugênica de São Paulo; assim, o Brasil tornou-se o primeiro país da América do Sul a ter um movimento eugênico organizado.
Em 1931 foi criado o Comitê Central de Eugenismo , presidido por Renato Ferraz Kehl e Belisário Penna que propôs o fim da imigração de não-brancos, para: "prestigiar e auxiliar as iniciativas científicas ou humanitárias de caráter eugenista que sejam dignas de consideração " (Revista Brasileira de Enfermagem).
Herbert Spencer 1820-1903
Foi um economista e filósofo positivista inglês que defendeu o Darwinismo Social com unhas e dentes, mesmo sem nunca ter usado a expressão Darwinismo Social ele é considerado o pai da sistematização desta crença.
Não podemos esquecer que o positivismo foi uma escola filosófica que contribuiu para a proclamação da república no Brasil.
É dele a expressão: "sobrevivência do mais apto ".
O Darwinismo Social foi usado para explicação ou justificação de inúmeras políticas genocidas nas colônias europeias na África, América do Sul, América do Norte e na Índia, a aniquilação por completa de sociedades tidas como inferiores ou a dizimação de raças e culturas quase que por completa: malaios, tasmanianos (na Tasmânia, Austrália) , índios norte-americanos, indianos e povos africanos como por exemplo os hererós na Namíbia ; e mais tarde já no século XX, os judeus na Europa.
Milhões de seres humanos das assim chamadas “raças inferiores” foram mortos, em geral, brutalmente ou de fome e sede.
Edward Robert Bulwer-Lytton 1831-1891
Era adepto do darwinismo Robert Bulwer Lyttonsocial, ficou famoso entre outras coisas por ter organizado e ofereceu um banquete para mais de 60.000 pessoas em 1876, (considerado por muitos como a maior festa do mundo), enquanto no mesmo ano na Índia mais de 10 milhões de pessoas morriam de fome literalmente nos territórios populares pelos outros, pessoas cometeram canibalismo, venderam suas filhas por um pedido de arroz e muitos, cometeram Enquanto o suicídio Lytton e seus convidados se empanturravam por mais de uma semana com o
que foi considerado o maior banquete da história. (leia o artigo.
O sucesso estupendo dos genocídios cometidos pelos europeus em continentes longínquos não tardou a voltar-se para dentro do seu próprio seio. Raça e classe evoluíram para se confundir; o conceito de que raça e classe eram a mesma coisa, começou a se fundir e não demorou para que o “Darwinismo Social” se tornasse uma ciência discriminatória não apenas de raças específicas inferiores, mas também de classes inferiores ainda que essas raças construídas e vivem no bairro ao lado.
Começaram a enxergar a inferioridade do ser humano nas classes operárias de suas próprias cidades e países.
Na Inglaterra, desde muitos séculos, existem referências aos Cockneys.
Seria impossível aqui, explicar corretamente todos os aspectos que envolvem os Cockneys; livros, tratados etimológicos e léxicos já foram escritos sobre o assunto. Vou tentar resumir em poucas palavras o que é um cockney; entre muitíssimas aspas, com uma comparação tosca sem muitos refinamentos de minha parte; Peço antecipadamente mil perdões por qualquer correção minha ou se por acaso ferir alguma suscetibilidade:
Seria de uma maneira geral, como o nosso caipira interiorano, de fala diferente da população em geral; às vezes falando errado, a maioria dos trabalhadores em empregos simples, às vezes braçais e sem necessidade de muito estudo.
Bom, os Cockneys da Inglaterra não são emigrantes, são filhos da própria terra. Logo que as políticas genocidas justificadas pelo Darwinismo Social deram certo, os Darwinistas Sociais se voltaram para Londres e os Cockneys. Começaram a estudar seus crânios e mapear onde viviam e é claro chegaram à conclusão de que eram mais violentos que os outros ingleses e menos capazes, menos inteligentes.
Um cientista que passou a visitar as cadeias para estudar as cabeças dos criminosos e estabelecer uma relação de classe-raça inferior foi Francis Galton (1822-1911) nada mais nada menos que primo de Charles Darwin.
Francis Galton 1822-1911
Inteligentíssimo, seu QI foi estimado em 200. Foi matemático, escritor de sucesso (produziu mais de 340 artigos e livros em sua vida), explorador (viajou por toda a África fazendo descobertas científicas), antropólogo, meteorologista, inventor (principalmente de instrumentos de medição meteorológica) e estatístico.
Era um pesquisador voraz e dentre suas áreas de interesse estavam algumas muito interessantes para um racismo científico; veja algumas delas:
Ele desenvolveu pesquisas sobre a distribuição geográfica da beleza.
Pesquisou e escreveu sobre as flores digitais.
Ele também criou o conceito estatístico (usado até hoje) de esclarecimento; a regressão em direção à média (ótimo para explicar matematicamente coisas injustificáveis na prática).
Ok, escrevi também sobre: moda, levantamento de peso, a eficácia das orações religiosas, inventou aparelhos diversos como um abridor de cadeados, periscópios e um tipo de impressora precursora do teletipo. Mas o assunto aqui é racismo científico. (para mim, pouco importa se ele foi o maior gênio que a humanidade conheceu, no meu entender ele foi um imbecil).
Galton foi o primeiro a usar métodos estatísticos para o estudo das diferenças humanas de inteligência (segundo ele e os Darwinistas Sociais, essas diferenças são hereditárias).
Formulários questionários para coleta de dados sobre as comunidades humanas para seus estudos antropométricos com o intuito explícito de corroborar suas teses racistas, mas sempre acompanhados de subterfúgios como genealogias e biografias. Criou a psicometria (a ciência da medição de faculdades mentais) e a psicologia diferencial. (mais tarde a psicometria foi desvirtuada ou usada como sendo (ou se tornando) uma faculdade paranormal, a capacidade de “enxergar” imagens e sentir vibrações a partir de objetos.
Como primo de Charles Darwin evidentemente era especialista em seus livros e teorias (Origem das Espécies) e como outros, acreditava que o que se pudesse aplicar no reino animal, poderia e deveria ser aplicado ao ser humano.
Francis Galton acreditava que a “raça” humana poderia ser melhorada caso fossem evitados “cruzamentos indesejáveis”.
Propõe o desenvolvimento de testes de inteligência para selecionar homens e mulheres, destinados à reprodução seletiva.
Sendo assim, Francis Galton criou em 1883 o termo Eugenia, que significa "bem nascido". Galton definindo da seguinte maneira para Eugenia:
“… É o estudo dos agentes sob o controle social que pode melhorar ou empobrecer as qualidades raciais das futuras gerações seja física ou mentalmente…”
O que aconteceu é que Francis Galton estava muito preocupado com o crescimento das chamadas classes inferiores e a estabilização do crescimento da classe média e das classes abastadas da qual ele fazia parte como homem riquíssimo, filho de um próspero banqueiro. Com o crescimento das “classes inferiores” o que estava acontecendo era o contrário da Teoria de Darwin: Os inferiores não só sobreviveram como estavam se proliferando.
A Eugenia, a ciência criada por Francis Galton, propunha o incentivo ao aumento da natalidade nas aulas médias e alta e prevenção da procriação das “classes inferiores” e dos criminosos.
O fato é que a eugenia foi amplamente aceita pelos cientistas; era moderna, era “científica”.
No final do século XIX e mesmo em boa parte do século XX muitos entusiastas da eugenia e eugenistas declararam que tinham orgulho disso.
George Bernard Shaw 1856-1950
Foi membro da Sociedade Fabiana junto com HG Weels, Escreveu Pigmaleão ( Pygmalion ou My Fair Lady ) onde fica evidente sua análise sobre as classes ou se preferir, raças.
No Documentário O Soviét. Na história de Edvins Snore, Bernard Shaw aparece defendendo o nazismo e o extermínio de todos os "parasitas sociais", pessoas não adaptadas e inúteis para a sociedade. Foi acusado (no mesmo documentário) de ter feito um apelo através do Jornal Listener (em 1933) para que os químicos desenvolvessem um gás letal com a finalidade de matar seres humanos "inadequados". foi ganhador do Prêmio Nobel e do Oscar.
Herbert George Wells 1866-1946
Foi membro da Sociedade Fabiana junto com George Bernard Shaw e foi aluno de biologia de Thomas Henry Huxley um dos precursores do Darwinismo Social como comentei acima.
Conhecido mundialmente por sua obra literária como os romances: A Máquina do Tempo, O Homem Invisível e A Guerra dos Mundos; todos os best-sellers e todos os sucessos também no cinema.
O livro a Guerra dos mundos foi transposto para a rádio em 1938 por Orson Welles; Essa transmissão radiofônica ficou famosa mundialmente por provocar pânico nos ouvintes, que imaginavam estar enfrentando uma invasão real de extraterrestres.
Philipp Eduard Anton von Lenard 1862-1947
Alemão nascido na Hungria, Prêmio Nobel de Física de 1905 por suas pesquisas sobre os raios catódicos e a descoberta de muitas de suas propriedades.
Após ler alguns artigos de Albert Einstein fiquei indignado por Einstein ser um teórico e não um experimentador como ele.
Escreveu vários artigos denegrindo Albert Einstein e acabou o desafiando para um debate público.
instein aceitou o desafio, e mais que isso, arrasou com Lenard e levou a placa a acreditar que seu opositor era algo como um dinossauro da ciência.
Isso enfureceu Philipp Lenard que desde este momento passou a hostilizar publicamente Einstein chamando-o de judeuzinho ridículo e coisas mais "fortes" que isso.
Mais tarde Philipp Lenard filiou-se ao Partido Nazista tornando-se um exemplar nazista além de Eugenista iluminado.
Infernizou a vida de Albert Einstein a tal ponto que só restou uma saída ao físico alemão: Fugir para os EUA.
Frase de Philipp Lenard Prêmio Nobel de Física de 1905: Existem duas ciências a verdadeira ciência: lógica, comprovável e praticável e a ciência judaica: fantasiosa e absurda.
Winston Leonard Spencer Churchill 1874-1965
Foi um defensor da higiene racial; isso fica evidente na matéria da Times Magazine escrita por Paul Gray em 11 de Janeiro de 1999 intitulada “ Cursed by Eugenics” (Amaldiçoado pela Eugenia). Não posso reproduzir aqui trechos desta matéria em função de problemas de direitos autorais.
Eugen Fischer 1874-1967
Em 1908 um “cientista” eugênico chamado Eugen Fischer, (a palavra eugenia nada tem a ver com o nome Eugenio ou Eugen como vimos acima) diretamente para a cidade de Rehoboth na Namíbia.
Fischer e um guia de assistentes passaram meses fotografando, medindo e examinando os habitantes de Rehoboth.
Todas as pesquisas de Eugen Fischer estão arquivadas em uma repartição pública da Namíbia até hoje: Fotos, medidas de rostos e crânios e ainda páginas e mais páginas de estudos racistas querendo provar a inferioridade do povo negro africano e que se miscigenado ao do homem branco com o povo negro africano o gene africano negro irá prevalecer e o resultado será, por mais branco que seja, um ser humano inferior. Mais tarde, Eugen Fischer trabalhou para os nazistas como veremos mais adiante.
Após esses estudos, a confirmação de Eugen Fischer foi as alturas e o país que mais gostou, desenvolveu e financiou muitas de suas ideias e teorias foi os Estados Unidos.
Nos Estados Unidos no início do século XX a Eugenia cresceu sem controle, sobretudo com investimentos maciços nestes estudos por parte da elite dominante.
O dinheiro arrecadado pelos eugenistas norte-americanos foi usado por um dos eugenistas americanos mais infames que existiam naqueles pais: Charles Davenport.
Charles Benedict Davenport 1866-1944
Foi Doutor em biologia com pós-graduação em zoologia, professor de zoologia na Universidade de Harvard, especialista em taxonomia, entusiasta da biometria (não a biometria eletrônica de hoje, usada para identificação de pessoas para que esses tenham acessos a sistemas informatizados e sim a medida de seres humanos, ossos, crânios, dimensões metálicas, para fins de classificação dos seres humanos em superiores e inferiores), foi diretor do Cold Spring Harbor Laboratory.
Charles Davenport, foi responsável diretamente pela esterilização de mais de 60.000 seres humanos nos EUA (cerca de 50% no Estado da Califórnia), mais outras tantas centenas de milhões de pessoas, todos considerados por ele como “impróprios” a se reproduzirem. Foi o americano de maior influência no Holocausto na Europa. Foi o criador e fundador do Escritório de Registros Eugênicos (1910). Escreveu o livro A Hereditariedade em Relação a Eugenia que foi leitura obrigatória em várias faculdades por anos a fio. Com esse currículo foi eleito para ocupar uma cadeira na Academia Nacional de Ciências Norte-Americana. Em 1925, junto com Eugen Fisher (citado acima), foi fundador da IFEO, Federação Internacional das Organizações de Eugenia.
Em 1912 foi fundado o Comitê Internacional de Eugenia , presidido pelos EUA, e o centro eugênico em Cold Spring Harbor era base de treinamento de eugenistas do mundo todo.
Davenport manteve ligações públicas com várias instituições nazistas, antes e durante a Segunda Guerra Mundial, escreveu em jornais alemães de cunho racista, apoiou direta ou indiretamente as ideias de limpeza étnica perpetradas pelos alemães nazistas. Para o público americano no entanto, dizia ser contra o nazismo.
Com o apoio das elites norte-americanas a Eugenia tomou proporções quase religiosas; inclusive tendo o seu próprio “Credo”.
O Credo Eugênico:
Eu acredito no esforço para elevar a raça humana para um plano mais elevado da organização social, no trabalho cooperativo e no esforço eficaz para tanto.
Eu acredito que sou o administrador do germoplasma que eu carrego e que este foi passado a mim através de milhares de gerações antes de mim, e que eu não posso trair essa confiança, se eu assim agir, como para prejudicá-lo, com suas excelentes possibilidades, ou, por motivos de conveniências pessoais, limitarei indevidamente a meu perfil.
Eu acredito que, tendo feito minha escolha em um casamento com cuidado, nós, o casal, devemos procurar ter de 4 a 6 crianças, a fim de que nosso germoplasma cuidadosamente selecionado seja reproduzido em grau adequado e que essa ação preferencialmente não deve ser inundada por outros menos cuidadosamente selecionados.
Eu acredito em uma seleção de imigrantes que não tende a adulterar o nosso germoplasma nacional com traços socialmente inaptos.
Eu acredito na repressão de meus instintos quando a seguir os seria ferir a próxima geração.
No Escritório de Registros Eugênicos, dirigido por Charles Benedict Davenport, surgiu a identificação das raças e das classes americanas consideradas geneticamente inaptas (com a desculpa de defender a “saúde e a pureza da raça branca”); Após identificadas, essas classes e raças eram monitoradas e suas vidas e fertilidade passando a ser controladas pelo Estado com o aval de renomados cientistas.
Edwin Black 1950
No livro Guerra Contra os Fracos de autoria de Edwin Black, o escritor, jornalista e colunista comenta esse assunto:
“…Quando uma pessoa era identificada como de certa classe, isso teve qual escola ela frequentaria, em que cemitério ela poderia ser enterrada e onde poderia morar. Era uma questão de vida e morte. As leis sobre o casamento foram consolidadas em dezenas de Estados Norte-Americanos, esses leis estabeleciam que essas pessoas não poderiam casar fora de seu grupo: Negros puderam não casar com brancos, índios não puderam casar com negros (por exemplo). No Estado da Virgínia se a pessoase com a pessoa, ou seja casamento inter-racial, as autoridades os “descasavam”; o casamento era anulado…”.
Em 27 Estados Norte-Americanos as leis eugênicas foram aprovadas. O estado de Indiana foi o primeiro a legalizar a esterilização coercitiva. Essas ideias eram amplamente propagadas em folhetos, revistas, livros e num meio de propaganda que era novidade à época: O Cinema.
A esterilização em massa obrigatória foi um fato nos EUA.
Segue Edwin Black em seu livro:
“…Eles fizeram isso, checando os ancestrais, atualizando as linhagens sanguíneas para a extinção. Isso é Eugenia. O esforço para criar uma raça mestra branca, loura e de olhos azuis; eliminando as outras linhagens de sangue; até ficarem apenas eles e as pessoas parecidas com eles. E o importante aqui é que essas pessoas pensaram estar salvando a humanidade. Essas pessoas pensaram ser liberais, reformadoras…”
A eugenia foi um movimento mundial. Na Suécia, por exemplo, um programa oficial do governo esterilizou a força de 60.000 seres humanos (pacientes mentais e membros das minorias étnicas).
Na Alemanha é que a eugenia encontrou terreno fértil para ganhar proporções épicas.
Michael Burleigh 1955
Dr Michael Burleigh autor do livro O Terceiro Reich – Uma nova História, conta em um documentário da BBC:
"... Em primeiro lugar, tudo ligado aos Estados Unidos parecia moderno, progressista, científico e democrático; lógico, então devia ser bom. Os Estados Unidos eram o futuro, a força para o futuro. Em segundo lugar muitos eugenistas europeus incluindo os alemães, gostaram do tom adoção pelos eugenistas americanos que era muito radical e "quase sem bobagens", os americanos falavam não eram eufemismos, diziam exatamente o que queriam dizer..." .
Grandes e ricas fundações americanas financiaram a eugenia John D. Rockefellera alemã. O Instituto Kaiser Wilhelm de Antropologia, Hereditariedade Humana e Eugenia de Berlim nos anos 1930 recebeu doações da Fundação Rockefeller dos Estados Unidos. John D. Rockefeller foi um grande entusiasta e financiador do eugenismo, dentro e fora dos EUA.
O cientista mais destacado no Instituto foi Eugen Fischer que se tornou célebre por seus estudos na Namíbia como vimos anteriormente. Fisher foi autorizado pelos nazistas a esterilizar as pessoas “misturadas” racialmente na Alemanha; pelo menos 400 dessas pessoas eram crianças; tudo com a supervisão da SS de Heinrich Himmler. Além disso, antes de 1939 eram esterilizados, doentes mentais ou deficientes físicos considerados inaptos. Mais tarde abandonaram o método de esterilização e partiram para algo mais radical: A Eutanásia Adulta; um eufemismo para assassinato em massa de “indesejáveis”. Foram os primeiros a morrer em câmaras de gás durante o período nazista. Não há números confiáveis de assassinatos em massa, porém cerca de 70.000 pessoas é um número bem aceito por todos os pesquisadores.
Quando a SS partiu para o seu grande projeto que era aniquilar a população judia da Europa, sobretudo a população judia da Polônia, não teve qualquer problema de logística; eles já tinham prática desde a Namíbia, passando pela esterilização em massa de indesejáveis e doentes mentais. Tudo registrado, fotografado, mapeado e arquivado em seus institutos científicos da morte e como vimos, alguns com patrocínio norte-americano.
Os interessados m de se referirem a eugenia como “Higiene da Raça”; este conceito sobreviveu (e sobreviveu até hoje) na Europa até muito recentemente com guerras civis e desmantelamentos de Estados inteiros em nome da limpeza étnica. (vide as guerras na antiga Iugoslávia, Tchecoslováquia, Bósnia-Herzegovina etc. Alguns de seus líderes ainda estão para serem julgados em tribunais internacionais de direitos humanos.
Durante a Conferência de Wannsee, os nazistas alemães discutiram a “Solução Final da Questão Judaica” cerca de metade dos conferencistas sentados na mesa tinham doutorado em eugenia ou “pureza da raça”. Para os eugenistas, nazistas e adeptos da “higiene da raça” o assunto era científico e profissional.
Existe uma linha direta de Francis Galton que cunhou o termo eugenia até o holocausto; sem esquecer de seus precursores como Robert Knox e Thomas Henry Huxley. Os alemães foram herdeiros do Darwinismo Social e do Racismo Científico. O Holocausto não foi uma aberração histórica, teve um passado, muitas vezes justificado pela chamada: Ciência.
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