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terça-feira, 10 de dezembro de 2024

O FILISTEUS NÃO CONHECERAM ABRAÃO - ISAQUE E JACÓ

 


Lendo o texto do livro de Gênesis capítulo 26, versículos 1, 8, 14, 15 e 18 lemos;

1"E havia fome na terra, além da primeira fome, que foi nos dias de Abraão; por isso foi Isaque a Abimeleque, rei dos Filisteus, em Gerar."

8 "E aconteceu que, como ele esteve ali muito tempo, Abimeleque, rei dos Filisteus, olhou por uma janela, e viu, e eis que Isaque estava brincando com Rebeca sua mulher."

14,15 "E tinha possessão de ovelhas, e possessão de vacas, e muita gente de serviço, de maneira que os Filisteus o invejavam.

15 E todos os poços, que os servos de seu pai tinham cavado nos dias de seu pai Abraão, os Filisteus entulharam e encheram de terra."

18 "E tornou Isaque e cavou os poços de água que cavaram nos dias de Abraão seu pai, e que os Filisteus entulharam depois da morte de Abraão, e chamou-os pelos nomes que os chamara seu pai."

É enfatizado aqui que o povo Filisteu já começa a dar problema para o povo  Hebreu, a dificuldade é que segundo a arqueologia, o povo Filisteu não existe nesse tempo nos textos escritos que acabamos de ler. 

Vou usar como base para este vídeo o livro; The Ancient Canaanites: A Captivating Guide to the Canaanite Civilization that Dominated the Land of Canaan Before the Ancient Israelites - Os antigos cananeus: um guia cativante para a civilização cananeia que dominou a terra de Canaã antes dos antigos israelitas, 102 páginas, publicado em  2019, este livro é pertencente a uma série de livros com vários autores.

Segundo o livro, os Filisteus não ocupavam a região nesse período, o que complica é que existe uma invasão de povos nessa região, que são classificados como Cananeus, que vem do termo acadiano Kinahhu à lã de cor púrpura, tingida dos moluscos Murex da costa - que era um produto de exportação importante da região. Quando os antigos gregos mais tarde negociaram com os cananeus, este significado da palavra parece ter predominado, pois eles se referiam aos cananeus como fenícios (fenícios), que pode derivar da palavra grega "Fênix" "carmesim" ou "roxo" e também descreveu o tecido pelo qual os gregos negociavam. A palavra “fênix” foi transcrita pelos romanos para “poenus”; os descendentes dos colonos cananeus em Cartago também eram chamados de púnicos. 

Então, Cananeu não era o nome de um povo, e sim um apelido, alcunha que outros povos davam a este povo, e para complicar mais nosso estudo, este povo é classificado pelos historiadores como Povos do Mar, e este termo, povos do mar, se refere a várias nações, tais como; os Aqueus (Gregos), Teres (Etruscos), Luca, Tirrênios, Hicsos (?) e também os Fenícios, todos estes povos são classificados como povos do mar. E como o que é complicado pode ficar ainda pior, de acordo com o arqueólogo Jonathan Nicholas Tubb, os Amonitas, os Moabitas, os Israelitas e os Fenícios, etnicamente eram todos cananeus sem dúvida, mas como o tempo, todos alcançaram suas próprias identidades culturais, é o mesmo povo que se estabeleceu em aldeias agrícolas na região no 8º milênio a. C.

As tentativas de identificação dos povos do mar listadas em documentos egípcios são: Ecues (Ekwesh), um grupo de gregos da Idade da Bronze (Aqueus; Aiaua em textos hititas); Teres (Teresh), Tirrênios (Tyrsenoi), conhecidos dos gregos como marinheiros e piratas da Anatólia, antepassados dos etruscos; Luca (Luka), um povo litorâneo da Anatólia (Turquia) Ocidental, conhecido também das fontes hititas; Serdém (Sherden), provavelmente sardenhos (os Serdem agiram como mercenários egípcios na Batalha de Cadesh, em 1 299 a.C.); Seceles (Shekelesh), provavelmente idênticos com a tribo siciliana chamada Sículos; Peleseth, designado para identificar os Filisteus, que talvez tenham chegado de Creta e foi o único grupo dos povos do mar a se estabelecer permanentemente em Palestina. Identificações mais adicionais de outros povos do mar mencionados nos originais são muito mais incertas.

Os primeiros Filisteus chegaram a Canaã pelo Mediterrâneo, provavelmente vindos das ilhas de Creta e Chipre por volta do século 12 a.C., eles fundaram por lá pelo menos 5 grandes cidades-estado: Asdod, Ecrom, Gate, Ascalon e Gaza, todas protegidas por muralhas e relativamente bem organizadas, com áreas específicas para residências, comércios e prédios públicos.

Se seguirmos o texto bíblico, Abraão, Isaque e Jacó, viveram por volta dos séculos XX e XVI a. C., e o Filisteus chegaram bem mais tarde, por volta do século XII. Segundo estudos recentes, os personagens, Abraão, Isaque e Jacó podem nunca ter existidos, e isso inclui os personagens, Moisés, Arão, Mirian, etc. Mas isto são problemas para outro vídeo.

Outra prova, de que o Filisteus não existiram na época do texto bíblico que na qual lemos, é que o materiais coletados na região dos Filisteus, datam justamente deste período do século XII. Não existiam assentamentos Filisteus na época de Abraão, Isaque e Jacó, os Filisteus não existiam na região na época em que foram escritos tais textos bíblicos de Gênesis capítulo 26.

E para aqueles que ainda tem dúvidas, temos outra comprovação, que os Egípcios empreenderam duas guerras de contra os povos do mar: a primeira, no quinto ano do rei Merneptá (1236-23 a.C.); a segunda, no reino de Ramessés III (C. 1198-66 a.C.). A primeira notícia que se tem sobre os filisteus surge de relatos egípcios sobre os "Povos do Mar", isto é, levas de migrantes que vieram por mar para o atual Egito. As crônicas egípcias registram que, entre estes povos, encontravam-se os filisteus (Peleset), mas havia ainda outros povos certamente.

Pesquisas atuais revelam o elevado grau de sofisticação na produção de artefatos de metal e de outros materiais deste povo. Graças a seu avançado estágio de trabalho em metalurgia, quase sempre quando os Filisteus iam a guerra contra os Hebreus, seus exércitos eram vitoriosos.

A federação filisteia perdeu sua autonomia no século X a.C. sob hegemonia Egípcia e perderam definitivamente após serem conquistados pelos Assírios em 722 a.C. pelas mãos dos Reis Tiglate Pelesser, Salmanasser V e Sargão II, e por fim, Nabucodonosor II devastou o território Filisteu em 604 a.C. e, como o resto do Oriente Médio, caiu nas mãos do império de Alexandre, o Grande no século IV a.C.. Naquele tempo, os Filisteus já haviam perdido grande parte de sua identidade cultural. No entanto, o termo Peleseth e, mais tarde, as versões grega Palaistinḗ e latina Palæstina continuaram a ser usadas como um termo geográfico, referindo-se a uma área cada vez mais extensa, para confirmar isso, no tempo do Imperador Adriano 117 - 138 o território de Israel foi chamado de Síria Palestina, depois deste imperador suprimir uma grande revolta na região.


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