ZEND AVESTA

 

O Zend Avesta é o Livro Sagrado da Religião Zoroastra.

Assim como a Bíblia, o Zend Avesta é uma coleção de livros sagrados escritos durante um longo período e em diferentes idiomas. A principal diferença para a Bíblia é que o Avestá se parece com um livro de orações e possui poucas narrativas.

Segundo o orientalista alemão Martin Haug, os sacerdotes zoroastristas inventaram a história de que seus livros sagrados remetiam a Abraão, o patriarca judeu, visando escapar da perseguição dos maometanos. É um dos livros do Avestá, que são textos sagrados do Zoroastrismo. A origem da palavra encontra-se em Vi-daevo-dato, "lei contra os demônios" "o estabelecido" ou "texto fundamental", escrito numa forma recente do avéstico, a fixação do texto aconteceu entre o século III e IV, embora o conteúdo seja anterior, possivelmente anterior a Zaratustra (cuja vida a investigação mais recente situa, em geral, em cerca de 1200-1000 a.C.), tendo sido transmitido por via oral de geração em geração.

A linguagem do Avesta, chamada de avéstico, é de origem indo-europeia. Possui grande semelhança com o sânscrito védico e graças a essa afinidade foi possível interpretar seus textos mais arcaicos. Em sua forma simplificada, usada na maior parte do texto, o avéstico teria desaparecido como língua viva por volta de 400 a.C., conservando-se apenas seu uso religioso.

Segundo a tradição, o Avesta foi redigido, ao menos em parte, pelo próprio Zoroastro (Zaratustra), nos séculos VII e VI a.C., e foi destruído no grande incêndio de Persépolis, ordenado por Alexandre, o Grande. O documento foi reconstituído de memória no início do período sassânida (224-651) e se perpetuou entre as populações de Gabar na Pérsia e os parses de Bombaim.

Outro livro importante que faz parte da Avesta é o Vendidad. Nesse texto, contém orientações sobre purificações. O Yashts, por sua vez, apresentam hinos de adoração as divindades.

O Vendidad está dividido em 22 capítulos ou Fargards, começando cada um deles com uma pergunta feita por Zaratustra a Ahura Mazda sobre um dado assunto. O seu conteúdo temático inclui geografia, histórias populares, leis civis e religiosas, medicina, bem como fórmulas religiosas e regras de pureza. Entre estas regras de pureza encontram-se, por exemplo, a prescrição da reclusão das mulheres em estado de menstruação num compartimento da casa ou o rito funerário de colocar os cadáveres em elevações, ou torres (dakhmas) para serem consumidos por aves de rapina, de modo a não poluir a terra.

Vendidade é também o nome de uma cerimônia religiosa realizada durante a noite pelos sacerdotes zoroastrianos visando combater os demônios. Nesta cerimónia, que começa à meia-noite e termina no fim da madrugada, é lido todo o texto do Vendidade. Pode ser realizada depois de um funeral ou em outra ocasião em que se considere propício para afastar os demônios.

A atual comunidade zoroastriana encontra-se dividida em torno de que significado atribuir à Vendidade. Para os zoroastrianos conservadores, as suas regras devem ser cumpridas com o máximo rigor, enquanto para os zoroastrianos de tendência liberal e reformista o texto possui um valor histórico e antropológico, mas não faz parte da mensagem religiosa de Zaratustra.