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domingo, 4 de fevereiro de 2024

DILMUM - O JARDIM DO ÉDEN SUMERIANO

 



Dilmun, ou Telmun, foi uma antiga civilização de língua semítica oriental na Arábia Oriental mencionada no 3º milênio a.C. em diante. Dilmum estava localizado no Golfo Pérsico, em uma rota comercial entre a Mesopotâmia e a civilização do Vale do Indo, perto do mar e de nascentes artesianas. Dilmun abrangia Bahrein, Kuwait, e leste da Arábia Saudita. Esta área é uma das terras conquistadas pelo rei Sargão II e seus descendentes. Dilmun era um importante centro comercial. Dilmun foi mencionado pelos mesopotâmios como parceiro comercial, fonte de cobre e entreposto comercial. Dilmun foi um importante centro comercial do final de 4 Mil a.C. até 800 a.C. No auge de seu poder, Dilmun controlava as rotas comerciais do Golfo Pérsico e diversas regiões como o Vale do Indo e a Mesopotâmia em sua fase inicial e mais tarde entre a China e o Mediterrâneo.

Dilmun foi conquistada pelo Império Assírio Médio (1365-1050 aC), e seu poder comercial começou a declinar entre 1000 a.C. e 800 a.C porque a pirataria floresceu no Golfo Pérsico. No século VI a.C, o Império Neobabilônico e, mais tarde, o Império Aquemênida, governou Dilmun.

Dilmun e a Suméria

As grandes conexões comerciais entre a Mesopotâmia e Dilmun eram fortes e profundas a ponto de Dilmun ser uma figura central do mito Sumério da criação. Dilmun foi descrito na saga de Enki e Ninhursag como pré-existente em um estado paradisíaco, onde os predadores não matam, a dor e as doenças estão ausentes e as pessoas não envelhecem. Os Sumérios consideravam Dilmun um lugar sagrado. O conto Sumério do jardim paradisíaco de Dilmun é a inspiração para a história do Jardim do Éden.

A civilização Dilmun é mencionada pela primeira vez em tabuletas de argila cuneiformes Sumérias datadas do final do terceiro milênio a.C, encontradas no templo da deusa Inanna, na cidade de Uruk.

Uma das primeiras inscrições que mencionam Dilmun é a do rei Ur-Nanshe de Lagash (c. 2300 aC) encontrada em um soquete de porta: "Os navios de Dilmun trouxeram-lhe madeira como tributo de terras estrangeiras.”

No épico inicial Enmerkar and the Lord of Aratta, os eventos principais, que se concentram na construção de Enmerkar dos zigurates em Uruk e Eridu, são descritos como ocorrendo em uma época "antes de Dilmun ainda ter sido colonizado".

Dilmun, às vezes descrito como "o lugar onde o sol nasce" e "a Terra dos Vivos", é o cenário de algumas versões do mito Sumério da criação, e o lugar onde o divinizado herói Sumério do dilúvio, Utnapishtim ou Ziusudra ou Atrahasis, foi levado pelos deuses para viver para sempre. 

Dilmun também é descrito na história épica de Enki e Ninhursag como o local onde ocorreu a Criação. O Enuma Elish babilônico, fala do local da criação como o lugar onde a mistura de água salgada, personificada como Tiamat, se encontrou e se misturou com a água doce de Abzu. A palavra Bahrein em árabe significa "as águas gêmeas", onde a água doce do aquífero árabe se mistura com as águas salgadas do Golfo Pérsico. 

A promessa de Enki a Ninhursag, a Mãe Terra: Para Dilmun, a terra do coração de minha senhora, criarei longos cursos de água, rios e canais, por onde a água fluirá para saciar a sede de todos os seres e trazer abundância a todos os que vivem.

Ninlil, a deusa Suméria do ar e do vento sul, tinha sua casa em Dilmun. 

No entanto, também se especula que Gilgamesh teve que passar pelo Monte Mashu para chegar a Dilmun na Epopéia de Gilgamesh, que é geralmente identificada com o conjunto das cordilheiras paralelas do Líbano e do Anti-Líbano, com a estreita lacuna entre essas montanhas constituindo o túnel.

A palavra: “Jardim” no hebraico é: Gan. Essa mesma palavra em grego significa:  pa-rá-dei-sos ou “Paraíso”. Já o nome: “Éden” não é de origem hebraica e sim Sumeriana, sua etimologia vem da palavra: “Edin” ou “Edinu”, que significa: “campo ou planície”. O nome Éden, deriva do Acadiano Edinnu ou Edennu, o nome Edinnu ou Edennu, vem da palavra Sumeriana Edin, que quer dizer, Planice, Estepe. E estas palavras têm a mesma sonoridade de Éden. A palavra: Edinu assemelha-se com Eridu, cidade em que Adapa vivia.

Sabendo as origens das palavras: Jardim do Éden, podemos concluir seu significado que é: “Paraíso da Planície”. Para os romanos, o local em que os mortos iam era uma espécie de paraíso, chamado de: “Campos Elísios” – o “Campo” pode ser associado-a também uma planície. Enkidu amigo de Gilgamesh era chamado de “pantera da planície”. Edin é um nome sumério que deriva de: Gu-Edin, que significa: “borda da estepe”. O Éden da Bíblia, seria uma referência a Gu-Edin (um local paradisíaco). Segundo consta, as cidades de Lagash e Umma, que ficavam a 30 km de distância uma da outra, estiveram em guerra por 100 anos. Outras fontes falam em 150 anos de conflito. O motivo dessa disputa era o controle de: Gu-Edin. Descrita como uma região muito rica em recursos naturais: “ali havia pastagens para rebanhos e manadas, além de caça abundante para cultivar: javalis, cervos, gazelas, órixes, avestruzes, jumentos selvagens, bois selvagens”. O controle desse território era de extrema importância para as duas cidades, com o objetivo de expandir seus domínios, aumentando a criação de gado e a produção de cereais. O solo daquela região era extremamente fértil. Quando, o rei de Lagash venceu Umma encomendou-se a criação algo que mostrasse toda a campanha militar. Foi criado então: Estela dos Abutres, sendo datada do início da III Dinastia Suméria, em torno de: 2.600-2.350 a C.

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