Bartolomeu Bueno da Silva (o Pai), o Anhanguera nascido circa 1634? (nascido e morto em datas incertas), também conhecido como Anhanguera, foi um bandeirante paulista, nascido em Santana de Parnaíba, no século XVII. Anhanguera fez parte das primeiras bandeiras que, movidas pelas dificuldades econômicas de São Paulo, partiam para desbravar o sertão. Faz parte daqueles primeiros bandeirantes que, movidos pelas dificuldades econômicas, pelo tino sertanista e pelo espírito de aventura, partiram de São Paulo - aproveitando-se, inclusive, da localização geográfica da vila, que se assentava num centro de circulação fluvial e terrestre - para desbravar o interior do Brasil.
Desde os primeiros tempos da colonização foram constantes as arremetidas rumo ao sertão. Primeiro, numa espécie de bandeirismo defensivo, que visava garantir a expansão e a posse da terra, e que prepararia a expansão paulista do século 17, o grande século das bandeiras, aquele em que se iniciaria o bandeirismo ofensivo propriamente dito, cujo propósito era, em grande parte, o lucro imediato proporcionado pela caça ao índio. Da vila de São Paulo, especialmente, partiam as bandeiras de apresamento chefiadas por Antônio Raposo Tavares, Manuel Preto, André Fernandes, entre outros.
O apogeu do apresamento ocorreu entre 1628 e 1641, quando os paulistas resolveram arremeter contra as reduções jesuíticas espanholas, em volta das quais se agregavam centenas de indígenas sob proteção missionária.
As investidas sucederam-se desde que Manuel Pinto e Antônio Raposo Tavares iniciaram os ataques à região do Guairá (1628), destruindo as reduções, capturando os índios e expulsando os jesuítas para a margem ocidental do rio Paraná. Depois vieram muitos outros, incluindo Bartolomeu Bueno da Silva (pai).
Gradativamente, esses sertanistas passariam do bandeirismo de apresamento para o bandeirismo minerador, em busca de minas de ouro. É nessa época que se encontra a principal bandeira de Bartolomeu Bueno da Silva. Em 1682, sua expedição partiu de São Paulo e atravessou o território do atual Estado de Goiás, seguindo até o rio Araguaia. Ao retornar desse rio, à procura do curso do rio Vermelho, encontrou uma aldeia indígena do povo Goiá. Diz a lenda que as índias estavam ricamente adornadas com chapas de ouro e, como se recusassem a indicar a procedência do metal, Bartolomeu Bueno da Silva pôs fogo a uma tigela contendo aguardente, afirmando que, se não informassem o local de onde retiravam o ouro, lançaria fogo em todos os rios e fontes. Admirados, os índios informaram o local e o apelidaram de Anhanguera (em tupi, añã'gwea), diabo velho.
Essa bandeira deu origem à lenda das minas da serra dos Martírios, buscada por vários sertanistas, e que, segundo fontes da época, "tinha por obra da natureza uma semelhança da coroa, lança e cravos da paixão de Jesus Cristo" esculpidos em ouro e cristais.
Ainda segundo a lenda, seu filho, Bartolomeu Bueno do Silva, à época ainda um menino, o acompanhava nessa bandeira.
Origem do nome - Lenda
Segundo uma lenda, em suas expedições, Bartolomeu Bueno descobriu que os indígenas escondiam uma grande quantidade de ouro, e para levar o metal consigo, utilizou de um truque: pegou uma pequena vasilha, encheu-a de cachaça, colocou fogo e ameaçou incendiar o rio, fezendo com que os nativos ficassem com medo, revelando-lhe o local onde havia ouro. Assim recebendo por eles, o título de Anhanguera, que significa "diabo velho" na língua tupi.[carece de fontes]
Algumas versões, no entanto, sugerem que o termo "Anhanguera" seja proveniente da aldeia dos Inhanguera, povo do Tocantins que teria sido escravizado por Bartolomeu Bueno.
Família
Bartolomeu Bueno da Silva era filho do bandeirante Francisco Bueno e de Filipa Vaz, ambos naturais da Capitania de São Vicente. Pelo lado paterno, era neto do judeu sevilhano Bartholomeu Bueno e da cabocla Maria Pires, pentaneta do cacique Piquerobi.
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