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terça-feira, 26 de novembro de 2024

DESCOBERTAS SOBRE JESUS

 


Lançado em 2015 no Brasil, o livro Em busca de Jesus (Objetiva) reúne as mais recentes tentativas de reconstituir a vida do famoso filho de Deus e mostra que esse ainda é um tema bem popular. A partir de seis relíquias encontradas nos últimos anos, os autores David Gibson e Michael McKinley analisaram pesquisas e argumentos de profissionais envolvidos na busca pelo misterioso homem nascido em Nazaré e crucificado na província romana da Judeia, região da atual Cisjordânia.

A história de Jesus é formada por pouquíssimas informações comprovadas por cientistas ou especialistas, mas já existem algumas certezas. “Acredita-se que Jesus só sabia falar aramaico e muito provavelmente era analfabeto”, diz André Chevitarese, professor do Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro e autor de Jesus histórico: uma brevíssima introdução. “Ele viveu e morreu como judeu de origem campesina; o cristianismo que conhecemos hoje é um movimento posterior àquela época.”

Através da reconstrução facial de crânios encontrados perto de Jerusalém, especialistas estabeleceram como seria a verdadeira aparência física de um morador típico da região. Diferentemente do homem branco, alto e de olhos azuis idealizado pelos artistas, é mais provável que Jesus tenha sido moreno, de olhos castanhos, cabelo curto e estatura baixa: um judeu comum nascido no Oriente Médio.

Sobre seu local de nascimento, os teólogos insistem em Belém, terra natal de Davi, um dos antigos reis de Israel. “Mas nada favorece essa versão, e do ponto de vista histórico não há dúvidas: Jesus é nazareno”, afirma Chevitarese.

Enquanto o mundo se concentrava nos momentos finais da Segunda Guerra Mundial, em 1945, um camponês foi responsável pela descoberta de 13 manuscritos encontrados no Egito. Eles ficariam conhecidos mais tarde como Biblioteca de Nag Hammadi, nome da cidade onde foram localizados. Historiadores confirmaram que a data estimada dos textos corresponde ao século 4 e que são traduções de originais em grego. “São achados cruciais para a compreensão do cristianismo em seu período de formação e demonstram a existência dessa pluralidade de manifestações religiosas nos quatro primeiros séculos”, explica Vagner Porto, professor de arqueologia clássica da USP.

Boa parte desses papiros, escritos em copta (mistura dos idiomas grego e egípcio), estava ligada ao movimento cristão conhecido por gnosticismo. “Os ensinamentos gnósticos diferem na crença de que cada um é responsável por seus atos e por sua própria salvação espiritual”, explica Karlos Bunn, presidente da Igreja Gnóstica do Brasil.

Judas Iscariotes e Maria Madalena exerceram papéis decisivos na trajetória de Jesus. Seus possíveis Evangelhos foram encontrados em péssimas condições, e hoje são considerados textos gnósticos. A primeira aparição do Evangelho de Maria foi registrada em 1896, mas uma sequência de atrasos — incluindo um cano de água estourado na casa de uma editora e a eclosão da Primeira Guerra Mundial — fez que ele só fosse publicado em 1955, com algumas páginas perdidas e bastante deteriorado.

Assim como certos textos de Nag Hammadi, esses fragmentos apresentavam Maria como grande seguidora dos ensinamentos de Jesus. “O conceito de Maria Madalena como a discípula amada indica que um grupo de cristãos do primeiro século a considerava uma das líderes desse movimento”, disse Paulo Roberto Garcia, professor de teologia e ciências da religião na Universidade Metodista de São Paulo. Não existe, contudo, confirmação de que os manuscritos se refiram a Maria Madalena no lugar da própria mãe de Jesus.

Já o Evangelho de Judas, identificado nos anos 1970 por dois agricultores, foi recuperado após um roubo repentino e examinado pela primeira vez em 1983. Nos anos 2000, passou por um processo de restauração, e 85% do material foi preservado. De início, o documento foi divulgado como um plot twist, isto é, uma reviravolta na história. O texto conta a redenção de Judas, afirmando que teria sido o mais fiel dos seguidores e que cumprira ordens de Jesus para ajudá-lo a livrar-se de seu corpo após a morte. “O problema foi todo o sensacionalismo empregado na tradução, trabalhada com a expectativa de mudar o papel de Judas”, disse Garcia. “Um dos textos diz que ele subiria aos céus pelo que fez, sendo que dois dos tradutores concordaram que a versão correta teria sido ‘não subiria’, por exemplo.”

Para muitos dos arqueólogos e historiadores envolvidos na busca por evidências que remontem, de alguma forma, ao passado de Jesus, é pouco provável que objetos relacionados a sua história continuem a aparecer nos próximos anos. “Hoje as pesquisas não se concentram tanto em itens que pertenceram a Jesus”, diz Chevitarese. “O objetivo maior é conhecer o ambiente físico, geográfico e político dele, além de suas crenças, seus amigos, inimigos e, sobretudo, quem foi ele.”

A suposta urna funerária com os ossos de Tiago, um dos 12 apóstolos, desperta algumas dessas características. “Tiago, filho de José, irmão de Jesus”, diziam as inscrições do ossuário, em aramaico. Oded Golan, colecionador de antiguidades pouco familiarizado com religião, afirma ter comprado o objeto em Israel, nos anos 1970, no início sem assimilar seu verdadeiro significado.

Uma análise de escrita feita em 2002 sugeriu que a segunda parte das inscrições teria sido gravada pelas mãos de outro escriba. “Supondo que Tiago tenha morrido na década de 40 do século 1, Jesus já teria de ser uma figura reconhecida em todo o ambiente da Judeia para que seu nome fosse agregado como forma de distinção, mas Jesus de Nazaré só se torna amplamente conhecido um século e meio depois”, disse Chevitarese. “A frase gravada refere-se a Jesus de Nazaré? Tiago foi seu irmão? Maria foi, como dizem, virgem a vida inteira, ou teve outros filhos?”, pergunta McKinley no livro. Sem a chance de confirmar se o artefato é genuíno, essas dúvidas devem continuar sem respostas.

Objetos que um dia estiveram em contato com Jesus até hoje provocam fascinação. Nos tempos da Idade Média, eles movimentaram um comércio bem incomum. Imitações de artefatos eram fabricadas com mais frequência do que os arqueólogos contemporâ­neos gostariam de admitir. “Para explorar a crença popular, encorajava-se a ideia de que possuir uma relíquia traria bênçãos e também serviria como amuleto”, diz Garcia.

Um deles é o Sudário de Turim, o manto que teria envolvido o corpo de Jesus. Atualmente, o objeto descansa numa capela no norte da Itália, equipada com controle de temperatura e vidro à prova de balas. A peça de linho retangular exibe manchas de sangue e vincos equivalentes a um rosto. É o artefato mais bem documentado de todos, mencionado nos quatro Evangelhos e nos Livros Apócrifos (relatos de Cristo não reconhecidos pela Igreja).

A relíquia também repousa em milhões de celulares e tablets espalhados pelo planeta: embora o Vaticano não tenha se posicionado enfaticamente sobre o assunto, aproveitou para lançar, em 2013, o primeiro aplicativo dedicado ao Santo Sudário. O Shroud 2.0 permite ampliar a imagem para uma análise mais detalhada do pano — sem ter de viajar até a Itália.

Várias análises do manto foram realizadas e comprovaram que o material realmente cobriu o corpo de um ser humano e que as manchas de sangue eram de fato compostas por hemoglobina. Um estudo publicado em 2014 na revista científica Injury também aponta que os ferimentos sofridos por esse indivíduo correspondem aos de uma crucificação. Apesar dos resultados, a data do manto — muito distante dos anos vividos por Jesus Cristo — ainda é um contra-argumento forte. “O maior desafio é conseguir permissão para novos testes”, explica McKinley. “O Sudário provavelmente permanecerá atrás de um vidro blindado para sempre.”

A aparição desses objetos, relacionados a períodos tão distantes, simboliza a caçada interminável a possíveis referências de Jesus como figura histórica. “Resultado de uma percepção sustentada exclusivamente pelo ponto de vista científico, com análises da história, arqueologia e sociologia”, explica Chevitarese.

Talvez o discernimento científico explique a desconfiança inicial de Karen King, professora da Universidade Harvard, quando um colecionador anônimo resolveu entrar em contato, convencido de que havia encontrado o papiro do Evangelho da Esposa de Jesus, como seria chamado mais tarde. Apesar do nome chamativo, o achado — um pequeno fragmento bastante deteriorado — não tem qualquer relação com o Evangelho de Maria, texto gnóstico encontrado décadas antes, e tampouco reforça hipóteses de que Jesus tivesse sido casado. Em 14 linhas, o manuscrito parece debater a real necessidade do celibato na religião cristã, reflexão inédita nos demais Evangelhos canônicos.

“A questão principal do papiro é assegurar que mulheres casadas e com filhos também possam ser discípulas de Jesus — uma discussão frequente nos tempos do cristianismo primitivo, conforme a virgindade celibatária passava a ser mais valorizada”, disse Karen em relatório divulgado pela Harvard Divinity School.

Após a publicação de sua análise ter sido desconsiderada por uma porção de estudiosos, Karen reforçou a veracidade do documento com o resultado de exames feitos ao longo de dois anos, até a confirmação em abril de 2014: o material não era uma imitação moderna e foi escrito entre os séculos 6 e 9. Entretanto, não existe consenso sobre os significados desse pequeno pedaço de história, talvez pelo seu estado de conservação ou pelo conteúdo incompleto do texto. Mas to­das as características são compatíveis com a longa e constante busca por Jesus: fragmentadas, ambíguas e, ainda assim, resistentes ao tempo.


AS OITO RELÍQUIAS

Os artefatos que ajudam a entender o que era a Judeia no século 1EVANGELHO DA ESPOSA DE JESUS

Escrito em copta, questiona a necessidade do celibato no cristianismo.

COMO FOI ACHADO

Colecionador anônimo comprou das mãos de um negociante alemão.

 BIBLIOTECA DE NAG HAMMADI

A coleção de papiros inclui Evangelhos, como os de Tomé e de Filipe.

COMO FOI ACHADO

Por um camponês egípcio que fazia escavações nos arredores à beira do rio Nilo.

 EVANGELHO DE MARIA

Publicado em 1955, o texto gnóstico reforça a presença da discípula em vários momentos da vida de Jesus.

COMO FOI ACHADO

O estudioso alemão Karl Reinhardt comprou em 1986 o documento original, que encontrou na aldeia de Akhmin, no Alto Egito, no Cairo.

 EVANGELHO DE JUDAS

A descoberta de seu Evangelho continua a confundir: Judas traiu mesmo Jesus?

COMO FOI ACHADO

Dois agricultores encontraram o manuscrito no final dos anos 1970, no sul da cidade do Cairo.

 RELICÁRIO DE MÁRMORE DE JOÃO BATISTA

Fragmentos de ossos de um homem que viveu no Oriente Médio, sem provas de que eram de João Batista.

COMO FOI ACHADO

Em 2010, durante buscas nas ruínas de uma basílica do século 5, na Bulgária.

 SANTO SUDÁRIO

O manto sagrado pode ter sido usado para cobrir o corpo de Jesus — ou para colocar essa ideia na cabeça de fiéis.

COMO FOI ACHADO

As referências são antigas e muito vagas, mas o manto voltou a aparecer na França no século 14.

 URNA FUNERÁRIA COM OSSUÁRIO DE TIAGO

Urna onde se lê “Tiago, filho de José, irmão de Jesus” significaria que o messias teve um irmão.

COMO FOI ACHADO

Foi comprada em Haifa, em Israel, nos anos 1970.PEDAÇO DA CRUZ

Como o próprio nome diz, seria um pedaço da cruz em que Jesus foi crucificado.

COMO FOI ACHADO

Em 2013, arqueólogos alegaram ter encontrado o pedaço durante uma escavação no norte da Turquia.


Reportagem de Humberto Abdo

14 Ago 2015 - 11h24 Atualizado em 02 Dez 2020 - 10h57

Revista Galileu

https://revistagalileu.globo.com/Revista/noticia/2015/08/novas-descobertas-sobre-verdade-historica-de-jesus.html


OS APÓSTOLOS SABIAM LER?

 


Se Jesus não sabia ler como se acredita, automaticamente os Apóstolos enquanto eram discípulos também não iriam saber ler. Não temos informações se os Apóstolos sabiam ler ou se eram analfabetos.

Nos registros de Atos, os apóstolos Pedro e João, são narrados pregando a Ressurreição de Cristo e os sinais que testemunharam com seus olhos, o que até então não exigiria grande capacidade intelectual. 

O texto de Atos 4 ao informar que membros do sinédrio tinham-lhes como homens sem letras, destaca o abismo cultural e social que havia entre eles, mas mesmo com pouca instrução ou instrução básica eles tiveram bastante motivação para estudar depois de tudo que presenciaram a fim de terem maior domínio sobre as Escrituras e de poderem executar a obra para os quais foram chamados.

Mesmo supondo que fossem analfabetos, o que talvez não seja o caso devido à tradição judaica de ensino dos rituais judaico às crianças desde cedo, o que inclui a leitura das Escrituras, hoje vemos exemplos de pessoas analfabetas, semianalfabetas ou com pouca instrução, que estudaram e se tornaram até doutores, o que seria bastante factível conseguirem ter aprendido a ler naquela sociedade que prezava fortemente o conhecimento de sua cultura.

Portanto, é uma transformação perfeitamente possível e observável, já um iletrado e, ao mesmo tempo, sábio, realmente, não há exemplos nem faz sentido, pois são situações excludentes. 

Do ponto de vista histórico, a educação em Israel nos dias de Jesus, que contava com o espaço das sinagogas, contribuía para um baixo índice de analfabetismo. A cultura de Israel era centrada nas Sagradas Escrituras. Os meninos judeus da época frequentavam a escola dos 5 aos 13 anos. Os que desejavam avançar nos estudos superiores deviam ir para Jerusalém, e podiam se tornar escribas ou doutores da Lei.



JESUS SABIA LER?

 



“Acredita-se que Jesus só sabia falar aramaico e muito provavelmente era analfabeto”, diz André Chevitarese, professor do Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro e autor de Jesus histórico: uma brevíssima introdução. “Ele viveu e morreu como judeu de origem campesina; o cristianismo que conhecemos hoje é um movimento posterior àquela época.”

João, quando se refere à ameaça de apedrejamento a uma adúltera capítulo 8, versículo 6, relata que “Jesus, inclinando-se, escrevia na terra com o dedo”. Na série de livros “Um Judeu Marginal”, o padre e historiador John P. Meier informou que nos mais antigos manuscritos do Evangelho de João não há nenhuma menção de que Jesus em alguma oportunidade tenha escrito na areia ou em outro qualquer lugar.

O Evangelho, como é consenso entre os historiadores sérios, foi reescrito algumas vezes, e o trecho sobre a adúltera teria sido introduzido na Bíblia pela Igreja no século II.

Há outra passagem bíblica — Evangelho de Lucas, no capítulo 4 — segundo a qual Jesus lê em uma sinagoga de Nazaré em um rolo trecho do livro do profeta Isaías. O que não se sustenta porque, diz o jornalista, em nenhum rolo de papiro de Isaías há um texto semelhante àquele que Jesus teria lido.

Além disso, o Evangelho conta que os moradores de Nazaré ficaram furiosos com a arrogância de Jesus e o ameaçaram jogá-lo no fundo, de uma colina do vilarejo. Só que Nazaré não tinha colina alguma.

É muito provável que Jesus, filho de família humilde, tenha feito parte dessa maioria. Ainda mais em Nazaré, que, por ser tão insignificante, só é mencionado no Novo Testamento, sem estar referenciado em um registro antigo.

Mas aqui, vamos fazer algumas ponderações: não é provado se Jesus de fato era Analfabeto.

Se Jesus não sabia ler e os líderes judeus sabiam disso, então os líderes a quem Jesus frequentemente desafiava perderam inúmeras oportunidades para minar a autoridade de Jesus, e, portanto, eram meros tolos, o que é bastante improvável.

Jesus muitas vezes perguntou aos fariseus: "Nunca lestes?" Mateus 21:42.

Ora, se Jesus não sabia ler, esta teria sido uma grande oportunidade para os fariseus apontarem isso. Eles eram, afinal, a elite religiosa educada de seu tempo e teriam gostado de minar a autoridade de Jesus. 

Mas isso não ocorreu, foi dado como certo que Jesus sabia o que estava falando porque ele tinha lido as Escrituras. 

Curiosamente, o Novo Testamento registra que os fariseus, na verdade, tomaram isso como um fato, de que Jesus foi educado (o que inclui leitura): Como sabe esta letras, não as tendo aprendido? João 7:15". 

Isso se estes trechos bíblicos forem de fato, pois se forem, não há motivos para não acreditar que Jesus de fato era alfabetizado. 

Esta questão revela que os fariseus reconheceram que ele foi realmente educado em questões bíblicas de uma forma que era muito acima da formação típica, pois Jesus provavelmente estava rejeitando alguma interpretação distorcida da tradição, e lhes mostrando o correto com base nas Escrituras, dando amostras de sua autoridade  sobre o tema Marcos 1:22.

Mas se eles talvez sabia ler e escrever, por que ele não deixou documentos escritos? Não sabemos o real motivo, Sócrates era um sábio grego e também não deixou documentos escritos. 



TEXTO DE JOÃO 8 NÃO É REAL

 

João Capítulo Oito é uma armadilha textual, tanto para nós e também para Jesus, pois na época a Torá previa que o ato de adultério fosse punido com a morte por apedrejamento Levítico 20:10 e Deuteronômio 22:22, mas, à época, a pena capital só poderia ser aplicada pelos governantes romanos; nenhum judeu detinha autoridade para sentenciar alguém à morte, muito menos executar pena.
E para nós, é que tal texto famoso da Bíblia não consta nos manuscritos antigos, ninguém escreveu tal trecho, certamente é um acréscimo tardio que foi incluso na Bíblia. Vamos aos problemas;
O trecho do Capítulo Oito do Evangelho de João, não consta nos escrito antigos, e também não está presente no Codex Sinaiticus  330 – 360, nem no Codex Vaticanus  300 - 325, do século IV.
Para alguns, o texto de João Oito mais antigos, consta no Codex Bezae que data mais ou menos do ano 400, portanto, Idade Média. 
A controvérsia continua, pois Bruce Manning Metzger 1914 - 2007, estudioso bíblico americano, tradutor da Bíblia, crítico textual e professor de longa data no Seminário Teológico de Princeton, alega que Eutímio Zigabeno 1050-1120, padre e comentarista bíblico, e Eutímio, o Grande 377- 473 outro padre católico, não disseram nada sobre João Oito. Contudo, para outros estudiosos, estas alegações não são válidas, pois para eles, e Dídimo, o Cego 313 - 398 e Eusébio Sofrônio Jerônimo 347 - 420 fazem menção do texto joanino, mas comentar, e o texto estar escrito de fato, são coisas totalmente diferentes.
Agora, acreditamos no texto ou não? O que fazer?
Da parte que me cabe, não tem problema nenhum pegarmos este trecho acrescido e trabalharmos no Evangelho ensinando nossos discípulos com este trecho, pois mesmo não sendo um texto da época, seus ensinamentos certamente nos conduz ao entendimento da honra, ética e justiça. Várias estórias mitológicas de deuses e semideuses são contos irreais e mesmo assim, servem para nos ensinar os valores do código humano da decência, humildade e coragem. 
O errado é pegar este texto incluso tardiamente e alegar que é uma história real de fato, coisa que não é correto. 



CÓDICES

 



Os quatro grandes códices são manuscritos de notória importância para a história das Escrituras. São eles Codex Sinaiticus (sigla א ca. 330–360 d.C.), Codex Vaticanus (sigla B; datado de entre 325 e 350 d.C.), Codex Alexandrinus (sigla A; datado de c. 400–440 d.C.) e Codex Ephraemi Rescriptus (sigla C; datado de c.450 d.C.).

Ainda descobertos em épocas e lugares diferentes, os quatro compartilham muitas semelhanças. Foram escritos na caligrafia uncial (em letras maiúsculas), em scriptio continua (sem espaçamento regulares entre as palavras). Somente aparecem poucas divisões entre as palavras nestes manuscritos, tampouco elas não terminam necessariamente na mesma linha em que começam.

O custo de material e de trabalho para a produção desses grandes códices foi alto. Foi escritos em pergaminho (um velino fino) por escribas profissionais, ao contrário dos numerosos papiros anteriores, boa parte copiados por letrados, mas não escribas profissionais.

Codex Bezae: No século XIX, o Codex Bezae também foi incluído no grupo dos grandes unciais por biblistas como F. H. A. Scrivener e Dean Burgon. Para Dean Burgon, os cinco grandes unciais (א, A, B, C, D) resultariam de uma inovação redacional alexandrina. Todavia, esta teoria não ganhou o consenso acadêmico da crítica textual do Novo Testamento.

Codex Alexandrinus: O Codex Alexandrinus foi o primeiro dos grandes manuscritos a se tornar acessível aos estudiosos. Richard Bentley fez uma colação em 1675 e uma publicação em fac-símile do Novo Testamento foi produzida por Carl Gottfried Woide em 1786. Depois, o Codex Ephraemi Rescriptus, um palimpsesto, foi decifrado por Tischendorf em 1841 e publicado por ele em 1845.

Codex Sinaiticus: O Codex Sinaiticus foi descoberto por Tischendorf em 1844 durante sua visita ao Sinai e publicado em 1862. O Codex Vaticanus está na Biblioteca do Vaticano pelo menos desde o século XV, mas somente seria amplamente disponibilizado depois da publicação de um fac-símile por Giuseppe Cozza-Luzi em 1889-1890 em três volumes.

Há uma hipótese de que o Codex Sinaiticus e o Codex Vaticanus faziam parte de uma encomenda do imperador Constantino para produzir 50 cópias da Bíblia.

domingo, 24 de novembro de 2024

ESTILOS LITERÁRIOS

 



Resumo: Dizer somente os pontos principais de uma história.

Descrição: Contar as características de um objeto, alguém ou alguma coisa.

Dissertação: Uma narração na qual o autor opina.

Narração: Texto que conta a história real ou fictícia por meio do narrador, temos dois tipos de Narração, que são, Narração Literária e Narração Não Literária.

Narração Literária: Conto Irreal, Imaginário, totalmente Conotativo.

Narração Não Literária: Conto Real, é um conto direto, totalmente Denotativo.

Na narração, temos também o Discurso, que é o Conto de uma História. Há três tipos de Discursos, o Discurso Direto, o Discurso Indireto e o Discurso Indireto Livre.

Discurso Direto: Quando o Narrador responde a fala do Personagem.

Discurso Indireto: Quando o Narrador dita fiel da fala de um personagem ou de outra pessoa, sendo uma característica da literatura e do cotidiano. Para identificar que a fala é de outrem, é utilizado recursos de pontuação, como aspas, dois pontos ou travessão. 

Discurso Indireto: O narrador relata o que foi dito pelos personagens, reformulando as palavras de acordo com a sua perspectiva. O discurso indireto permite uma visão mais interpretativa e analítica dos diálogos, ajudando o leitor a compreender as intenções e emoções dos personagens. 

Discurso Indireto Livre:  Mistura o discurso direto e o indireto, permitindo que o narrador se aproxime do personagem sem separar as falas. Nele, o narrador assume o lugar do personagem, expressando os seus pensamentos e sentimentos na sua narrativa.

Crônica: É um estilo de Narração com a observação direto do autor.

Seus temas, em geral, são ligados à vida cotidiana urbana. Diferentemente de outros gêneros literários, ela não exige uma trama complexa ou personagens elaborados.


Os Seix Q's

Ao Escrever ou Falar, nunca se esquecer dos 6 Q's, as mágicas da comunicação, que são:

O Quê? Quem? Quando? Onde? Por Quê? Como?

Não importa a ordem que se começe a comunicação falada ou escrita, mas sempre tenha um destes elementos em suas prédicas.




ESTILOS LITERÁRIOS BRASILEIROS

 


A escrita nasceu com os negros da antiga suméria, os chamados  ÙĜ SAĜ GÍG-GA, numa transcrição fonética do termo UŊ SAŊ GIGA que quer dizer: Povo da Cabeça Preta, Povo da Tesa Preta, etc. O estilo de escrita não existia até este povo inventar uma forma de registrar as coisas. Com isso, forma-se com o tempo, os vários estilos literários, e isso chega até nós.

Para resumir, vamos nos concentrar por enquanto nos estilos literários do nosso idioma. Ao nascer o nosso idioma, as formas de cadenciar as fala e escrita, exigiram organização, modo e método de se falar e de se escrever. 

Temos portanto, o estilo literário da Língua Portuguesa que nos ajuda a compreender a formação literária do nosso idioma, que são:


Trovadorismo 1189 – 1418

O Trovadorismo surgiu em meados do século 11 na região da Occitânia – onde hoje estão França, Itália e Espanha. Os poemas da época eram feitos para ser cantados, e os artistas eram divididos entre Trovadores, que eram compositores de origem nobre, e Jograis, que eram servos, muitos deles, profissionais da música.

As cantigas trovadoras carregam características da Idade Média e muitas foram escritas em galego-portugués. Elas se dividem em Líricas (Cantigas de Amor e Cantigas de Amigo) e Satíricas (Cantigas de Escárnio e Cantigas de Maldizer).

Nas cantigas de amor, o tema mais desenvolvido é o amor não correspondido no qual o trovador destaca as qualidades da mulher amada (suserana) e se coloca em posição “inferior”, de vassalo.

Nas cantigas de amigo o eu-lírico é uma mulher, embora os escritores da época fossem homens. Nessas obras, há a lamentação da dama perante a falta de seu amado, que é chamado de “amigo”.

Nas cantigas de escárnio, por sua vez, há uso de duplo sentido e sátiras indiretas sem citar nomes. Já nas cantigas de maldizer, há sátiras diretas com uso de palavrões e muitas vezes com o nome da pessoa criticada.

Os principais autores do Trovadorismo são Ricardo Coração de Leão, Afonso Sanches, Dom Dinis I de Portugal, João Zorro, Paio Soares de Taveirós, Paio Gomes Charinho, entre outros. As cantigas estão em compilações de diversos autores, chamadas de cancioneiros. Os principais cancioneiros são o da Ajuda, o da Vaticana e o da Biblioteca Nacional.


Humanismo 1418-1527

O Humanismo como movimento literário ocorre no período entre a Idade Média e o início da Idade Moderna. Em Portugal, foram produzidos três tipos literários no Humanismo: prosa, poesia e teatro. O movimento é marcado pela ideia de racionalidade, antropocentrismo (o homem no centro de tudo), o cientificismo, a beleza e a perfeição e a valorização do corpo humano. 

Havia a chamada crônica histórica, representada sobretudo por Fernão Lopes. A obra do autor contém ironia e crítica à sociedade portuguesa. No Humanismo também era comum a poesia palaciana, que reproduzia a visão de mundo dos nobres. Nessa poesia, o amor é sensual e a mulher deixa de ser tão idealizada quanto era no Trovadorismo. 

Outra grande manifestação do período foi o teatro popular, cujo principal representante é Gil Vicente, autor de Auto da Barca do Inferno (1516). A obra dele está ligada a valores cristãos, visão maniqueísta (bem versus mal) e apresenta caráter moralizante. Outros títulos notáveis são Auto da Visitação (1502) e Farsa de Inês Pereira (1523).


Quinhentismo 1500 – 1601

O Quinhentismo foi a primeira manifestação literária do Brasil e tem esse nome pelo fato da literatura nacional ter começado no ano de 1500, época da colonização portuguesa. Por isso, as obras não eram ligadas ao povo brasileiro, mas aos colonizadores europeus.

Faz parte do Quinhentismo a literatura de informação produzida pelos viajantes portugueses no período do Descobrimento do Brasil e das Grandes Navegações. Os textos eram simples e adjetivados – a maioria deles crônicas de viagens, bastante descritivas. Mas também havia  literatura de catequese feita pelos jesuítas, na qual se abordava não só a conquista material, mas também a espiritual.

Destacam-se autores como Pero Vaz de Caminha, que registrou suas primeiras impressões das terras brasileiras. A Carta a el-Rei Dom Manoel sobre a "descoberta" do Brasil, escrita por ele, foi o primeiro documento redigido sobre a história do país.

Outros autores do Quinhentismo são o padre jesuíta José de Anchieta (Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil , de 1595); o cronista português Pero de Magalhães Gândavo ( O Tratado da Terra do Brasil, de 1576) e o Padre Manuel da Nóbrega (Tratado contra a Antropofagia, de 1559).


Classicismo 1527 – 1580

A estética literária do Classicismo surgiu a partir do movimento cultural do Renascimento. Foi inspirada no fim do contexto medieval religioso e na retomada de valores clássicos racionais da antiguidade. O capitalismo começava e a Idade Média acabara, marcando o nascimento da Idade Moderna na Europa.

As Grandes Navegações tinham feito com que o homem do início do século 16 se sentisse orgulhoso e daí surgiram as ideias de racionalismo e antropocentrismo, noção humanista de que o homem estaria à frente de tudo, inclusive de Deus.

As características principais do Classicismo são a valorização da cultura greco-romana clássica e a mitologia pagã, a influência do pensamento humanista, perfeição estética e a procura por um ideal de beleza proveniente da Antiguidade Clássica.

Luiz Vaz de Camões é o grande nome do Classicismo e seu poema mais conhecido é Os Lusíadas, escrito em dez cantos, com 1102 estrofes (compostas em oitava-rima e versos decassílabos) e cinco partes.

O herói do poema épico de Camões é o próprio povo português e ele conta a história da viagem de Vasco da Gama em seu caminho para as Índias. Podemos também destacar os escritores Dante Alighieri, Petrarca e Boccacio.


Barroco 1601 – 1768

O Barroco marca uma crise dos valores renascentistas e mostra um mundo no qual há um combate entre fé e razão. A Igreja havia sido questionada pelas reformas protestantes e o barroco vai em defesa da religião católica, em um movimento ligado à contrarreforma.

O período é marcado por contradições, sobretudo a do homem que quer a salvação, mas ao mesmo tempo usufrui dos prazeres mundanos. Destaca-se na literatura os sermões do  Padre Antônio Vieira, um português que ingressou na Companhia de Jesus, cuja obra principal é o Sermão da Sexagésima.

Outro autor essencial no período do barroco foi Gregório de Mattos, conhecido por seus poemas satíricos, líricos e eróticos. Em suas obras Buscando a Cristo e A Cristo N. S. Crucificado, ele procura mostrar a insignificância do homem perante ao divino e fala do pecado e da busca pelo perdão.

De Mattos também gostava de criticar a sociedade baiana e, por causa do seu tom crítico e ácido, ganhou o apelido de “Boca do Inferno”. Um de seus poemas do período criticava um político baiano e é chamado de A cada canto um grande conselheiro.


Arcadismo 1768 – 1836

O movimento surge na eclosão da Revolução Industrial e faz contraponto ao desenvolvimento das máquinas, da indústria e das grandes cidades ao ressaltar a natureza e a atmosfera bucólica. O arcadismo é bastante idealizado e se opõe à desarmonia do Barroco.

Também conhecido como Neoclassicismo, o Arcadismo resgata princípios da Antiguidade Clássica e busca sempre a conciliação entre o homem e os elementos da natureza. Os ideais iluministas da Revolução Francesa, como o racionalismo, também são louvados.

Os poemas são geralmente em forma de soneto (dois quartetos e dois tercetos, normalmente com dez sílabas poéticas) e há temática bucólica e idealizada sobre o amor (geralmente entre pastores), beleza estética e viver o momento presente (carpe diem).

Em Portugal, destaca-se António Dinis da Cruz e Silva, autor do poema O Hissope e Odes Pindáricas. No Brasil, o movimento chega por volta de 1768, marcado pela publicação de Obras, do poeta Cláudio Manuel da Costa.Também temos como representante do Arcadismo o brasileiro Tomás Antônio Gonzaga, autor de Marília de Dirceu, Tratado de Direito Natural e Cartas Chilena


Romantismo 1836 – 1881

O Romantismo nasceu na Europa no final século 18. Já no Brasil, começou a se desenvolver no século 19. Foi a primeira escola a romper com os valores clássicos, provenientes dos séculos 15 e 16.

A escola romântica, burguesa por excelência, abandona o aspecto formal na poesia (verso branco e sem rima). Entre as características principais do romantismo, em especial na prosa, estão sentimentalismo intenso, pessimismo, amor platônico, idealismo da mulher amada, fuga da realidade, egocentrismo e nacionalismo.

Entre os autores principais do Romantismo estão o alemão Johann Wolfgang von Goethe, que publicou o romance inaugural do movimento (Os sofrimentos do jovem Werther, 1774). Outro autor importante é o português Almeida Garrett (Viagens na Minha Terra, 1845) e o brasileiro José de Alencar, autor de O Guarani (1857) e Iracema (1865).


Realismo 1857 – 1922

O Realismo surge na França, no século 19,  como resposta ao sentimentalismo exacerbado do Romantismo, e mergulha em uma crítica contra a sociedade burguesa. Na época, a Segunda Revolução Industrial estava no auge e o capitalismo estava em acelerada expansão.

O mundo romântico é substituído pelo desencanto e pela crença no material e no racional. No Realismo o mais forte e a prosa, as contradições sociais são retratadas e há valorização de uma narrativa lenta, que acompanha o tempo psicológico, linguagem culta e direta e descrições objetivas.

Tal como aparece na obra de Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas, o protagonista é problemático, a mulher não é idealizada e o amor é subordinado a interesses sociais e à manipulação (um exemplo é a personagem Marcela, que o protagonista diz que amou-lhe “durante quinze meses e onze contos de réis”).

Outro autor relevante no movimento é Eça de Queiróz, que fazia críticas sociais ao clero e aos pobres e escreveu O Primo Basílio, A Cidade e as Serras e O Crime do Padre Amaro, representando o Realismo em Portugal.


Naturalismo 1881 – 1922

O Naturalismo se desenvolveu sujeito à influência das teorias científicas que dominavam o cenário europeu a partir da segunda metade do século 19, como Evolucionismo, de Charles Darwin, o Positivismo, de Auguste Comte.

No Naturalismo se destaca o romance, no qual o narrador trabalha como um cientista, observando fenômenos sociais e os descrevendo. O comportamento humano aparece dependente do ambiente social e não há mais a subjetividade valorizada pelo romantismo. O narrador observador discute nas obras temas como miséria, sexualidade, violência e política.

O Naturalismo teve como marco inicial a publicação, em 1881, de Germinal, de Émile Zola, na Europa. No Brasil, o maior representante do movimento foi Aluísio Azevedo, que escreveu as obras, O Mulato, Casa de Pensão e O Cortiço. 


Parnasianismo 1882 – 1922

Ao contrário do que acontece com o Realismo, que teve poucos poetas em seu movimento, mas foi rico em romancistas, no Parnasianismo ganha destaque a poesia. Esse movimento é também mais uma reação ao sentimentalismo idealizante do romantismo.

Assim, há valorização do cuidado formal e a expressão moderada dos sentimentos com um vocabulário elaborado, culto e, muitas vezes, pouco compreensível. Há ainda racionalismo e temática voltada para assuntos universais.

Ao contrário do que ocorre com o Realismo, os poetas parnasianistas não tratavam temas sociais, mas o culto da arte pela arte, ou seja, a poesia deveria valer por si mesma, por sua beleza, sem compromisso social.

O Parnasianismo é fundado na França, no final do século 19, com a publicação de uma antologia poética pelo nome de Le Parnasse Contemporain (O Parnaso Contemporâneo). No Brasil, o Parnasianismo começou na mesma época, prolongando-se até a Semana de Arte Moderna, em 1922.

Entre os principais autores brasileiros do movimento estão Alberto de Oliveira (1857-1937), autor de Canções românticas, Meridionais, e Sonetos e poemas; e Raimundo Correia, que escreveu Primeiros Sonhos (1879), Sinfonias (1883) e Versos e Versões (1887).


Simbolismo 1880 – 1922

O Simbolismo surgiu na França, por volta de 1880, e encontrou suporte teórico no Manifesto do Simbolismo (1886), de Jean Moréas. Durante a Segunda Revolução Industrial, nota-se que o capitalismo traz retornos desiguais, e essa estética surge como reação ao materialismo e ao cientificismo, resgatando de certa forma os valores do Romantismo esquecidos pelo Realismo.

Entre as características principais do Simbolismo estão o subjetivismo, interesse pela loucura e mente humana, linguagem vaga, formas fixas para o poema (em especial o soneto), antimaterialismo, misticismo, metáforas e sinestesias – confusão de sentidos como "beijo amargo" e "cheiro azul".

Dois livros marcam o Simbolismo no Brasil: Missal (poemas em prosa) e Broquéis, ambos publicados em 1893, e de autoria de João da Cruz e Souza. Além dele, também foi importante o autor Alphonsus de Guimaraens ( Setenário das dores de Nossa Senhora, Câmara ardente, Dona Mística).

Na França, são representantes do Simbolismo em especial os autores Charles Baudelaire, Arthur Rimbaud e Paul Verlaine. E em Portugal, Eugênio de Castro, Antônio Nobre e Camilo Pessanha.


Pré-Modernismo 1902-1922

Embora não seja considerado uma “escola literária”, já que não há uma linha única seguida por um grupo de autores, a literatura pré-modernista discute os problemas sociais e a realidade cultural do Brasil. O movimento se desenvolveu na transição da República da Espada para a República das Oligarquias ou República do café com leite.

O Rio de Janeiro do século 20, em meio a profundas transformações da reforma urbana do prefeito Pereira Passos, é o pano de fundo do pré-modernismo. Os autores adotam uma postura crítica diante as desigualdades e problemas da população. Há linguagem formal, mas fica para trás a preocupação estética e rebuscada, focando-se em temas sociais e políticos.

Entre os autores mais marcantes do pré-modernismo são Euclides da Cunha (Os Sertões,1902), Graça Aranha (Canaã, 1902), Lima Barreto (O triste fim de Policarpo Quaresma, 1915) e Monteiro Lobato, autor de As Cidades Mortas, que denuncia a decadência econômica e o dia a dia das cidades cafeeiras.


Modernismo 

No Brasil, o Modernismo surgiu a partir da Semana de Arte Moderna de 1922, que ocorreu devido ao Centenário de Independência. Em Portugal, o movimento estreou em 1915, com a publicação da Revista Orpheu.

O modernismo se divide em três gerações:


Primeira Geração 1922 a 1930: Diretamente afetada pela Semana de Arte Moderna de 1922, caracteriza-se pelo rompimento com estruturas do passado. É valorizado em especial um distanciamento ao Parnasianismo, que é ironizado por meio do poema Os Sapos, de Manuel Bandeira.

Outros  representantes dessa geração são Mário de Andrade, autor de Macunaíma, e Oswald de Andrade. Em Portugal, temos Fernando Pessoa, que escreveu a obra Mensagem e criou três heterônimos, cada um com estilos de escrita particulares. São eles: Alberto Caeiro (Pastor Amoroso, Poemas Inconjuntos), Ricardo Reis (Prefiro Rosas, Breve o Dia) e Álvaro de Campos (Ode Marítima, Tabacaria).


Segunda Geração 1930 a 1945: As ideias de 1922 se amadurecem e o Modernismo começa a se consolidar. Há na poesia uma grande abrangência temática, ganhando destaque autores como Carlos Drummond de Andrade, autor de Alguma Poesia, de 1930, e Vinícius de Moraes, que publicou seu primeiro livro de poemas Caminho para a Distância e, em 1936, o poema Ariana, a mulher.

Na prosa, há grandes romances regionalistas, focados em temas sociais, e com linguagem coloquial e regional. Um exemplo é Vidas Secas (1938), de Graciliano Ramos, e os romances de Jorge Amado, o mais famoso deles, Capitães de Areia (1937), que retrata a vida de meninos abandonados em Salvador.


Terceira Geração 1945 a 1960:  Essa fase é considerada bem fragmentada. Trata-se de um período no qual o movimento perde um pouco a unidade, com várias tendências literárias surgindo ao mesmo tempo.


Entre os autores mais importantes temos Clarice Lispector, que escrevia principalmente histórias não lineares com protagonistas femininas. A autora tem uma linguagem profunda por meio da qual escreve em um cenário de cotidiano momentos de revelação e epifanias pela qual passam suas personagens.

Também há João Guimarães Rosa, autor de Grande Sertão: Veredas (1956), e João Cabral de Melo Neto, que escreveu Morte e Vida Severina (1955). Ambos escreveram as obras com traços regionalistas e que unem poesia e prosa para fazer uma crítica social.


POEMA SUMÉRIO QUE INSPIROU O CÂNTICO DOS CÂNCITOS DA BÍBLIA

 


Šu-Sin, também escrito Shu-Suen, o quinto rei Sumério e o quarto da terceira dinastia de Ur (Ur III). Šu Sîn é filho de Amar-Sim que, na chamada cronologia curta, reinou entre 2029 e 1982 a.C., ou 2 038 a.C. - 2 030 a.C. após os cerca de 100 anos de dominação sob o povo Guteo. Šu-Sin governou após Šulgi e Amar-Sin, e seu filho Ibbi-Sin foi o último governante dessa dinastia, reinando até meados do século 20 a.C., quando uma combinação de catástrofes, desde problemas com o clima a invasões dos Amoritas e Elamitas, levou seu império a ruir. A cidade de Ur (localizada à época no encontro do rio Eufrates e o Golfo Pérsico), então centro do império, foi parcialmente despovoada e saqueada por nômades, e a dinastia Ur III teve fim.

Após uma revolta aberta de seus súditos amoritas, ele dirigiu a construção de um muro fortificado entre os rios Eufrates e Tigre em seu quarto ano, pretendendo impedir quaisquer novos ataques amoritas.

Uma inscrição afirma que ele deu sua filha em casamento ao governante de Šimānum "Sua filha foi dada como noiva a Simanum. Simanum, Habura e os distritos vizinhos se rebelaram contra o rei, eles expulsaram sua filha de sua residência." Shu-Sin posteriormente conquistou Šimānum e restaurou sua filha lá.

No quarto ano de seu reinado, após uma revolta aberta de seus súditos amoritas, ordenou a construção de um muro fortificado entre o rio Tigre e o rio Eufrates, com a intenção de impedir novos ataques amoritas.

No sexto ano de seu governo, foram construídos templos em Nipur dedicado aos deuses Ninlil e Enlil e no sétimo ano construída nova estela em comemoração a vitória sobre Ziringu do Reino de Zabesali.


A tabuleta contendo “A canção de amor de Šu-Sin” faz parte da biblioteca do rei assírio Assurbanípal (668 – 627 a.C.) descoberta nas escavações arqueológicas da cidade de Nínive no final do século XIX de nossa era. Seu texto foi publicado por Edward Chiera (1885 – 1933) em 1924 e depois traduzido pelos famosos pesquisadores da área Adam Falkenstein (1906 – 1966) e Samuel Noah Kramer (1897 – 1990), em 1947 e 1951, respectivamente. Como ocorre com o Cântico dos Cânticos, que é também chamado de Cântico de Salomão, nem Salomão, nem Šu-Sin são o eu-lírico dos poemas, de autoria anônima, que levam seu nome no título, mas seu interlocutor, a quem a canção é destinada. 

 “A canção de amor de Šu-Sin” é até hoje o exemplar mais antigo de que temos notícia, tendo sido composto por volta dos anos 2000 a.C., ao passo que o Cântico dos Cânticos seria uma composição posterior, entre os séculos 3-6 a.C., detendo por muito tempo o título de poema amoroso mais antigo do mundo, até este poema ter sido descoberto e traduzido. Na Suméria, era costume que a cada ano, como parte do festival de ano novo, o rei se casasse simbolicamente com Inanna, deusa do amor e da guerra (equivalente a Ištar entre os acádios), um matrimônio que, apesar de simbólico, era consumado de fato através de uma sacerdotisa da deusa, que, até onde se sabe (o que não é muita coisa) seria quem recitaria esses versos. Talvez ela os compusesse também, visto que temos registro de cantos femininos ainda mais antigos do que “A canção de Šu-Sin”, como “A exaltação de Inanna” e os Hinos Templários, compostos pela sacerdotisa, princesa e poeta En Hedu’anna, mas, neste caso especifíco aqui, em que a autoria não é clara, é difícil afirmar.


O PRIMEIRO POEMA:

POEMA AO REI SHU-SIN


Noivo, caro ao meu coração,

Agradável é a tua beleza, doce mel,

Leão, caro ao meu coração,

Agradável é a tua beleza, doce mel.

Tu cativaste-me, deixa-me permanecer tremente perante ti,

Noivo, eu deixaria que me levasses para o quarto,

Tu cativaste-me, deixa-me permanecer tremente perante ti,

Leão, eu deixaria que me levasses para o quarto.

 Noivo, deixa que te acaricie,

A minha preciosa carícia é mais saborosa do que o mel,

No quarto o mel corre,

Desfrutamos a tua agradável beleza,

Leão, deixa-me acariciar-te,

A minha carícia amorosa

é mais saborosa do que o mel,

Noivo, tu de mim tomaste o teu prazer,

Diz isto a minha mãe, ela far-te-á gentilezas,

O meu pai, ele dar-te-á presentes.

O teu espírito, eu sei onde recrear o teu espírito,

Noivo, dorme na nossa casa até ao amanhecer,

O teu coração, eu sei como alegrar o teu coração,

Leão, durmamos juntos em nossa casa até ao

amanhecer.

Tu, porque me amas,

Dá-me o favor das tuas carícias,

meu senhor deus, meu senhor protetor,

Meu Shu-Sin que alegra o coração de Enlil,

Dá-me o favor das tuas carícias.

Teu lugar agradável como mel


Segundo Poema

Cântico de amor a Shu-Sin


Ela deu nascimento a ele que é puro,

Ela deu nascimento a ele que é puro,

A rainha deu nascimento a ele que é puro,

Abisimti deu nascimento a ele que é puro,

A rainha deu nascimento a ele que é puro.

Ó minha rainha que é premiada do limbo,

Ó minha rainha que és (...) de cabeça,

minha rainha Kubatum,

Ó meu senhor (...) de cabelo, meu senhor Shu-Sin,

Ó meu senhor, que és (...) de palavra, meu filho de Shulgi!

Porque eu cantei, porque eu cantei,

o senhor deu-me um presente,

Porque eu disse a canção allari,

o senhor deu-me um presente,

Um pendente de ouro, um selo de lápis-lazúli,

o senhor deu-me um presente,

Um anel de ouro, um anel de prata,

o senhor deu-me um presente,

Senhor, o teu presente é repleto de (...), ergue o teu rosto para mim,

Shu-Sin, o teu presente é repleto de (...), ergue o teu rosto para mim.

Senhor, senhor, como uma arma (...)

A cidade ergue a sua mão como um dragão, meu senhor Shu-Sin,

E jaz a teus pés como uma cria de leão, filho de Shulgi.

Meu deus, da virgem do vinho, doce é a sua bebida,

Como a sua bebida, doce é sua vulva, doce é a sua bebida,

Como os seus lábios, doce é o seu sexo, doce é a sua bebida,

Doce é a sua bebida misturada, a sua bebida.

Meu Shu-Sin, que me escolheste,

Ó meu Shu-Sin que me escolheste, que me acariciaste,

Meu Shu-Sin que me escolheste, que me acariciaste,

Meu amado de Enlil, meu Shu-Sin,

Meu rei, o deus da sua Terra!


É um poema balbale dedicado a Bau.



REFERENCIAS E BIBLIOGRAFÍA

KRAMER, Samuel Noah. La historia empieza en Sumer. Barcelona, Orbis. 1985.

KRAMER, Samuel Noah. History Begins at Sumer: Thirty-Nine "Firsts" in Recorded

History . University of Pennsylvania Press. 3rd edition. 1988.

KRAMER, Samuel Noah and WOLKSTEIN, Diane. Inanna : Queen of Heaven and

Earth. New York: Harper & Row. 1983.

KRAMER, Samuel Noah. The Sumerians: Their History, Culture and Character.

Publisher: University of Chicago Press. 1963.

The Sumerian Word. http://sumerianwod.livjournal.com/

Sumerian Dictionary. http://sumerianwotd.livejournal.com/

Carsten Peust's Sumerian Page. http://www.peust.de/sumerian.html




quinta-feira, 21 de novembro de 2024

TALENTO

 


Talento do latim: talentum, do grego antigo: talanton, significando "escala", "balança", especificamente era o prato da balança. 

Era uma unidade da antiga Mesopotâmia para grandes quantidades de massa, sendo criada na Suméria, e consolidada por volta do Século XXIII a.C. Foi usado em toda a Antiguidade com poucas variações de peso: Grécia, Roma, Egito, Israel, Babilônia, Suméria e Acádia. 

Um talento grego, também chamado ático, pesava 20,04kg; um talento romano pesava 32,3 kg; o egípcio 27 kg. Na Suméria eram usados dois tipos de talentos: um chamado "leve", com 30,3 kg, e o outro chamado "pesado", com 60,6 kg. Israel Antiga, e outros países levantinos, de início adotaram o talento sumeriano, mas posteriormente revisaram a massa. O talento usado nos tempos do Novo Testamento pesava 58,9 kg  Os hebreus chamavam o talento de kikkar.

As civilizações mesopotâmicas (sumérios, caldeus, cassitas, acadianos, etc), hebreus e egípcios, dividiam o talento em 60 minas, cada mina subdividia-se em 60 siclos. Um talento tinha então 3600 siclos. Os gregos também usavam a razão de 60 minas para um talento. Sendo que uma mina equivalia a 100 dracmas (um dracma tinha de 4 a 6 gramas). Uma mina grega tinha de 431 à 437 gramas.

Como era uma unidade de massa, confundia seu significado com moedas, pois era usado para designar grandes quantidades de ouro ou prata.

Para se ter uma ideia da riqueza dos aristocratas romanos, pode-se citar os exemplos dos dotes atribuídos a uma mulher à altura do seu casamento, que variavam entre 50 a 300 talentos, normalmente de ouro. Júlia Cesaris, a filha de Júlio César, foi dotada com 100 talentos de ouro no seu casamento com Pompeu. Esta quantidade corresponde a cerca de 3,6 toneladas de ouro.

Os gregos chamavam tálanton ao pratinho de pesagem da balança e, por extensão, também às quantidades de metais preciosos que ali eram pesados. Posteriormente, com uma nova evolução do termo, se chamou talento a diferentes moedas que circulavam em várias cidades do mundo helênico. Foi como nome de moeda que talentum chegou mais tarde a Roma, até que a certa altura do desenvolvimento do Império, adquiriu o significado de tesouro.

A palavra aparece pela primeira vez em castelhano em 1155, já com o sentido de "inteligência" ou "dotes intelectuais". Corominas apresenta a hipótese de que essa mudança de sentido em espanhol pode ser devida à parábola evangélica do servidor que obteve lucro dos talentos (tesouro) que lhe foram confiados em custódia, ao contrário de outro, que enterrou o tesouro que lhe havia sido entregue sem extrair dele nenhum proveito, o que teria dado origem ao significado de talento como "dote natural".


A ORIGEM DOS NOMES DAS MOEDAS



MOEDA: quando o Império Romano se estava esfacelando, um grupo de bárbaros tentou escalar a parte da muralha de Roma junto à qual, pelo lado de dentro, se situava um templo dedicado a Juno, a deusa que era esposa de Júpiter.
Os gansos consagrados à deusa, que estavam no terraço do templo, deram o alarme e os soldados romanos acorreram e afugentaram o inimigo. Gansos são ótimos vigias, pois dão logo o alarme na presença de estranhos.
Agradecidos, os romanos declararam que aquele templo era dedicado a Juno Moneta, a Juno que avisa.
Esta palavra vem do Latim monere, advertir, admoestar, avisar.
Em época mais tardia, nesse templo, se estabeleceu um local onde se cunhavam discos metálicos, com valor definido, próprios para fazer negócios de compra e venda. Estes receberam um nome derivado da deusa do templo, ou seja, moneta, que virou nossa moeda.

LIBRA: Esta palavra vem do Latim libra, peso, literalmente par de pratos de balança. Inicialmente as moedas eram avaliadas conforme o seu peso. Daí que diversos meios de pagamento nacionais foram nomeados conforme a tradução da palavra peso, como o peso, a peseta, a lira, a libra.
Esta última é a que se usa em Português para a moeda britânica; os habitantes do Reino Unido a chamam de pound, que veio do Latim pondus, peso, de ponderare, pesar. Por extensão, usamos ponderar como avaliar, pensar com profundidade sobre algo.
Para sermos mais exatos, o nome da moeda é pound sterling, libra esterlina. A origem desta é discutida; aceita-se prevalentemente que derive do Inglês arcaico steorra, estrela, com o sufixo diminutivo ling, dado haver uma pequena estrela impressa nas moedas normandas cunhadas depois do século X.

LIRA: É um derivado de libra. É a moeda usada na Turquia, Jordânia, Síria, Libano.

PESO: Foi uma moeda originada na Espanha e que teve muita importância no comércio da era das descobertas. Seu nome é o Espanhol peso, peso, e deriva do Latim Latim pensum, certa quantidade de lã dada a um escravo para processar, tarefa, de pendere, pender, estar pendurado, já que as balanças antigas funcionavam com pratos pendurados em braços.
Atualmente esse nome se usa em vários países de colonização espanhola, como Uruguai, Argentina, Filipinas, Cuba, Chile, Colômbia, Venezuela.

FRANCO: Não é mais a moeda francesa, pois foi substituído pelo Euro em 2002. Mas continua sendo usado em Lichstenstein, Suíça, Togo, Benin, Ruanda, Congo, Guiné, Senegal, Camarões e outros países africanos.
Seu nome deriva da inscrição das primeiras moedas, em 1360 onde aparecia o rei João II, o Bom, com o dístico  Rex Francorum, rei dos Francos.
E o nome desse povo vem do antigo Francês franc, livre, não-servo, sincero, genuíno. Viria do nome do povo germânico chamado Frank, que conquistou a Gália em torno do ano 500 e deu origem ao nome França para o país.

RUBLO: É a moeda da Federação Russa. Vem do Russo antigo rubli, toco, tampão, provavelmente porque houve época em que as moedas eram cortadas fora de uma barra de prata.

MARCO: Foi a moeda alemã desde a unificação do país, em 1871, até a introdução do Euro em 2002.
Seu nome vem de mark com o sentido de sinal, característica, marca visível, que por sua vez veio do Proto-Germânico marko, fronteira, limite, sinal de demarcação de fronteiras.
Atualmente, apenas a Bósnia-Herzegovina usa moeda com este nome.

RÚPIA: Usa-se na Índia, Nepal, Indonésia, Paquistão, Sri Lanka e ilhas Maurício e Seychelles.
Vem do Sânscrito rupya, prata trabalhada, moeda de prata, de rupa, semelhança, imagem.

YUAN: É a moeda chinesa. Seu nome significa objeto redondo. Até a chegada de ocidentais em suas terras, os chineses usavam a prata como meio de pagamento mediante pesagem. Com a introdução das moedas de origem espanhola, o nome foi aplicado aos meios de pagamento chineses.

YEN: É a moeda japonesa. Tem a mesma origem que a chinesa.

EURO: É a moeda corrente em numerosos países europeus. Foi oficialmente adotada em 1995 e entrou em circulação fisicamente em 2002.
Seu nome vem, evidentemente, de Europa. E o nome do continente, de onde vem. Como tantos nomes geográficos antigos, não se sabe direito. Ele vem do Grego Europa, de origem incerta. Há quem diga que este vem do Acadiano erebu, descer, pôr-se (em referência ao sol).

DÓLAR: Do Baixo Alemão daler, de thaler, uma abreviação de Joachimsthaler, do vale de Joachim (thal sendo vale), localizado no que era então o noroeste da Boêmia, hoje parte de República Tcheca. Nessa região havia minas de prata, a qual passou a ser cunhada em moedas a partir de 1520. Devido à origem do metal, as moedas começaram a ser conhecidas como joachimsthaler. Daí se originaram vários nomes de moedas, como o tallér húngaro, o tólar tcheco, o norueguês rigsdaler e, através do Holandês, o dollar do Inglês. Há uma palavra que todos conhecemos que é uma parente inesperada dessa moeda. Trata-se do nome dado ao hominídeo conhecido como Homem de Neanderthal, e a história é meio complicada e cheia de coincidências. No século XVII havia na Alemanha um ministro protestante e compositor de hinos religiosos chamado Joachim Neumann, que fazia muitos passeios inspiradores por determinado vale próximo à cidade de Düsseldorf. Seu sobrenome quer dizer novo homem, em Alemão. Ele gostava de ser chamado de Neander, que quer dizer precisamente isso em Grego (de neo,novo, mais anér, homem). O bom povo da região passou a chamar a região de Neanderthal, o vale de Neander, em homenagem ao religioso, ao redor de 1850. Foi ali que se descobriram os restos da espécie agora extinta e muito próxima ao Homo sapiens atual, com uma diferença genômica de apenas 0,12%. E aqui estão as coincidências: o fato de, num lugar chamado de novo homem, ter sido descoberto o que, na época, era mesmo um homem novo dentro da classificação geral. E o fato de haver um nome Joachim e um vale envolvido no nome tanto do hominídeo como da moeda que ora estudamos.   

TOSTÃO: Vem do Francês teston, do Italiano testone, cabeça grande, aumentativo de testa, cabeça. Isso porque essa moeda do século XIII apresentava inicialmente uma cabeça do governante do momento bem visível. Ela chegou a ser de ouro ou de prata, mas com o tempo acabou perdendo significado e sendo sinônimo de dinheiro de pouco valor.   VINTÉM   era antes uma moeda equivalente a vinte réis, daí o seu nome.   

DOBRÃO: Do Espanhol doblón, de doblo, duas vezes, provavelmente porque valia duas moedas de dez maravedis.

CRUZEIRO: Essa passou a ser a moeda corrente no Brasil por vários anos a partir de 1942. Seu nome foi escolhido a partir da constelação do Cruzeiro do Sul, um símbolo característico de alguns países de nosso hemisfério e que não pode ser avistado no hemisfério Norte. Não precisamos dizer que cruzeiro vem de cruz, do Latim crux.

CRUZADO: Foi usado no Brasil entre 1986 e 1989 e sua origem é a mesma que a do cruzeiro.

DUCADO: Foi o nome de moedas de diversas regiões da Europa, por serem emitidas pela autoridade mais alta de uma divisão político-geográfica conhecida por ducado, já que estava sob o comando de um duque. E esta palavra vem do Latim dux, o que guia, líder, que veio do Indo-Europeu deuk-, guiar.   

PISTOLA: O que o nome de uma arma de fogo está fazendo no meio destas moedas. Tem seus direitos: pistola foi o nome de várias moedas de prata européias. Veio do Latim plastrum, achatado, encurtado, o que descreve aceitavelmente uma peça metálica em forma de disco, tal como uma moeda.  

ZLOTY: A moeda atual da Polônia e quer dizer feito de ouro, o que foi o caso inicial. Por bastante tempo essa palavra foi usada para designar qualquer moeda de ouro que se usasse no país.

FLORIM: Foi moeda na Inglaterra, Itália, Áustria e ainda é usada em Aruba. Seu nome vem da moeda cunhada em Florença, que era muito bem reputada. O símbolo desta cidade era estampado num dos lados; era uma flor-de-lis, de onde a denominação.