Carl Von Linée 1707 - 1778), Suécia, foi um botânico, zoólogo e médico sueco e um dos fundadores da Academia Real das Ciências da Suécia. É ainda o cientista da área das ciências naturais mais famoso da Suécia e a sua figura esteve presente nas notas suecas de 100 coroas entre 1985 e 2016.
Em sua obra "Systema Naturae" publicada em 1735, ele lançou as bases para a taxonomia moderna. O problema disso é que ele aplica a mesma classificação de seu livro para os seres humanos, classificando-os por raça, cor, etnia, etc. Isso agravou mais o racismo estrutural mundial, deixando a raça branca como superior e as outras raças inferiores. Estas divisões eram:
• Homo Europaeus Albescens - Homem Europeu • Branqueado ou Branco
Homo Americanus Rubescens - Homem Americano Avermelhado
• Homo Asiaticus Fuscus - Homem Asiático Fosco, Amarronzado
• Homo Africanus Niger - Homem Africano Negro
Todos estes povos foram classificados não somente por sua cor e origem, mas sobretudo, por suas aptidões morais, seguindo a ótica eugenista europeia.
A raça branca, por exemplo, Carl Von Linée classificou como sendo um povo: amoroso, sanguíneo, robusto, cabelos bonitos e variados, indo do loiro ao ruivo, olhos azuis, verdes e castanhos abundantes, grupo alfa, perspicaz, inventivo, inteligente e criativo.
Já a raça dos Africanos era negra, escura, fleumática (emocionalmente frio), laxa (sem vigor), cabelos negros e enrolados (pixaim, duro, crespo), nariz chato, lábios volumosos (beição). As mulheres, ele dizia que eram sem pudores? (vai saber o que ele quis dizer) mamas (seios) abundantes (exagerados), dizia também que elas eram atrasadas em relação às outras sub-raças.
Johan Friedrich Blumenbach 1752 - 1840 foi um antropólogo e zoólogo alemão, que também classificou o ser humano em raças.
Ele é considerado o pai da antropologia, classificou a humanidade em cinco variedades humanas baseadas em crânios: Caucasiana (branca), Mongólica (amarela), Etíope (negra), Americana (vermelha) e Malaia (parda/parda), considerando a caucasiana o tipo "original" e as outras "degenerações" ambientais, embora também notasse a transição gradual e a unidade da espécie humana, uma ideia que influenciou o conceito moderno de raça, como vemos nos dias atuais.
As 5 Variedades de Blumenbach
Caucasiana (Branca): Europeus, Oriente Médio e Sul da Ásia, considerada por ele o tipo mais belo e original.
Mongólica (Amarela): Asiáticos orientais.
Etíope (Negra): Africanos subsaarianos.
Americana (Vermelha): Nativos americanos.
Malaia (Parda): Povos do Sudeste Asiático e Ilhas do Pacífico.
Para Johan Friedrich Blumenbach a raça caucasiana era a única raça que se aproximava do ideal de beleza, desde os tempos antigos (tempos bíblicos), pois se aproximaria de Adão e Eva. Para ele, a forma de um crânio supostamente originário da região do Cáucaso, é o modelo de perfeição, pois se aproxima do ideal da beleza branca.
Foi ele quem cunhou a expressão "Caucasiano".
O livro de Johann Friedrich Blumenbach sobre as variedades humanas intitula-se, em português, "Sobre as Variedades Naturais do Gênero Humano".
O título original em latim é De Generis Humani Varietate Nativa, publicado pela primeira vez em 1775 como sua dissertação inaugural, e subsequentemente em edições expandidas, notavelmente em 1795.
Nesta obra, Blumenbach utilizou a pesquisa craniana para dividir a humanidade em cinco "raças" (variedades): caucasiana (branca), mongol (amarela), malaia (parda), etíope (negra) e americana (vermelha). Ele foi o primeiro a usar o termo "caucasiano" para se referir aos europeus. Embora seu trabalho tenha sido influente na fundação da antropologia física, suas classificações de raças são hoje consideradas pseudociência e construções sociais sem base biológica válida.
Samuel George Morton 1799-1851 médico americano, eugenista de visão política de direita, escreve o livro Crania Americana, lançado no ano de 1839.
Morton, um médico da Filadélfia e um dos maiores craniologistas de sua época, baseou seu trabalho na medição do volume de aproximadamente mil crânios humanos. Ele usou esses dados para argumentar que as diferentes "raças" (ou espécies, na sua visão poligênica) poderiam ser classificadas em uma escala de inteligência, com base no tamanho do cérebro supostamente indicado pelo volume craniano.
O livro Crania Americana de Samuel George Morton, publicado em 1839, é uma obra histórica notória por ser um dos pilares do racismo científico e da craniometria, que buscava justificar a superioridade racial branca mediante supostas evidências biológicas.
O livro apresenta uma "visão comparativa dos crânios de várias nações aborígenes da América do Norte e do Sul", ilustrada por 78 placas de litografia, e é precedido por um ensaio sobre as variedades da espécie humana.
Morton concluiu que a estrutura mental dos nativos americanos era diferente da do homem branco e que eles não poderiam se integrar na sociedade industrial moderna. Crânios africanos, por sua vez, recebiam pouca atenção e eram retratados como pequenos, uma afirmação que servia aos interesses dos proprietários de escravos da época.
Embora a tiragem original tenha sido de apenas 500 cópias, o livro teve grande influência nos Estados Unidos e na Europa, fornecendo uma suposta "base científica" para o racismo e a desigualdade racial.
A metodologia e as conclusões de Morton foram posteriormente refutadas pela ciência moderna, que demonstrou que seus estudos foram falhos e tendenciosos, com dados seletivos para apoiar preconceitos existentes. A coleção craniana de Morton, hoje no Penn Museum, é um lembrete tangível desse período e da relação da antropologia com a supremacia branca e o colonialismo. Pamela Geller, em seu livro Becoming Object, usa uma abordagem bio-histórica para examinar o trabalho de Morton e seu legado sociopolítico, destacando como ele ajudou a racionalizar a morte e a coleta de indivíduos marginalizados.
Arthur de Gobineau ou Conde de Gobineau 1816-1882 é um dos pais do Racismo Científico e fortemente apoiador da supremacia da raça branca.
Em sua obra mais influente, Ensayo sobre a Desigualdade das Raças Humanas (1853-1855), ele dividiu a humanidade em três raças (branca, amarela e negra), alegando que a raça branca (especialmente a "ariana") seria biologicamente superior às outras.
Gobineau popularizou o termo "ariano" para descrever um grupo racial superior cujos traços seriam preservados apenas pela aristocracia e por povos germânicos. Ele defendia que a mistura entre raças (miscigenação) levava inevitavelmente à degeneração das civilizações e à perda da vitalidade dos genes superiores. Acreditava que o destino das nações não dependia de fatores políticos ou religiosos, mas sim da composição racial de sua população.
Gobineau serviu como diplomata no Brasil entre 1869 e 1870, tornando-se amigo próximo de Dom Pedro II. Suas impressões sobre o país foram extremamente negativas; ele previu a extinção do povo brasileiro devido à intensa miscigenação, que via como um processo de degradação genética irreversível.
Foi por meio de Gobineau que o Brasil republicano começou a investir no branqueamento do povo brasileiro. A elite brasileira da época começou a colocar o racismo eugenista em política pública para valer, e vemos os efeitos disso até hoje.
A imigração europeia para eliminar o elemento negro do Brasil começou desde então, e todo o branco estrangeiro e até os asiáticos, quando vinham ao Brasil, tinham incentivos fiscais, facilitações para obter terras e propriedades, como também todo um conjunto de benesses governamentais e sociais, em detrimento da raça preta, jogada na lata do lixo, deixada à própria sorte e largada a esmo.

Nenhum comentário:
Postar um comentário