A Serpente que aparece no livro de Gênesis não é Satanás como se ensinam nas igrejas católicas e evangélicas, devemos entender que toda Bíblia é uma representação mitológica e não histórica, principalmente no Antigo Testamento. Devemos entender que uma mitologia é uma história mais fictícia que factual de uma nação. Isso vale para todos os povos antigos, e povos da atualidade, como a história do Brasil por exemplo, que temos figuras como Tiradentes e Airton Senna, por exemplo que contém exageros e eventos não reais em suas biografias. A própria construção da República brasileira, contém eventos e acontecimentos que são totalmente distorcidos da realidade. Se isso acontece nos dias atuais, que dirá no mundo antigo!
Os hebreus ao fazerem sua rica nação, como qualquer povo, precisava unir os diferentes tipos de culturas, pensamentos, costumes, estirpes e formas de viver, dentro de um guarda-chuva cultural, e nada nesse planeta é mais cultural que a religião.
Nunca devemos esquecer que o povo Hebreu pertencia a nação dos Cananeus, sim, o povo Hebreu é Cananeu na sua essência. Isso quer dizer que os Fenícios, Amonitas, Moabitas, Edomitas, Jebuseus, Gigarseus, Heteus, Perizeus, Heveus, Ai, Arameus, Cenezeus, Cadmoneus, Refains, Hamateus, Sodoma, Gomorra, Hurritas, Síria, Admá, Lasa, Zeboim e obviamente, os Cananeus, Árabes e Hebreus. Nunca existiu um povo Hebreu sangue puro, in natura.
A construção mitoreligiosa do povo Hebreu foi baseada em nações e povos "cananeus" pois eles eram cananeus e nações da síria, como Ebla e Ugarit e também nações como a Caldéia, Pérsia, Egípcia, mas principalmente a nação Sumeriana.
SATANÁS NÃO EXISTE NO ANTIGO TESTAMENTO
A palavra "Satanás" vem do hebraico שָטָן Satãn, que significa "adversário, inimigo, oponente" e está certo, Satanás quer dizer isso mesmo, mas esse nome não é Hebraico e sim Sumeriano. Acontece que toda mitologia Hebraica não é bem Hebraica como se pensa, a mitologia Hebraica é um mix de mitologias Sumerianas, Egípcias, Persas, Caldeias, Assírias, Caananitas, etc.
O nome Satanás não existe no Antigo Testamento, isto porque, no Antigo Testamento, a palavra "satanás" descreve uma função ou título, enquanto no Novo Testamento, ela se torna o nome de um ser maligno com um papel mais definido como adversário de Deus, de acordo com estudos bíblicos.
Acontece que a palavra Satã ou Satanás não é nome do cramunhão, não é nome do tinhoso, ele nem existia nesse período. A figura de Satã vai nascer somente na Idade Média, quando a Igreja Católica fabrica essa figura que os crentes creem hoje.
A palavra Satã ou Satanás neste contexto bíblico é usada como adversário, inimigo, opositor, não tendo nenhuma relação com a figura imaginativa, fabricada e inventada pela Igreja Católica Romana no período Medieval.
No Antigo Testamento não existem as palavras: Diabo, Satanás e Demônio, estes nomes não eram utilizados no Pentateuco e nos livros antigos testamentários, os hebreus não conheciam estas palavras.
No Antigo Testamento, quando se faz menção de algum agente do mal, o termo certamente será Sumeriano, usando nomes como Gallu, Galla, Udug, Utukku, Asag, Asakku, Ḫulbazizi, Alal, Edimmu, etc. Certamente um destes nomes eram usados no Antigo Testamento para se referir aos agentes da maldade do mundo espiritual, pois toda mitologia bíblica do Antigo Testamento é profundamente enraizada e influenciada na mitologia dos Sumérios.
Contudo, Satanás, como conhecemos nos dias atuais não aparece no Antigo Testamento, não existe nenhuma menção desse personagem da Religião Católica e Evangélica nos textos do Antigo Testamento, o povo do Levante do mundo antigo, nunca pensou neste personagem como pensamos atualmente. O que houve foi uma adulteração textual para os novos idiomas Gregos e Latinos, quando se traduziu a Bíblia para as versões da Septuaginta, Codex Alexandrinus, Codex Vaticanus, Textos Massoréticos, Vulgata, Bíblia de Jerusalém, etc.
LIVRO DE ENOCH
O livro de Enoch também foi uma das fontes ou causas por existir a figura do Diabo, Satanás, Satã ou Capeta como conhecemos nos dias atuais.
O livro de Enoch é muito conhecido de ouvir falar, igualmente a Bíblia, o livro de Enoch é notável mas pouco lido, é um livro muito famoso e comentado, mas infelizmente é pouco lido.
Mas o problema continua, pois o Livro de Enoch começou a ser escrito entre 300 a.C. a 200 a.C., e fazia parte do corpus bíblico hebraico, sendo removido por um rabino, por diversas razões, inclusive políticas. E não estamos falando de um livro e, sim de três livros! Temos três Livros de Encoh e não um, como se imagina.
O Primeiro Livro de Enoch ou Enoque Etíope.
O Segundo Livro de Enoch ou Enoch Eslavônico.
O Terceiro Livro de Enoch ou Enoch hebraico.
É nesse período que temos a produção, fabricação e confecção do Diabo, Satã, Satanás, Capeta como conhecemos. Pois estes escritores Judeus começam a pegar as doutrinas do Antigo Testamento, mais precisamente o personagem citado nos livros de Samuel e Jó, que já estava esboçado no conceito de este ser um agente, funcionário, servidor de Deus que nos textos, se colocava contra Deus e fazia as pessoas sofrerem. No livro de Enoch este personagem é Samyaza ou Shemihazah, ele era encarregado de guardar o conhecimento, junto com outros anjos, resolvem fazer sexo com mulheres humanas.
PATRIARCA ORIGENES
No século II d. C. temos as religiões gregas sendo introduzidas no cristianismo, e uma das muitas vertentes da mitologia grega que adentrou o cristianismo foi o culto de Dionísio ou Baco, o Deus do Vinho, onde a doutrina do sexo com os anjos se mistura com os dogmas da fé dionísicas.
O Patriarca Orígenes de Cesareia ou Orígenes de Alexandria 185 Alexandria até 253 Tiro, foi discípulo de Clemente de Alexandria, foi o primeiro a mudar isto, colocando o conceito do diabo, satanás como conhecemos nos dias atuais. Orígenes sabia da influência do mito entre os anjos e as mulheres humanas, também sabia da história do diabo da religião zoroastrista e babilônica (sumeriana), ele percebeu que mudar o conceito, para o diabo da forma como se conhece hoje, seria melhor para o dogma pré-católico, pois o gnosticismo já pregava conceitos doutrinários gnósticos como os do Caimístas por exemplo, e fazendo uma junção destes dogmas, o proveito seria melhor para a religião pré-católica.
Neste instante, Orígenes de Cesareia ou Orígenes de Alexandria passa a mudar a narrativa, mudando o conceito da tradição Enoquiana de anjos e as mulheres humanas e colocando o novo mito do diabo como conhecemos. Ele pegou Ezequiel 28 que é a profecia contra o Rei de Tiro e começou a dizer que na verdade era a briga entre Satanás e Deus.
O Gnosticismo nessa altura já estava comandando o mundo religioso da época, as doutrinas gnósticas como a doutrina Caimista se misturou com conceitos da religião zoroastriana que misturou com conceitos da religião grega que misturou com conceitos da religião judaica que misturou com conceitos do cristianismo, e por volta de 50 a 70 anos depois, será tudo oficializado com o nascimento formal da Igreja Católica Apostólica Romana a partir de 313. E hoje temos a errática doutrina Satanista no Cristianismo.
DEMÔNIO DA GRÉCIA ANTIGA
Do Grego Daemon ou Daímôn "divindade", "espírito" e do Latim Daemonium ou Daimônion. É um tipo de ser na mitologia grega que em muito se assemelha aos gênios da mitologia árabe.
São deuses de determinadas entidades da natureza humana, como a Loucura, a Ira, a Tristeza, seu temperamento liga-se ao elemento natural ou vontade divina que o origina. Não se fala em "bem" ou "mal". Um mesmo daemon pode apresentar-se "bom" ou "mau" conforme as circunstâncias do relacionamento que estabelece com aquele ou aquilo que está sujeito à sua influência.
O conceito original entre os gregos ainda os conecta, aos elementos da natureza, surgidos em seguida aos deuses primordiais. Assim, há daemones do fogo, da água, do mar, do céu, da terra, das florestas, etc. Há espíritos que regem ou protegem um lugar, como uma cidade, fonte, estrada, etc.
Às afetações humanas, de corpo e de espírito, tendo sido estes daemones criados depois. Entre eles estão: Sono, Amor, Alegria, Discórdia, Medo, Morte, Força, Velhice, Ciúmes etc.
O termo "daímôn", o gênio pessoal, foi usado por Sócrates quando, ao contrário de seus colegas sofistas, não abriu escola para transmitir seus ensinamentos, assim como não cobrou dinheiro por isso. Ele dizia que apenas falava em nome do seu "daímôn", do seu gênio pessoal. Marco Aurélio usou extensivamente o termo em suas meditações.
A palavra "daímôn", da qual se originou o termo demônio, não era, na Antiguidade, tomada à parte má, como nos tempos modernos. Não designava exclusivamente seres malfazejos, mas todos os Espíritos, em geral, incluindo os deuses e os demônios propriamente ditos. Na mitologia grega original seria um gênio, uma divindade menor, um ente espiritual que poderia ser bom ou mal.
Para o poeta grego Hesíodo (século VIII a. C), os demônios eram as almas das pessoas mortas que tinham a missão de cuidar dos vivos. Platão, consideravam o demônio como um ser que guiava e inculcava conhecimentos aos humanos, às vezes podendo incluir espíritos dos mortos.
CATOLICISMO ROMANO
O profeta persa Zoroastro descreveu um ser chamado Arimã, o "príncipe das trevas", que travava uma luta eterna contra Mazda, o "príncipe da luz".
Por volta do século II a.C., a figura do demônio aparece em alguns textos apócrifos da tradição religiosa judaica.
Nos textos do Novo Testamento, autores como João e Paulo descrevem batalhas intensas entre o diabo e Deus.
Na Idade Média, a demonologia surgiu como uma ferramenta política. A representação do diabo durante esta época levou a uma série de reflexões sobre o mundo e o homem. A partir do ano 1000, o diabo começou a ser representado com uma aparência grotesca e monstruosa, entre o humano e o animal.
Dentro da lógica dualista cristã, o demônio era considerado uma peça indispensável numa sociedade medieval profundamente impregnada pela fé, pois era necessário que existisse o antípoda de Deus para que este tivesse relevância na existência humana.
Na Idade Média, Judeus, Muçulmanos e Católicos reconheciam a existência do Diabo, que provinha da crença dualista Zoroastrista dos Persas, o Diabo era comumente descrito como uma figura bestial representando o pecado, a tentação e a personificação do mal, assim como nos mitos persas. Nos manuscritos medievais da Europa Ocidental, o Diabo era frequentemente atribuído as características de serpentes, como chifres ou orelhas pontiagudas e uma cauda longa e fina. Essas características provavelmente têm suas raízes na história da queda do homem no livro de Gênesis e na tentação de Eva por uma serpente.
QUEM É A SERPENTE DO ÉDEN?
A Serpente do Éden são personagens da mitologia sumeriana, chamadas de MUŠ. Na mitologia suméria, MUŠ não é uma divindade específica, mas sim um termo genérico para uma serpente ou dragão, frequentemente associado ao caos e ao submundo. Essas figuras serpentinas desempenhavam diversos papéis nos mitos, às vezes como adversários monstruosos, outras vezes como símbolos de poder ou proteção.
Estes MUŠ são identificados como Serpentes ou Dragões, com suas variantes que veremos a seguir;
Mušmaḫḫū = Seu nome quer dizer: "Serpente Exaltada/Distinta/Magnífica". Era uma mistura de serpente, leão e pássaro, às vezes identificado com a serpente de sete cabeças morta por Ninurta na mitologia do período sumério. Mas esse não pode ser o candidato a Serpente do Éden. Isso por causa de sua mistura, um tanto diferente do mito bíblico.
Saiba mais sobre:
https://adalbersantos.blogspot.com/2025/08/musmahhu.html
Ušumgallu = Seu nome quer dizer: "Grande Dragão". Geralmente descrito como um demônio leão - dragão, foi identificado de forma um tanto especulativa com o dragão alado de quatro patas. Este personagem mitológico também está fora da nossa lista, pela razão de ser assemelhado mais com um dragão alado, do que como uma serpente.
Saiba mais sobre:
https://adalbersantos.blogspot.com/2025/08/usumgallu.html
Mušḫuššu = Seu nome quer dizer: "Serpente Avermelhada ou Serpente Feroz". MUŠ significa "serpente", e ḪUŠ pode ser interpretado como "avermelhado" ou "feroz".
Mušḫuššu é, segundo os mitos Sumérios, um dragão com um corpo muito fino e escamoso. Possuía pescoço alongado, cauda longa, braços semelhantes aos de um leão e pernas de águia. Para tornar essa criatura ainda mais intimidadora, possuía chifres, orelhas e, eventualmente, asas.
Esse também não poderia ser a nossa serpente da mitologia bíblica de gênesis.
Saiba mais sobre:
https://adalbersantos.blogspot.com/2025/08/mushussu.html
Bašmu = Seu nome quer dizer: "Cobra Venenosa". Era uma cobra com chifres, duas patas dianteiras e asas. Era também o nome da constelação de Hydra.
Os termos sumérios ušum (retratado com pés), e muš-šà-tùr ("deusa do nascimento, cobra", retratada sem pés) podem representar diferentes tipos iconográficos ou diferentes demônios.
Na rica paisagem mitológica da antiga Mesopotâmia, Bašmu surge como uma criatura significativa, cujas origens remontam a milhares de anos, esse ser é representado em cuneiforme como MUŠ.ŠÀ.TÙR ou MUŠ.ŠÀ.TUR. A tradução literal de seu nome é "Serpente Venenosa", o que oferece uma pista fundamental sobre sua natureza.
No entanto, existem termos diferentes em sumério, como ušum (visto no contexto do Dragão de Ninurta), representado com pés, e muš-šà-tùr, que significa deusa serpente do nascimento, representado sem pés. Esses termos sumérios podem representar diferentes tipos iconográficos ou até mesmo diferentes demônios. A existência de termos sumérios separados para serpentes com pés e sem pés indica uma compreensão mais sutil desses seres semelhantes a serpentes no pensamento mesopotâmico primitivo e provavelmente reflete diferentes papéis ou significados simbólicos.
Também é significativo que seja o nome acádio para a constelação babilônica (MUL.DINGIR.MUŠ) , equivalente à Hidra grega.
O fato de Bašmu ter dado seu nome a uma grande constelação demonstra o quão intimamente a mitologia mesopotâmica estava interligada com a compreensão do cosmos, sugerindo uma crença na interconexão dos reinos terrestre e celestial.
É certo que a Serpente do Éden é o Bašmu, pois todas estas características corroboram que os escritores do Gênesis, se inspiraram no Bašmu sumério para fazer a serpente Nāḥāsh do mito hebraico que está na bíblia.
Saiba mais sobre:
https://adalbersantos.blogspot.com/2025/08/basmu.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário