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domingo, 12 de janeiro de 2025

TESTE DE QI



Tudo na vida, ou quase tudo, tem que ser testado, medido, avaliado, calculado e computado, ou seja, contado. No caso do cérebro humano ou pensamento, tal atividade também é feita, para o cérebro, tal cálculo é feito pelas cognições ou inteligência, ou seja, é medido a taxa de cognição do cérebro, avaliando assim, o quão o indivíduo é ou não inteligente, a esse estudo, é dado o nome de Quociente de Inteligência, é o famoso QI.

O teste de QI tem suas origens ligado ao movimento da Eugenia ou Darwinismo Social, pois queriam verificar por meio científico que o homem branco era mais inteligente e superior que o homem preto, o homem branco europeu estudava a capacidade da inteligência ou cognição da forma científica, como era o começo da pesquisa, eles estudavam no começo da forma antropológica, eles estudavam, o comportamento humano em sua vida diária, ou seja, a sua vida cotidiana.

O inglês Francis Galton foi o percursor do estudo padronizado da inteligência como se conhece, ou seja, ele criou um padrão a ser seguido, ele estabeleceu o primeiro centro de teste mental no mundo em 1882. Francis Galton era antropólogo, meteorólogo, matemático e estatístico, era primo de Charles Darwin, Galton também era um dos criadores da Eugenia, sendo assim, um dos seus maiores defensores. 

Depois de Galton, entram em cena Alfred Binet, Victor Henri e Theodore Simon. Em 1905, eles publicaram o teste Binet-Simon, neste teste, eles deram mais ênfase às habilidades verbais, isso quer dizer que a idade mental da criança era medida em uma escala, que variava de lenta a superdotada. 


Imprecisão no Teste

O problema do teste de QI é que ele leva em conta apenas o domínio que o ser humano tem nas matérias de lógica e exatas, ou seja, se o indivíduo é bom em tecnologia, matemática, física e química, por exemplo. Não leva em conta outras habilidades como alguém ser um exímio poeta, ou pintor, ou músico, nem leva em conta se alguém é habilidoso nas artes da política, ou um ótimo atleta. O teste de QI não leva em consideração que há diferentes tipos de inteligências que estão correlacionadas e estas situam-se nas diferentes áreas do cérebro. 

Outra coisa que o teste de QI não leva em consideração é que a memória, raciocínio, atenção e capacidades de planejamentos diferem para cada um, pode até ser igual para um determinado grupo de pessoas, mas diferentes para outros determinados grupos, é muito complexo e impreciso.


Racismo Científico 

Desde seu início, o teste de QI nunca foi uma medida exata, sempre se mostrava controverso, uma vez que, tal ciência foi feita para medir a capacidade de um determinado grupo de pessoas que alegavam ser mais inteligentes e, portanto, mais evoluídos que outras pessoas, tendo assim a legalidade científica para escravizar um certo números de seres humanos que estes alegavam ser seres irracionais, sem contar com a religião, que provava na Bíblia que um determinado grupo de seres humanos eram mais evoluídos que outros, sendo assim, podiam escravizar à raça que era menos evoluída, tanto é verdade tal sandice, que a Teologia Calvinista, foi e é uma corrente religiosa que alega que Deus predestinou algumas pessoas para o sucesso e para salvação eterna, enquanto outros, foram escolhidos para o infortúnio e para perdição eterna, estes deveriam servir ao primeiro grupo. Na religião Evangélica, este tipo de pensamento racista é conhecido como Teologia da Predestinação ou Teologia Calvinista.

O Quociente de Inteligência foi por muitos anos, a legalidade para o racismo, em termos técnicos, Eugenia ou Darwinismo Social, e é aplicado até nos dias de hoje.


Conclusão

O que classifica alguém ser um gênio? Certamente não são os exames de lógica, pois infelizmente é o que vem à mente quando se fala em testes de QI. Quem diria que um poeta, ou um atleta, ou um filósofo, ou um jornalista seria um gênio? Certamente, estes indivíduos não passariam no farsante teste de quociente de inteligência, quem diria que um cidadão comum, que é honrado, honesto, que pode até ser um analfabeto acadêmico, mas que entende como funciona à vida, sabe como pensa a maléfica mente humana, entende como é cruel o coração do homem e tem muita experiência de vida e é um sábio por conta da sua experiência, quem diria que este ser é um gênio, certamente, tal indivíduo não passaria em um teste de QI.

A verdadeira inteligência é servir a Deus: 

"O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução. Provérbios 1:7"

"O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo a prudência. Provérbios 9:10". 


Não nos esqueçamos que a verdadeira sabedoria ela é misericordiosa, procura proporcionar paz e bondade para a humanidade, a verdadeira sabedoria não é hipócrita, ao contrário da chamada sabedoria, ou ciência, ou conhecimento convencional, cheio de malícia, maldade, divisão, arrogância, heresia e maléfica. 


"Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria.

Mas, se tendes amarga inveja, e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade.

Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica.

Porque onde há inveja e espírito faccioso, aí há perturbação e toda a obra perversa.

Mas a sabedoria que do alto vem é, primeiramente, pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia. Tiago 3:13-17"


Jesus, o maior gênio que já viveu, está longe de ser considerado um superdotado intelectualmente, pois o atrelam a uma religião, a uma teologia e a uma tradição eclesiástica, quando, na verdade, o próprio lutou contra tais conceitos dogmáticos religiosos. 





O HOMEM FOI CRIADO HÁ 6 MIL ANOS?

 




Pesquisas arqueológicas têm confirmado que a civilização humana tem pelo menos mais de 10 mil anos. Estudos nas ruínas de Jericó encontraram objetos que possuem mais de onze 11 anos. Pesquisas mais recentes feitas na Turquia, em Göbekli Tepe, revelam ruínas até mais antigas, podendo ultrapassar 12 mil anos. Portanto, é razoável concluir que a civilização humana, como a conhecemos, tem cerca de 15 mil anos.

Todavia, muita gente tem tentado calcular a idade da Terra e da espécie humana através de um estudo detalhado das genealogias da Bíblia, a partir do livro de Gênesis. Geralmente, a conclusão imediata sugere que o primeiro homem foi criado por Deus há cerca de 6 mil anos. Como entender a questão? Será que essa metodologia é adequada? A Escritura Sagrada tem o propósito de nos trazer esse tipo de informação?

Vamos examinar a discussão.

No século 17, o famoso arcebispo de Armagh, Irlanda, James Ussher (1581-1656), fez uma avaliação detida e pormenorizada da cronologia descrita no livro de Gênesis (5 e 10) e também examinou outros textos bíblicos para definir com precisão a cronologia bíblica. Um de seus propósitos principais era achar com exatidão o dia da criação de Adão, o primeiro homem.

Depois de muitos cálculos o arcebispo Ussher chegou à conclusão de que Adão fora criado num domingo, no dia 23 de outubro de 4004 antes de Cristo. A partir desse ponto de partida, diversas outras datas da cronologia da história bíblica foram definidas pelo religioso irlandês e pelos sucessores do seu método de contagem.

Com base em seus cálculos, Ussher acreditou haver descoberto, por exemplo, que, no dia 10 de novembro de 4004 a.C., Adão e Eva haviam sido expulsos do Paraíso. Além disso, ele afirmou que o dilúvio teria acontecido em 2358 a.C. Essa sugestão, muito atraente para interessados em escatologia, chegou até a levar algumas pessoas a concluir que Jesus teria nascido exatamente 4000 anos depois de Adão, e que provavelmente a sua Segunda Vinda ocorreria 2 mil anos depois.

Com essa matemática escatológica, depois de 6 mil anos, poderíamos presenciar a apoteótica inauguração daquilo que foi chamado de milênio sabático. Seria o descanso perfeito da Terra, no sétimo milênio a partir da criação.

Tais esforços têm se mostrado interessantes e revelam que, no decorrer dos séculos, houve um sincero desejo de harmonizar a cronologia presente nos textos bíblicos com a da história secular. Todavia, não há dúvida de que os resultados desses esforços estão equivocados. O cálculo elaborado por James Ussher trabalhava com a aritmética simples da contagem dos anos, lidos literalmente nas genealogias descritas em Gênesis. O problema é que, como muitos de nós fazemos ainda hoje, o famoso arcebispo leu Gênesis como se ele tivesse sido escrito no tempo e na cultura da Irlanda do século 17.

Há diversas razões pelas quais suas conclusões não estão certas:

 

1. As genealogias eram intencionalmente incompletas

O livro de Gênesis tem nítidas intenções literárias em sua organização. Um dos elementos mais importantes do livro é a questão dos números e seu significado

literário. Um dos números que merece destaque em Gênesis é o 10, que pretende dar o sentido de algo completo. Tudo indica que a lista genealógica do capítulo 5 traz 10 gerações especificamente escolhidas, e não todas as gerações envolvidas na história. Ou seja, elas não eram completas. Trata-se de uma lista selecionada.

É muito provável que haja “saltos” intencionais entre uma geração e outra. Do ponto de vista do livro, o importante é apresentar os “dez” selecionados. Isso ainda é corroborado pelo fato de que o verbo hebraico “yalad”, traduzido geralmente por “gerar”, significa também “ser avô” ou “ser antepassado”. Portanto, há mais gerações em Gênesis 5 e 10 do que imaginamos a princípio.

 

2. O problema dos manuscritos antigos

Poucos sabem que há muita discordância de cifras numéricas entre o Texto Massorético (Hebraico), o Pentateuco Samaritano e a Septuaginta (Grego). Pelo Texto Massorético, por exemplo, o dilúvio teria acontecido em 1656 a.C. depois de Adão, já no Pentateuco Samaritano seria no ano 1307 a.C., e na Septuaginta em 2262 a.C. Isso mostra que os manuscritos bíblicos antigos distintos registraram números variados, ainda que devamos preferir o Texto Massorético.

Todavia, é difícil ser dogmático sobre o assunto, exigindo um literalismo na interpretação dos números.

 

3. O calendário pode ser distinto do nosso

Não sabemos que tipo de calendário teria sido usado para contar os anos da vida dos descendentes de Adão. Não parece haver dúvida de que o texto sugere que eles viveram muito tempo. Todavia, se o texto tiver de fato uma tradição oral muito antiga, não sabemos exatamente quanto vale cada um daqueles anos quando comparado aos nossos. Isso poderia mudar o valor significativamente.

 

4. Os paralelos culturais e literários podem indicar outra direção

Geralmente imaginamos que a função dos números é apenas matemática. Entretanto, isso pode ser diferente quando vemos o significado dos números em outras culturas. A função pode ser completamente distinta. Os números podem ser usados em um sentido simbólico e não literal.

É interessante observar que metade dos nomes de Gênesis 5 morreram com uma idade que é múltiplo de 5. Além disso, devemos considerar também a questão do uso literário dos números. No português de hoje quem diz que já errou “mil vezes” e conhece um amigo “há séculos” não está mentindo nem aumentando os fatos. Trata-se de um simples uso de hipérbole. Todos sabem que nem sempre usamos os números com exatidão. Se alguém perguntar a sua idade, você jamais responderá que tem 23 anos, 4 meses, 12 dias, 5 horas, 18 minutos e 27 segundos. Quem age assim será visto como louco. Mas, na hora de pagar uma conta precisamos ser exatos no cheque preenchido. O contexto muda tudo.

Quando vemos textos antigos semelhantes aos de Gênesis, como os da cultura suméria, vamos encontrar listas genealógicas de reis que teriam vivido milhares de anos. Hoje sabemos que essa era uma forma “majestática” de prestar honra ao rei. Era algo parecido com a expressão “ilustríssimo senhor”, usada em cartas hoje. Será que o senhor para quem se está escrevendo é de fato “ilustríssimo”? Isso corresponde aos fatos? O exemplo dispensa maiores explicações.

Diante disso, há grande chance de os números nem sempre serem usados no sentido literal na Bíblia. Tal elucidação é importante para destacar algumas considerações e lições quanto à interpretação das Escrituras, particularmente levando em conta o exemplo do ano da criação de Adão.

Em primeiro lugar, deve-se evitar leituras imediatistas e simplistas de qualquer texto bíblico. É necessário pesquisa e leitura aprofundada para compreender o significado de um texto. A sinceridade e o coração são insuficientes.

Deve-se sempre considerar que temos a tendência de forçar nossa visão de mundo e a maneira de pensar na leitura do texto bíblico. Isso é problemático, pois impede que ouçamos a Palavra, e faz com que o texto se torne apenas um reflexo do que já pensamos.

As considerações sobre o ano da criação de Adão não nos devem fazer rejeitar a busca da relação devida entre a Bíblia e a história. Se fizermos todos os “descontos possíveis”, pelos relatos bíblicos a cronologia da história da civilização humana deve ter um pouco mais de 10 mil anos. Isso concorda com a história geral, quando consideramos Jericó, Göbekli Tepe, a Suméria, o Egito etc. À luz dos fatos, a Bíblia e a história não apresentam discrepâncias.

Por outro lado, não se pode exigir detalhes que o texto não “promete” em si mesmo. Nós não sabemos exatamente quando Adão foi criado. Os relatos de Gênesis têm elementos históricos, poéticos e preponderantemente teológicos. Se procurarmos o que eles não tinham intenção de revelar e não escutarmos o que eles pretendem ensinar, sairemos perdendo em nossa caminhada.

Infelizmente, muito da discussão popular entre Bíblia, História e Ciência é um equívoco desnecessário.


PERÍODO INTER TESTAMENTÁRIO

 




O período interbíblico, ou período intertestamentário, é o momento histórico que compreende o espaço de tempo entre o Antigo e o Novo Testamento. Na narrativa bíblica passaram-se cerda de quatrocentos anos entre a época de Neemias (quando o livro de Malaquias foi escrito) e o nascimento de Cristo (aproximadamente 433 – 5 a.C.).

Esse período entre os dois testamentos também é chamado por muitos como os “anos de silêncio”. Isso porque durante esse tempo não houve nenhum registro de uma palavra profética da parte de Deus para o povo de Israel.

Entretanto, muitas coisas significativas ocorreram no período interbíblico. Durante esse momento histórico, pode-se dizer que o mundo descrito no Novo Testamento estava em formação. Logo, o conhecimento dos fatos ocorridos durante o período interbíblico é fundamental para um melhor entendimento do contexto histórico do Novo Testamento.

PERÍODO INTERBÍBLICO DE MALAQUIAS A CRISTO

Recuando até o ano de 538 a.C., temos o início do período persa que durou até aproximadamente 330 a.C. Os persas conquistaram os babilônicos que, por sua vez, já haviam conquistado Jerusalém em 568 a.C. Isso acabou resultando no domínio da Pérsia sob os judeus por aproximadamente duzentos anos. Nesse período os judeus foram liderados por sumos sacerdotes, e tinham permissão para seguirem suas práticas religiosas. Nessa mesma época, por volta de 430 a.C., o profeta Malaquias exerceu seu ministério.

Em 333 a.C. foi a vez das tropas persas serem derrotadas por Alexandre o Grande. Então se deu início ao período helenístico que durou entre 330 e 166 a.C. Alexandre tinha a ambição de unificar o mundo com a cultura grega. Em 323 a.C. Alexandre morreu, e seu império foi dividido entre seus generais. Dessa divisão surgiram duas dinastias: a Ptolomaica (no Egito) e a Selêucida (na Síria e na Macedônia). Por mais de cem anos essas dinastias disputaram o controle da Palestina.

Enquanto os ptolomeus estavam no controle, as práticas religiosas dos judeus foram respeitadas. Porém, em 198 a.C., os selêucidas assumiram o poder, o que posteriormente resultou num período dramático e heroico da história judaica. Os primeiros anos foram tranquilos, mas em 175 a.C., quando Antíoco IV Epifânio subiu ao poder, as coisas ficaram muito complicadas. Antíoco IV Epifânio tentou impor um tipo de helenização radical, cometendo grandes atrocidades. Ele tinha o objetivo de acabar de vez com a religião judaica. Entre algumas coisas que ele fez, podemos destacar:

a. Proibiu elementos fundamentais dos costumes judaicos.

b. Tentou destruir todas as cópias da Torá (os cinco livros de Moisés – Pentateuco).

c. Exigiu que o deus grego Zeus fosse cultuado.

d. Sacrificou um porco dentro do Templo de Jerusalém.

A REVOLTA DOS JUDEUS NO PERÍODO INTERBÍBLICO

Matatias, um camponês idoso de família sacerdotal, juntamente com seus cinco filhos, Judas (Macabeu), Jônatas, Simão, João e Eleazar, formaram a liderança da oposição ao governo de Antíoco IV Epifânio. O conflito conhecido como Revolta dos Macabeus, durou vinte e quatro anos (166-142 a.C.). Esse conflito culminou na independência de Judá até 63 a.C. Quando Simão, último dos cinco filhos de Matatias, morreu, a dinastia dos Hasmoneus se transformou também num regime helenista, comparado ao imposto pelos Selêucidas. Entre 103 e 76 a.C., Alexandre Janeu chegou até mesmo a perseguir os fariseus.

Finalmente em 63 a.C. a dinastia dos Hasmoneus chegou ao fim, numa intervenção romana na disputa entre Aristóbulo II e Hircano II, filhos de Janeu. A dominação romana se iniciou de forma muito traumática para os judeus. O general Pompeu, que conquistou o Oriente para Roma, tomou Jerusalém e acabou massacrando sacerdotes e profanando o Lugar Santíssimo, após ter sitiado a área do Templo por cerca de três meses.

A LITERATURA NO PERÍODO INTERTESTAMENTÁRIO

Embora esse período interbíblico tenha sido marcado por turbulências e conflitos, muito material literário foi produzido pelos judeus durante esses anos, desde textos históricos até obras apocalípticas. Certamente as três principais obras desse período foram: a Septuaginta, os Apócrifos e os Manuscritos do Mar Morto.

A Septuaginta é a versão grega do Antigo Testamento, também conhecida pelo algarismo romano LXX. Ela possui esse nome porque, segundo as tradições judaicas, setenta e dois estudiosos teriam se reunido na Ilha de Faros, próximo à cidade de Alexandria, para traduzir o Antigo Testamento para o grego. Isso teria ocorrido num prazo de setenta e dois dias.

Entretanto, acredita-se que apenas a Torá (os cinco livros de Moisés) tenha sido traduzida nesse período. Já os demais livros do Antigo Testamento, juntamente com alguns outros livros não canônicos, foram incluídos na Septuaginta em algum momento antes do início da era cristã.

A Septuaginta se tornou a Bíblia dos judeus fora da Palestina. Isso seu deu principalmente pelo fato de que muitos deles já não falavam mais o hebraico. Posteriormente a Septuaginta também se tornou a Bíblia mais usada pela Igreja Primitiva. Embora a Septuaginta tenha sido produzida por volta de 250 a.C., pode-se dizer que as ações de Alexandre o Grande entre 333 e 323 a.C., quando incentivou os judeus a se mudarem para Alexandria dando-lhes até mesmo alguns privilégios comuns aos cidadãos gregos, preparam o caminho para que esse projeto fosse realizado.

Os Livros Apócrifos também foram escritos nesse período intertestamentário, com exceção de 2 Esdras que, provavelmente, data de 90 d.C. Os chamados “Apócrifos” constituem uma coletânea de livros juntamente com mais alguns acréscimos de textos aos livros canônicos. Por um lado, sem dúvida essa obra possui sua importância como fonte de informação para o estudo do período entre os dois Testamentos. Mas por outro lado, os Livros Apócrifos não apresentam nenhum valor doutrinário, além de conter erros cronológicos e várias ideias conflitantes com os textos canônicos.

Os Manuscritos do Mar Morto são documentos e fragmentos encontrados em 1947 em uma caverna nas colinas da costa sudoeste do Mar Morto. Esse material incluía: livros do Antigo Testamento; alguns dos Apócrifos; livros pseudoepígrafos (textos escritos por autores que se faziam passar por personagens importantes da Antiguidade); obras apocalípticas; e vários outros livros específicos da seita que os produziu.

A sociedade no período intertestamentário

Nesse período entre o Antigo e o Novo Testamento, as grandes mudanças que ocorreram resultaram na sociedade judaica descrita nos tempos de Jesus. Um dos movimentos mais significativos dessa época foi a Diáspora (ou Dispersão). Embora tenha começado no exílio, foi no período interbíblico que a Diáspora realmente ganhou força, espalhando o povo judeu até mesmo para as terras mais longínquas.

Esse período também foi marcado pelo surgimento de grupos políticos e religiosos que foram muito atuantes no primeiro século. Entre esses grupos destacam-se: os saduceus, os essênios e os fariseus.

Foi no período interbíblico que o conceito de Sinagoga se solidificou ainda mais. Durante o período do exílio na Babilônia, o povo de Israel não tinha mais aceso ao Templo, além de ser confrontado por práticas religiosas pagãs que ameaçavam a continuação da religião judaica. Diante dessa realidade os judeus se concentraram em preservar o que possuíam, no caso a Torá e a convicção de que eram o povo de Deus.

Essa forma de culto era fundamentada no estudo da Torá, na piedade pessoal e na oração, como forma de substituir os sacrifícios que não podiam mais ser oferecidos. Logo, o judaísmo podia ser praticado em qualquer lugar onde fosse possível levar a Torá. Esse conceito foi preservado após o exílio, e a reunião em Sinagogas, que eram os locais onde as pessoas se reunião para cultuar a Deus, tornou-se bastante popular.

Abaixo uma linha do tempo com os principais acontecimentos que ocorreram no período entre os Testamentos:

333-323 a.C. | Domínio de Alexandre o Grande.

323-198 a.C. | Os Ptolomeus dominam a Palestina.

320 a.C. | Jerusalém é conquistada por Ptolomeu I Soter.

311 a.C. | Início da dinastia Selêucida.

226 a.C. | Antíoco III conquista a Terra Santa.

223-187 a.C. | Antíoco se torna o governante Selêucida da Síria.

198 a.C. | Antíoco derrota o Egito e obtém o controle da Terra Santa.

198-166 a.C. | Governo dos Selêucidas sobre a Palestina.

175-164 a.C. | Antíoco IV Epífanio governa a Síria e o judaísmo é proibido.

167 a.C. | Matatias e seus filhos lideram a rebelião contra Antíoco IV.

166-160 a.C. | Judas Macabeu lidera.

165 a.C. | Rededicação do Templo.

160-143 a.C. | O sumo sacerdócio é exercido por Jônatas, filho de Matatias.

142-134 a.C. | Simão, filho de Matatias, se torna sumo sacerdote e começa a dinastia dos Hasmoneus.

134-103 a.C. | O estado independente judeu é expandido com João Hircano.

104-103 a.C. | Governo de Aristóbulo.

103-76 a.C. | Governo de Alexandre Janeu.

76-67 a.C. | Governo de Salomé Alexandra, e Hircano II é o sumo sacerdote.

66-63 a.C. | Conflito entre Aristóbulo II e Hircano II.

63 a.C. | Começa o domínio romano, com Pompeu invadindo a Terra Santa.

63-40 a.C. | Governo de Hircano II sob o controle de Roma.

48 a.C. | Júlio César derrota Pompeu.

44 a.C. | Assassinato de Júlio Cesár.

40-37 a.C. | Antígono governa sob os romanos.

37-4 a.C. | Herodes se torna governante da Terra Santa.

27 a.C. | César Augusto (Otaviano) governa o Império Romano.

19 a.C. | A construção do Templo de Herodes é iniciada.

4 a.C. | Herodes morre e Arquelau governa em seu lugar.

PERÍODO INTERBÍBLICO

 




O período Inter Bíblico ou intertestamentário, que alguns o chamam de “400 anos de silêncio” é momento histórico que compreende o espaço de tempo entre o Antigo e o Novo Testamento.

Entre o último livro escrito do Antigo Testamento, Malaquias, e o primeiro escrito no Novo Testamento, Marcos, ocorreram mais de 400 anos.

Período em que não houve revelação profética, chamados por muito de “anos de silêncio”.

Porém, em termos sociais e políticos, nestes anos aconteceram muita coisa.

O que é o período intertestamentário?

O período entre o final do Antigo Testamento e a aparição de Cristo é conhecido como intertestamentário ou interbíblico.

Porque não houve nenhuma palavra profética de Deus durante esse período, alguns também o chamam de “400 anos de silêncio”.

Durante esse período, Israel esteve, primeiro, sob o domínio persa, depois, sob o domínio grego e, por fim, sob o julgo romano.

Após Malaquias, não houve mais manifestações proféticas ou livros inspirados.

Livros como os de I e II Macabeus, por exemplo, que tratam desse período, embora lidos e reverenciados, somente foram aceitos como canônicos por uma parcela minoritária de judeus e cristãos.

Para facilitar esse estudo, falaremos dos persas, depois dos gregos e, por fim, dos romanos.

 

1.Período Persa 

Esse período vai de 539 até, aproximadamente, 333 a.C. Quando Alexandre, o Grande, entrou em Jerusalém e foi recebido pelo sumo sacerdote Jado, como escreveu Flávio Josefo.

A política religiosa persa era totalmente diferente de seus antecessores.

Seus monarcas respeitavam os deuses dos povos conquistados.

Além disso, Ciro, após conquistar Babilônia, permitiu que os desterrados voltassem às suas terras, contanto que lhe pagassem tributos.

Foi assim que os judeus retornaram a Jerusalém e reconstruíram a cidade e o templo.

Ciro devolveu também todos os vasos sagrados levados por Nabucodonosor para a Babilônia.

Como resultado disso, há uma grande consolidação do judaísmo por essa época.

O cativeiro curou os judeus da idolatria, definitivamente.

Sob a liderança de Esdras, o estudo da lei e dos profetas foi instituído nas sinagogas.

No geral, foi um período calmo para os judeus, exceto por certas disputas internas pelo cargo de sumo sacerdote.

 

2.Período Grego 

Filipe da Macedônia

Iniciou-se, efetivamente, com a tomada da Grécia por Filipe da Macedônia, que derrota Atenas e Esparta, unificando as cidades gregas debaixo de seu governo.

Dois anos depois de consolidar a Grécia, Filipe morre e seu filho assume a liderança.

Alexandre o Grande

Alexandre foi um esplêndido guerreiro, conquistando todas as regiões por onde passava.

Ele entrou em Jerusalém por volta do ano 333 a.C.

Ao cercar a cidade de Tiro, Alexandre solicitou a ajuda dos judeus, que se recusaram, por terem uma aliança com os persas e serem fiéis a essa aliança.

Alexandre o Grande entra em Jerusalém

Após destruir Tiro, Alexandre marchou furioso contra a cidade de Jerusalém. Mas, foi recebido com flores pelos sacerdotes.

Esse fato histórico está nas crônicas do historiador judeu Flávio Josefo, que diz:

“Quando esse ilustre conquistador, Alexandre tomou essa última cidade Gaza, avançou para Jerusalém e o sumo sacerdote Jado, que bem conhecia a sua cólera contra ele, vendo-se com todo o povo em tão grande perigo, recorreu a Deus, ordenou orações públicas para implorar o seu auxílio e ofereceu-lhe sacrifícios.

Deus apareceu-lhe em sonhos na noite seguinte e disse-lhe que fizesse espalhar flores pela cidade, mandar abrir todas as portas e ir revestido de seus hábitos pontificais com todos os santificadores também assim revestidos e todos os demais vestidos de branco ao encontro de Alexandre, sem nada temer do soberano, porque ele os protegeria […]

Os fenícios e os caldeus, que estavam no exército de Alexandre, não duvidavam que, na cólera em que ele se achava contra os judeus, ele lhes permitiria saquear Jerusalém.

Mas, aconteceu justamente o contrário, pois o soberano apenas viu aquela grande multidão de homens vestidos de branco, os sacrificadores revestidos de seus paramentos de linho e o sumo sacerdote, com seu éfode, de cor azul, adornado de ouro e a tiara sobre a cabeça, comum a lâmina de ouro, na qual estava escrito o nome de Deus, aproximou-se sozinho dele, adorou aquele augusto nome e saudou o sumo sacerdote, a quem ninguém havia saudado.

Então, os judeus se reuniram ao redor de Alexandre e elevaram a voz, para desejar-lhe toda sorte de felicidade e prosperidade.

Após a morte de Alexandre, o império é dividido

Mas, com a morte de Alexandre, em 323 a .C., o império grego, que, então, abrangia a Grécia, o Egito e todo o Oriente Próximo, foi dividido entre quatro principais generais.

A Ptolomeu, coube o Egito, fundando, assim, a dinastia Ptolemaida.

A região da Síria, que abrangia Israel, ficou sob o domínio de Seleuco, iniciando a dinastia dos Selêucidas.

Ptolomeus e Selêucidas vão realizar inúmeras guerras para obterem o domínio sobre toda aquela região, com efeitos devastadores sobre os judeus.

Poderiam os subdividir, ainda, esse período em três partes. Vejamos:

 

3.Período Egípcio 

Foi o período mais longo dessa época. Por meio de severa luta, o Egito e a Judeia caíram nas mãos dos ptolomeus.

Ptolomeu Soter

O primeiro conquistador foi Ptolomeu Soter, que significa Salvador.

Os judeus se recusaram ser fiéis a esse dominador, o que o levou a atacar Jerusalém e levar cem mil judeus presos.

Apesar de ter sido severo com a nação judaica, algum tempo depois, tornou-se amigável.

Ptolomeu Filadelfo

Seu sucessor, Ptolomeu Filadelfo, foi mais amigável ainda.

Em seu tempo, os judeus traduziram as Escrituras para o grego, a famosa versão conhecida como Septuaginta (LXX), escrita por 72 sábios judeus em setenta dias.

O terceiro rei da dinastia ptolemaica também foi favorável à nação de Israel e, por isso, os judeus prosperaram como nunca naquele império.

Cidades como Alexandria tornaram-se grandes centros de cultura judaica e os judeus constituíram cerca de um terço da cidade.

Ptolomeu Filopatro

O quarto rei, Ptolomeu Filopatro, porém, devido às guerras contra Antíoco, o Grande, da Síria, foi hostil aos judeus.

Seu principal agravo foi tentar entrar no Santo dos Santos.

Então, perdeu a disputa e o rei da Síria apossou-se da Palestina.

 

4.Período Sírio 

A administração dos selêucidas foi, na maioria das vezes, nociva para os judeus e, em alguns casos, houve sangrenta perseguição a eles.

Nessa época, dividiram a Palestina em cinco províncias: Judeia, Samaria, Galileia, Pereia e Traconites.

Tanto Antíoco, o Grande, quanto o seu sucessor, Seleuco Filopatro foram muito cruéis, embora alguns judeus tenham permanecido com certas liberdades para administrar suas próprias leis.

Todavia, com ascensão de Antíoco Epifânio (175-164 a.C.), um reinado de terror sobreveio sobre os judeus e, por conta disso, Antíoco Epifânio ficou conhecido como o anticristo do Antigo Testamento.

Os Helenistas

Por esse tempo, surgiram os helenistas, grupo que queriam implantar a cultura grega entre os judeus.

Os nacionalistas ortodoxos se opuseram, iniciando-se, com isso, contendas e assassinatos.

A grande devastação de Antíoco

Por fim, Antíoco utilizou essa disputa para descarregar o seu furor sobre eles, fazendo uma grande devastação na terra, em 170 a.C.

Saquearam Jerusalém, derrubaram os muros, profanaram o templo e o povo sofreu terríveis crueldades.

Além disso, houve massacres e escravidões. A religião judaica proibida e o paganismo forçado.

Uma pessoa foi encarregada de profanar o templo de Jerusalém, dedicando-o ao deus Júpiter Olímpio.

As cópias da lei foram queimadas e deformadas com figuras idólatras. Seus proprietários assassinados.

Muitos judeus apostataram e perseguiram seus compatriotas.

Em 168 a.C., Antíoco ordenou para oferecer um porca sobre o altar de sacrifícios e, a seguir, mandou erguer a estátua a Júpiter no lugar do altar.

Nesse período, ocorre o famoso martírio dos sete irmãos juntamente com sua mãe, por se recusarem a comer carne de porco.

 

5.Período Macabeu 

Judas Macabeu

O movimento de resistência teve início pela instrumentalidade de um sacerdote idoso, chamado Matatias, e desenvolveu-se com seu filho, Judas, mais tarde chamado Judas Macabeu, nome derivado do termo hebraico que significa “marte”.

Esse foi um poderoso movimento de resistência sem paralelo entre o povo judeu.

A bravura e a fé desses homens os fizeram lutar até a morte contra o extermínio de sua crença.

Refugiados nas montanhas, iniciaram seus ataques contra as tropas do exército selêucida.

A estratégia de Judas Macabeu

Judas desenvolveu uma poderosa estratégia de guerrilhas e seu exército cresceu muito.

Combateu os exércitos invasores, sobressaindo nas batalhas.

Em 25 de dezembro, Jerusalém foi retomada e o templo, restaurado (esta é a origem da Festa de Dedicação).

Embora Antíoco tenha planejado se vingar, os reveses pelos quais passou deixaram-o extremamente doente.

Conta-se que ele morreu num estado de completa loucura.

Para os judeus, ele é a abominação da desolação descrita pelo profeta Daniel.

Lísias ataca Jerusalém

Com sua morte, seu filho, Lísias, voltou com um exército de 120 mil homens para atacar Jerusalém.

Judas e seu exército foram sitiados na cidade santa e tiveram que se render.

Lísias faz paz com os Judeus

Quando tudo parecia perdido, uma revolta nas regiões da Síria obrigou Lísias a buscar paz com os judeus e restabelecer sua religião.

Com todos os altos e baixos do governo Macabeu sobre a Judeia, o poder permaneceu em suas mãos até o ano 63 a.C., quando a região passou a ser uma província romana.


6.Período Romano 

Pompeu entra em Jerusalém

No ano 63 a.C., Pompeu entra em Jerusalém, após um cerco de três meses, fazendo da Palestina uma das províncias romanas.

Na ocasião, morreram aproximadamente, doze mil judeus, ou seja, quando da tomada da cidade, que foi facilitada pelo fato de os judeus se recusarem a guerrear em dia de sábado.

Tanto é que nem mesmo a entrada dos exércitos romanos os impediram de continuar sacrificando.

Júlio César nomeia Antípater

Após apossar-se do trono de Roma, Júlio César nomeia Antípater procurador da Judeia (47 a.C.).

Herodes apodera-se do trono

Em 37 a .C., Herodes toma Jerusalém, mata Antígono Macabeu, que havia sido colocado no lugar de Antípater pelos partas, e apodera-se do trono .

Reformas no templo

No ano 19 a.C., após haver construídos enormes obras na Judeia, Herodes resolve fazer uma grande reforma no templo de Jerusalém, que durou quarenta e seis anos, conforme declaram as Escrituras (João 2 .20).

Esse foi o templo que Jesus conheceu, no qual entrou, e sobre o qual ele lançou sua profecia de destruição.


BIBLIOTECAS DO MUNDO ANTIGO

 




Biblioteca de Nínive

IRAQUE – Erguida em Nívine no século VII A.C., é considerada a primeira biblioteca do mundo, sendo portanto, a mais antiga.

Foi construída pelo rei Assurbanipal II, Rei da Assíria e guardava um acervo de 25 mil placas de argila com textos em cuneiforme. Uma das obras mais importantes era a Epopeia de Gilgamesh, o relato do Enuma Elish, são relatos das primeiras que se têm notícia da literatura mundial. A cidade de Nínive foi destruída em 612 A.C.

A Biblioteca de Nínive localizava-se no palácio de Assurbanípal, em Nínive, cidade situada na margem ocidental do rio Tigre, e que foi a capital do Império Assírio (atual Iraque). Tal palácio era a residência oficial do monarca da Assíria, e se localizava a 450 quilômetros da Babilônia.

Tais escritos versavam sobre assuntos diversos que eram a fonte de preocupação e estudo na época, e apresentavam textos sobre geografia, matemática, geometria, astrologia, medicina, religião, filosofia e leis, etc. Além de servirem como manuais de exorcismo e de presságio. Apresentavam também alguns relatos de aventuras.

O Rei Assurbanípal era um Rei literato e acadêmico que tinha grande interesse pela literatura e erudição, tanto que, ao subir ao trono, após a consolidação de seu reino passou a se preocupar com a cultura, enviando escribas a Assur, Babilônia, Cuta, Nipur, Acade, Ereque e a outros centros, com a tarefa de copiar e reunir livros (de argila) sobre todos os assuntos então correntes. Tais livros foram trazidos ao seu palácio em Nínive, onde ele os estudou, além de acrescentar cópias bilíngues nos idiomas Sumérios e Acádios em argila, na escritura cuneiforme, e que foram arquivadas.

Não era somente uma Biblioteca como se conhece nos dias de hoje, era principalmente um centro de pesquisa e de estudos avançados.


Biblioteca de Alexandria

EGITO – Possivelmente a mais importante da história, foi destruída por um ou vários incêndios (as duas versões são sustentadas por historiadores). Acredita-se que a biblioteca guardava cerca de 700 mil rolos de papiro e pergaminhos, e que conservava as principais obras da antiguidade como documentos de Euclides, Arquimedes e Ptolomeu, entre outros. Alexandria era a cidade cultural mais importante entre os séculos III a.C. e IV d.C. Contava com um instituto de pesquisa, dez laboratórios, zoológico, jardim botânico, observatório astronômico e locais de descanso. Por isso, muitos estudiosos a consideram como a primeira universidade que existiu.

Os reis do Egito apoiavam generosamente a biblioteca. Mandaram emissários para comprar manuscritos em todos os idiomas e os papiros que chegavam com os comerciantes ao porto de Alexandria eram copiados e devolvidos aos donos. Durante o reinado de Cleópatra, calcula-se que a biblioteca reuniu cerca de 1 milhão de pergaminhos.

A Biblioteca de Alexandria sofreu um grande incêndio no ano de 48 a.C. quando o imperador Júlio César mandou atacar a cidade.

No entanto, no século II, Alexandria também sofreu rebeliões populares que acabam por destruir o seu patrimônio.

O saque produzido pelo imperador romano Caracala (188-217), no ano de 215, nos deixa constância de que a biblioteca sofreu perda de material nesta época.

Por fim, o Califa Omar, no ano 640 termina de destruir a tão magnífica Biblioteca.

Quando o cristianismo se tornou a religião oficial do Império Romano, a biblioteca foi invadida e incendiada por cristãos que destruíram os livros que não estavam de acordo com sua fé.

Com seu fim, obras importantíssimas se perderam, como peças teatrais de Ésquilo, Eurípedes e Aristófane e o tratado de astronomia de Aristarco de Samos. Este estudioso afirmava que a Terra era mais um dos planetas em órbita, que as estrelas estavam muito distantes e se moviam lentamente, por exemplo.


Vila dos Papiros

ITÁLIA – Situada em Herculano, acredita-se que a Vila dos Papiros pertenceu ao sogro de Júlio César. Ficava bem próxima ao vulcão Vesúvio e foi enterrada pelas cinzas da erupção que devastou a região no ano de 79. Em 1754, foram descobertos cerca de 2000 rolos de papiro carbonizados onde ficava a biblioteca. Recentemente, cientistas descobriram uma maneira de ler os papiros queimados usando a tecnologia de raio-x de tomografia com contraste.


Biblioteca de Pérgamo

TURQUIA – Foi fundada no período helenístico, na antiga cidade de Pérgamo (hoje Bergama), berço do pergaminho. Acredita-se que abrigava 200 mil volumes, entre eles os manuscritos de Aristóteles. Segundo consta, Cleópatra teria recebido todos os volumes da biblioteca de presente de casamento de Marco Antônio, transferindo-os para a Biblioteca de Alexandria. Poderosa, não?

A Biblioteca de Pérgamo só perdia em opulência somente para a famosa Biblioteca de Alexandria, devido a grande influência e fama sua rica e majestosa biblioteca, deram o nome de Pergaminho ao nome de uma pele de cabra, carneiro, cordeiro ou ovelha, que por sinal, foi em Pérgamo que foi inventado tal técnica.


Biblioteca da Universidade de Nalanda

ÍNDIA – Situada em Bihar, capital da Índia Oriental, é considerada a universidade mais antiga do mundo e foi um importante centro de estudos budista. Havia três grandes bibliotecas no local, a Ratnasagara, a Ratnaranjaka e a Ratnodadhi, que comportavam 9 milhões de volumes. A universidade foi erguida em 5 DC e destruída por um exército em 1193. Hoje só restam as ruínas.


Casa da Sabedoria

IRAQUE – Inspirada na universidade persa de Jandaisapur, foi um importante núcleo intelectual e científico antigo, além de ser um centro de traduções. Situada em Bagdá, foi fundada pelo califa Harune Arraxide no início do século IX. No lugar, fazia-se a recuperação, cópia e difusão de textos sobre filosofia, ciência e astronomia. Para quem quiser conhecer um pouco mais sobre a Casa da Sabedoria.


Biblioteca Imperial de Constantinopla

TURQUIA – A maioria dos clássicos gregos que conhecemos hoje em dia são graças às cópias originárias da Biblioteca Imperial de Constantinopla. Fundada pelo Rei Constâncio II entre 337 e 361 DC, o lugar armazenou documentos dos antigos romanos e gregos por 1.000 anos após a destruição da Biblioteca de Alexandria. Ficava na atual Istambul, mas foi destruída na época das Cruzadas, no século XIII. Foi a última das grandes bibliotecas da antiguidade.

 

 

 

SOMATOTROPINA BOVINA

 




A Somatotropina Bovina, também chamada Somatotrofina Bovina do inglês Bovine Somatotropin ou Somatotrophin, também conhecida como hormônio do crescimento bovino do inglês BHG Bovine Growth Hormone, é um hormônio peptídico produzido naturalmente pela glândula pituitária das vacas leiteiras. Assim como outros hormônios, é produzida em pequenas quantidades e participa dos processos de regulação metabólica.

Depois que a empresa de biotecnologia Genentech descobriu e patenteou o gene da BST, nos anos 1970, tornou-se possível sintetizar esse hormônio usando a tecnologia do DNA recombinante para criar a somatotropina bovina recombinante, abreviadamente RBST (do inglês Recombinant Bovine Somatotropin ou Recombinant Bovine Somatotrophin), também conhecida como Hormônio do Crescimento Bovino recombinante, abreviadamente RBGH (do inglês recombinant bovine growth hormone) ou ainda, como Hormônio do Crescimento Artificial. A partir da década de 1980, tornou-se possível obter o hormônio de crescimento em escala comercial. De fato, a substância propiciaria o aumento da produção de leite, embora tornasse o animal mais suscetível à mastite. A mastite é a inflamação aguda dos tecidos da mama, que pode vir ou não acompanhada de uma infecção bacteriana.

Nos Estados Unidos, quatro grandes empresas farmacêuticas (Monsanto, American Cyanamid, Eli Lilly e Upjohn), entraram numa corrida para desenvolver produtos comerciais contendo RBST e submetê-los à aprovação da FDA. Em todo o mundo, a Monsanto foi a primeira a conseguir a aprovação da FDA para comercialização dos seus produtos à base de RBST nos Estados Unidos em 1993. O mesmo ocorreu no México, no Brasil, na Índia, na Rússia e em pelo menos dez outros países. Assim, depois de obter uma licença da Genentech, a Monsanto passou a comercializar o RBST com o nome de Posilac. Posilac é um hormônio que aumenta a produtividade do gado leiteiro, mas que causa, como efeito colateral, tumores e infecções nas vacas. No Brasil, o hormônio Posilac tem a venda liberada e é, de longe, o mais utilizado pela indústria leiteira.

Em 1994, foi solicitado à comissão científica da União Europeia um relatório sobre a incidência de mastite e outras doenças em vacas leiteiras submetidas à ingestão de RBST. O parecer da comissão, acatado pela União Europeia em 1999, foi de que o uso de RBST aumenta substancialmente a incidência de problemas de saúde nos animais como problemas nas patas, mastite e doenças do aparelho reprodutor.

No entanto, a partir de 1999 a venda de RBST começou a ser proibida em vários países, primeiro no Canadá; em seguida, na Austrália, na Nova Zelândia, no Japão, em Israel e em toda a União Européia. O governo canadense recusou a aprovação para a venda de RBGH que é o Posilac para gado leiteiro, com base não apenas nas preocupações acerca dos efeitos da substância para a saúde humana, mas também devido à degradação da saúde dos animais, que passaram a apresentar maior incidência de mastite, entre outros problemas.

Segundo relatório de 2000, publicado pela Universidade de Cornell, o hormônio RBGH que é o Posilac é empregado nos Estados Unidos desde 1993 e cânceres como o de mama podem levar muitos anos para se desenvolver; portanto, não havia, até então, evidências que ligassem a presença de resíduos de hormônios, na carne ou no leite, a problemas de saúde humana.

Atualmente, a somatotropina é permitida tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Nos EUA, porém, como resultado de pressões da opinião pública, são também produzidos laticínios isentos de RBST.

Em outubro de 2008, a Monsanto vendeu o negócio para a Lilly por US$300 milhões.

 

Fontes:

Documentário - A Corporação (The Corporation)

https://www.youtube.com/watch?v=f48eF05kKmg 

Para quem quiser ver a versão completa deste documentário: https://youtu.be/Zx0f_8FKMrY