O profeta persa Zoroastro descreveu um ser chamado Arimã, o "príncipe das trevas", que travava uma luta eterna contra Mazda, o "príncipe da luz".
Por volta do século II a.C., a figura do demônio aparece em alguns textos apócrifos da tradição religiosa judaica.
Nos textos do Novo Testamento, autores como João e Paulo descrevem batalhas intensas entre o diabo e Deus.
Na Idade Média, a demonologia surgiu como uma ferramenta política. A representação do diabo durante esta época levou a uma série de reflexões sobre o mundo e o homem. A partir do ano 1000, o diabo começou a ser representado com uma aparência grotesca e monstruosa, entre o humano e o animal.
Dentro da lógica dualista cristã, o demônio era considerado uma peça indispensável numa sociedade medieval profundamente impregnada pela fé, pois era necessário que existisse o antípoda de Deus para que este tivesse relevância na existência humana.
Na Idade Média, Judeus, Muçulmanos e Católicos reconheciam a existência do Diabo, que provinha da crença dualista Zoroastrista dos Persas, o Diabo era comumente descrito como uma figura bestial representando o pecado, a tentação e a personificação do mal, assim como nos mitos persas. Nos manuscritos medievais da Europa Ocidental, o Diabo era frequentemente atribuído as características de serpentes, como chifres ou orelhas pontiagudas e uma cauda longa e fina. Essas características provavelmente têm suas raízes na história da queda do homem no livro de Gênesis e na tentação de Eva por uma serpente.
1) ROSTO
Há poucas descrições do capeta na Bíblia. Tudo o que os cristãos consideravam “do mal” foi sendo associado a ele ao longo dos séculos. Por exemplo: a barbicha e a pele negra foram herdadas dos árabes muçulmanos. Eles foram os “inimigos” durante as Cruzadas – movimentos militares cristãos que se estenderam do século XI ao XIII para a conquista da Terra Santa. Já a cara feia veio do deus egípcio Bes, que tinha uma carranca assustadora para afugentar espíritos do mal.
2) CABELO
Às vezes, ele é representado com um cabelo “rebelde”. Alguns acadêmicos sugerem que esse visu foi “copiado” da cabeleira desgrenhada e suja dos bárbaros que invadiram Roma a partir do século IV. Ou ainda do deus grego Apolo (considerado um ídolo pagão após a consolidação do cristianismo). O cabelo representaria a natureza selvagem e bestial do demo.
3) PENTAGRAMA INVERTIDO
O pentagrama aparece em várias culturas ao longo da história e já foi até venerado pelos primeiros cristãos como símbolo das cinco chagas de Jesus. Nos anos 40, passou a ser associado com a nova religião Wicca. Mas depois que o ocultista Anton LaVey fundou a Igreja de Satã, em 1966, e inverteu o pentagrama, ele se tornou um sinônimo indissociável do chifrudo.
4) ASAS
Uma possível explicação para as asas está no Novo Testamento: o livro Apocalipse associa o “mal” a um dragão (mas não confirma que o bichão é Satanás). Outra origem provável está na mitologia chinesa, cujas gravuras de dragões foram vistas por missionários cristãos pela primeira vez no século 16. A terceira vem do livro A Divina Comédia, de Dante Alighieri, que descreve Satã com seis asas dotadas de olhos.
5) TRIDENTE
O tridente apareceu bastante em pinturas da Renascença. Foi inspirado na figura de Poseidon, deus grego dos mares, e também foi influenciado pelos raios triplos do deus Sumeriano Iskur ou Adad, deus da tempestade, de cerca de 2000 a.C. Outra teoria é que não se trata de um tridente, mas sim de um gancho bifurcado, instrumento de tortura da época da Inquisição.
6) PÉS DE BODE
Os pés de bode e os chifres que conhecemos hoje vieram do deus grego Pã. Isso porque essa divindade praticava orgias, e Satã foi associado ao uso do sexo como forma de fazer os homens caírem em tentação. E também porque Pã habitava ambientes selvagens e, para a Igreja, esses locais eram os favoritos dos espíritos malignos.
7) REPRESENTAÇÃO
Estudos do historiador Henry Ansgar Kelly, da Universidade da Califórnia, mostram que, no texto original da Bíblia, o diabo era um tipo de advogado de Deus. Seu papel era perseguir e acusar os pecadores. Ele só virou um “vilão” porque a Igreja precisava de uma representação do mal supremo, em oposição à bondade de Deus.
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