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sábado, 22 de junho de 2024

REFORMA RELIGIOSA - KHEMET

 



Como já sabemos, a reforma religiosa é antiga, os Sumérios foram os primeiros a fazerem suas reformas religiosas, pois o povo, como sempre, escolhe as malditas teologias da prosperidade e todas as facilidades possíveis, ao invés de fazer o que é o correto.

No reino do Khemet (Egito) houve uma reforma religiosa, esta reforma se dá pela pessoa de Amenófis IV ou Amenotepe IV, filho de Amenófis III, neto de Tutemés IV. Akhenaton é pai de Tutakamon. Ele é lembrado por abandonar o tradicional politeísmo religioso egípcio e introduzir uma adoração centrada em um único deus, Aton, na mitologia Khemetita (Egípcia) Aton era a fonte de luz, vida e calor, criador de tudo e todos. Historicamente, o primeiro caso de monoteísmo, reconhecido como tal pelos historiadores, foi o culto do faraó Amenhotep IV ou Akhenaton ao deus Aton.

Amenófis IV ou Amenotepe IV amava tanto o Deus Aton que ele próprio mudou seu nome para Akhenaton que quer dizer "Aquele que louva Aton", "Util a Aton" ou "Usado por Aton" "Aquele Amado por Aton".

Akhenaton tinha até um mantra ou uma oração que ele dizia para o Deus Aton, que era: "Aton vive, não há outro exceto ele!".

Akhenaton tornou-se rei aos quinze anos. No ano V do seu reinado o jovem rei Amenófis IV decide mudar de nome para Akhenaton, o que representou o seu repúdio ao deus Amon. O rei declarou-se também filho e profeta de Aton, uma divindade representada como um disco solar. Akhenaton instituiu o deus Aton como a única divindade que deveria ser cultuada, sendo o próprio faraó o único representante dessa divindade.

No entanto, o deus Aton não era um deus novo no panteão egípcio. Aton era considerado pelos egípcios como uma manifestação visível do deus Rá-Harakhti e já era mencionado nos Textos das Pirâmides, os textos de carácter religioso mais antigos encontrados no Egito. O que há de novo na religião introduzida por Akhenaton é o lugar central de Aton, remetendo outros deuses ao desaparecimento ou a uma posição secundária. Dessa forma, Akhenaton pode ser considerado o criador da ideia do Monoteísmo. Inscrições antigas ligam Aton ao El Elyon “Altíssimo” “Mais Alto”, com a linguagem oficial posterior evitando chamá-lo de um deus, dando a essa deidade um status superior e acima dos meros deuses. Porém essa monolatria foi adotada na nobreza e na realeza, e não a toda população. O monoteísmo nunca existiu no Egito durante o período faraônico.

Não se sabe ao certo quais teriam sido as motivações de Akhenaton para tomar esta atitude. Aponta-se o poderio do clero de Amon, que possuía terras na Ásia e na Núbia, assim como pedreiras, minas e rebanhos. Todos estes bens seriam transferidos por Akhenaton para o templo de Aton que mandou construir numa nova cidade, Aquetaton.

No sexto ano de seu reinado, Akhenaton decide abandonar Tebas para fundar uma nova cidade dedicada a Aton. Ao contrário de outros deuses, Aton não tinha ainda um local de culto próprio e Akhenaton decide-se por criar um. O local escolhido situa-se entre Mênfis e Tebas, na margem direita do Nilo e recebeu o nome de Aquetaton ("O Horizonte de Aton"); atualmente as ruínas deste local são conhecidas como Amarna, o nome da aldeia egípcia próxima.

A reforma religiosa, como qualquer reforma, trouxe problemas, pois Akhenaton perseguiu seus inimigos, todos os que o criticavam sofreram sua ira, como também os antigos deuses, principalmente os deuses e os inimigos que  estavam na cidade de Tebas, Amom, Mut e Quespisiquis. O faraó ordenou que os nomes destes deuses fossem retirados de todas as inscrições em que se encontravam em todo o Egito. Esta situação atingiu diretamente não só os sacerdotes, mas a própria população.

No ano XII de seu reinado ocorreu um grande festival em Aquetaton, cujo motivo exato não se conhece. Seria talvez uma espécie de refundação da cidade de Aton. No palácio real foram recebidas delegações da Ásia, Líbia, Núbia e das ilhas do Egeu. No livro Akhenaton - a revolução espiritual do Antigo Egito, este evento teve por razão a co-regência com sua esposa Nefertiti, que passou a adotar o título de Semencaré.

O império que o Egito tinha construído ao longo das últimas décadas desintegrava-se aos poucos, porque Akhenaton seria um pacifista, não desejando, portanto, manter reinos vassalos nem uma política militar imperialista. No Médio Oriente o Egito tinha os seus aliados e parece que o faraó não atendeu aos seus pedidos de ajuda, face à ameaça hitita. Este povo acabará por conquistar o Médio Oriente, tomando os portos da Fenícia; os Mitânios, aliados do Egito, são varridos do mapa. Povos beduínos invadem a Palestina e conquistam Jerusalém e Megido. Ao sul, o Egito perde o controle sobre as minas de ouro da Núbia, fundamentais para o comércio egípcio.

Akhenaton reinou por cerca de XVII anos. Aproximadamente no ano XV do seu reinado surge um misterioso co-regente chamado Semencaré. Alguns egiptólogos acreditam que Semencaré era a rainha Nefertiti que assumiu atributos de faraó para tornar suave a transição de governo para o herdeiro do trono que, nessa época, deveria ter por volta de quatro anos. Outros acreditam que ele era, na verdade, o filho mais velho de Akhenaton e irmão de Tutancâmon, que lhe sucedeu.

Seja como for, nada se sabe sobre Nefertiti após o ano XV. Na opinião de Cyril Aldred, Nefertiti morreu no ano XIII ou XIV do reinado de Akhenaton.Quia também teria desaparecido mais ou menos na mesma altura que Nefertiti e Meritaton, filha de Akhenaton e Nefertiti, tornou-se a primeira dama do reino.

Não se sabe ao certo sobre a morte de Akhenaton, exceto se faleceu no XVII ano de seu reinado. A sua múmia poderia talvez ter sido queimada ou colocada no Vale dos Reis. Suspeita-se que tenha sido assassinado a mando dos sacerdotes, prejudicados por sua administração austera. Uma múmia masculina encontrada na Tumba KV55 é considerada a de Akhenaton.

Semencaré reinou por cerca de dois anos até que, aos oito anos, o jovem Tutancaton foi elevado ao trono do Egito. Seu breve reinado (ele morreu quando tinha aproximadamente 18 anos) foi marcado pela reaproximação da família real com o clero tebano do deus Amon. Tanto que o faraó recém-entronizado trocou o seu nome para Tutancâmon (a imagem viva de Amon), selando uma certa paz com os sacerdotes de Tebas e com as antigas tradições egípcias. As radiografias feitas na múmia de Tutancâmon mostram um golpe no crânio, o que levanta a hipótese de ter sido assassinado. Tutancâmon foi sucedido por Aí, que reinou três anos, e este por sua vez foi sucedido por Horemebe.


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