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domingo, 18 de fevereiro de 2024

VIDA NA ANTIGA UGARIT

 


A cultura ugarítica foi complexa. A cidade foi ao mesmo tempo, um porto comercial do mediterrâneo, uma cidade–estado do oeste semítico vassalo dos hititas e uma população do noroeste semítico do mundo de língua cuneiforme. Qualquer análise que fizermos, seja estudarmos nomes pessoais, linguagem, religião ou a cultura material, Ugarit vai aparecer como uma eclética mistura das culturas cananeias, sírias, egípcias, mediterrânea e mesopotâmica. Ugarit prosperou ao se tornar um lugar de encontro dos povos do Antigo Oriente Próximo (KTU 1.40 VII, 35–43).

A economia de Ugarit foi dominada pelo mar ao lado do comércio de importação e exportação. A cidade desenvolveu indústrias que foram formadas devido a sua localização em região marítima, assim como tintura de tecidos manufaturados e construções de navios. Também desenvolveu indústrias de artesanatos relacionados com o seu comércio de materiais bruto e utensílios de cobre. A fertilidade das regiões altas da cidade foram também exploradas para desenvolver o comércio de grãos e óleo.

No período do XV ao XIV séculos AEC um certo desequilíbrio e conflitos de interesses ocorreu entre os maiores poderes da região, ou seja, Egito, Hititas, Mitanni, Babilônia e Assíria. Devido a sua boa localização, Ugarit serviu como um Estado neutro entre essas grandes potências e seus interesses comerciais. O crescimento de Ugarit nessa conjuntura reflete uma experta manipulação da localização geográfica da cidade para obter vantagens econômicas.

O cabeça do Estado de Ugarit foi o rei, e ele era legitimado por divindades. O relacionamento especial que o rei tinha com os deuses, particularmente com El, é visto no Épico de Keret. O rei foi o principal representante na religião ugarítica, podendo fazer sacrifícios no templo (KTU 1.119). Ele também tem obrigações e responsabilidades em defender o pobre, a viúva, o órfão e os abatidos (KTU 1.17,6–8).

Membros da família do rei exercia controle nas instituições seculares e religiosas,

particularmente nos sumo sacerdotes.

A vida familiar em Ugarit foi patriarcal, no qual homens podiam ter mais de uma esposa. As esposas não tinham status iguais. A primeira esposa tinha o título de “grande mulher”. Da mesma forma, os filhos não tinham status igualitários, sendo chamados de servo, filho ou jovem guerreiro. Filhas eram classificadas como servas ou “irmã mais velha”. Essas designações refletem o estado social de livres ou escravos do

menino e da menina, herdado por herança. Os títulos “jovem guerreiro” e “irmã mais

velha” são títulos grandiosos para um filho ou filha.

Em Ugarit, da mesma forma que em Israel, foi possível conferir o direito de

primogenitura para uma jovem criança (KTU 1.15 III,16). Mulheres, especialmente da

família real, poderiam ser colocadas em posições de proeminência, como vemos nas

correspondências das rainhas de Ugarit (KTU 2.11; 2.12; 2.13; 2.16; 2.30).

 

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