O termo Destino Manifesto (Manifest Destiny) foi criado em 1845 pelo jornalista John Louis O'Sullivan, refletindo a crença de que os EUA estavam destinados por Deus a se expandir por toda a América do Norte, do Atlântico ao Pacífico, levando democracia e sua civilização, um conceito que justificou a expansão territorial dos EUA no século XIX, como a anexação do Texas e a Guerra com o México.
O jornalista John Louis O'Sullivan promovia visões de supremacia racial e noções de superioridade anglo-saxã (raça branca), que eram precursoras de ideologias racistas e, em alguns casos, da eugenia. Em seu "Destino Manifesto" de 1845, ele defendia a expansão territorial dos EUA como uma missão divina para espalhar a democracia e a civilização. A sua ideologia de expansão estava intrinsecamente ligada à crença na superioridade da "raça anglo-saxã" (raça branca) sobre outras raças, como a mexicana e a nativa americana. Ele chegou a escrever que a "raça mexicana deve ser perdida, no vigor superior da raça anglo-saxã, ou deve perecer completamente".
As crenças de O'Sullivan eram profundamente arraigadas no racismo e na hierarquia racial, justificando a conquista territorial com base em uma suposta superioridade racial e cultural. Embora não fosse um eugenista no sentido científico ou formal, suas ideias de superioridade racial contribuíram para o clima intelectual que, mais tarde, alimentaria o movimento eugênico nos EUA e em outros lugares.
O Destino Manifesto é uma ideologia de política de direita americana, eles também fazem o uso da religião, pois dizem que eles têm a "missão, dever, obrigação e responsabilidade" de levar a palavra de Deus e a civilização para os povos atrasados. Mas o que vemos é o ideal europeu de raça pura e o racismo sendo disseminado mais uma vez, em detrimento dos outros povos e culturas.
Infelizmente, temos o Darwinismo Social americanizado servindo de molde para a subcultura esdrúxula da tal "raça superior" para justificar o colonialismo, racismo e a escravidão. A subjugação dos povos pelo racismo é um processo sistêmico e histórico de dominação que utiliza a crença em uma hierarquia de raças para justificar a exploração, exclusão e opressão de grupos racializados, garantindo privilégios para o grupo dominante. Esse processo vai além de atitudes individuais e se manifesta em estruturas sociais, instituições e relações cotidianas.
Início
O ideal da supremacia branca para escravizar os outros povos era velho, desde 1500. Os motivos para isso são vários, como:
• A Descoberta do Continente Americano
• As Grandes Navegações
• Renascimento Europeu
• Escravidão do Povo Africano
• Escravidão e depois Assassinato dos Índios
Os Europeus diziam que eles tinham o dever divino de espalhar o cristianismo para as outras nações. Uma vez vindos aqui no continente, eles fizeram valer seus ideais.
Compra do Gigantesco Estado da Louisiana
Quando os americanos conseguiram sua independência da Inglaterra em 1776, o ideal racista europeu estava mais que enraizado nas treze colônias americanas. No ano de 1803, ou 27 anos depois da independência da Inglaterra, eles compraram o Estado da Louisiana da França, que estava sob o poder de Napoleão Bonaparte, por 15 milhões de dólares, em valores corrigidos, seriam cerca de 400 milhões de dólares.
A compra, negociada por Thomas Jefferson, mais do que dobrou o território dos EUA, expandindo-o para o oeste até as Montanhas Rochosas e garantindo o controle estratégico do Rio Mississippi. O nome Louisiana era em homenagem ao Rei Luiz XIV da França.
Após a compra do Estado da Louisiana, os EUA partem em direção ao oeste, com os ideais supremacistas brancos de orientação política de direita e conservadora, os americanos partem para conquista e expansão.
Doutrina Monroe
A Doutrina Monroe, proclamada pelo presidente James Monroe em 1823, foi uma política externa dos EUA que estabeleceu o lema "América para os americanos", declarando que o continente americano estava fechado para futuras colonizações europeias e que os EUA não interfeririam nos assuntos europeus, mas alertavam que qualquer tentativa de recolonização seria vista como um ato hostil. Inicialmente defensiva, a doutrina foi reinterpretada ao longo do tempo, servindo de base para o expansionismo e intervenções dos EUA na América Latina, especialmente a partir do Corolário Roosevelt (1904).
A doutrina surgiu após as guerras de independência na América Latina, onde potências europeias (como Espanha, França e Grã-Bretanha) tentavam restabelecer influência. Os EUA, recém-independentes, buscavam proteger suas fronteiras e consolidar sua esfera de influência, aliando-se ideologicamente às novas nações.
Da Doutrina Monroe de 1823, temos a seguir, o Destino Manifesto, justificando o expansionismo territorial e a hegemonia dos EUA, de onde temos o famoso "Corolário Roosevelt."
Corolário Roosevelt
Foi um adendo à Doutrina Monroe, formalizado pelo presidente Theodore Roosevelt em 1904, que autorizava os Estados Unidos a intervir militarmente na América Latina como "polícia internacional" para garantir que nações da região cumprissem suas obrigações com credores estrangeiros e mantivessem a ordem interna, justificando intervenções em países como Cuba, Nicarágua e Haiti para proteger interesses americanos e evitar a intervenção europeia, associado à política do Big Stick (Grande Porrete).
O "Big Stick" (Grande Porrete) foi a política externa dos EUA, sob Theodore Roosevelt (1901-1909), baseada no provérbio "fale manso e carregue um grande porrete", usando diplomacia cordial com a ameaça implícita de força militar (o "porrete") para garantir os interesses americanos, especialmente na América Latina, resultando em intervenções no Panamá (Canal), Cuba (Emenda Platt) e Nicarágua, consolidando a hegemonia dos EUA no hemisfério.
Esta política mansa agressiva visava negociações pacíficas, mas com o poderio militar (Marinha) pronto para intervir, se necessário, estabeleceu os EUA como potência hegemônica e "polícia" regional, intervindo para corrigir "irregularidades crônicas" e protegia o comércio e investimentos dos EUA.
Donald Trump
Donald Trump fez referência ao conceito de "Destino Manifesto" em seu discurso de posse como o 47º presidente dos Estados Unidos, em janeiro de 2025. A citação gerou controvérsia, pois o termo remete a uma ideologia histórica e expansionista dos EUA.
Em seu discurso, Trump declarou: "Vamos perseguir o nosso destino manifesto até as estrelas, lançando astronautas americanos para fincar as estrelas e listras (da bandeira americana) no planeta Marte".
Historicamente, a ideologia é criticada por legitimar invasões, ofensivas militares e o extermínio de populações nativas.
Ao usar o termo, Trump o atualizou para um contexto de exploração espacial (Marte), mas também fez outras menções que sugerem uma política externa mais assertiva e potencialmente expansionista, como a possibilidade de renomear o Golfo do México para "Golfo da América" ou assumir o controle do Canal do Panamá. Analistas e críticos interpretaram a fala de Trump como um sinal de que sua administração adotará uma postura de busca por maior domínio global e de reafirmação do excepcionalismo americano, tanto na Terra quanto no espaço.
Nenhum comentário:
Postar um comentário