Quando surgiu a Igreja Católica Apostólica Romana, muitos dos seguidores dos discípulos de Cristo odiaram essa nova religião gnóstica herética que agora era comandada pelo Estado Romano. Muitos lutaram contra a religião gnóstica estatal herética e foram brutalmente perseguidos. A reforma religiosa contra esta religião poderosa foi feita, com o passar dos séculos. Na Idade Média, temos os Valdenses que se declararam contra a Igreja Católica Apostólica Romana.
O grupo dos Valdenses teve sua origem entre os seguidores de Pedro Valdo por volta de 1173, em Lyon, na França. Pedro Valdo foi um rico comerciante e religioso de Lyon, líder dos valdenses, movimento cristão da Idade Média.
Ele decidiu abandonar todos os seus bens, com exceção daquilo que fosse necessário para o sustento de sua família. Um grupo de discípulos logo se formou, tornando-se conhecidos como os Pobres de Espírito. Valdo e seus seguidores passaram, então, a pregar suas ideias pela região. Em virtude de sua recusa em interromper suas pregações, eles foram excomungados em 1184.
Os valdenses desejavam restaurar o cristianismo aos tempos da Igreja Primitiva. Organizavam suas igrejas em diferentes cargos, cada qual com sua função. Os valdenses incentivavam a leitura das Escrituras por todo fiel, daí a importância da tradução para o provençal realizada a mando de Pedro Valdo.
Os Valdenses "negavam a autoridade do papa e contestavam determinados princípios do catolicismo, como a crença no Purgatório, o culto aos santos, negavam a importância das relíquias sagradas e chamavam a Igreja Católica pejorativamente de “viúva do apocalipse”. Além disso, recomendavam a leitura da Bíblia para todos os fiéis, o que os levou a traduzir a Bíblia para idiomas locais. Espalharam-se por várias regiões da Europa e, durante as Reformas Protestantes, proclamaram-se como doutrina reformista. Eles foram encarados como ameaça, principalmente por questionarem as autoridades eclesiásticas e seculares, não se submetendo a elas. Por serem irredutíveis nesse aspecto, foram considerados pela Igreja como subversivos e, assim, excomungados e perseguidos pela Inquisição."
Na era da Reforma Protestante, os valdenses influenciaram o reformador suíço Heinrich Bullinger. Ao encontrar as ideias de outros reformadores semelhantes às deles, eles rapidamente se fundiram no maior movimento protestante. Líderes valdenses abraçaram a Reforma Protestante e uniram-se a várias entidades regionais protestantes locais.
A Igreja Católica via os valdenses como não-ortodoxos, e em 1184, no Sínodo de Viena, sobre o comando do Papa Lúcio III, Pedro Valdo e seu movimento foram excomungados. Papa Inocêncio III foi além, no Quarto Concílio de Latrão em 1215, no qual denunciou oficialmente os valdenses como uma seita herética. Em 1211, mais de 80 valdenses foram queimados como heréticos em Estrasburgo; esta ação inaugurou séculos de perseguição que quase exterminou o movimento.
A Igreja Católica Apostólica Romana não só perseguiu os Valdenses como torturou, prendeu e assassinou muitos deles, no caso das torturas, existem casos de empalamentos, estupros, esquartejamentos, execução pela fogueira, forca, afogamento, etc. Nem as crianças eram poupadas da ira da Igreja Católica.
Pedro Valdo morreu no início do século XIII, possivelmente na Alemanha; ele nunca foi capturado e seus restos mortais permanecem desconhecidos.
Por três séculos, a Igreja perseguiu os valdenses. Retirando-se de lugar em lugar, eles se apegaram às Escrituras, e os pregadores leigos continuaram a espalhar os pontos de vistas reformados, que mais tarde foram encontrados em movimentos posteriores, como no movimento dos franciscanos e no protestantismo. Deveras, a maioria dos valdenses uniu-se aos protestantes durante a Reforma Protestante. Aqueles que permaneceram nos Alpes, entretanto, mantiveram sua identidade preservada. A Itália concedeu liberdade religiosa aos valdenses somente em 1848.
Nenhum comentário:
Postar um comentário