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quinta-feira, 3 de abril de 2025

BANDEIRANTES - HERÓIS OU VILÕES?



Os Bandeirantes eram esbravadores sensatos ou assassinos sanguinários? Vamos aos Fatos.

Os bandeirantes foram exploradores sertanistas que atuaram no Brasil durante o período da colonização, especialmente entre os séculos XVI e XVIII. Ficaram conhecidos na história brasileira como os responsáveis pela captura e escravização de indígenas.

O bandeirantismo foi um fenômeno que surgiu em São Paulo para atender a demanda por escravos que havia naquele estado. Os bandeirantes ficaram conhecidos por sua crueldade e pelo massacre de indígenas que promoveram no Brasil. Descobriram ouro e contribuíram para a expansão territorial da colônia portuguesa na América.

Os bandeirantes foram exploradores que realizaram diversas expedições no interior do território brasileiro durante o período colonial. No período das expedições, eles penetraram em território que originalmente pertencia à Espanha, nos termos do Tratado de Tordesilhas.

Buscavam encontrar indígenas para que eles fossem escravizados, além de localizar escravos fugidos e destruir quilombos. Também localizavam metais preciosos no Brasil, como em Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás, dando início ao ciclo do ouro no Brasil.

As expedições contribuíram para a expansão territorial do Brasil, pois levaram a presença portuguesa para além da linha do Tratado de Tordesilhas. Apesar disso, os bandeirantes eram conhecidos por sua crueldade com indígenas e africanos, promovendo verdadeiros massacres por onde passavam. Uma parte expressiva das bandeiras era voltada para localizar e capturar indígenas para que fossem vendidos como escravos. Para tanto, usavam da violência e crueldade.

O bandeirantismo foi um fenômeno diretamente relacionado com São Paulo. Em geral, os bandeirantes eram paulistas e filhos de portugueses com indígenas. Muitos falavam idiomas indígenas e usavam do seu conhecimento da terra para tornar-se sertanistas e enriquecer às custas dessa atividade, fosse escravizando indígenas, fosse localizando metais preciosos.

As expedições realizadas pelos bandeirantes são conhecidas como bandeiras ou entradas e foram realizadas entre os séculos XVI e XVIII. Nesse período, o Brasil era colônia portuguesa, com o trabalho escravo sendo largamente utilizado. As regiões mais prósperas do Nordeste conseguiam financiar a compra de africanos escravizados. Esse não era o caso de São Paulo.

São Paulo era uma província/capitania distante e pouco próspera. Ainda assim, havia uma enorme necessidade por parte dos colonos em obter trabalhadores escravizados, sendo que os indígenas eram as principais vítimas. Com isso, os indígenas foram utilizados para suprir a carência dessa região, e os bandeirantes foram o grupo que atendeu essa demanda.

A ação dos bandeirantes contribuiu para a interiorização de diferentes povos indígenas, que se abrigavam cada vez mais distantes para fugir da violência portuguesa. Os bandeirantes tiveram inúmeros problemas com os jesuítas, que atuavam em oposição aos bandeirantes.

Os jesuítas, inclusive, fizeram uma grande pressão na Coroa portuguesa para que leis contra a escravização de indígenas fossem anunciadas. Essa pressão resultou na Lei sobre a Liberdade dos Gentios, de 1570, que afirmava que a escravização de indígenas seria permitida apenas em caso de “guerra justa”, quando os indígenas fossem hostis com os portugueses.

Eles são lembrados só como construtores de riqueza e da nacionalidade, mas não são lembrados como assassinos e escravizadores de indígenas, como foras da lei ou até mesmo como estupradores.

Sem a riqueza do açúcar, donos de terras, que na época cultivavam o trigo, não tinham acesso aos escravizados negros traficados da África, que eram caros. Então, a busca por indígenas foi a primeira grande motivação

As  bandeiras são marcas próprias do processo de colonização. Eles mesmos são figuras e penalidades defensoras da apropriação da terra por Portugal, ao mesmo tempo em que eram impulsionadores desse movimento, pois eram eles que conseguiam as informações de onde havia riquezas e massas populacionais indígenas para a administração lusitana.

Ou seja, a história do bandeirantismo está intimamente ligada à história do genocídio indígena no Brasil. Como exímios caçadores de índios para escravização, seu papel social na colônia necessariamente envolvia a opressão de pessoas em favor de um programa econômico (marcadamente pragmático e objetivista.

Isso é tão perceptível que, mesmo que os bandeirantes fossem figuras até ameaçadoras para o projeto de ocupação portuguesa estabelecida com base em um poder monolítico, por conta dos poderes regionais que conseguiam desenvolver, o papel de caça dos índios no interior (“sertões”) fazia das bandeiras peça útil.

Na realidade, a maioria dos bandeirantes eram pobres e maltrapilhos, usando armas baratas e roupas furadas (muitas vezes sem sequer ter um par de botas). Muitos deles estavam no ramo pela caça a indígenas e a busca por ouro como formas de ascensão social e aumento do próprio patrimônio.

Filhos de portugueses com mulheres da terra, os bandeirantes eram muito parecidos com os índios. Andavam por aí descalços e, diferente deles, com roupas. Mas para lá de estropiadas – e não com roupas e botas de couro limpinhas, como retratados orgulhosamente num clima de bairrismo paulista, ainda hoje nos livros didáticos.

Durante 200 anos, entre os séculos 17 e 18, esses homens, saídos principalmente de São Paulo, se embrenharam no mato para buscar índios, que eles capturavam para usar em suas próprias fazendas ou vender como escravos.

Graças a eles, o Brasil ficou muito maior do que deveria ser, já que o Tratado de Tordesilhas, assinado entre Espanha e Portugal em 1494, dava aos portugueses só o nosso litoral. Os bandeirantes aumentaram o tamanho do nosso país, mas também provocaram um rombo de população.



Uma viagem levava, em média, 50 brancos, 50 mamelucos e centenas de índios escravos. Os colonizadores andavam com pistolas e arcabuzes (espingardas carregadas pela boca com bolas de ferro e até pedregulhos). Por dia, eram percorridos de 10 a 12 quilômetros, a pé ou por rios, como o Tietê. A alimentação vinha principalmente da caça e da pesca. Quando chegava às aldeias, o grupo atacava de surpresa. Para criar pânico, podia matar crianças e idosos.

A maioria dos bandeirantes provavelmente andava descalça. Mas um aspecto do vestuário corresponde às imagens dos livros escolares: para se proteger das flechas, eles usavam coletes de couro acolchoado.

Eles mataram e prenderam tantos índios seja diretamente ou, em uma enorme parte dos casos, aos espalhar epidemias que o nosso interior ficou bem mais vazio.

O primeiro bandeirante da história é o português João Ramalho, que, ainda no começo do século 16, fez amizade com a poderosa tribo dos tupiniquins. Esperto e violento, esse pioneiro tinha várias esposas e uma multidão de filhos. Por um lado, foi ele quem garantiu o apoio dos índios para fundar a cidade de São Paulo.

Por outro, sua aliança com os tibiriçás provocou o fim de outras tribos, como os tupinambás. Quando o rei de Portugal estimulou uma parceria com os tupinambás, um processo parecido aconteceu no interior da província.

Com isso, São Paulo ficou sem escravos fáceis de caçar. Foi então que começaram a surgir, para valer, os grupos de bandeirantes, que procuravam os índios onde quer que eles estivessem. Sempre descalços, os bandeirantes usavam arco e flecha, espadas e armas de fogo. Tinham armaduras de couro de anta e camisas de algodão cru. Eles começaram pelo Sul do Brasil.

Em 1628, Antônio Raposo Tavares liderou uma expedição contra as regiões onde os índios guaranis viviam pacificamente com os padres jesuítas – as chamadas Missões. Quem resistia aos ataques morria na hora, e os reféns muito idosos eram largados no meio do caminho de volta. Logo os guaranis eram a mão-de-obra mais usada na capital paulista.

Quando os guaranis ficaram raros e difíceis de prender, os bandeirantes foram para o Planalto Central. Mas ali os índios estavam prontos para a luta. Veja o caso dos guaicurus, no Pantanal. Em 1720, surgiram boatos de que a região de Cuiabá tinha ouro. Algumas levas de bandeirantes correram para lá, mas nunca conseguiram dominar a área por causa dessa tribo poderosa.


Não foram só os paulistas que apanharam dos índios. Durante 250 anos, espanhóis, portugueses e paraguaios recuaram, ou então tentaram negociar. Bons guerreiros e homens espertos, eles formaram um pequeno império naquela região. A cada tentativa de invasão, aproveitavam para aprender alguma coisa. Quando o conquistador espanhol Alvar Núñez Cabeza de Vaca chegou lá, em 1542, eles descobriram que existia um bicho chamado cavalo.

Ficaram assustados, mas logo aprenderam a manejar o animal. Eram tão bons nisso que montavam sem cela. Lá pelo ano 1700 tinham mais de 8 mil cavalos. Em 1778, quando os portugueses partiram para a briga de novo, os índios ofereceram uma trégua e entregaram suas mulheres aos inimigos.

À noite, enquanto os europeus se divertiam com as moças, eles atacaram e mataram todos que viram pela frente. Os guaicurus existem até hoje – seus descendentes são os kadiwéus, que vivem no Mato Grosso do Sul. Bom, voltando para a metade do século 17. Como a situação estava difícil no Centro-Oeste, o jeito foi continuar indo para o norte. Até que, depois de uma viagem de três anos, o grupo de Raposo Tavares chegou a Belém do Pará, em 1651.

Em 1671, quando os índios tapuias se rebelaram contra os donos dos engenhos de açúcar do Nordeste, os bandeirantes foram contratados para agir. Nessa época, Domingos Jorge Velho ficou muito famoso; depois ele seria um dos responsáveis pela derrota de Zumbi e seu Quilombo dos Palmares. Foi também nessa época que, pela primeira vez, alguém usou a expressão “paulista” para se referir às pessoas que vinham de São Paulo.

Alguns anos depois, as operações de caça – conhecidas como bandeiras – ganharam uma nova motivação: procurar ouro. Em 1674, Fernão Dias Paes saiu de Guaratinguetá, no vale do Paraíba, em São Paulo, e se tornou o primeiro a chegar à região que logo seria chamada de Minas Gerais.

Ele morreu sem achar metais preciosos, mas outros continuaram a procura. Em 1720, Bartolomeu Bueno da Silva e seu filho ocuparam o interior de Goiás enganando os índios. Eles diziam que tinham o poder de fazer a água pegar fogo. Levantavam uma garrafa de cachaça, acendiam um fósforo... e o cacique se rendia.

Com o extermínio dos índios, o país passou a usar os escravos da África e os bandeirantes voltaram para suas terras, para viver como fazendeiros. O Brasil tinha ficado bem maior, mas pagou um preço alto: a vida de milhares de índios.

 

Os três grandes objetivos dos bandeirantes foram os seguintes:

Capturar indígenas para escravizá-los. Os bandeirantes poderiam vendê-los, usá-los em suas propriedades, ou então entregá-los como uma encomenda específica a uma pessoa.

Destruir quilombos e recapturar escravos que fugiram.

Localizar metais preciosos.


Ao longo de dois séculos de bandeirantismo, alguns nomes ficaram marcados na história brasileira, como:

Antônio Raposo Tavares; 

Domingos Jorge Velho;

Manuel Borba Gato;

Fernão Dias Paes Leme;

André Fernandes;

Bartolomeu Bueno da Silva


Com base nos três objetivos dos bandeirantes, havia três tipos de bandeiras que poderiam ser realizadas. Eram elas:

Bandeiras de apresamento: atacavam indígenas para capturá-los como escravos.

Sertanismo de contrato: expedições contratadas para lutar contra povos indígenas considerados “rebeldes” ou então para destruir quilombos e retornar com os escravos fugidos.

Bandeiras de prospecção: localizavam metais preciosos.








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