AMILENISMO
Entre o terceiro e quarto século da igreja, influenciados pela filosofia grega, a visão futurista Pré-milenista, meio que foi deixada de lado, com a chegada do método alegórico de interpretação das Escrituras.
O método alegórico teve origem em Alexandria, e o primeiro a defender esse ponto de vista foi Clemente de Alexandria (150-215 d.C), depois seu discípulo Orígenes (185-254 d.C.) e outros, que influenciados pela hermenêutica alegórica e filosofia grega (dualismo platônico), reinterpretaram as profecias bíblicas como uma realidade espiritual e não algo literal como ensinavam os pais da igreja do primeiro século.
Seguindo a influência filosófica dos seus antecessores Alexandrinos, Agostinho de Hipona, também contribuiu com o detrimento da visão futurista na idade média, ao desenvolver sistematicamente o Amilenismo, passando a ensinar o oposto do Pré-milenismo.
Segundo Agostinho, o milênio apontava para a história da igreja na terra, e não como um reinado físico e literal de Jesus na terra com duração de mil anos.
Tal sistema foi bem aceito pela igreja Católica, ao ponto de na Idade Média, o milenismo futurista ser quase extinto pelos teólogos católicos, que promoviam o seu sistema religioso, afirmando que o reino messiânico do qual a Bíblia falava, havia se cumprido com o surgimento do governo dos pontífices da Igreja Católica Apostólica Romana.
ORIGEM DO DISPENSACIONALISMO
Em 1790, Manuel De Lacunza (1731-1801), um teólogo Jesuíta espanhol, escreve uma importante obra seguindo a visão futurista, entitulada, A Vinda do Messias em Majestade e Glória.
Apesar dos esforços de Lacunza, sua obra foi duramente combatida pela Inquisição da Igreja Católica, que não compactuava com a sua visão escatológica. Motivo talvez, pelo qual ele tenha usado um pseudônimo de rabino Juan Josaphat Ben-Ezra no seu livro.
No entanto, sua obra ganhou destaque entre os protestantes, depois que foi traduzido para o inglês, graças ao reverendo Edward Irving, fundador da Igreja Católica Apostólica de Londres.
Sua visão escatológica, contribuiu para o surgimento do Dispensacionalismo de Jhon Darby e Cyrus Ingerson Scofield (1843-1921). Que se tornou muito popular no século 19.
Foi graças ao Dispensacionismo, que o método futuristico voltou a ser aceito pela maioria das igrejas evangélicas até os dias de hoje.
Dessa forma podemos dividir os futuristas em dois grupos.
A) Os Pré-milenistas Clássicos, e;
B) Os Dispensacionalistas.
Ambos crêem no Milênio literal, a diferença esta na ordem dos eventos futuros que antecedem o Milênio. Por exemplo:
A) Os Pré-Milenistas crêem que não haverá duas fases distintas na vinda de Jesus e que a igreja passará sim, pela grande tribulação ou pelo menos metade dela.
B) Já os Dispensacionalistas crêem que Jesus virá em duas fases distintas e que a igreja não passará pela grande tribulação
MÉTODO HISTORICISTA
Como o próprio nome já diz, é o método que interpreta o livro de Apocalipse, ligando suas profecias com os eventos que surgem no decorrer da história da igreja cristã.
Para os historicistas muitas das profecias bíblicas, já se cumpriram, algumas estão se cumprindo e outras irão se cumprir.
Seguindo esse método de interpretação, o livro de Apocalipse é apresentado como uma fonte de conhecimento prévio da história da igreja e dos eventos que antecedem a segunda vinda de Jesus.
O primeiro documento que expõe o método historicista, é atribuído ao Bispo Vitorino de Pettau (270-303 d.c). Seu trabalho consiste em um breve comentário sobre o livro de Apocalipse. Boa parte de seus pensamentos ainda são mantido dentro de alguns círculos de estudo historicistas.
Aparentemente, Vitorino seguia a mesma linha de interpretação alegórica das profecias bíblicas, de seu contemporânea, Orígenes, e por isso passou também a condenar os pré-milenistas.
Suas obras, foram condenadas pelo Decreto Papal Gelassiano (Decretum Gelassianum: de libris recipiendis et non recipiendis), e boa parte de seus escritos se perderam com o tempo, exceto o Comentário sobre o livro de Apocalipse e um tratado sobre a criação do mundo.
Com a chegada da Reforma Protestante no século XVI, o método historicista foi bem aceito e desenvolvidos pelos teólogos protestantes.
Que viam nesse método, uma ótima forma para atacarem o sistema papal da Igreja Católica Apostólica Romana, visão que pendurou logos anos na história das igrejas protestantes, até a chegada do Dispensacionalismo.
Martinho Lutero, João Calvino, Thomas Cranmer, John Thomas, John Knox e Cotton Mather, foram defensores ferrenhos dessa linha de interpretação.
Conforme as mudanças que surgiram no cenário mundial, novas interpretações também surgiram, mas com o mesmo padrão dos métodos históricos anteriores, onde o Papa é o anticristo, o Vaticano é a Babilônia e igreja católica é a igreja apóstata dos últimos dias.
Usando o método historicista, muitos já tentam prever a data do fim do mundo. Como o americano, William Miller, da Igreja Batista, que propôs que o fim do mundo ocorreria em 22 de outubro de 1844, com base em um modelo historicista usado com Daniel 8:14. Movimento que ficou conhecido como Millerismo.
Após o Grande Desapontamento, diversos grupos de estudos das profecias bíblicas, surgiram, seguindo o modelo historicista. Como os Adventista do Sétimo Dia e os Testemunhas de Jeová.
O método histórico enfraqueceu na metade do século 19, quando o método interpretação literalista, passou a ganhar notoriedade nos estudos das profecias bíblicas, dando origem ao pré-milenismo Dispensacionalista.
Mas ainda hoje, o método histórico é mantido nas igrejas reformadas e grupos como os Adventistas e os Testemunhas de Jeová.
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