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sexta-feira, 19 de julho de 2024

LIVROS APÓCRIFOS

 


A palavra Apócrifo vem do grego Apócrofos que quer dizer Aquilo que é Escondido, Oculto, Encoberto. Também é conhecido como Pseudepígrafos, de onde, Pseudo quer dizer Falso e Grafos, quer dizer Escrito.

Estes livros Apócrifos ou Pseudepígrafos são escritos, cujos autores não conhecemos, daí os termos Apócrifos ou Pseudepígrafos e estes autores por sua vez, são escritores desconhecidos, escritores sem fama, que usam nomes de pessoas famosas, para suas obras e suas idéias ganharem notoriedades, compartilhamentos, likes, comentários, popularidades e fama.

A primeira vez que é usado a palavra Apócrifo como conhecemos, no contexto dos livros que foram incluídos na Bíblia, foram Irineu de Lyon e Jerônimo de Estridão no século IV depois de Cristo.

Os apócrifos que constam nas versões da Bíblia Católica foram produzidos no período inter testamentário (425 a.C. a 120 d.C.) e são os seguintes: Tobias, Judite, 1 e 2 Macabeus, Sabedoria, Baruc e Eclesiástico - Obs: Não confundir o livro de Esclesiates com o livro de Esclesiástico. Além de acréscimos aos livros de Ester e Daniel.

No livro de Ester, temos os seguintes acréscimos, capítulo 10:4 até o capítulo 11:1

E no livro de Daniel, temos os seguintes acréscimos, capítulo 3:24 a 90 e os capítulos 13 e 14.

E tem mais livros apócrifos ou pseudepígrafos que foram produzidos, que são: Livro de Enoch, Ascensão de Maria, Ascensão de Isaías, Apocalipse de Baruch, Apocalipse de Pedro, Apocalipse de Abraão, Apocalipse de Moisés, O Evangelho de Pedro, O Evangelho de Tiago, O Evangelho de Maria, O Evangelho de Judas, Atos do Apóstolo Tomé, etc.

Jesus e os autores do Novo Testamento citam, mais de 295 vezes, várias partes das Escrituras do Antigo Testamento como palavras autorizadas por Deus, mas nem uma vez sequer mencionam alguma declaração extraída dos livros apócrifos ou qualquer outro escrito como se tivesse autoridade divina.

Vamos deixar uma coisa bem clara, não foi a Igreja Católica Apostólica Romana quem formatou os livros da Bíblia, isto é, não foram eles quem decidiram quais livros entrariam ou não na Bíblia no Concílio de Nicéia.

Os próprios Judeus já tinham uma relação de livros que eram inspirados e de livros que não eram inspirados.

Alguns teólogos protestantes dizem que no já no Concílio de Jamnia que ocorreu nos anos 90 d.C. ratificou, ou seja, confirmou o que já se tinha decidido desde os tempos de Esdras, quais livros foram inspirados e os livros que não foram inspirados, e para confirmar essa argumentação, dizem que na época de Jesus, o Tanach já existia.

Mas os Católicos contra argumentam essa ideia, dizendo que o Concílio de Jamnia nunca ocorreu e o chamado “Concílio de Jâmnia”, foi, na verdade um grupo de judeus eruditos que solicitaram permissão de Roma por volta do ano 90 d.C. para assim, reunirem-se na Palestina perto do mar Mediterrâneo em Jâmina. Mas, de qualquer forma, o que os Católicos não se atentam, é que o Tanakh Hebraico já existia, há mais de 400 anos a.C.


Mas o que raios é o Tanakh?

O Tanakh é a Bíblia Hebraica, que por sua vez, se divide em três partes, que são: Pentateuco, Profecias e Escritos. Essa palavra esquisita, contém as iniciais das palavras Hebraicas, Torah a Lei, Neviim os Profetas e Ketuvim os Escritos, formando assim o TNK ou Tanak, não terei tempo agora de falar sobre o Tanakh, caso alguém queira, deixa nos comentários que farei com prazer.

O que importa para nossa matéria aqui, é que, para existir o Tanakh, concluí-se que o cânone hebraico já existia desde 450 a.C. E que todos esses Apócrifos que mencionei e outros mais, já não faziam parte do Cânon Hebraico, mas mesmo assim, alguns destes Apócrifos, estão hoje na Bíblia Católica.


Cânon Muratoriano

Outra prova que não foi o Concílio de Nicéia Católico que fechou o Cânon Bíblico, é o Cânon Muratoriano ou Cânon de Muratori, que é o documento copiado mais antigo que se tem notícia a respeito do cânon bíblico do Novo Testamento, por volta do ano 150 d.C.

A Igreja Católica sempre soube que os Apócrifos eram livros não inspirados, uma das várias comprovações disso. 


Vulgata

Jerônimo de Estridão que é o tradutor da Vulgata Latina, foi incumbido pelo Papa Dâmaso I a colocar os Apócrifos na Vulgata. É claro que Jerônimo foi contra, mas o Papa Dâmaso era seu superior em chefeJerônimo, então, teve que ceder. Colocou os tais livros Apócrifos na Vulgata, mas ao traduzir a Vulgata, Jerônimo fez uma notificação, ou seja, uma nota esclarecendo que estes livros não eram inspirados, eram, obviamente, todos apócrifos. Sendo estas uma tradução de Teodocidão ou Teodósio. Mas quem foi Teodocidão? Teodocidão ou Teodósio, foi um judeu grego que viveu na cidade de Éfeso cerca de 150 d.C. Ele traduziu a Bíblia Hebraica, ou seja, o Tanackh para o grego e também traduziu os livros Apócrifos na Bíblia Vulgata Latina.

A questão apócrifa católica piora ainda mais, no período da Reforma, para combater a Reforma, no dia 8 de Abril de 1546 durante o período conhecido como Contra Reforma, os Livros Apócrifos foram finalmente oficializados na primeira edição da Bíblia Católica e no ano de 1592, com autorização do papa Clemente VIII, tem-se a Bíblia Católica como se conhece hoje.

A Igreja Católica, para canonizar estes apócrifos, ou seja, para dar uma de migué, chama esses livros espúrios de Deuterocanônicos, é aquele velha e boa salsichada profana básica de sempre.


HÁ ERROS NESSES LIVROS APÓCRIFOS?

Sim, os livros Apócrifos são Apócrifos, são livros que nos trazem o misticismo judaico, que diferem das ordenanças do Evangelho de Cristo. Como os livros Apócrifos são muitos, vou citar somente alguns.

O Livro de Tobias traz mediação dos Santos - 12.12 superstições - 6.5, 7-9,19

O Livro de Baruque traz intercessão pelos mortos - 3.4.

O Livro de Escesiástico traz justificação pelas obras - 3.33, 34.

O Livro de Macabeus traz a oração pelos mortos - 12.44 - 46, culto e missa pelos mortos - 12.43

Assim como outros livros, além destes Apócrifos ensinarem artes mágicas e feitiças, como está relatado no Livro de Tobias 6: 5-9. Dentre outras coisas.


PODEMOS LER ESTES LIVROS MESMO ELES SENDO NÃO INSPIRADOS?

Não só podemos ler estes livros, como devemos ler e estudar estes livros, não há problema algum, temos que entender que para quem é declaradamente Cristão, só o Novo Testamento é suficiente para nos conduzir a Cristo, estes livros estão no Antigo Testamento, portanto, não há problemas para nossa compreensão da salvação em Cristo Jesus.

O Novo Testamento Católico é idêntico ao Novo Testamento Protestante, ambas as Bíblias se lidas e colocadas em prática, conduzirá o homem ao infinito amor de Deus e consequentemente à salvação, para quem é leitor assíduo da Bíblia e gosta de ter intimidade com a literatura, verá que o que importa para o Cristão como regra de fé é o Novo Testamento.

Sem contar que muitos livros Apócrifos, conhecimentos históricos valiosos. 

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