O Racismo no Brasil e no mundo começou no século XVI, já no século XV, mais precisamente no dia 21 de Agosto de 1415, D. João I de Portugal, acompanhado pelos seus filhos Duarte, Pedro e Henrique, conquista a cidade de Celta, com isso, o sultanato Marínida de Marrocos cai. Foi o primeiro sucesso da grande epopeia dos Descobrimentos Portugueses. A cidade foi um importante ponto comercial e garantia suprimentos para as viagens atlânticas.
Os primeiros escravos exclusivamente negros começou com os portugueses conquistando Celta. A moda pega, e desde então, os Europeus retalham a África e começam o processo de escravização dos negros.
O comércio mercantilista europeu perdurou por toda colônia americana, escravizando os índios e os negros (estes eram sequestrados da África) para aplacar as revoltas, os europeus ao longo dos anos de 1500, 1600, 1700 e 1800, começaram a unir várias ciências para convergir em uma só pauta, que era a pauta de que a Europa tinha a missão de levar a arte, ciência, religião e toda civilização europeia para os povos atrasados. Hoje, conhecemos estas pautas por vários nomes, como: Racismo, Discriminação, Preconceito, Apartheid, Segregação Racial e Eugenia.
O termo “Eugenia” foi criado por Francis Galton, na década de 1880. Eugenia quer dizer "Bem Nascido" de onde "Eu" vem do grego que quer dizer Bom e "Genia" quer Linhagem, Etnia, Ascendência, Nascido.
Francis Galton era; matemático, explorador, antropólogo, geneticista, psicólogo, geógrafo, meteorologista, estatístico, filósofo, sociólogo, escritor, fotógrafo, inventor, fisiólogo e claro, eugenista. Ele era membro da elite britânica e primo de Charles Darwin que, posteriormente, era o intelectual mais respeitado do planeta. Sua intenção não era exatamente criar uma “raça superior”, mas uma “sociedade perfeita”. E de perfeita a sociedade londrina da época não tinha nada. Faltavam saneamento e água tratada. Sobravam alcoolismo, doenças contagiosas e pobreza. Galton, então, tentou interpretar o cenário sob o prisma da seleção natural de Darwin.
De acordo com a Teoria da Evolução, pequenas diferenças entre indivíduos de uma mesma espécie levam algumas a se adaptarem melhor ao ambiente que os demais. Eles, daí, tendem a sobreviver por mais tempo, e a deixar mais filhos. Essas diferenças são propagadas por hereditariedade e se tornam mais comuns na população.
Galton acreditava que a miséria era uma dessas características inatas. E que a fórmula para eliminar era simples: bastava que os ricos deixassem mais descendentes que os pobres. Com o tempo, todos os londrinos permaneceram o que ele chamava de “boa linhagem”. E nunca mais haveria gente pobre, doente, alcoólatra.
A tal “sociedade perfeita” passou a ser sinônimo de uma sociedade menos semita, menos cigana, menos negra.
A eugenia de Galton logo se tornou “base científica” para todo tipo de racistas. A tal “sociedade perfeita” passou a ser sinônimo de uma sociedade menos semita, menos cigana, menos negra.
O Brasil pós-abolição do século 19 era um terreno útil para os díspares da eugenia. Tinha uma população negra gigantesca e paupérrima. A sociedade também se tornou mais miscigenada e distante de qualquer ideal eugenista de brancura.
Imbuídos das ideias que cresceram na Europa e nos EUA, brasileiros influentes se mobilizaram em um projeto de construção de uma “raça superior”, ou seja, branca. É a noção de uma seleção artificial que promoveria nascimentos de maior qualidade sendo instalada em universidades, hospitais e até na política. No final do século 19, o Brasil tinha 17 milhões de habitantes. Mais da metade foi formada por ex-escravos e seus descendentes.
Desde 1888, a lei proibia que essas pessoas fossem tratadas como posse. A ideia de que elas fossem inferiores por serem negras, porém, segue firme – inclusive entre a elite intelectual do País. Sem o apoio das leis para a explicação de uma hierarquia racial, esses sujeitos lançaram mão de outra arma: a pseudociência racista. Estamos falando da eugenia, nascida na Europa, e que logo se adaptou à realidade canarinha.
A eugenia brasileira e a Academia convivem lado a lado: foi entre os professores das primeiras faculdades de medicina, os políticos e os sociólogos que ela cresceu. Boa parte dos nomes desses eugenistas é familiar eles batizam ruas e avenidas País fora. Esta é a história deles, tais como; Renato Kehl, Monteiro Lobato, Belisário Penna, Roquete Pinto, Juliano Moreira, Vital Brazil, Arnaldo Vieira de Carvalho, Pietra Diwan, dentre outros.
A Fundação Rockefeller participou do movimento eugenista brasileiro e africano, e financiou o nazismo alemão, nazistas como; Herman Poll, Alfred Grotjahn, Eugen Fischer, Hans Nachsteim, Josef Mengele, dentre outros, foram ajudados por esta fundação.
A Eugenia teve apoios de toda esfera social, em todos os campos da sociedade, a Eugenia teve não somente apoio incondicional, mas ajuda. A Eugenia teve vários nomes e sobrenomes, tais como;
Eugenia Científica
Eugenia Social
Eugenia Comportamental
Eugenia Filosófica
Eugenia Medicinal
Eugenia Psicológica
Eugenia Geográfica
Eugenia Comercial
Eugenia Econômica
Eugenia Genética
Eugenia Religiosa
Etc.
Na mesma época em que os ideais eugênicos se espalhavam pelo País, também nasceram as primeiras metrópoles. Muita gente especializada, muita pobreza e muita sujeira eram a combinação perfeita para a epidemia de epidemias. Nasceu, então, o movimento sanitarista, que buscava resolver os problemas de saúde pública nos centros urbanos.
Na religião, a eugenia foi também muito eficaz. Desde o século XV, líderes religiosos citaram a passagem como justificação para a escravatura de todos os povos africanos. Durante quase 500 anos, padres ensinaram os seus fiéis que um profeta hebraico tinha condenado milhões de africanos à escravatura porque eram descendentes do filho de Cam, Canaã.
A maldição de Cam formou assim a justificação religiosa central para o comércio transatlântico de escravos. A maldição de Cam entrou no pensamento islâmico no século VII, como resultado da influência do cristianismo, e estudiosos muçulmanos medievais basearam-se na maldição de Noé no seu trabalho, como o historiador David M. Goldenberg mostrou. O Corão, no entanto, não menciona a maldição e o Discurso de Despedida de Maomé rejeita a superioridade dos brancos sobre os negros.
De acordo com esta leitura de Gênesis, Deus não só mandatou a escravatura, como também predestinou os negros como uma “raça de escravos”. De facto, alguns líderes cristãos argumentaram que estava no interesse dos africanos serem escravizados, porque o seu cativeiro aceleraria a sua conversão, purificando e redimindo as suas almas em preparação para o Dia do Juízo.
Ao algemar e reunir milhões de africanos em navios a caminho das colónias, os traficantes de escravos e os líderes e governos da igreja que os permitiram persuadiram-se de que estavam a guiar os “Negros” da escuridão para a salvação.
A primeira utilização escrita da Maldição de Cam para justificar a escravatura apareceu no século XV, quando Gomes Eanes de Zurara, um historiador português, escreveu que os africanos acorrentados que ele tinha visto estavam num estado tão miserável “por causa da maldição que, após o Dilúvio, Noé impôs a [Cam]… que a sua raça deveria estar sujeita a todas as outras raças do mundo”.
Em 1627, um autor inglês e defensor do comércio de escravos escreveu:
“Esta maldição de ser um servo foi imposta, primeiro a um filho desobediente Cam, e vemos até hoje, que os Mouros, posteridade de Cam, são vendidos como escravos ainda.”
Nas colónias americanas, a Maldição de Cam serviu como justificação ideológica para a escravatura africana. Os colonizadores puritanos do Novo Mundo compraram escravos em grandes números para transformar Providence, Rhode Island, numa cidade cristã “sobre uma colina”. Todos eram considerados descendentes de Canaã.
A obscenidade moral da escravatura foi a causa raiz da Guerra Civil Americana (1861–1865). Ambos os lados inscreveram a autoridade de Deus na sua causa. No sul, isso envolveu uma leitura literal da Maldição de Cam.
Pregadores sulistas com retórica sulfúrica trovejaram que a condenação de Noé a Canaã tinha condenado todos os africanos à escravatura. Uma “opinião quase universal no mundo cristão” sustentava que “os sofrimentos e a escravatura da raça Negra eram a consequência da maldição de Noé“, afirmou Alexander Crummell (1819–1898), um ministro afro-americano e académico educado em Cambridge, em 1862.
Benjamin M. Palmer (1818–1902), pastor da Primeira Igreja Presbiteriana em Nova Orleães e o clérigo mais proeminente do Mississippi durante a Guerra Civil, enfureceu-se em sermão após sermão que a maldição de Noé era um plano profético dos destinos das raças “branca”, “negra” e “vermelha”. Enquanto os descendentes brancos de Sem e Jafé (filhos mais velhos de Noé) prosperariam e teriam sucesso, Palmer afirmou que “sobre Cam foi pronunciado o destino da servidão perpétua…”.
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