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sábado, 19 de abril de 2025

DOM PEDRO I - O IMPERADOR ADÚLTERO

 


Fazer a conta de quantas mulheres passaram pela cama de dom Pedro I ao longo de sua curta mas apimentada vida é um desafio temerário. Até porque boa parte de seus casos não veio a público. Basta dizer que 18 filhos seus estão oficialmente registrados, tidos com duas esposas (Leopoldina e Amélia) e cinco amantes.

Ele não costumava perdoar mulheres da mesma família: deu suas escapadas com uma das irmãs da marquesa de Santos, sua amante mais famosa, bem como com a dançarina Noemi Thierry e a irmã da própria.

A marquesa que se chamava Domitila de Castro, originalmente não era de família nobre, só foi ganhando títulos e mais títulos pelas boas graças de Dom Pedro I.

Mas o fato é que o imperador não só trocou cartas apaixonadas com ela durante sete anos (chamava-a de Titília e chegou a dedicar-lhe alguns versos de valor literário duvidoso) como deu cargos e títulos de nobreza para a família inteira de Domitila.

A filha mais velha dos dois ganhou o título de duquesa de Goiás. A mãe da marquesa, dona Escolástica, era chamada de “velha querida do meu coração” pelo imperador. O casal brigou de vez, após uma série de idas e vindas, quando dom Pedro decidiu casar-se novamente, com dona Amélia, então com 17 anos e, ao que consta, uma das princesas mais belas da Europa.

Dona Amélia parece ter sido a única mulher que conseguiu botar um freio no sujeito, embora ele tenha dado suas escapadas durante a fase que passou exilado em Paris.

Pedro e Leopoldina se casaram por procuração no dia 13 de maio de 1817, e ela assumiu o nome de Maria Leopoldina. Ela chegou ao Rio de Janeiro seis meses depois para conhecer o marido e consumar o casamento. O casal teve sete filhos, mas cartas inéditas encontradas no Museu Imperial que deram origem ao livro A Carne e o Sangue (2012, Editora Rocco), da historiadora Mary Del Priore, revelaram que a imperatriz detestava sexo. Embora fosse apaixonada pelo marido, ela acreditava que ele fosse gostar dela por suas qualidades morais, não pela beleza física ou qualidades na cama.

A esposa de Dom Pedro I, Maria Leopoldina da Áustria, teve um casamento infeliz e sofrido. Ela foi a primeira imperatriz do Brasil e desempenhou um papel importante na independência, mas enfrentou a infidelidade e o desprezo do marido, que manteve um longo relacionamento com a Marquesa de Santos. 

Dom Pedro ficou conhecido como um verdadeiro colecionador de amantes,  Dom Pedro I se relacionou com duas irmãs ao mesmo tempo. Enquanto a imperatriz vivia momentos de tristeza, Dom Pedro passou a ter encontros não só com a Marquesa de Santos, mas também com sua irmã, Maria Benedita de Canto e Melo, a baronesa de Sorocaba.

Além do ciúme, outro fator que teria a motivado uma possível briga entre as irmãs foi o fato de que o monarca teria engravidado a baronesa um pouco antes de Domitila descobrir que carregava em seu ventre um progenitor de Demonão.

O comportamento de Dom Pedro para com sua primeira esposa era repudiável em diferentes e diversos sentidos. Além de todo o mal que ele já causava a mulher pelo seu comportamento rotineiro, ele diversas vezes era completamente agressivo com a imperatriz, que vivia solitária.

Em uma carta rara, a imperatriz desabafou sobre a situação do país durante o Dia do Fico. "Meu esposo declarou que ficará aqui; embora pensemos diferentemente em alguns aspectos, é melhor que me cale e observe silenciosamente", escreveu enganosamente ao pai. No entanto, como sabemos através de registros históricos, ela não ficou calada. E agiu como uma estrategista política.

O povo não aceitou o caso extraconjugal do imperador, e a marquesa virou a inimiga número 1 de todos. Quando a imperatriz morreu, pensaram que havia sido Domitila quem a envenenou, e foram até sua casa para apedrejá-la.

Os austríacos também não perdoaram o imperador pelo sofrimento que causou a Leopoldina, e barraram todas as princesas austríacas e alemãs de se casarem com ele. Mergulhado em uma crise política e ciente da necessidade de uma mulher para governar ao seu lado, D. Pedro I teve dificuldade para encontrar uma nova esposa.

Finalmente, conseguiu casar-se a princesa Amélia de Leuchtenberg, filha de Eugênio de Beauharnais, Duque de Leuchtenberg, e da princesa Augusta da Baviera, mas para isso teve de cortar definitivamente todos os laços com Domitila e expulsá-la da corte.

Por conta dos múltiplos casos de adultério, houve um grande desgaste da popularidade de D. Pedro I no Brasil, que culminou na sua abdicação em 1831. Vários fatores contribuíram para essa insatisfação, como o autoritarismo do imperador, a sua ligação com Portugal, e a crescente influência das ideias liberais e republicanas no país.


A FRAUDE DO QUADRO DA INDEPENDÊNCIA

 


O quadro  O grito do Ipiranga ou Independência ou morte e , de Pedro Américo é uma das imagens mais emblemáticas da História do Brasil. A obra foi feita por encomenda do governo da província de São Paulo para ocupar o salão de honra do Monumento do Ipiranga, prédio que estava em construção (atual Museu Paulista/USP).

Pedro Américo a executou em Florença, na Itália, onde residia então, e a descobriu em 1888. É um painel enorme, com 7,60 mx 4,51 m (sem contar a moldura), que foi chumbado na parede do museu. Hoje, como o museu em restauração, a tela não pode ser removida e, mesmo que pudesse, não passaria por nenhuma porta do lugar.


Pintura histórica do século XIX

A pintura de Pedro Américo faz parte da chamada escola romântica , um estilo artístico que vigorou na Europa em meados do século XIX e que teve, entre suas características, a exaltação dos sentimentos nacionalistas. Os temas históricos que glorificaram o passado nacional tornaram-se muito populares. Em suas obras, os pintores procuravam comover o espectador, exaltar a coragem, dignificar e heroicizar os personagens nacionais.

Pedro Américo, que desenhou e viveu na Europa na segunda metade do século XIX, já tinha executado outras pinturas no estilo nacionalista romântico como A Batalha de Campo Grande (1871), Fala do Trono (1873) e Batalha do Avaí (1874). O sucesso de O grito do Ipiranga (1888) foi seguido de muita polêmica pois a obra foi acusada de plágio da tela 1807, Friedland , de Ernest Meissonier, pintado em 1875, apesar de Pedro Américo só vir a conhecer a obra anos depois.

Sendo uma pintura romântica de cunho nacionalista, O grito do Ipiranga glorifica e idealiza o passado usando, para isso, de figuras e composição de cena nem sempre fiel à história. O próprio Sete de Setembro é hoje objeto de discussão por historiadores que têm refletido sobre os dados como uma construção histórica

Além disso, uma obra foi encomendada a Pedro Américo pelo governo da província de São Paulo para o salão de honra do monumento da independência (atual Museu Paulista da USP) que estava, então, em construção. O objetivo era enaltecer a monarquia e a terra paulista como elementos fundadores da nacionalidade brasileira. A pintura nacionalista romântica atendeu a esse propósito e Pedro Américo atendeu ao que lhe foi encomendado.


Descrição do quadro “O grito do Ipiranga”

No centro, em posição mais elevada, está D. Pedro, príncipe regente, montado a cavalo, com uniforme de gala e erguendo a espada [imagem 1].
A comitiva, à direita do príncipe, é formada por dez homens que erguem seus chapéus [imagem 1].
A frente deles, trinta soldados, os “Dragões da Independência”, com uniforme de gala, formam um semicírculo e erguem suas espadas [imagem 2].
Os soldados, foram pegos de surpresa pelo gesto de D. Pedro, o que se percebe pelo movimento dos animais e pelo quinto soldado (da esquerda para a direita) que se apressa para montar o cavalo.   Ao fundo, à direita, outros dois soldados também estão começando a montar seus cavalos.
Próximo a eles, há um civil usando cartola que ergue um guarda-chuva; segundo alguns estudiosos, seria Pedro Américo que se autorretratou no quadro [imagem 3].
À esquerda, três figuras populares: um homem conduzindo um carro de boi carregado de toras de madeira e que olha a cena assustado (ou curioso?); atrás, um outro montado a cavalo e mais ao fundo, um negro conduzindo um jumento que segue de costas ao grupo [imagem 4].
O riacho do Ipiranga está em primeiro plano e suas águas respingam na pata do cavalo [imagem 2].
Um caso, ao fundo à direita, compõe a cena reforçando o caráter rural do lugar; apelidado de “Casa do Grito”, seria um local de pouso para as tropas que viajavam naquele caminho [imagem 3].



Elementos inseridos na pintura para glorificar o passado
Ao receber a encomenda, Pedro Américo pesquisou sobre o Sete de Setembro lendo tudo o que havia sido escrito sobre aquele episódio. Esteve no local onde o fato ocorreu, inspirou a paisagem, seus núcleos e luminosidade no mês de setembro. Informe-se sobre a moda e os trajes usados ​​na época. Fez numerosos rascunhos das figuras e chegou a realizar uma pintura completa, em tamanho menor, para estudar como ficaria o quadro final. Esse estudo faz parte, hoje, do acervo do Ministério das Relações Exteriores e se encontra na sala D. Pedro I, no Palácio Itamaraty em Brasília.
Não bastava, porém, reproduzir a suposta realidade do momento. A pintura encomendada tinha um objetivo claro: enaltecer a monarquia e seu primeiro imperador, e glorificar a independência como marco fundador da nacionalidade brasileira. Para isso, Pedro Américo inseriu em sua obra:
Cavalos: animais imponentes, era a montaria dos militares e dos nobres. Na realidade, porém, D. Pedro e seus acompanhantes fizeram o caminho do litoral ao planalto paulista em mulas e jumentos, o meio mais seguro de se viajar naquela estrada íngreme e em zigue-zague.
Comitiva numerosa: nesse trecho da viagem, a comitiva de D. Pedro foi formada por poucos membros e não quarenta pessoas.
Uniformes de gala: D. Pedro I e sua guarda não viajavam vestidos com uniformes de gala, preferiam trajes mais simples e confortáveis. 
Dragões da Independência: ainda existiam na época que só foram criados um ano após a independência por D. Pedro I.
Postura de D. Pedro: é provável que o príncipe regente estivesse com uma aparência tão sadia e em posição ereta uma vez que, naquele momento, estava sentindo fortes cólicas causadas pelo cansaço da longa viagem ou pelo jantar na noite anterior [imagem 5].
Casa do Grito: não existia na época; o caso retratado no quadro foi construído por volta de 1884, portanto muito tempo depois da proclamação da independência.
Ele próprio: Pedro Américo não poderia estar no quadro. Ele nasceu em 1843, muito tempo depois da independência, em 1822. Quando a pintura foi realizada, entre 1885 e 1888, sequer existiram testemunhas do Sete de Setembro.
 A idealização do fato histórico
“A realidade inspira, mas não escraviza o pintor” , disse Pedro Américo sobre sua obra. Na verdade, ela não tem a intenção de ser uma fotografia do passado. A arte não é um retrato fiel e indelével da História. Trata-se de imagem idealizada que faz uma representação heroica do passado e exalta a monarquia (naquele momento, em franco declínio, às vésperas da proclamação da República).
Além disso, Pedro Américo foi um artista formado segundo as convenções da arte europeia e vivendo em um ambiente marcado pelo nacionalismo e militarismo do século XIX.
Seu quadro recebeu essas influências que transparecem no caráter militarista e majestoso da composição: soldados perfilados, espadas erguidas, uniformes de gala, cavalos garbosos com belos arreios e selas – elementos que dignificam e dão imponência ao episódio retratado.
O Príncipe é uma figura de destaque: no centro e na parte mais elevada, ele ergue a espada passando a ideia de líder vitorioso, como se ele fosse o único responsável pela independência. É dele que faz parte do “grito”, praticamente uma ordem militar que é imediatamente acatada por todos que o acompanham.
Aliás, o nome da tela O grito do Ipiranga já é indicativo da visão autoritária e personalista sobre o fato retratado, diferente do quadro de François-René Moreaux, A proclamação da independência , de 1844 .
A casa de pouso, o carroceiro e outras figuras populares fazem um tímido contraponto à atmosfera militar e ufanista do quadro. São figuras secundárias, decorativas, que auxiliam à cena. Não são protagonistas e, nem sequer partidárias. São inertes. A independência não mudou suas vidas, o que não deixa de ser verdade. Talvez essa seja a mensagem principal de  O grito do Ipiranga .

Fonte
BASTOS, Lúcia. Nem as margens ouviram . O Grito do Ipiranga não teve nenhuma repercussão na época. Revista de História, 16/09/2009.
CAMPOFIORITO, Quirino. História da pintura brasileira no século XIX . Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1983.
OLIVEIRA, Cecília Helena de Salles & MATTOS, Claudia Valladão de. O brado do Ipiranga . São Paulo: Edusp, 1999.
A invenção do grito . Revista de História, 19/09/2007.
SHLICHTA, Consuelo Alcioni BD Independência ou morte (1888), de Pedro Américo : a pintura histórica e a elaboração de uma certidão visual para a nação. Anpuh, XXV Simpósio Nacional de História, Fortaleza, 2009.
CARVALHO, José Murilo de. Os esplendores da imortalidade . Folha On-line. Brasil 500. 26.12.1999.

A INDEPENDÊNCIA COMPRADA $

 


A Independência do Brasil foi um acordo financeiro feito entre Dom Pedro I e seu pai o Rei Dom João VI, onde foi feito um tratado para se estabelecer a Independência do Brasil. O nome deste tratado é; Tratado de Paz e Amizade.

O Tratado de Paz, Amizade e Aliança (também conhecido como Tratado do Rio de Janeiro) foi um tratado assinado entre Brasil e Portugal no dia 29 de agosto de 1825. Esse tratado foi assinado pela mediação do Reino Unido e garantiu que Portugal reconhecesse a independência do Brasil de maneira oficial.

O senhor de escravos e principal artificie do tratado por parte do Brasil, Felisberto Caldeira Brandt, fez com que a Inglaterra reconhecesse a independência sem obrigar o Brasil a abolir a escravidão. Ele conseguiu. Para Portugal, o Brasil pagou mais de dois milhões de libras e a melhor parte: precisou assumir a dívida que Portugal tinha com a Inglaterra. Assim, anote aí e não perca as contas: a Independência virou negócio fechado quando Caldeira Brandt fez um empréstimo de 3.686.200 de libras junto aos bancos Barings e Rothschild, com juros de 5% ao ano. No mesmo século, diversas companhias ferroviárias brasileiras financiaram suas expansões com empréstimos obtidos no banco. Hoje conhecido como Rothschild & Co, ele é presidido por Alexandre de Rothschild, pentano de Mayer Amschel.

Contrato de empréstimo de 3 milhões de libras esterlinas entre Dom Pedro, Imperador do Brasil e Nathan Mayer Rothschild de 1824. Acervo do Arquivo Rothschild, Londres 

" 3.000.000 de Libras Esterlinas para o Serviço do Império Brasileiro. Considerando Dom Pedro, pela Graça de Deus, e Proclamação unânime de Seu Povo, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo dos Brasis, etc. etc. etc., com o Seu Conselho de Estado, resolveu levantar um empréstimo na Europa, no valor de três milhões de libras esterlinas, para o serviço de Seu Império."

A Presença dos Rothschild no Brasil data de 1808, quando Comerciantes ingleses se estabeleceram no Rio de Janeiro após a vinda da Corte Portuguesa. Entre eles estavam agentes financeiros de Rothschild, os Judeus Denis (David) Moses Samuel, um irmão mais novo de S. M. Samuel, e Alfred (Abraham) Phillips, sobrinho de Esther Phillips Samuel, Cunhada de Nathan Rothschild.

Quando o rei de Portugal foi forçado a regressar a Lisboa em 1821, após um

ausência de quatorze anos, deixou o filho mais velho Pedro como regente do Brasil. No final de 1822 com o Príncipe Regente tornando-se Imperador Pedro I. O Agente financeiro de  Nathan Rothschild, Samuel Phillips & Co. manteve estreitas relações pessoais tanto com a família imperial quanto com os ministros de gabinete da nova nação.

Nesse período surgiu avalanche de emissões de títulos pelos novos governos latino-americanos. As guerras de independência hispano-americanas foram o ímpeto óbvio para isso: elas resultaram no surgimento de novos estados que antes eram colônias espanholas e portuguesas. Pouco se sabia sobre esses novos países, mas rumores apontavam para sua enorme riqueza. Isso foi o suficiente para despertar entusiasmo entre investidores e credores britânicos.

As finanças do novo Império do Brasil estavam precárias na melhor das hipóteses, e a firma de Samuel Phillips & Co. se mostrou ansiosa para lucrar com essa situação. Já em outubro de 1822, a empresa havia sugerido a Rothschild, o acordo de um empréstimo do governo com juros abusivos de 9 a 12%. O Banqueiro Nathan Rothschild, então o homem mais rico do mundo, embora cauteloso sobre investimentos sul-americanos, logo se interessou pelo novo estado brasileiro. Assim que soube da Coroação de Dom Pedro I ofereceu um empréstimo ao Brasil já em 1823 de  £2,000,000 de libras para pagar os custos da Guerra com Portugal na Bahia. 

Rothschild tornou-se o principal agente Financeiro do governo brasileiro em Londres, pagando os dividendos semestrais sobre os empréstimos e atuando como banqueiro do enviado brasileiro em Londres.  Foi Nathan Rothschild  o grande influenciador das negociações do Reconhecimento da Independência do Brasil por Portugal em 1825. 

O primeiro grande empréstimo externo do Brasil foi obtido em 1824, no valor de £ 325482 milhões de libras esterlinas e ficou conhecido como "empréstimo da Independência", destinado a cobrir dívidas com a coroa portuguesa e na prática significava o pagamento a Portugal pelo reconhecimento da independência. No final de sua vida em 1836, Nathan mayer Rothschild entrou em conflito com o Governo Brasileiro e seus agentes no Rio de Janeiro a cerca dos atrasos de pagamento dos juros dos empréstimos. 

O Brasil porém continuaria dependente de empréstimos externos e continuaria com dificuldades para quitar o principal desses empréstimos.  Rothschild  e seus agentes lucraram cerca de 87 milhões por ano só com suas ações financeiros no Brasil. 

A dívida soberana do Brasil era uma questão por excelência dos Rothschilds. O banco subscreveu dois empréstimos na década de 1820, pouco depois da independência do país de Portugal. Na década de 1850, o governo nomeou o banco como seu agente financeiro na Europa, uma função que incluía um monopólio de subscrição de dívida que durou até 1908. O Brasil não teria sido capaz de tomar empréstimos na medida e na taxa que conseguiu se não tivesse sido associado aos Rothschilds.

Depois de quatro anos de conflito, Portugal finalmente reconheceu a independência do Brasil, e em 29 de agosto de 1825 foi assinado o Tratado de Amizade e Aliança firmado entre Brasil e Portugal. Em troca do reconhecimento como estado soberano, o Brasil se comprometeu a pagar ao Reino de Portugal uma indenização substancial e assinar um tratado de comércio com o Reino Unido como indenização por sua mediação.


Fonte: Rothschilds and Brazil: An Introduction to Sources in the Rothschild Archive. Caroline Shaw/ Rothschilds' Tropical Empire: Brazil, 1822–1889

Texto de Beazil Imperial - https://www.facebook.com/BrazilImperiu


A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL II



Em fins de 1821, a Maçonaria Brasileira estava cindida em duas ordens: a “Azul” e a “Vermelha”. A Grande Loja da Maçonaria “Azul” teria membros em São Paulo. No Rio de Janeiro funcionavam, então, já separadas, as Lojas da Maçonaria “Azul” e da Maçonaria “Vermelha”. Esta chefiada por Joaquim Gonçalves Ledo, Cônego Januário da Cunha Barbosa, José Clemente Pereira, entre outros. Aquela tinha à sua frente José Joaquim da Rocha, José Mariano de Azeredo Coutinho, Antônio e Luís de Meneses Vasconcelos Drummond, Pedro Dias Paes Leme, entre outros. Não havia nítida separação entre os irmãos maçons: muitos de tendência “vermelha”, isto é, republicanos, achavam-se nas lojas “Azuis”, rente aos monarquistas, e vice-versa. Outros faziam-no por espionagem. Mesmo assim encontramos um ou outro irmão “Vermelho” em loja “Azul”, ou irmão “Azul” em loja “Vermelha”, porque isso interessava ao jogo político.

Ao mesmo tempo foi fundado, na casa do maçom José Joaquim da Rocha, na Rua da Ajuda, o “Clube da Resistência”, depois transformado no “Clube da Independência”. As tratativas iniciais tinham como objetivo sensibilizar D. Pedro para resistir ao comando das Cortes, convidar o Presidente do Senado, o maçom José Clemente Pereira, a aderir ao movimento, bem como ampliar os contados com maçons de Minas Gerais e São Paulo. Longe dos olhos das autoridades, outras reuniões de cunho maçônico eram realizadas tanto no Clube quanto no Convento de Santo Antônio, organizadas pelo Frei Francisco Sampaio.

Com a reinstalação da Loja “Comércio e Artes”, em 1821, quando obteve liberdade de atuação, a maçonaria conheceu grande expansão no Brasil, principalmente na cidade do Rio de Janeiro. Com o tema da “independência” na pauta de todas as reuniões, fazia-se agitação e proselitismo em favor da ideia. Alguns membros, como o liberal radical Ledo, eram partidários de uma independência democrática e republicana. Ledo chefiava a “Maçonaria Vermelha”, em contraposição ao grupo simpático à “Maçonaria Azul”, que defendia a proposta de uma monarquia constitucional parlamentar. Em comum, os grupos tinham o absolutismo como inimigo, e o liberalismo e a representação do povo no legislativo como princípios fundamentais.

A partir de outubro daquele ano, começaram a aparecer pelas ruas do Rio de Janeiro panfletos denunciando as intenções das Cortes e concitando o príncipe a assumir a direção do movimento em defesa da autonomia do país. Segundo historiadores, a propaganda deflagrada pela maçonaria “vermelha” era, sim, para separar politicamente o Brasil de Portugal, pois a independência já fora considerada conquistada, desde 1815, quando da elevação da colônia a Reino Unido de Portugal e Algarves. Para esse grupo, com a separação, surgiria fatalmente a república, pois não havia no Brasil uma monarquia própria.

Apesar de, em 1822, a cidade de São Paulo possuir alguns maçons, eles não eram em número suficiente para formar uma Loja, diferente do Rio de Janeiro, que contava com a Loja Comercio e Arte. Seu fundador, Joaquim Gonçalves Ledo, em apaixonado discurso pronunciado em reunião do Grande Oriente do Brasil, dirigido ao então Regente, a 20 de agosto, incitou-o, em nome da Maçonaria, a dissolver os laços que nos uniam a Portugal. Alguns meses antes, cientes de que sem o apoio de São Paulo e Minas Gerais não haveria independência, a Loja carioca tinha enviado Paulo Barbosa para Minas e Pedro Dias Paes Leme para São Paulo, aonde chegou no início de dezembro de 1821, para medir os ânimos paulistas.

Em meio às tensões, sondado sobre se atenderia ao pedido dos povos do Brasil para permanecer deste lado do Atlântico, D. Pedro respondeu que sim e, em cartas ao pai, dava conta do andamento da situação, de sua disfarçada atuação nela, os dos fatos que se precipitavam. No Rio de Janeiro começou a receber assinaturas para que não partisse. Os apoios de Minas Gerais e São Paulo logo chegariam. O governo paulista, quanto a Câmara Municipal, desde que tomaram ciência dos decretos resolveram escrever ao Príncipe e mais. Resolveram propor uma ação conjunta com Minas. Na deputação incumbida de se entender com o D. Pedro, nomeada no dia 22, encontrava-se Martim Francisco. Para essa província, foi despachado Pedro Dias Pais Leme que chegou a cidade numa noite chuvosa de 23 de dezembro levando a mensagem da capital. Ela era clara. A capital e o próprio Regente eram pela permanência no Brasil. Bonifácio encontrava-se acamado, atacado de erisipela.

Três representações foram então encaminhadas a D. Pedro, rogando a sua permanência no Brasil e o descumprimento aos Decretos 124 e 125. A representação dos fluminenses foi redigida pelo Frei Francisco Sampaio, Orador da Loja “Comércio e Artes”. A dos mineiros foi liderada pelo mesmo Pedro Dias, maçom e amigo de D. Pedro. De São Paulo, Bonifácio, presidente da junta governativa enviou um documento, em 24 de dezembro de 1821, no qual criticava duramente a decisão das Cortes de Lisboa.


Texto de Mary del Priore.

A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

 




A Independência do Brasil começa nas lojas maçônicas  "Comércio e Artes" e "União e Tranquilidade", na cidade do Rio de Janeiro.

De acordo com a história maçônica, no dia 20 de Agosto de 1822 aconteceu uma sessão histórica entre as Lojas de Maçonaria "Comércio e Artes" e "União e Tranquilidade".

Na ocasião, o Irmão Gonçalves Ledo teria feito um discurso emocionante e inspirador, pedindo a Independência do Brasil ainda naquele ano.

A ideia de Gonçalves foi aprovada por todos os irmãos naquela reunião e registrada na ata do Calendário Maçônico no 20º dia, do 6º mês do ano da Verdadeira Luz de 5.822.

Esta data, convertida para o calendário gregoriano (o que é usado na maioria dos países ocidentais), seria equivalente ao dia 20 de Agosto de 1822.

Teria sido por impulso da sociedade maçônica que o Príncipe Regente Dom Pedro I teria proclamado a Independência do Brasil no dia 7 de Setembro de 1822 (menos de um mês depois da grande reunião no Rio de Janeiro).

A data oficial foi registrada no artigo 179 da Constituição do Grande Oriente do Brasil, tornando o dia 20 de Agosto o Dia do Maçom Brasileiro.

O 20 de agosto é comemorado como o Dia do Maçom no Brasil, e esta data tem uma relação significativa com a Independência do Brasil. A fundação do Grande Oriente do Brasil (GOB), em 1822, por meio da fusão das lojas Esperança, Comércio e Artes, União e Tranquilidade, é o evento que marca esta data. José Bonifácio de Andrada e Silva, figura chave na Independência, foi o primeiro grão-mestre do GOB - Grande Oriente do Brasil.

A maçonaria desempenhou um papel importante na Independência do Brasil, influenciando decisões e apojando a proclamação da independência. O discurso proferido por Joaquim Gonçalves Ledo, um maçom e jornalista, em 1822, em defesa da independência, também é associado a esta data. Além disso, a Revolução Pernambucana, em 1817, também foi um movimento liderado por maçons que antecedeu a Independência,

Dom Pedro I pediu ajuda à ordem para declarar a independência. No dia 13 de julho de 1822, o imperador foi aceito pela ordem e no dia 2 de agosto daquele mesmo ano, foi iniciado na maçonaria. Depois do ritual, foi nomeado em homenagem ao último rei asteca, sendo chamado pelo codinome Pedro Guatimozim, o nome também conhecido como Cuauhtémoc ou Cuauhtemotzin, era o último tlatoani (rei) de Tenochtitlán, a capital do Império Asteca. Ele governou a região durante a conquista espanhola e foi um líder importante na resistência asteca contra os invasores europeus.

Dom Pedro I foi oficialmente iniciado maçom na Loja Comércio e Artes da Idade do Ouro nº1 e posteriormente foi grão-mestre em 7 de outubro no lugar do próprio José Bonifácio.

A atividade maçónica no Brasil vinha se acentuando desde o entardecer do século XVIII. Foi muito silenciosa até 1815, 

quando se fundou a famosa Loja Comércio e Artes. Em 1821, montava-se o Poder Maçónico brasileiro no Rio e em 1822 fundava-se, afinal, o Grande Oriente do Brasil. E, segundo Gonçalves Lêdo e José Bonifácio, é de crer que a primeira loja maçónica regular no Brasil foi a Reunião, estabelecida em 1801. 

Na sua atuação a prol da independência, a Maçonaria procurou condicioná-la a uma verdadeira transação entre os elementos nacionais conservadores e os mais revolucionários. Êstes Queriam logo a república. Aqueles a repeliam. Daí se tomar como base a permanência da dinastia bragantina num império 

constitucional e democrático. A república viria a seu tempo, como veio, coroando a obra da Maçonaria em 1889.

José Bonifácio, conhecido como "O Patriarca da Independência" foi um dos fundadores da Maçonaria do Brasil, sendo o primeiro Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil Chamado de "Pitágoras" dentro da Maçonaria, e da sociedade secreta "Apostolado da Nobre Ordem dos Cavaleiros de Santa Cruz", Bonifácio proclamou Dom Pedro I (com o nome de Pedro Guatimozim) a Grão Mestre da Maçonaria as vésperas da Independência do Brasil.

A História do Imperador Dom Pedro I na Maçonaria começa no dia 02 de junho de 1822, na fundação do 'Apostolado da Nobre Ordem dos Cavaleiros de Santa Cruz', o príncipe regente recebeu o título de Arconte-Rei, conforme proposto por José Bonifácio.

No dia 22 de junho, assumiu a chefia da 'loja'. O Grande Oriente, chamou-o no dia 13 de julho do mesmo ano. E, no dia 16 de Julho foi eleito Mestre, conforme proposta de Gonçalves Ledo. Empossou-se como Grão-Mestre na mesma noite após o "grito do Ipiranga".

Aliás Quando D. Pedro I empunhou a espada e gritou o lema “Independência ou Morte”, que vem dos dizeres Maçônicos: "União e Liberdade , Independência ou Morte" realizava em público o que já havia sido resolvido nos subterrâneos. A Independência política já havia sido proclamada na Maçonaria, na sessão de 20 de agosto de 1822.

Diziam os do "Apostolado" que Dom Pedro I era influenciado por José Bonifácio que defendia um governo aos moldes da Monarquia Maçônica Inglesa (A Azul): “Nós queremos a independência sob a forma de Regime Monárquico"

Após a proclamação da Independência do Brasil em 1822, a maçonaria brasileira, que a foi protagonista nesse processo, está, estava longe de ser uma entidade unificada. 

José Bonifácio, Grão Mestre do Grande Oriente Brasílico, e líder da Maçonaria Conservadora, inicialmente não pensava em independência do Brasil e sim em manter o Reino Unido com Portugal, com maior probabilidade de autonomia do Brasil, sede de um poderoso Império luso-brasileiro, já Gonçalves Ledo, e o Cônego Januário da Cunha Barbosa, líderes dos Maçons Liberais, alimentava o rompimento imediato com a Metrópole. A derrota de Bonifácio em manter o Reino Unido foi o estopim para se antagonizar com Gonçalves Ledo.  

Conservador, Bonifácio foi o responsável pela implacável perseguição a Gonçalves Ledo, ardoroso liberal, logo após a proclamação da independência, pois Ledo havia conspirado para anular o poder de Bonifácio

Bonifácio acusou o Grão Oriente de conspirar contra a Monarquia, e de articular um plano para matar Dom Pedro I e implantar uma República Brasileira.  

O Imperador passa então a apoiar Bonifácio, e inicia-se, então, o período de perseguição aos maçons partidários de Gonçalves Ledo. O Cônego Januário Barbosa foi preso, além de numerosos outros maçons, e mesmo Gonçalves Ledo foi obrigado a fugir para Niterói, para posteriormente buscar asilo em Buenos Aires. 

Com a vitória dos partidários de José Bonifácio, os membros do Apostolado (Nobre Ordem dos Cavaleiros de Santa Cruz) passaram a dominar a Assembléia Constituinte, instalada em 3 de maio de 1823. Porém logo depois, devido a conflitos com a criação da Constituição, José Bonifácio e seus seguidores foram presos e desterrados para a França. 

Anos depois José Bonifácio reconciliou-se com o imperador, voltando ao Brasil em 1829, passou a receber pensão anual do governo, para indenizá-lo dos salários que perdera durante a Independência. 

A luta entre o soberano e as facções maçónicas continuou daí por diante sem remissão até a queda de Sua Majestade na madrugada de 7 de abril de 1831, provocada por aquêles mesmos liberais exaltados que já pensavam em república. Um de seus jornais dizia nessa ocasião estas palavras significativas; “O perjuro abdicou. Devemo-lo deixar partir em paz, podendo êle colher livremente os frutos das traições cometidas contra nós”. 

O grito; "Independência ou Morte" na verdade não é um grito, e sim uma reunião Maçônica ocorrida no dia 20 de Agosto de 1822.

Ao se aproximar do riacho do Ipiranga, às 16h30 de 7 de setembro de 1822, o príncipe regente, futuro imperador do Brasil e rei de Portugal, estava com dor de barriga, tendo um quadro grave de diarreia.

Se houve um grito no Ipiranga, não foi de independência, e sim de disenteria.


Fonte: Independência ou Morte: um grito que saiu de dentro dos templos maçônicos – Elmo Machado Azevedo – Gazeta do Maçom – pág. 19. Edição Independência do Brasil Setembro 2010./As Quatro Coroas de D. Pedro I - Sérgio Corrêa da Costa

Fonte: Projetos para o Brasil de Miriam Dolhnikoff/ Dom Pedro II, vínculos com o Judaísmo/ José Bonifácio, de Miriam Dolhnikoff./Judeus no Brasil Imperial. de Egon Wolf


DOM PEDRO I

 


Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon, conhecido como Dom Pedro I, ele é chamado de "o Libertador", "Pai da Pátria" e "o Rei Soldado".

Foi o primeiro Imperador do Brasil como Pedro I de 1822 até sua abdicação em 1831, e também Rei de Portugal e Algarves como Pedro IV entre março e maio de 1826.

Quando Pedro tinha 22 anos, o seu pai retornou a Portugal e, no ano seguinte, solicitou que o filho o acompanhasse. A intenção das Cortes portuguesas era recolonizar o país.

Quando seu pai faleceu, em 1826, Dom Pedro I foi nomeado Monarca de Portugal. Mas abdicou da coroa e no seu lugar ficou sua filha mais velha Maria da Glória (que seria a rainha dona Maria II), que tinha apenas 7 anos de idade.

No entanto, Miguel, o irmão mais velho de Dom Pedro I, reivindicou o trono de sua sobrinha.

Com diversos problemas para resolver na colônia e na metrópole, Dom Pedro I abdica do trono de Imperador do Brasil em 7 de abril de 1831.

Em seu lugar permaneceu seu filho mais novo, Pedro de Alcântara, que subiria ao trono como Dom 

Pedro II, que na época tinha 5 anos de idade.

A primeira esposa de D. Pedro foi Maria Leopoldina, arquiduquesa da Áustria, filha do imperador austríaco Francisco I. Leopoldina era cunhada de Napoleão, já que sua irmã, Maria Luísa, fora casada com o imperador francês. Além disso, Leopoldina teve uma educação esmeradíssima, sob a supervisão do ministro de Francisco I, príncipe de Metternich. Tinha muito interesse em mineralogia e botânica. Foi também amiga do músico Schubert e do poeta Goethe.

Leopoldina e D. Pedro casaram-se em 13 de maio de 1817, em Viena. Entretanto, não demorou muito para que o agitado marido levasse a cabo a infidelidade. A principal amante de D. Pedro I foi Domitila de Castro Canto e Mello, que receberia o título de Marquesa de Santos. D. Pedro e Domitila começaram o seu romance em agosto de 1822, um mês antes da Independência concretizar-se. O caso, ao contrário de outros que o imperador tivera, tornou-se público e escandaloso, a ponto de Domitila valer-se da má fama para galgar os degraus da corte brasileira. O primeiro posto na corte que recebeu de D. Pedro foi o de primeira-dama da imperatriz Leopoldina, fato que ocorreu em 4 de abril de 1825.

Mas os escândalos sexuais de D. Pedro foram ainda mais além, chegando ao ponto de se relacionar com uma irmã casada da Marquesa de Santos. 

O 9 de janeiro de 1822 entrou para a história como o dia em que Dom Pedro I publicamente declarou que ficaria no Brasil e não retornaria para Portugal. Ele, então, disse a famosa frase:

“Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto. Diga ao povo que fico.”

Temendo perder o reino português, Dom João VI voltou para o Portugal, em 1821, e deixou seu filho, Dom Pedro, no Brasil. A Revolução do Porto, ocorrida no ano anterior, motivou o retorno do rei e desencadeou uma série de medidas que buscavam reverter suas ações no Brasil, como a elevação a Reino Unido. Os portugueses não queriam perder sua colônia na América e pressionaram o príncipe regente a retornar o mais rápido possível para a metrópole.

As elites estavam satisfeitas com as mudanças trazidas pela família real para o Brasil. Além de relativa autonomia provocada pela elevação a Reino Unido, a economia da colônia desenvolveu-se com o comércio de produtos ingleses. No entanto, os portugueses ainda detinham o poder do comércio litorâneo.

O apoio à independência fortaleceu-se, pois o Brasil independente daria a essas elites o controle do comércio até então nas mãos dos portugueses. Na política a presença de portugueses em postos importantes da administração colonial incomodava a elite, que desejava ocupar esses cargos. O domínio português foi questionado em todas as frentes.

Logo após a chegada de Dom João VI a Portugal, a Coroa exigiu a volta de Dom Pedro. Assim, a recolonização brasileira seria efetivada. Por isso a permanência do príncipe regente no Brasil encaminharia o processo de independência. O apoio à libertação política brasileira de Portugal ganhava adeptos e pressionava Dom Pedro a permanecer. José Bonifácio foi interlocutor do príncipe e auxiliou-o em sua decisão. Percebendo a força de sua liderança entre os brasileiros, Dom Pedro decidiu descumprir as ordens portuguesas e permanecer no Brasil para conduzir os passos finais rumo à independência.

Em 7 de abril de 1831, D. Pedro I, imperador já há quase dez anos, abdicou do trono em favor de seu filho Pedro de Alcântara (futuro D. Pedro II). Essa abdicação resultou de intensas manifestações da elite política brasileira insatisfeita com seu reinado. A economia, por exemplo, percorreu sérios caminhos à época, a ponto de o Banco do Brasil ter que ser fechado. A saída do imperador, nascido em Portugal, e a expectativa de se alçar ao trono outro imperador propriamente brasileiro (Pedro II) apascentavam os ânimos dos opositores de D. Pedro.

Após a abdicação, D. Pedro I passou um tempo na Inglaterra. Quando seu irmão, D. Miguel, tentou usurpar o trono português – à época pertencente à filha de D. Pedro, D. Maria II, a quem o imperador (que sucedeu o pai, D. João VI, após a morte deste em 1826) também havia confiado o cargo –, teve início a Guerra Civil Portuguesa. Essa guerra tornou-se intensa nos anos de 1833 e 1834, mas D. Pedro I, que era chamado de D. Pedro IV, em Portugal, conseguiu derrotar seu irmão e restituir o trono à filha.

Entretanto, a tuberculose, que não tinha tratamento eficaz à época, já consumia o imperador por dentro, ainda que contasse apenas 36 anos de idade. Em 24 de setembro, D. Pedro faleceu em Lisboa.


Curiosidades:

D. Pedro I, segundo filho de D. João VI de Portugal e D. Carlota Joaquina, nasceu em 12 de outubro de 1798. Permaneceu em Portugal até próximo aos 10 anos de idade, já que teve que sair do país natal com toda a Família Real rumo ao Brasil. Isso ocorreu no contexto das guerras napoleônicas. Passando a adolescência e a juventude no Brasil, D. Pedro revelou-se um sujeito frenético e efusivo. Segundo a historiadora Isabel Lustosa, D. Pedro era o que hoje os médicos diagnosticam como uma pessoa hiperativa. Vivia em permanente movimento, não sabia o que era sossego, repouso, tédio e também não conheci a fadiga.

O 1º imperador brasileiro viveu 35 anos, teve dois casamentos, várias amantes e 13 filhos.

O imperador tinha fama de mulherengo e é lembrado por contrariar as ordens do pai (Rei de Portugal) no famoso "Dia do Fico", e ainda declarar a independência do país no mesmo ano.

D. Pedro, porém, sofria da mesma moléstia que acometeu personalidades como os escritores F. Dostoiévski e Machado de Assis: a epilepsia. Os seus ataques epilépticos passaram a ocorrer desde pelo menos 1811.

Era amante da Marquesa de Santos e teve 5 filhos com ela

Tinha fama de mulherengo


A VOLTA PARA PORTUGUAL

 


Após passar 13 anos no Brasil, D. João VI, rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, retornou à sua terra natal em 1821. Sua partida do Brasil foi marcada por sentimentos contraditórios, visto que sua presença influenciou significativamente o desenvolvimento e o intercâmbio cultural da região. No entanto, a instabilidade política e econômica em Portugal obrigou D. João VI a tomar a difícil decisão de retornar aos seus deveres reais.

Ao retornar, D. João VI enfrentou inúmeros desafios para retomar o controle do reino português. A proeminência dos sentimentos liberais e nacionalistas no país tornou a transição de volta à monarquia absoluta uma tarefa delicada. 

Ao longo dos 13 anos em que Dom João VI ficou no Rio de Janeiro, o povo português, lá em Portugal, enfrentou fome e sofrimento. Os lusos perderam meio milhão de habitantes, vítimas da miséria e das batalhas, além daqueles que deixaram Portugal em busca de melhores condições em outros países.

Revoltas frequentes exigiram a volta do rei à Lisboa. A Revolução Liberal do Porto, em 1820, foi decisiva.

Assim, ameaçado de perder o trono português, Dom João VI retornou à Lisboa em 26 abril de 1821, o Rei voltou com  cerca de 4 mil pessoas. Dois dias antes de embarcar, o rei disse ao príncipe regente: “Pedro, se o Brasil se separar, antes seja para ti, que me hás de respeitar, que para algum desses aventureiros”.

Nem os ossos ficaram para trás. Até mesmo os membros da dinastia de Bragança que haviam morrido enquanto a família real estava no Rio de Janeiro, como a mãe de Dom João VI, a rainha Dona Maria I, o sobrinho do rei, Dom Pedro Carlos, e uma tia, Dona Maria Ana Francisca, tiveram seus corpos levados para Portugal nos navios que transportaram a corte de volta.

Não fosse a pressão vinda de Portugal, Dom João VI podia muito bem ir ficando no Brasil. Mas o descontentamento por lá com a ausência da família real era tamanho que havia risco inclusive para a continuidade da dinastia.

Em 1820, estourou em Portugal a Revolução do Porto, que acabou com o absolutismo do rei de Portugal, instituiu as cortes constitucionais portuguesas, que deveriam dar uma constituição, a primeira do reino, e exigiu o retorno da corte para Portugal. Segundo o manifesto produzido pelos revoltosos, eles estavam cansados de Portugal ter passado a ser tratada como uma colônia, com todos os assuntos tendo que ser resolvidos no Brasil junto à corte, que estava instalada ali desde 1808.

Também chamada de Revolução Liberal de 1820, esse movimento iniciado em agosto na cidade do Porto se espalhou por Lisboa no mês seguinte. O movimento é chamado de liberal no sentido do juramento a uma constituição e na reorganização administrativa do Estado português, já que o monarca havia fugido por conta da invasão francesa.

Apenas um ano depois de D. João VI voltar a Portugal, temos a Independência do Brasil.

João VI de Portugal, também conhecido como Rei João VI ou João Clemente, deixou um legado duradouro no Brasil. Seu reinado e a transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro tiveram um impacto significativo na jornada do Brasil rumo à independência.

Sob o governo de D. João VI, o Brasil vivenciou um período de notável crescimento e desenvolvimento. A corte do Rio de Janeiro tornou-se o centro da atividade política, econômica e cultural, levando à modernização do país. A presença da corte portuguesa também fomentou um sentimento de identidade nacional e unidade entre o povo brasileiro.

Além disso, a influência de D. João VI na  independência do Brasil  é inegável. Apesar dos esforços para manter o controle sobre o território brasileiro, as políticas e ações de D. João VI alimentaram inadvertidamente o desejo de autonomia. Sua presença no Brasil e os eventos subsequentes pavimentaram o caminho para a declaração de  independência do Brasil  em 1822.


DOM JOÃO VI NO BRASIL 1808-1821


 

João Maria José Francisco Xavier de Paula Luís António Domingos Rafael, mais conhecido como Dom João VI, nasceu em 13 de maio de 1767, em Lisboa, Portugal. Ele era o segundo filho da Rainha Maria I e do Rei D. Pedro III. Quando criança, não se esperava que João herdasse o trono, pois seu irmão mais velho, José, era o herdeiro. No entanto, com a morte de José em 1788, João tornou-se o novo herdeiro do trono.

Em 1792, João casou-se com Carlota Joaquina da Espanha, com quem teve nove filhos. Sua esposa, Carlota Joaquina da Espanha, conspirou persistentemente contra o marido, motivada por seus interesses pessoais ou por aqueles ligados à sua terra natal, a Espanha. Em 1816, a mãe de João faleceu no Rio de Janeiro, 20 de março de 1816, e João ascendeu ao trono como Rei João VI.

O reinado de D. João VI como Rei de Portugal foi marcado por diversos desafios e transformações. Ele era conhecido por seu intelecto, compaixão e compromisso com a reforma. Seu apelido "João Clemente" refletia sua natureza benevolente e misericordiosa.

Durante seu reinado, D. João VI enfrentou instabilidade política e econômica, incluindo a invasão de Portugal pelas forças de Napoleão. Para salvaguardar a corte portuguesa e manter sua independência, D. João VI tomou a importante decisão de transferi-la para o Rio de Janeiro, Brasil, em 1808.

A presença de D. João VI no Brasil teve um profundo impacto no desenvolvimento do país. Ele estabeleceu o  Reino Unido de Portugal , Brasil  e Algarves , designando o Rio de Janeiro como a nova capital.

Sob o governo de D. João VI, o Brasil testemunhou um progresso significativo em diversas áreas, incluindo educação, infraestrutura e cultura. Sua corte no Rio de Janeiro atraiu intelectuais, artistas e cientistas, tornando-se um centro de atividade intelectual e artística.

Apesar de seus esforços para manter o controle sobre o Brasil, D. João VI também enfrentou crescentes demandas por independência por parte das elites brasileiras. A complexa relação entre D. João VI e a busca do Brasil pela independência moldaria o futuro da nação.

Essa transferência deu destaque à  corte do Rio de Janeiro  , transformando o Brasil de uma colônia distante no coração do império português. Marcou uma mudança histórica na dinâmica de poder e preparou o cenário para profundas transformações na sociedade, na política e na cultura brasileiras.

No Brasil, a presença da corte trouxe importantes avanços em infraestrutura, educação e artes. Estimulou o crescimento econômico e o intercâmbio cultural, atraindo artistas, intelectuais e cientistas da Europa.

A vinda da Família Real para o Brasil significou a criação de instituições e construções que tinham por finalidade tornar a vida da corte portuguesa melhor e melhorar a economia local.

É nesse contexto que se deu a criação do Banco do Brasil, do Teatro Nacional, Biblioteca Nacional e Jardim Botânico. Dom João também investiu na criação de estradas e aboliu a lei que proibia a criação de fábricas no Brasil.

Além disso, Dom João criou e imprensa real e contratou artistas franceses para retratar o Brasil, a chamada Missão Francesa. O mais conhecido artista francês foi Jean Baptiste Debret.

Foi também durante o Período Joanino que o regente reuniu tropas para invadir a Guiana Francesa e a Cisplatina (atual Uruguai), que estavam sob domínio da França e Espanha, respectivamente. Essa decisão aconteceu em represália à aliança desses países e sua intenção de conquistar Portugal.

Em 1818, Dona Maria I vem a falecer, transformando o regente Dom João em Dom João VI, Rei de Portugal.

Embora a chegada de D. João VI ao Brasil tenha proporcionado avanços e progresso dentro da colônia, também alimentou o desejo por maior autonomia. À medida que a população brasileira se expunha aos ideais iluministas e aos conceitos de autodeterminação, o clamor pela independência se intensificou.

No entanto, D. João VI não abriu mão do controle facilmente. Implementou medidas repressivas para reprimir a dissidência e manter a autoridade portuguesa. No entanto, esses esforços acabaram se revelando inúteis à medida que a busca pela independência do Brasil se intensificava.

Apesar de suas tentativas de manter o controle, o reinado de D. João VI marcou uma virada na luta pela independência do Brasil. A presença da corte no Rio de Janeiro serviu como catalisador para mudanças políticas e sociais, reacendendo ainda mais as chamas da revolução.


sexta-feira, 18 de abril de 2025

A FAMÍLIA REAL NO BRASIL



A vinda da família real foi um acontecimento iniciado em 29 de novembro de 1807, e o seu desembarque em terras brasileiras ocorreu em 22 de janeiro de 1808, na cidade de Salvador. A vinda foi consequência direta do Período Napoleônico e do desentendimento existente entre França e Portugal na questão do Bloqueio Continental.

Com isso, a família real portuguesa mudou-se para o Brasil e instalou-se no Rio de Janeiro, junto à toda estrutura de governo de Portugal. Isso iniciou o Período Joanino e resultou em uma série de transformações, como a abertura dos portos brasileiros, que contribuíram para levar o Brasil na direção de seu processo de independência.


Período Napoleônico

A vinda da família real para o Brasil é consequência direta do período napoleônico, mais especificamente, na disputa travada entre França e Inglaterra. Esse certame entre as duas nações estava em curso desde a Revolução Francesa e intensificou-se quando Napoleão Bonaparte assumiu o poder da França, por meio do Golpe 18 de Brumário, em 1799.

O início da Revolução Francesa colocou em xeque a existência das monarquias absolutistas, e, assim, esses países uniram-se contra a França, concretizando uma série de conflitos no final do século XVIII. Com a posse de Napoleão, as guerras continuaram, mas, agora, porque a França havia decidido dominar todo o continente europeu.

Assim, a rivalidade entre França e Inglaterra acirrou-se porque os ingleses eram o grande obstáculo para Napoleão no seu projeto de dominar o continente. Esse impasse refletiu-se em toda a Europa, e Portugal não escapou disso. As disputas internas entre os apoiadores da França e da Inglaterra aumentaram a ponto de interferência no governo

O governo português, no entanto, buscava, desde o tempo da Revolução Francesa, manter uma posição neutra para não desagradar as duas nações. A situação agravou-se para ele quando franceses e espanhóis aproximaram-se, o que fez que as relações entre Portugal e Espanha ficassem tensas.

Com a aproximação entre Espanha e França, uma série de exigências foram feitas a Portugal, e, como não foram aceitas, um pequeno conflito entre este país e a Espanha foi travado em 1801, sendo conhecido como Guerra das Laranjas. Portugal perdeu a cidade de Olivença para os espanhóis em definitivo. Com isso, d. João, regente de Portugal, decidiu reforçar as defesas nas regiões de fronteira a fim de evitar novas perdas.


A Vinda

A vinda da família real portuguesa para o Brasil foi um desdobramento da crise entre Portugal e França por conta da disputa desta com a Inglaterra. Desde a derrota dos portugueses na Guerra das Laranjas, em 1801, as relações diplomáticas entre Portugal e França eram delicadas. Os franceses pressionavam os portugueses para que eles cortassem relações diplomáticas com a Inglaterra.

Isso foi manifestado pela primeira vez logo após serem derrotados na Guerra das Laranjas, uma vez que os franceses, aliados dos espanhóis, exigiram na rendição o aceite do fechamento dos portos portugueses para embarcações inglesas. A exigência foi acatada, porém nunca foi aplicada de fato pelos portugueses.

Em 1806, os franceses não tinham conseguido derrotar os ingleses e não tinham conseguido invadir seu território, protegido pela poderosa marinha inglesa. Sendo assim, como forma de enfraquecer a Inglaterra, Napoleão Bonaparte decidiu impor o Bloqueio Continental. Com essa medida, as nações europeias ficavam proibidas de receber embarcações inglesas e de enviar as suas a portos ingleses.

Já nesse momento, os portugueses começaram a cogitar a possibilidade de mudarem-se para o Brasil. Isso garantiria a liberdade de d. João, uma vez que ele estaria inalcançável a Napoleão Bonaparte. A tensão em Portugal era evidente pelo fato de que o país não queria ser forçado a abrir mão de sua aliança com a Inglaterra.

Mesmo com o Bloqueio Continental, os portugueses continuaram recebendo as embarcações inglesas, e, por isso, Napoleão Bonaparte deu um ultimato a eles para que acatassem uma série de imposições contra a Inglaterra até setembro de 1807. Isso levou a semanas de negociações entre franceses e portugueses para que a situação fosse resolvida, mas não houve acordo.

Uma das imposições dos franceses era que Portugal confiscasse os bens de ingleses instalados no país e aprisionasse-os. Como Portugal recusou-se a aceitar esse e outros termos, Napoleão decidiu colocar em prática a sua promessa de acabar com a Casa de Bragança, e, assim, enviou tropas para Portugal a fim de ocupar o país. A ideia era dividir o território português com a Espanha, aliada da França.

A decisão que determinou a transferência da corte portuguesa para o Brasil foi emitida pelo próprio regente de Portugal, d. João, no dia 24 de novembro de 1807. Na ocasião, ele anunciou para membros do governo que os franceses poderiam chegar a Lisboa em até quatro dias. Isso deu início aos preparativos para embarcar, o mais rápido possível, tudo que fosse necessário para que os Bragança pudessem continuar reinando no Brasil.

Como a vinda da família real deu-se em uma situação emergencial, os preparativos foram feitos às pressas, e os relatos contam do pânico que dominou as pessoas durante os dias de embarque, de 25 a 27 de novembro de 1807. Os historiadores contam que entre 10 mil e 15 mil pessoas embarcaram junto à família real portuguesa.

Sendo assim, a embarque da corte portuguesa foi um evento, uma vez que todo o aparelho administrativo de Portugal foi embarcado em três dias. Naturalmente, o grau de desorganização de tudo que aconteceu fez com que muita coisa fosse deixada para trás. Em Portugal, não ficou nenhum membro da corte que fazia parte da linha sucessória dos Bragança, e o território ficou sob responsabilidade de uma junta governativa.

Em 29 de novembro de 1807, as embarcações portuguesas iniciaram sua viagem na direção do Brasil e, no alto-mar, encontraram-se com embarcações de guerra dos ingleses. Estas escoltaram os portugueses em segurança até o Brasil. No fim do dia 29, os franceses entraram em Lisboa.

O percurso foi cheio de problemas. Os recursos disponíveis não eram suficientes para a quantidade de pessoas que estavam nos navios, por isso, alimentos e água foram racionados ao máximo. Também não havia espaço para todos, e os dormitórios precisaram ser improvisados. A quantidade de gente e os problemas de higiene resultaram em um surto de piolhos, o que forçou as mulheres a rasparem os seus cabelos.

A chegada dos Bragança no Brasil aconteceu em 22 de janeiro de 1808. Após 54 dias de viagem, os portugueses chegaram a Salvador, e lá se estabeleceram por alguns dias. Com isso se iniciou um período da história brasileira conhecido como Período Joanino. Em Salvador, d. João tomou uma medida muito importante para o Brasil: abertura dos portos brasileiros às nações amigas.

Essa medida promoveu mudanças para a economia brasileira e aumentou a influência dos ingleses no comércio de nosso país. Em 8 de março, a corte portuguesa chegou ao Rio de Janeiro, seguida de outras embarcações que tinham se perdido durante a viagem. A presença da família real aqui, ainda, trouxe transformações significativas que adiantaram o percurso do Brasil na direção da independência.

Dom Pedro I tinha 9 anos quando chegou ao Brasil em 1808 com a família real portuguesa, que se mudou para o país para escapar da invasão de Napoleão Bonaparte. 


BRASIL COLÔNIA - RESUMO

 


O Brasil Colônia é o período que compreende os anos de 1530 a 1822. Esse fato histórico foi iniciado com a primeira expedição realizada por Martim Afonso de Souza, no litoral brasileiro.


Brasil Pré-Colonial

No período pré-colonial a economia baseava-se na exploração do pau-brasil. Essa atividade consistia na extração de tinta da madeira para a pintura de tecidos. Portanto, essa era a atividade econômica da época. Para cortar a madeira, os portugueses davam aos índios objetos como: quinquilharias, metais, espelhos, colares, entre outros. Na história chama-se essa troca de escambo. 


Brasil Colônia: O Começo 

De acordo com a história do Brasil, o marco inicial do Brasil Colônia foi o momento em que D. João III encaminhou Martim Afonso de Souza, em 1530, para realizar uma expedição colonizadora no litoral brasileiro. A finalidade foi estabelecer vilas e dividir lotes de terras para os donatários (pessoa que administrava terras que recebiam) explorarem metais preciosos e cultivassem a cana-de-açúcar. 

O trabalho de expedição de Martim Afonso de Souza estendeu-se do litoral de Pernambuco até o rio da Prata. Ele fundou no litoral paulista a primeira vila do Brasil, em 1532, denominada de Vila de São Vicente. 


Fundação São Vicente, primeira Vila fundada no Brasil Colônia

A partir de então, Portugal adotou uma medida para estabelecer o processo de colonização do Brasil: as Capitanias Hereditárias. Essa estratégia consistiu na divisão do país em 15 capitanias hereditárias, que eram faixas de terras que abrangia o litoral brasileiro até o limite estabelecido pelo Tratado de Tordesilhas. Esse era um documento que atestava o acordo entre Portugal e Espanha sobre os limites das terras descoberta por ambos. 

Como foi dito, quem recebia os lotes eram denominados de donatários. Já os documentos que atestavam o direito de posse das terras eram denominadas carta de doação e floral.


Motivos de Portugal para a Colonização

A terra recém-descoberta despertava o interesse não apenas de Portugal, mas também de outras nações. Os lusitanos enfrentavam ameaças de navios estrangeiros que cercavam o litoral brasileiro. Como exemplo, os franceses que haviam fortalecido relações com os indígenas. Além disso, alguns países não reconheciam o Tratado de Tordesilhas. 

Não apenas a ameaça estrangeira de instalar-se no Brasil, mas também a busca por metais preciosos contribuíram para a escolha de Portugal em colonizar o país. A Espanha havia descoberto ouro na América. Com isso, os portugueses criaram a expectativa de encontrar o brilhante de cor amarela também em solo brasileiro.


A Criação do Governo Geral

No Brasil Colônia, o primeiro governo-geral foi criado em 1548. O sistema de capitanias hereditárias não deixou de existir, porém algumas fracassaram em detrimento de alguns motivos como: 

• Ausência de recursos financeiros;

• Ataque de índios;

• Amaça de estrangeiros;

• Distância em relação à Metrópole.

O objetivo de Portugal em criar um governo-geral era de reduzir o poder dos donatários e formar um comando geral na colônia. A Bahia foi selecionada como a sede do Governo-Geral em razão do lugar ser um ponto estratégico para estabelecer a comunicação com as outras capitanias brasileiras.


Estrutura do Governo Geral no Brasil Colônia

O governo geral no Brasil Colônia havia três auxiliares, sendo eles: 

• Ouvidor-Mor: encarregado da justiça do governo;

• Provedor-Mor: responsável pelo setor financeiro;

• Capitão-Mor: cuidava da defesa do litoral. 


A Economia da Época

Para estabelecer a política econômica no Brasil, Portugal adotou algumas medidas, como a produção de cana-de-açúcar. Essa escolha foi em razão das experiências bem-sucedidas de Portugal em outras colônias como São Tomé, Ilhas de Madeira, Açores e Cabo Verde. 

O comércio na colônia respeitava a medida do pacto colonial que era o direito de exclusividade de comercialização entre colônia e metrópole. Os portugueses utilizaram, a princípio, como mão de obra escrava os índios. Estes, no entanto, resistiram e, além disso, a prática era condenada pelos jesuítas. A partir de então, donos de comércios escravizaram negros que vieram da África nos navios-negreiros. Os jesuítas reagiram contra a prática de escravidão dos índios. Porém concordavam com a escravidão dos negros. 


Invasão Holandesa

A invasão holandesa foi um dos fatos que ameaçou o domínio português sobre o Brasil. Em 1580 ocorreu a União Ibérica que foi a unificação entre as coroas de Portugal e Espanha. A Holanda era parceira dos portugueses, porém inimiga dos espanhóis. 

Os holandeses haviam investido na produção de cana-de-açúcar no Brasil. No entanto, eles foram afastados dos negócios. Com isso, em 1624 tentaram invadir a colônia, no estado da Bahia, permanecendo até 1625. 

Outra tentativa de invasão foi em Pernambuco em 1630. A presença dos holandeses no Brasil foi firmada a partir da chegada de Maurício de Nassau, em 1637 onde ficou até 1644.


A Decadência do Sistema Colonial

O sistema colonial entrou em decadência, principalmente pelo desejo do povo de quebrar vínculos com Portugal. Muitas revoltas ocorridas no Brasil foram reflexos dessa insatisfação, como: Revolta de Beckman: (1684), Guerra dos Emboabas (1708-1709), Guerra dos Mascates (1710), Rebelião de Vila Rica (1720). Além dessas revoltas ocorreram movimentos separatistas como a Inconfidência Mineira (1789) e a Conjuração Baiana (1798).

A era do Brasil Colônia teve fim no dia 7 de setembro de 1822 quando D. Pedro declarou a Independência do Brasil.