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sábado, 19 de abril de 2025

DOM PEDRO I - O IMPERADOR ADÚLTERO

 


Fazer a conta de quantas mulheres passaram pela cama de dom Pedro I ao longo de sua curta mas apimentada vida é um desafio temerário. Até porque boa parte de seus casos não veio a público. Basta dizer que 18 filhos seus estão oficialmente registrados, tidos com duas esposas (Leopoldina e Amélia) e cinco amantes.

Ele não costumava perdoar mulheres da mesma família: deu suas escapadas com uma das irmãs da marquesa de Santos, sua amante mais famosa, bem como com a dançarina Noemi Thierry e a irmã da própria.

A marquesa que se chamava Domitila de Castro, originalmente não era de família nobre, só foi ganhando títulos e mais títulos pelas boas graças de Dom Pedro I.

Mas o fato é que o imperador não só trocou cartas apaixonadas com ela durante sete anos (chamava-a de Titília e chegou a dedicar-lhe alguns versos de valor literário duvidoso) como deu cargos e títulos de nobreza para a família inteira de Domitila.

A filha mais velha dos dois ganhou o título de duquesa de Goiás. A mãe da marquesa, dona Escolástica, era chamada de “velha querida do meu coração” pelo imperador. O casal brigou de vez, após uma série de idas e vindas, quando dom Pedro decidiu casar-se novamente, com dona Amélia, então com 17 anos e, ao que consta, uma das princesas mais belas da Europa.

Dona Amélia parece ter sido a única mulher que conseguiu botar um freio no sujeito, embora ele tenha dado suas escapadas durante a fase que passou exilado em Paris.

Pedro e Leopoldina se casaram por procuração no dia 13 de maio de 1817, e ela assumiu o nome de Maria Leopoldina. Ela chegou ao Rio de Janeiro seis meses depois para conhecer o marido e consumar o casamento. O casal teve sete filhos, mas cartas inéditas encontradas no Museu Imperial que deram origem ao livro A Carne e o Sangue (2012, Editora Rocco), da historiadora Mary Del Priore, revelaram que a imperatriz detestava sexo. Embora fosse apaixonada pelo marido, ela acreditava que ele fosse gostar dela por suas qualidades morais, não pela beleza física ou qualidades na cama.

A esposa de Dom Pedro I, Maria Leopoldina da Áustria, teve um casamento infeliz e sofrido. Ela foi a primeira imperatriz do Brasil e desempenhou um papel importante na independência, mas enfrentou a infidelidade e o desprezo do marido, que manteve um longo relacionamento com a Marquesa de Santos. 

Dom Pedro ficou conhecido como um verdadeiro colecionador de amantes,  Dom Pedro I se relacionou com duas irmãs ao mesmo tempo. Enquanto a imperatriz vivia momentos de tristeza, Dom Pedro passou a ter encontros não só com a Marquesa de Santos, mas também com sua irmã, Maria Benedita de Canto e Melo, a baronesa de Sorocaba.

Além do ciúme, outro fator que teria a motivado uma possível briga entre as irmãs foi o fato de que o monarca teria engravidado a baronesa um pouco antes de Domitila descobrir que carregava em seu ventre um progenitor de Demonão.

O comportamento de Dom Pedro para com sua primeira esposa era repudiável em diferentes e diversos sentidos. Além de todo o mal que ele já causava a mulher pelo seu comportamento rotineiro, ele diversas vezes era completamente agressivo com a imperatriz, que vivia solitária.

Em uma carta rara, a imperatriz desabafou sobre a situação do país durante o Dia do Fico. "Meu esposo declarou que ficará aqui; embora pensemos diferentemente em alguns aspectos, é melhor que me cale e observe silenciosamente", escreveu enganosamente ao pai. No entanto, como sabemos através de registros históricos, ela não ficou calada. E agiu como uma estrategista política.

O povo não aceitou o caso extraconjugal do imperador, e a marquesa virou a inimiga número 1 de todos. Quando a imperatriz morreu, pensaram que havia sido Domitila quem a envenenou, e foram até sua casa para apedrejá-la.

Os austríacos também não perdoaram o imperador pelo sofrimento que causou a Leopoldina, e barraram todas as princesas austríacas e alemãs de se casarem com ele. Mergulhado em uma crise política e ciente da necessidade de uma mulher para governar ao seu lado, D. Pedro I teve dificuldade para encontrar uma nova esposa.

Finalmente, conseguiu casar-se a princesa Amélia de Leuchtenberg, filha de Eugênio de Beauharnais, Duque de Leuchtenberg, e da princesa Augusta da Baviera, mas para isso teve de cortar definitivamente todos os laços com Domitila e expulsá-la da corte.

Por conta dos múltiplos casos de adultério, houve um grande desgaste da popularidade de D. Pedro I no Brasil, que culminou na sua abdicação em 1831. Vários fatores contribuíram para essa insatisfação, como o autoritarismo do imperador, a sua ligação com Portugal, e a crescente influência das ideias liberais e republicanas no país.


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