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sábado, 21 de dezembro de 2024

IGREJA BATISTA E A MAÇONARIA

 



No ano de 1871, missionários Batistas, Richard Ratcliff e Robert Porter Thomas. Foram para Santa Bárbara, cidade que fica no interior de São Paulo, e na nessa cidade, é fundada neste ano no dia 10 do mês de setembro, a Primeira Igreja Batista. 

No ano de 1874, Richard Ratcliff e Robert Porter Thomas, fundadores da Igreja Batista aqui no Brasil, fundam também a Loja Maçônica George Washington.

Edgar Hey Killen, um conhecido e influente Pastor Batista, foi diretor da Ku Klux Klan, organização esta fundada pelo General Albert Pike, que era Mestre Maçom Grau 33. 

O mundialmente famoso, o Pastor Billy Grahan é maçom, ele pertence a uma organização evangélica chamada de Iniciação dos Embaixadores do Rei, que pertence à Maçonaria do Estado de Luisiana - EUA, o Pastor Thomas foi moderador do Concílio das Igrejas que se realizou dentro da Loja Maçônica.

O Primeiro Pastor Batista Brasileiro foi um maçom, que além de ter sido batizado por um Pastor que era Maçom, foi ainda consagrado ao "Ministério da Palavra" no salão da Loja Maçônica.  O primeiro Templo Batista construído no Brasil, foi o da Primeira Igreja Batista de Campos, edificado sob o pastorado de Salomão Ginsburg e com a colaboração financeira de Maçons (Reimer, Haroldo, Maçonaria - A resposta a uma carta. Edições Cristãs, Ourinhos - SP- s.d. - pág. 64)

Salomão Luiz Ginsburg fundou, em 1902, o Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, que comemorou o centenário em 2002 - inclusive com a realização da Assembleia Anual da Convenção Batista Brasileira nesta Cidade do Recife.

O Pastor David Mein, que foi o reitor do Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil durante 40 anos, Pastor da Igreja Batista do Cordeiro (segunda Igreja Batista fundada na capital, Recife), e Presidente da Convenção Batista Brasileira (CBB) em várias oportunidades - foi maçom atuante, membro da Loja Maçônica Cavaleiros da Cruz, que fica na mesma cidade do seminário - Em Recife - PE.

Segundo os dados estatísticos, 1,3 milhões de Batistas dos USA, pertencem à Maçonaria, isso são dados feitos em junho 1993, e é bem provável que os dados aumentaram desde então.  Fonte: Calvary Contender

Fonte: Livro "Centelha em Restolho Seco, uma contribuição para a história dos primórdios" - de Betty Antunes de Oliveira, Edição da Autora, Rio de Janeiro - RJ.



A MAÇONARIA E A IGREJA EVANGÉLICA NO BRASIL

 



No Brasil, a primeira Igreja Batista foi fundada pelo Pastor Richard Ratcliff no dia 10/09/1871, em conjunto com pessoas recém-chegadas imigrantes dos E.U.A. em Santa Bárbara do Oeste, no interior de São Paulo. Depois da Igreja fundaram, em 1874, a Loja Maçônica “George Washington” e encontraram cerca de oito Batistas, inclusive o Pr. Robert Porter Thomas.

O curioso é que o primeiro Pastor Batista brasileiro, o Pastor Antônio Teixeira de Albuquerque, além de ter sido batizado por um Pastor Maçom, que foi o Pastor Robert Porter Thomas, foi consagrado ao Ministério da Palavra no salão da Loja Maçônica.

A Maçonaria ajudou, dentre outras, os Batistas na construção do primeiro Templo Batista em Campos e da denominada Igreja de Cristo, chamada Batista em São Fidelis, ambas no Estado do Rio de Janeiro.

No Brasil, os Maçons, com a proposta de unir os homens e as religiões, contribuiu para o avanço e fixação de outro ramo do Cristianismo no Brasil: o Presbiterianismo, que foi implantado neste país no século XIX.

Quando o primeiro Pastor Presbiteriano Ashebel Green Simonton (1873-1867) chegou ao Brasil, em 12 de agosto de 1859, encontrou em São Paulo, cerca de 700 alemães protestantes. Com a preocupação de reuni-los, Simonton procura um salão para a prática de reuniões religiosas, porém sem sucesso. Negocia com a loja Maçônica Amizade, mas não tem condições de efetuar o pagamento, então os maçons ofereceram o salão da Loja gratuitamente.

Outros fatos da História oferecem informações sobre o relacionamento entre a Maçonaria e Presbiterianismo. Um dos grandes nomes, que fez parte do quadro da Igreja Presbiteriana, é o de Miguel Rizzo Júnior, que chegou ao Brasil ainda adolescente. 

Por volta de 1880, o Missionário Reverendo John Boyle chega à cidade de Cajuru, onde encontra forte oposição do clero local, tendo o povo ignorado a chegada do “novo pregador”. No entanto, encontra o Maçom Miguel Rizzo, que deu - lhe toda atenção, cedendo - lhe seu auditório para os trabalhos Presbiterianos. Esta aproximação resultou na conversão do Maçom ao Presbiterianismo e teríamos posteriormente o respeitável Pastor Miguel Rizzo Júnior.

Os maçons também ajudaram aos Presbiterianos na organização da Igreja presbiteriana de Guarapuava no Paraná e na Cidade de Cabo Verde nas Minas Gerais. 




A MAÇONARIA E A IGREJA EVANGÉLICA

 



Em 1723, foi publicado o primeiro Estatuto dando organização à Maçonaria (A Grande Loja de Londres), conhecida mundialmente como “Constituições de Anderson”, por ter sido compilada e redigida pelo Pastor Presbiteriano James Anderson (1680-1739). Alguns dizem que “As Constituições” é obra de seu prefaciador, o Pastor Anglicano João Teófilo Desaguliers (1683-1744) de origem francesa. Os indícios levam a crer, que a obra foi realizada pelos dois Reverendos.

É inegável, que a Maçonaria Moderna, foi organizada sob forte influência Evangélica até pelo fim a que se destinava, que era de aprimorar o homem na sua essência moral e ética. Devido a isto, a Maçonaria se desenvolveu nos países onde a influência protestante era grande (Inglaterra, Alemanha e América do Norte). Depois se espalhou pelo restante do mundo. Hoje ela é Universal, existindo até nos países Islâmicos, onde existe uma enorme desconfiança porque alguns acham que são células de espiões de Israel.

A Igreja Anglicana da Inglaterra, teve muitos de seus Bispos iniciados na Maçonaria, a exemplo do Arcebispo Fisher de Geoffrey, porém nas últimas décadas, as restrições aumentaram muito, possivelmente pela aproximação crescente do Anglicanismo com o Protestantismo tradicional. O Arcebispo atual de Canterbury, Dr. Rowan Williams em 2003 desculpou - se com os Maçons britânicos após dizer, que suas convicções eram incompatíveis com o Cristianismo, mas limitou a ascensão de Maçons a posições mais elevadas em sua Diocese quando era Bispo de Monmouth. A Maçonaria regular não respondeu, pois considera ser assunto de âmbito religioso.

Na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (os Mórmons), os líderes na mais alta escala hierárquica Mórmon nada tem dito de forma oficial desde o ano de 1984 quando o Presidente Spencer W. Kimball, afirmou enfaticamente, que nenhuma restrição existe por parte da Igreja quanto à Maçonaria. Depois disto nenhum outro líder manifestou - se sobre o assunto, por considerá-lo resolvido.


O Grão Mestre da Maçonaria, Dorival Fiorini explica a relação da ordem maçônica com as Igrejas Evangélicas. Veja o Vídeo:



https://youtu.be/ooE-ahdjmUc



sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

PROFETAS DO TEMPO DE JESUS

 



APOLÔNIO DE TIANA

Os relatos sobre Apolônio, que datam do século 3, o apresentam como um grande filósofo e um dos profetas mais populares do século 1 - muito mais do que Jesus. Nascido por volta de 2 a.C., foi educado segundo os princípios de Pitágoras. Aos 20 anos de idade, fez um juramento de silêncio por 5 anos.

Depois, teria viajado até a Índia. Na volta, passou por Roma e Grécia, onde foi recebido como mágico e curandeiro, capaz de ressuscitar mortos. Construiu uma escola em Éfeso (Turquia), onde repassou seus ensinamentos, incluindo uma dieta vegetariana, até morrer, em 98. Seus discípulos continuaram ativos por pelo menos 150 anos.


SIMÃO O MAGO

No livro bíblico dos Atos dos Apóstolos, Simão tenta comprar dos discípulos de Jesus o poder de fazer milagres. Nos Atos de Pedro, ele levita, até que Pedro reza para que ele caia no chão" sua perna quebra em três lugares e ele morre em consequência dos ferimentos.

Tanta atenção em textos bíblicos indica que o profeta era concorrente dos cristãos. Nascido na Samaria, pregou seus ensinamentos desde o Egito até Roma, incluindo a Palestina, e deixou seguidores, os simonianos, que só desapareceram no século 4. Para Simão, existiam duas encarnações de Deus na Terra. Ele era uma delas e a outra era Helena, uma prostituta com quem se casou.


 HONI HA-M'AGEL

Chamado traçador de círculos, por ter o hábito de meditar desenhando na areia, Honi Ha-M'agel era considerado por alguns rabinos o filho de Jeová enviado à Terra. Vivia isolado e comia o menos possível. Em uma de suas orações dentro do tal círculo, interrompeu um longo período de seca.

Na ocasião, teria discutido com Deus, dizendo que só sairia do lugar se chovesse — e ainda reclamou da qualidade da chuva. O Talmude, o livro sagrado judeu, diz que ele caiu em um longo sono de 70 anos e depois despertou. Também era conhecido como grande estudioso. Como Jesus, atribuía seus milagres à fé de quem os pedia.


JESUS DE ANANIAS

Jesus era um nome muito comum na Palestina da época, tanto que, no ano 63, o sumo-sacerdote Jesus, filho de Damneu, foi substituído por Jesus, filho de Gamaliel. O Jesus filho de Ananias veio da zona rural e, em 62, circulou pelas ruas de Jerusalém profetizando a destruição do templo (a profecia se cumpriria 8 anos depois).

De acordo com o historiador Flávio Josefo, ele repetia, aos gritos: "Uma voz do oriente, uma voz do ocidente, uma voz dos 4 ventos; uma voz contra Jerusalém e o santuário, uma voz contra o noivo e a noiva, uma voz contra o povo!" Foi levado a julgamento, mas acabou inocentado por ser considerado louco.


BANUS

Eremita, viveu no deserto da Judeia em meados do século I. Dormia ao ar livre, sem se proteger do frio ou dos animais, a quem tratava com reverência. Vestia folhas e cascas de árvores e se banhava com água gelada o tempo todo, cada banho era cheio de rituais complicados, que tinham o objetivo de purificar corpo e alma na preparação para o fim do mundo.

Tinha um pequeno grupo de seguidores, a quem anunciava que o apocalipse estava próximo e era preciso abandonar qualquer apego por prazeres mundanos. Seus discípulos não eram bem organizados e acabaram se dispersando depois que ele morreu.


HANANIAS

O exorcista mais famoso da Palestina na 2ª metade do século 1, chegou a retirar demônios de um grupo inteiro de pessoas na frente do imperador Vespasiano (9-79). O ritual consistia em colocar, debaixo do nariz do possuído, um anel recheado de raízes que teriam sido prescritas pelo rei Salomão.

O cheiro forte levava a pessoa a espirrar várias vezes e o espírito saía pelo nariz. Para dar impacto à cena, Eleazar colocava uma bacia de metal cheia de água - ao ser expulsa, a entidade derrubava o líquido e a bacia com grande estrondo. Seu diálogo com os demônios lembra as frases de Jesus Cristo, um exorcista reconhecido.


HANANIA BEN DOSA

Nasceu e viveu em Arava, a 19 km de Nazaré. Devoto da fé judaica, rezava com tanta intensidade que, conta-se, certa vez não percebeu que uma cobra venenosa havia mordido seu pé. Mas ele ficou bem e a cobra morreu. Curiosamente, no Evangelho de Lucas, Jesus diz: "Dei-lhes o poder de pisar em serpentes, e nada poderá lhes causar danos".

Como o texto foi escrito entre o fim do século 1 e o começo do 2, é possível que o autor tenha feito referência ao famoso profeta. Hanina tinha fama de fazer chover, de curar pessoas a distância e de fazer renascer árvores e animais. Viveu e morreu na miséria.


ENAHEN O ESSÊNIO

Respeitado pela capacidade de fazer profecias, encontrou Herodes e o saudou como o futuro rei dos judeus. Quando, de fato, alcançou o cargo, Herodes (73 4 a.C.) transformou Menahem em consultor. Viveu cercado por um pequeno grupo de seguidores, a quem ensinava a arte de realizar profecias. Depois que Herodes morreu, tentou conspirar contra os romanos.

Foi perseguido, julgado e crucificado. Seu corpo foi jogado na rua. Para o historiador Israel Knohl, autor de The Messiah Before Jesus (O Messias Antes de Jesus), Jesus conhecia bem a história de Menahem e queria para si um destino parecido.



ZAGMUK E AKITU - O ANO NOVO SUMERIANO

 


O ano novo é comemorado desde quando os Sumérios inventaram o calendário. O ano novo sumeriano é chamado de Zagmuk ou Zakmud, que significa literalmente "início do ano", "ou novo ano" é um antigo festival sumeriano que celebra o Ano Novo. A festa caía em março ou abril, o início do ano Sumério, e durava cerca de 12 dias. De acordo com o antropólogo escocês Sir James George Frazer na segunda edição de seu estudo "The Golden Bough" "Ramo de Ouro", a data da festividade do imberbe era "o primeiro dia do primeiro mês, que no calendário persa mais antigo corresponde a março, de modo que a data da cerimônia concorda com a do Festival de Ano Novo Sumério de Zakmuk". Celebra o triunfo de Marduk, a divindade padroeira da  cidade de Babel, sobre as forças do Caos, simbolizadas em tempos posteriores por Tiamat. A batalha entre Marduk e o Caos dura 12 dias, assim como o festival de Zagmuk. Em Uruk, o festival era associado ao deus An, o deus sumério do céu noturno. Ambos são essencialmente equivalentes em todos os aspectos ao festival Acadiano "Akitu". Em algumas variações, Marduk é morto por Tiamat no solstício de inverno e ressuscitado no equinócio vernal. 

Na Suméria, a batalha era encenada na corte real com o rei interpretando Marduk, e seu filho-salvador como Nabu, o deus da escrita, da profecia e do conhecimento. Uma vez liberto dos poderes do submundo, o rei decretaria o rito de Hieros Gamos (Casamento Sagrado) no 10º dia da cerimônia. Durante esse rito, o rei (ou En, como era conhecido na Suméria) realizaria relações sexuais com sua esposa, normalmente uma alta sacerdotisa que havia sido escolhida entre as Naditum (as Freiras Sumérias), uma classe especial de sacerdotisas que haviam feito um voto não de celibato precisamente, mas de recusa em ter filhos. A alta sacerdotisa era conhecida como Entu, e seu ato ritual de relação sexual com o rei era pensado para regenerar o cosmos por meio de uma reconstituição do acoplamento primordial dos pais cósmicos An e Ki (céu e terra), que trouxeram o mundo à existência no alvorecer do Tempo. Se um eclipse do sol caísse em qualquer um dos 12 dias da cerimônia, um substituto para o rei era colocado em seu lugar, pois pensava-se que quaisquer males que pudessem ter acontecido ao rei seriam acumulados para o substituto. No último dia do festival, o rei era morto para que pudesse lutar ao lado de Marduk. Para poupar seu rei, os Sumérios frequentemente utilizavam um rei falso, interpretado por um criminoso que foi ungido como rei antes do início de Zagmuk e morto no último dia.

Desde os Sumérios que foram os primeiros a comemorar o ano novo, outros povos adotaram esta festividade, tais como os Acádios que chamavam o Zakmud de Akitu, o Zagmud ou ano novo dos Elamitas, Persas, Sassânidas, Aquemênidas, que são os Iranianos de hoje é o Nowruz, os Assírios, Caldeus, Hebreus, Egípcios, Gregos, Romanos, etc.



A ORIGEM DO POVO CANANEU



Para este texto, vou usar como referência os livros: Histórias da Antiga Canaã - Autores: Michael D. Coogan e Mark S. Smith - Ano de lançamento: 2012 - 192 páginas.

The Ancient Canaanites: The History of the Civilizations That Lived in Canaan Before the Israelites - Os antigos cananeus: a história das civilizações que viveram em Canaã antes dos israelitas. 102 páginas, publicado em  2019, este livro é pertencente a uma série de livros com vários autores.

Mitologia Cananéia: Deuses e Religião da Antiga Canaan -  74 páginas - Autor: Sebastian Berg.


Os povos Cananeus são vários povos que se fundiram com a complexa multicultura de múltiplas etnias que se juntaram, misturaram, formando, com o tempo, uma nação diversa, heterogênia e complicada. Era uma colcha de retalhos culturais multinacionais que se ajudavam e guerreavam entre si, formando diversos clãs que mudavam de lado conforme a precisão, ocasião, etc.

Foram ondas migratórias de vários povos que ocuparam a mesma região, hora brigavam entre si, hora se ajudavam, o que é normal quando se tem muita gente morando no mesmo lugar, embora as culturas fossem diversas, com o tempo, foi-se formando uma cultura una, singular e similar.

Com o passar do tempo, estes povos heterogêneos formaram uma base cultural, onde todos, por assim dizer, se entendiam, obtendo uma base religiosa, linguística e comercial, para se protegerem, atacarem, se ajudarem e por fim, guerrearem entre si.

Dentre estes povos multifacetados, temos os: Jebuseus, Gigarseus, Heteus, Heveus, Arqueus, Sineus, Arvadeus, Zemareus, Hamateus, Amonitas, Moabitas, Sidom, Fenicios, Sodoma, Gomorra, Hurritas, Síria, Admá, Lasa, Zeboim, Filisteus, Hebreus ou Israelitas, etc., são todos povos Cananeus ou Cananitas, e tem povos que esqueci de colocar nesse mosaico multicultural.

A ocupação na região não se deu ao mesmo tempo, há povos que são muito antigos, como os Jebuseus, Gigarseus e Heveus, por exemplo, e outros que chegaram depois lá pelo século XII antes de Cristo, como os Filisteus. Estamos falando de uma região complicada de se entender e tem uma história complexa, difícil e confusa, assim como atualmente, a confusão da região continua atual.


Religião

Nos aspectos religiosos, os Cananeus adotaram a religião dos Sumérios, temos aqui somente alguns deuses para termos uma noção, são eles:

Os Deuses Cananeus eram divindades a grosso modo, sumerianos, que com o tempo vai se moldando conforme a particularidade de cada povo. 

El (Bel ou El Lil ou En Lil) Israelitas - Suméira - Acádia - Gútios - Cassitas - Hititas - Elamitas - Assíria - Caldeus - Amoritas 

Baal (Bel ou El Lil ou En Lil) Fenícios - Israelitas - Suméira - Acádia - Gútios - Cassitas - Hititas - Elamitas - Assíria - Caldeus - Amoritas

Moloch ou Milcom Amonitas - Israelitas - Fenícios

Quemos Khamos ou Kamish Moabitas - Ebla - Ugarit - Israelitas 

Dagom (Bel ou El Lil ou En Lil) Filisteus - Síria - Ebla - Ugarit - Fenícia

Kumarbi (Bel ou El Lil ou En Lil) Hurritas 

Yahweh Yhwh Yeováh (Bel ou El Lil ou En Lil) Israelitas - Suméira - Acádia

Hadad (Iscur) (Bel ou El Lil ou En Lil) Suméria - Israelitas - Fenícios - Acádia - Gútios - Cassitas - Hititas - Elamitas - Assíria - Caldeus - Amoritas 

Zedek (Bel ou El Lil ou En Lil) - Suméria - Jebuseus, Gigarseus, Heteus, Heveus, Arqueus, Sineus, Arvadeus, Zemareus, Hamateus

Todos estes Deuses são Deuses da Tempestade, Vento, Chuva, Agricultura, Colheita, Grãos, Raio, Furacão, Deus do Tempo e da Guerra

Yam  Ebla - Ugarit   deus do oceano 

Mot  Ebla - Ugarit  deus da morte e do submundo

Astarte ou Aserah (Inana) - Suméria - Fenícia - Israelitas 


Salvo alguns deuses que deixei escapar, esses são pelo menos os principais deuses dos povos Cananeus. Pode fugir um povo ou outro, mas a essência está aí. A grosso modo, estes povos adoravam as mesmas divindades sumerianas, a base do folclore mitológico religioso sumério está praticamente em todos os povos da região, sem exceção, claro que com o tempo, cada povo foi moldando seus deuses conforme o tempo, região e modos próprios seus, mas a gênese, a essência, e pilar da religião suméria, está nestes povos já citados, sem exceção.


quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

OS JARDINS SUSPENSOS NUNCA EXISTIRAM

 


Não há evidências concretas sobre quem compilou a lista definitiva das Sete Maravilhas do Mundo Antigo, mas a versão mais popular foi a de Filão de Bizâncio, um grego do século III a.C. No entanto, outras figuras, como o poeta Antípatro de Sidon, o historiador Heródoto, Calímaco de Cirene e Estrabão, também listaram as maravilhas. 

Os Jardins Suspensos da Babilônia são uma das sete maravilhas do mundo antigo, mas esta maravilha do mundo antigo, nunca existiu.

Tradicionalmente, acredita-se que tenha sido construído na antiga cidade da Babilônia, próximo de onde atualmente se localiza a cidade de Hila, no Iraque. Nas obras de Josefo, encontram-se citações ao sacerdote babilônico Beroso, que teria escrito em aproximadamente 290 a.C. que os jardins suspensos eram obra do rei Caldeu Nabucodonosor II, que governou entre 605 e 562 a.C. Porém, não há textos existentes que mencionem os jardins e tampouco foram encontradas evidências arqueológicas que comprovassem sua existência.

Os tais  Jardins Suspensos são puramente míticos e folclóricos, nunca foram reais, descrições encontradas nos escritos gregos e romanos antigos (incluindo Estrabão, Diodoro Sículo e Quinto Cúrcio Rufo) representam apenas um ideal romântico de um jardim oriental. Se ele de fato existiu, foi destruído em algum momento após o século I, mas sabemos que nunca existiu tais Jardins Suspensos.

No entanto, em 2013, a renomada historiadora britânica Stephanie Dalley, da Universidade de Oxford, publicou um estudo que apontava uma nova localização para o monumento. A pesquisadora afirmou ter encontrado enterrada a estrutura do que seria um Jardim Suspenso, como os das descrições feitas sobre a Babilônia, mas no norte do Iraque, a 550 km de onde se imaginou por séculos.

A região, na antiguidade, chamava-se Nínive e fazia parte do território dos povos assírios, rivais dos babilônios. Portanto, a estrutura teria sido idealizada não pelo rei Nabucodonosor, mas pelo rei Senaqueribe.

O autor Quinto Cúrcio Rufo (século 1 d.C.) descreveu os Jardins a partir dos textos do historiador Clitarco (século 4 a.C.), ao publicar a história de Alexandre, o Grande.

Mas tudo isso são hipóteses, não tem como comprovar que os Jardins Suspensos existiram, não tem como comprovar pois não passam de contos alegóricos, folclores, fantasia, lendas não reais, mitologias imaginárias, cultura popular e imaginação do devaneio coletivo.


terça-feira, 10 de dezembro de 2024

O FILISTEUS NÃO CONHECERAM ABRAÃO - ISAQUE E JACÓ

 


Lendo o texto do livro de Gênesis capítulo 26, versículos 1, 8, 14, 15 e 18 lemos;

1"E havia fome na terra, além da primeira fome, que foi nos dias de Abraão; por isso foi Isaque a Abimeleque, rei dos Filisteus, em Gerar."

8 "E aconteceu que, como ele esteve ali muito tempo, Abimeleque, rei dos Filisteus, olhou por uma janela, e viu, e eis que Isaque estava brincando com Rebeca sua mulher."

14,15 "E tinha possessão de ovelhas, e possessão de vacas, e muita gente de serviço, de maneira que os Filisteus o invejavam.

15 E todos os poços, que os servos de seu pai tinham cavado nos dias de seu pai Abraão, os Filisteus entulharam e encheram de terra."

18 "E tornou Isaque e cavou os poços de água que cavaram nos dias de Abraão seu pai, e que os Filisteus entulharam depois da morte de Abraão, e chamou-os pelos nomes que os chamara seu pai."

É enfatizado aqui que o povo Filisteu já começa a dar problema para o povo  Hebreu, a dificuldade é que segundo a arqueologia, o povo Filisteu não existe nesse tempo nos textos escritos que acabamos de ler. 

Vou usar como base para este vídeo o livro; The Ancient Canaanites: A Captivating Guide to the Canaanite Civilization that Dominated the Land of Canaan Before the Ancient Israelites - Os antigos cananeus: um guia cativante para a civilização cananeia que dominou a terra de Canaã antes dos antigos israelitas, 102 páginas, publicado em  2019, este livro é pertencente a uma série de livros com vários autores.

Segundo o livro, os Filisteus não ocupavam a região nesse período, o que complica é que existe uma invasão de povos nessa região, que são classificados como Cananeus, que vem do termo acadiano Kinahhu à lã de cor púrpura, tingida dos moluscos Murex da costa - que era um produto de exportação importante da região. Quando os antigos gregos mais tarde negociaram com os cananeus, este significado da palavra parece ter predominado, pois eles se referiam aos cananeus como fenícios (fenícios), que pode derivar da palavra grega "Fênix" "carmesim" ou "roxo" e também descreveu o tecido pelo qual os gregos negociavam. A palavra “fênix” foi transcrita pelos romanos para “poenus”; os descendentes dos colonos cananeus em Cartago também eram chamados de púnicos. 

Então, Cananeu não era o nome de um povo, e sim um apelido, alcunha que outros povos davam a este povo, e para complicar mais nosso estudo, este povo é classificado pelos historiadores como Povos do Mar, e este termo, povos do mar, se refere a várias nações, tais como; os Aqueus (Gregos), Teres (Etruscos), Luca, Tirrênios, Hicsos (?) e também os Fenícios, todos estes povos são classificados como povos do mar. E como o que é complicado pode ficar ainda pior, de acordo com o arqueólogo Jonathan Nicholas Tubb, os Amonitas, os Moabitas, os Israelitas e os Fenícios, etnicamente eram todos cananeus sem dúvida, mas como o tempo, todos alcançaram suas próprias identidades culturais, é o mesmo povo que se estabeleceu em aldeias agrícolas na região no 8º milênio a. C.

As tentativas de identificação dos povos do mar listadas em documentos egípcios são: Ecues (Ekwesh), um grupo de gregos da Idade da Bronze (Aqueus; Aiaua em textos hititas); Teres (Teresh), Tirrênios (Tyrsenoi), conhecidos dos gregos como marinheiros e piratas da Anatólia, antepassados dos etruscos; Luca (Luka), um povo litorâneo da Anatólia (Turquia) Ocidental, conhecido também das fontes hititas; Serdém (Sherden), provavelmente sardenhos (os Serdem agiram como mercenários egípcios na Batalha de Cadesh, em 1 299 a.C.); Seceles (Shekelesh), provavelmente idênticos com a tribo siciliana chamada Sículos; Peleseth, designado para identificar os Filisteus, que talvez tenham chegado de Creta e foi o único grupo dos povos do mar a se estabelecer permanentemente em Palestina. Identificações mais adicionais de outros povos do mar mencionados nos originais são muito mais incertas.

Os primeiros Filisteus chegaram a Canaã pelo Mediterrâneo, provavelmente vindos das ilhas de Creta e Chipre por volta do século 12 a.C., eles fundaram por lá pelo menos 5 grandes cidades-estado: Asdod, Ecrom, Gate, Ascalon e Gaza, todas protegidas por muralhas e relativamente bem organizadas, com áreas específicas para residências, comércios e prédios públicos.

Se seguirmos o texto bíblico, Abraão, Isaque e Jacó, viveram por volta dos séculos XX e XVI a. C., e o Filisteus chegaram bem mais tarde, por volta do século XII. Segundo estudos recentes, os personagens, Abraão, Isaque e Jacó podem nunca ter existidos, e isso inclui os personagens, Moisés, Arão, Mirian, etc. Mas isto são problemas para outro vídeo.

Outra prova, de que o Filisteus não existiram na época do texto bíblico que na qual lemos, é que o materiais coletados na região dos Filisteus, datam justamente deste período do século XII. Não existiam assentamentos Filisteus na época de Abraão, Isaque e Jacó, os Filisteus não existiam na região na época em que foram escritos tais textos bíblicos de Gênesis capítulo 26.

E para aqueles que ainda tem dúvidas, temos outra comprovação, que os Egípcios empreenderam duas guerras de contra os povos do mar: a primeira, no quinto ano do rei Merneptá (1236-23 a.C.); a segunda, no reino de Ramessés III (C. 1198-66 a.C.). A primeira notícia que se tem sobre os filisteus surge de relatos egípcios sobre os "Povos do Mar", isto é, levas de migrantes que vieram por mar para o atual Egito. As crônicas egípcias registram que, entre estes povos, encontravam-se os filisteus (Peleset), mas havia ainda outros povos certamente.

Pesquisas atuais revelam o elevado grau de sofisticação na produção de artefatos de metal e de outros materiais deste povo. Graças a seu avançado estágio de trabalho em metalurgia, quase sempre quando os Filisteus iam a guerra contra os Hebreus, seus exércitos eram vitoriosos.

A federação filisteia perdeu sua autonomia no século X a.C. sob hegemonia Egípcia e perderam definitivamente após serem conquistados pelos Assírios em 722 a.C. pelas mãos dos Reis Tiglate Pelesser, Salmanasser V e Sargão II, e por fim, Nabucodonosor II devastou o território Filisteu em 604 a.C. e, como o resto do Oriente Médio, caiu nas mãos do império de Alexandre, o Grande no século IV a.C.. Naquele tempo, os Filisteus já haviam perdido grande parte de sua identidade cultural. No entanto, o termo Peleseth e, mais tarde, as versões grega Palaistinḗ e latina Palæstina continuaram a ser usadas como um termo geográfico, referindo-se a uma área cada vez mais extensa, para confirmar isso, no tempo do Imperador Adriano 117 - 138 o território de Israel foi chamado de Síria Palestina, depois deste imperador suprimir uma grande revolta na região.


domingo, 8 de dezembro de 2024

MANDAMENTOS SUMERIANOS ANTES DOS DEZ MANDAMENTOS DE MOISÉS

 

UruKagina 

Nem Moisés e nem Hamurab, nenhum deles pode receber o título de ser o primeiro a escrever os códigos de leis que antes eram códigos orais. Este título vai para o Rei UruKagina Rei de Lagash e para o Rei de Ur, Ur Nammu.

Antes de Moisés escrever as Leis ou os Códigos de Leis ou os Mandamentos como está descrito na Bíblia em Êxodo 20 e Deuteronômio 05, há muito mais de três mil anos antes de Moisés se quer existir ou nascer no Kemet (Egito), existiu um rei que já tinha escrito as Leis ou os Códigos de leis ou os Mandamentos, o nome deste rei era Urukagina de Lagash. Sendo este Rei de Lagash, Urukagina compilou suas leis para obter ordem em seu país, muito antes de Moisés do Egito ou Kemeth.

O Código de UruKagina Rei de Lagash é o primeiro código escrito de que se tem notícia. Urukagina era servo ou devoto da Dingir ou Deusa Nanshe. Nanshe era Dingir ou Deusa dos pântanos, do mar, dos pássaros, dos peixes, do bem-estar social, da adivinhação e da interpretação dos sonhos. Segundo o mito, a Deusa Nanshe levou a Constituição ou Me ou Mes para a cidade de Lagash e seu servo, o Rei Urukagina foi o primeiro a compilar o código de leis para seu povo.

Este código de leis ou mandamentos foi escrito pelo Rei Urukagina de Lagash para combater a corrupção cometida pelo seu antecessor, o qual foi o Rei ou Lugalanda ou Lugal Anda de Lagash. Nesse Código, elaborado no mais remoto dos tempos da civilização humana, é possível identificar, em seu conteúdo, dispositivos diversos que adotavam o princípio da reparabilidade dos atualmentes chamados danos morais. 

Lugalanda ou Lugal Anda era casado com Baranamtarra, filha de um grande proprietário de terras que tinha ligações comerciais com a rainha de Adab, Lugal Anda era filho de Enli Tarz, Sumo Sacerdote de Lagash, que o nomeou rei.

Todos os documentos que mencionam o reinado de Lugalanda o descrevem como um rei rico e corrupto. Eles afirmam que seu reinado foi uma época de grande corrupção e injustiça contra os fracos. As inscrições afirmam que o rei confiscou aproximadamente 1600 acres de terra.

O texto afirma que Lugalanda nomeou funcionários injustamente, sobrecarregou civis com impostos excessivos e fez mau uso de propriedades, tudo em benefício próprio. Após um reinado de 6 anos e 1 mês, Lugal Anda foi deposto por Urukagina, que procedeu à correção da corrupção no governo.

Urukagina é o primeiro rei a escrever um código legal ou constitucional na história registrada. As leis já existiam de forma oral, mas, por conta do alto nível de corrução cometido por seu antecessor, o rei Lugal Anda, o caos e a desordem tinham que ser mitigados. 

Segundo registros escritos, Urukagina foi um ótimo rei, com seu código de leis ou Me, ele isentou viúvas e órfãos de impostos; obrigou a cidade a pagar despesas funerárias (incluindo as libações rituais de comida e bebida para a jornada dos mortos para o mundo da escuridão ou mundo inferior); e decretou que os ricos devem usar prata ao comprar dos pobres, e se os pobres não desejassem vender, o homem poderoso (o homem rico ou o sacerdote) não pode forçá-lo a fazê-lo. 

Ele também participou de vários conflitos, notavelmente um conflito de fronteira perdido com Uruk. No sétimo ano de seu reinado, Uruk caiu sob a liderança de Lugal-Zage-Si , énsi de Umma, que finalmente anexou a maioria do território de Lagash e estabeleceu o primeiro reino documentado de forma confiável a abranger toda a Suméria. A destruição de Lagash foi descrita em um lamento (possivelmente o primeiro exemplo registrado do que se tornaria um prolífico ou fértil gênero literário sumério), que enfatizou que "os homens de Umma... cometeram um pecado contra Ningirsu.... Não houve ofensa em Urukagina, rei de Girsu, mas quanto a Lugal-Zage-Si, governador de Umma, que sua deusa Nisaba o faça carregar seu pecado em seu pescoço". O próprio Lugal-Zage-Si foi logo derrotado por Sargão e seu reino foi anexado à Acádia.


UR NAMUR

Ur-Nammu  foi o fundador da terceira dinastia de Ur e reinou de 2112 a 2095 a.C. Por volta de 2100 a.C., expulsou os Gutium ou Gútios e reunificou a região da Mesopotâmia que estava sob o controle dos Acádios. Foi um rei enérgico, que construiu os famosos zigurates e promoveu a compilação das leis do direito sumério.

Ur-Namu foi o Rei de Ur na época em que seu antecessor Utu Egal reinava a partir de Uruque ou Ereck ou Iraque, de quem usurpou o reino em 2112 a.C. e governou por volta de 18 anos. Sendo assim, Ur Nammu reinou em Ur e em Ereck.

Iniciou seu reinado atacando e matando Namani, genro de Ur-Bau de Lagash, que evidentemente estava invadindo o território de Ur, com a ajuda de seus senhores Gutium ou Gútios. Registos feitos em um ano de seu reinado atesta a devastação de Gutium, enquanto dois parecem comemorar suas reformas legais ("Ano em que o rei Ur-Namu ordenou os caminhos (do povo do país) de baixo para cima", "Ano em que Ur-Namu fez justiça na terra".

O Código de Ur-Namu cerca de 2040 a.C., surgido na Suméria, descreve costumes antigos transformados em leis e a enfatização de penas pecuniárias ou monetárias para delitos diversos ao invés de penas tálicas que são penas de morte. 

O Código de Ur-Namu foi descoberto somente em 1952, pelo assiriólogo e professor da Universidade da Pensilvânia, Samuel Noah Kromer. Nesse Código elaborado no mais remoto dos tempos da civilização humana é possível identificar em seu conteúdo dispositivos diversos que adotavam o princípio da reparabilidade dos atualmente chamados danos morais.

Ur-Namu, que reinou no período que se estendeu entre 2112 a 2095 a.C., morreu em batalha e foi sucedido no trono pelo seu filho Sulgi.


O CÓDIGO

O Código de Ur-Namu é o código de leis escrito mais antigo do mundo a existir, depois do código do rei Urakagina de Lagash.

A Tabuleta de pedra de Ur-Namu, criador do Código de Ur-Namu, descreve a dedicação do rei de Ur ao Templo de Inana em Uruque.

O código de Ur-Namu não era apenas um conjunto de leis que pode regular todas as atividades dos homens, mas sim um conjunto sentencial com objetivo de regular casos excepcionais. 

Além disso, o código de Ur-Namu estabeleceu uma tradição jurídica duradoura que aplica princípios uniformes de justiça a uma ampla gama de instituições sociais, desde a padronização de pesos e medidas para a proteção de viúvas e órfãos.

O terceiro Código de Leis escrito a existir é o Código de Eshnunna feito pelo Rei Bilalama Rei de Eshnunna que é inspirado no Código de Ur Nammu. Sendo escrito 300 anos depois de Ur Nammu.

O quarto Código de Leis escrito a existir é o Código de Lipt Ishtar foi o quinto rei da primeira dinastia de Isim e reinou cerca de 1934 à 1 924 a.C. Foi um grande Rei em Isim ele é conhecido por ter derrotado e expulsado os Amoritas.

O quinto Código de Leis a existir é o Código de Hamurabi o famoso Rei Amorreu, seu código é feito 200 anos depois do Código de Lipt Ishtar ser escrito. 

E o sexto Código de Leis a existir é a Lei de Moisés da Bíblia. 

Obviamene que a Lei de Moisés é uma inspiração e adaptação de leis escritas anteriores.


AS LEIS

Estas leis do mundo antigo resolve bem a questão de crimes cometidos e injustiças ocorridas ou infringidas a alguém. Estas leis são conhecidas como Lei de Tailão.

O nome Lei de Talião tem sua origem no latim: Lex Talionis; lex = “lei" e talis = “tal, idêntico”. É representada em texto bíblico por: olho por olho, dente por dente".

O conceito de talionis ius ou jus é composto por ius, "direito" e talionis, do grego talis, que quer dizer aparelho que reflete tudo (tal qual, igual em conjunto).

O termo "lei de talião" refere-se a um princípio do direito de justiça retributiva em que o Estado impõe uma pena que é identificada com o crime cometido.

Assim, não só se fala de uma sanção equivalente, mas uma pena idêntica.

E o código de Ur Nammu é o primeiro código de leis escritas no muno, estas leis já existiam, muito antes de serem escritas, mas o Rei Ur Nammu, resolveu inovar, sendo o primeiro a compilar estas leis orais em forma escrita.


LEI DE BILALAMA

Bilalama foi um governante 2.000 a.C. de Eshnunna, um antigo reino sumério localizado no Vale de Diyala, no atual Iraque. 

Presume-se que Bilalama foi contemporâneo de Ishbi-Erra e Shu-Ilishu de Isin. Ele era filho do governante anterior de Eshnunna, Kirikiri. Os nomes de Bilalama e Kirikiri são elamitas, o que, de acordo com Katrin de Graef, pode indicar que uma mudança dinástica ocorreu na cidade após o reinado de seu predecessor Nūr-aḫum. No entanto, não está claro se eles eram necessariamente elamitas ou se seus nomes refletem apenas um alto nível de influência cultural elamita em Eshnunna. 

Bilalama casou-se com uma filha de Abda-El, um chefe amorita que anteriormente, por razões diplomáticas, fez com que seu filho Ušašum se casasse com uma filha de Nūr-aḫum. Ambos os casamentos provavelmente tinham como objetivo garantir relações positivas entre os governantes de Eshnunna e os grupos amoritas locais.

Dois filhos de Bilalama são conhecidos. Sua filha, Mê-Kūbi casou-se com o rei Tan-Ruhuratir de de Elam, conforme documentado em uma inscrição comemorativa da construção de um templo de Inanna em Susa. Ela também é mencionada na inscrição em um selo de lápis-lazúli que afirma que Bilalama aparentemente o presenteou a ela. Também se sabe que ele teve um filho com um nome amorita, Šalil-la-Milkum. Também foi proposto que um governante posterior de Eshnunna, Uṣur-awassu, também era filho de Bilalama.

Vários objetos inscritos com nomes de indivíduos identificados como servos de Bilalama foram descobertos, incluindo estes atribuídos ao cantor (NAR) Wusum-bēlī e a vários escribas (Puzur-Tishpak, Ilšu-dān e Lugal-inim-du).

Conforme indicado por uma inscrição identificada em um tijolo carimbado do palácio escavado em Eshunna, Bilalama usou os títulos "governador (ensi) de Eshnunna" e "amado de Tishpak". Tishpak era o deus tutelar da cidade, e era tradicionalmente visto como seu rei, com governantes humanos servindo como governadores em seu nome, de forma semelhante a como seus contemporâneos em Der e Assur eram vistos como representantes de Ištaran e Ashur , respectivamente.

São conhecidos quatorze nomes atribuídos a Bilalama, mas concorda-se que ele permaneceu no poder por mais tempo, provavelmente por cerca de vinte anos, 1981-1962 a.C. Isso contrasta com a curta duração do governo de seu predecessor Kirikiri sobre Eshnunna, que, de acordo com estimativas máximas, durou apenas dez anos.

Vários projetos de construção são mencionados nas inscrições de Bilalama. Ele acrescentou uma nova ala ao palácio real e reconstruiu o templo de Tishpak, conhecido pelo nome cerimonial de Esikil. 

Bilalama manteve a independência das principais potências de sua época. Ele se casou com a família do chefe amorita Abda-El e manteve relações positivas com ela, mas entrou em conflito com os amoritas que habitavam Eqel-Ibbi-Sîn, Išur e Bāb-Ibaum, e incorporou a última dessas cidades em seu reino após sua conquista. Em contraste com as relações políticas fluidas com os amoritas, ele manteve um relacionamento consistentemente positivo com Elam. No entanto, ele foi simultaneamente aliado a Ilum-muttabil de de Der, cujas inscrições indicam que ele era hostil a Elam. Ele foi aparentemente percebido negativamente pelos governantes de Isin, já que uma carta atribuída a Ishbi-Erra ou Shu-Ilishu o criticou por desrespeitá-lo em outra carta, que ele enviou a Ilum-muttabil. 

Bilalama foi sucedido no trono de Eshnunna por Išar-rāmāšu.

As Leis de Eshnunna estão inscritas em duas tábuas cuneiformes descobertas em Tell Abū Harmal, Bagdá, Iraque. A Diretoria Iraquiana de Antiguidades chefiada por Taha Baqir desenterrou dois conjuntos paralelos de tábuas em 1945 e 1947. As duas tábuas são cópias separadas de uma fonte mais antiga e datam de 1930 a.C. Um fragmento adicional foi encontrado mais tarde em Me-Turan. As diferenças entre o Código de Hamurabi e as Leis de Eshnunna contribuíram significativamente para iluminar o desenvolvimento da lei antiga e cuneiforme.

Em distinção das outras coleções de leis da Mesopotâmia, esta recebeu o nome da cidade onde se originou – Eshnunna, localizada na margem do Rio Diyala, tributário do Tigre, ao norte de Ur. Eshnunna tornou-se politicamente importante após a queda da terceira dinastia de Ur, fundada por Ur-Nammu.

Esta coleção de leis não é um códice sistematizado real ; quase sessenta de suas seções são preservadas. As Leis são escritas em acadiano e consistem em duas tábuas marcadas com A e B. Em 1948, Albrecht Goetze da Universidade de Yale as traduziu e publicou. Em algumas fontes, as Leis de Eshnunna são mencionadas como as Leis de Bilalama devido à crença de que o governante Eshnunnian provavelmente foi seu criador, mas Goetze sustentou que a tábua B foi originada sob o reinado de Dadusha. O texto do prólogo é quebrado no ponto em que o governante que promulgou as leis foi especificado.

Albrecht Goetze notou o estilo específico de expressão. As leis foram compostas de um modo que facilitou a memorização. Um distinto cientista israelense e um dos maiores especialistas nesta coleção de leis, Reuven Yaron da Universidade de Jerusalém, a respeito deste assunto declarou: “O que importa para mim e pode ter importado para aqueles que as criaram há quase 4000 anos é a facilidade de lembrar o texto.” 

A sentença condicional (“Se A então B” – como também é o caso com as outras leis mesopotâmicas ) é um atributo desta codificação. Em 23 parágrafos, ela aparece na forma šumma awilum – “Se um homem…” Após a disposição, uma sanção precisa segue, por exemplo LU42(A): “Se um homem mordeu e cortou o nariz de um homem, uma mina de prata ele pesará.”

As Leis mostram claramente sinais de estratificação social, focando principalmente em duas classes diferentes: o muškenum e o awilum. O público das Leis de Eshnunna é mais extenso do que no caso das codificações cuneiformes anteriores: awilum – homens e mulheres livres (mar awilim e marat awilim), Muškenum, esposa (Aššatum), filho (Maru), escravos de ambos os sexos – masculino (wardum) e feminino (amtum) – que não são apenas objetos de lei como na escravidão clássica, e delitos onde as vítimas eram escravos foram sancionados, e outras designações de classe como ubarum, apþarum, mudum que não são apuradas.

Reuven Yaron dividiu as ofensas das Leis de Eshnunna em cinco grupos. Os artigos do primeiro grupo tiveram que ser coletados de todas as Leis e os artigos dos outros quatro foram ordenados grosseiramente um após o outro:


1. Furto e delitos conexos

2. Falso distrato

3. Crimes sexuais

4. Lesões corporais

5. Danos causados ​​por chifrada de boi e casos semelhantes

A maioria dessas ofensas era penalizada com multas pecuniárias (uma quantia de prata), mas algumas ofensas sérias, como roubo, assassinato e ofensas sexuais, eram penalizadas com a morte. Parece que a pena de morte era evitável (em contraste com o Código de Hamurabi ), por causa da formulação padrão: “É um caso de vida … ele morrerá”.


LEI DE LIPT ISHTAR

O Código de Lipt Ishtar é Terceiro Código de Leis escrito a existir. 

Lipite-Istar ou Lipite-Estar, foi o quinto rei da primeira dinastia de Isim e reinou cerca de 1934 à 1 924 a.C.. ele foi o sucessor de Išme-Dagān. Ur-Ninurta então sucedeu Lipit-Ištar. Alguns documentos e inscrições reais deste tempo sobreviveram, mas ele é conhecido principalmente devido a língua suméria hinos ser escrita em sua homenagem, bem como pelo código de leis escrito em seu nome (precedendo, em cerca de 200 anos, o famoso Código de Hamurabi), que foram utilizados por cerca de centenas de anos após sua morte. Os anais que registram seu reinado também contam que ele expulsou os amoritas.



O MITO DE EVA

 



Foi Adão quem deu o nome da mulher de Eva: “E chamou Adão o nome de sua mulher Eva; porquanto era a mãe de todos os viventes. Gênesis 3:20”

Eva surge em Gênesis 02: 22. No mito adâmico, os clérigos medievais taxaram Eva como a mulher responsável por Adam (Adão) ter perdido sua imortalidade e a sua inocência. É justamente, isso que o Mito de Gilgamesh, exemplifica. Inicialmente, os deuses criam Enkidu, do barro, como um valoroso guerreiro, que falava, comia e vivia junto com os animais nas florestas. Ele destruía armadilhas dos caçadores.

Ele era inocente a respeito do homem e nada conhecia do cultivo da terra. Enkidu comia grama nas colinas junto com as gazelas e rondava os poços de água com os animais da floresta; junto com os rebanhos de animais de caça, ele se alegrava com a água.

Os caçadores foram para Uruk e reclamaram com Gilgamesh, que Enkidu estava atrapalhando a caça. E Gilgamesh, colocou uma mulher do Templo de Ishtar “desnuda” chamada: Shamhat para seduzi-lo e fazer sexo com ele. E, durante seis dias e seis noites eles fizeram sexo. Quando terminaram, Enkidu tentou voltar a sua antiga rotina, entre os animais da floresta. Mas, os animais começaram a fugir dele. Moral da estória, Enkidu culpou a mulher por ter perdido sua inocência.

[…] depois de satisfeito, porém, ele voltou para os animais selvagens. Mas agora, ao vê-lo, as gazelas punham-se em disparada; as criaturas agrestes fugiam quando elas se aproximavam. Enkidu queria segui-las, mas seu corpo parecia estar preso por uma corda, seus joelhos fraquejaram quando tentava correr, ele perdera sua rapidez e agilidade. E todas as criaturas da selva fugiram; Enkidu perdera sua força, pois agora tinha o conhecimento dentro de si, e os pensamentos do homem ocupavam seu coração. Então ele voltou e sentou-se ao pé da mulher, e escutou com atenção o que ela lhe disse: “És sábio, Enkidu, e agora te tornaste semelhante a um deus. Por que queres ficar correndo à solta nas colinas com as feras do mato? Vem comigo. Vem e te levarei à Uruk das poderosas muralhas, ao abençoado templo de Ishtar do amor e Anu do céu; lá vive Gilgamesh, que é forte, e como um touro selvagem domina e governa os homens. 

No texto, Enkidu ao ter contato sexual com Shamhat perdeu suas características, e a moça lhe disse: “que agora estava semelhante aos deuses” é a mesma descrição, que encontramos em Gênesis 03: 22, quando o casal: Adão e Eva comem do fruto proibido.

Isso quer dizer que graças à mulher, Enkidu ao perder sua identidade, da mesma forma que aconteceu com Adam (Adão). No mito grego, a 1ª mulher humana criada pelos deuses foi Pandora. Ela era bela, como Afrodite, inteligente e curiosa. Diz à lenda que Pandora, e sua “intensa curiosidade”, mexeu numa caixa que Epimeteu guardava e ao abri-la liberou as mazelas, doenças e a maldade, que se se alastram pelo mundo afora. Resumindo, na Antiguidade, as mulheres eram consideradas cidadãs de segunda classe, sem direitos iguais aos homens e, além disso, eram acusadas religiosamente, de trazer o mal para a sociedade.

Na sociedade da Antiga Mesopotâmia e na região de Canaã, as mulheres tinham certas proibições, como: não sair à rua desacompanhada, ficar confinadas numa sessão reservada às mulheres, no Templo. Caso a mulher esteja menstruada era proibida por lei ir ao Templo para fazer seu sacrifício (Levítico 15: 19-24). Existia certa obrigatoriedade do uso do véu (até hoje é seguida). Havia convenções sociais que impunham mais deveres do que direitos para as mulheres.

Eva é também tida como uma personagem que é uma inspiração de uma deusa Sumeriana chamada Nin-Ti, deusa da Vida e deusa patrona da cidade de Lagash, seu nome quer dizer "senhora da vida"

Na mitologia Sumeriana Nin-ti, é responsável por curar a costela de Enki. 

No mito o guloso deus Enki  “Senhor da Terra” comeu 8 plantas proibidas do Dilmun. Após o desvio, 8 pragas foram lançadas nos órgãos de Enki. Então foram criadas 8 divindades para consertar o deus que, doente, agonizava. Entre elas estava Nin-ti, responsável por curar a costela de Enki.

Nin-ti, literalmente significa “a dama da costela”. Contudo, segundo Kramer, Nin-ti também ficou conhecida na Mesopotâmia como “A dama que traz a vida”, porque a palavra Ti, em sumério, significa “costela” e também “trazer a vida”.

De acordo com Kramer, é por isso que os autores da Bíblia escolheram a costela de Adão para modelar Eva, ao invés de outra parte do corpo: porque Eva foi a primeira a mãe, “aquela que traz a vida”, e, da mesma forma, Adão deu a existência para Eva, através de sua Ti ou costela.

O MITO DE ADAPA SUMERIANO - O ADÃO BÍBLICO

 


O mito do Adão Bíblico é uma adaptação e inspiração do personagem original Sumeriano Adapa, o nome Adão ou Adam tem mais variantes anteriores tais como Admu, Admusis, Adamo, etc. Todos estes nomes, são nomes anteriores ao nome Adão ou Adm da Bíblia.

É a história Sumeriana da Queda do Homem que explica por que motivo os seres humanos são mortais. O texto foi descoberto numas escavações do final do século XIX, em Tell-el-Amarna - um local que foi a capital do Império Egípcio no tempo de Akhenaton (1352-1335 a.C.). Nessa exploração arqueológica foi encontrada uma extensa biblioteca de tábuas de argila, contendo, entre muitos outros textos, o Mito de Adapa.

Adapa era um sábio sacerdote de Enki (sumério original) ou Ea (pronuncia-se "Yah") ou Ea-šarru (acadia e babilônia), deus das águas doces e deus patrono da cidade de Eridu. Seu templo era a casa de Apsu ou Eengurra em Eridu.

O mito alega que todos os dias, Adapa comparecia aos ritos religiosos. Ele fazia votos, assava pão e colocava mesas apresentadas como ofertas aos deuses. Ele era pescador do templo de Enk, saia em seu barco com o objetivo de capturar peixes e ofertá-los, no templo dedicado a Enk.

O Deus da Água e da Sabedoria, Ea (pronuncia-se "Yah"), ou Enk ou Ea-Šarru cria Adapa e dá-lhe grande inteligência e sabedoria, mas não a imortalidade, e sabendo que a imortalidade poderia ser oferecida a Adapa pelo grande deus Anu, Enk engana Adapa e convence-o a recusar este dom.

O raciocínio de Ea neste mito parece semelhante ao de Yahveh (em Génesis 3:22-24), onde, depois de Adão e Eva serem amaldiçoados por comer da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, Yahveh os expulsa antes que eles possam também comer da Árvore da Vida:

“Então disse Yahveh Deus: “Agora o homem se tornou como um de nós, conhecendo o bem e o mal. Não se deve, pois, permitir que ele tome também do fruto da árvore da vida e o coma, e viva para sempre”. Por isso Yahveh Deus o mandou embora do jardim do Éden para cultivar o solo do qual fora tirado. Depois de expulsar o homem, colocou a leste do jardim do Éden querubins e uma espada flamejante que se movia, guardando o caminho para a árvore da vida.Génesis 3:22-24”

Se Adão e Eva fossem imortais, ficariam ao nível de Yahveh e haveria uma perda de status para este deus. E este é o mesmo raciocínio de Ea no mito de Adapa. No mito do Génesis, Adão toma o conhecimento por si mesmo comendo o fruto da árvore do conhecimento; no mito Sumeriano, o deus Ea concede a Adapa conhecimento no processo de criação. Sabendo que Adapa já é sábio, Ea (como Yahveh na história de Génesis) precisa manter o homem no seu devido lugar, impedindo-o de comer o alimento da vida.

Diz o mito que Adapa, rei da cidade de Eridu, um dia foi pescar quando o Vento Sul virou de repente seu barco e o lançou ao mar. Furioso com isso, Adapa quebrou a asa do Vento Sul e durante sete dias o vento não pôde soprar. Anu, o deus do céu, ficou irritado com Adapa e chama-o ao céu para vir se explicar. Adapa recebe conselhos de Ea sobre como se deve comportar na corte dos deuses. Como Ea é o pai-deus de Adapa e criador, Adapa confia nele. Mas Ea receia que Anu ofereça a Adapa o alimento e a bebida da vida eterna e quer certificar-se de que Adapa não aceita a oferta.

Primeiro Ea diz a Adapa que deve lisonjear os guardiões dos portões, Tammuz e Gishida (duas divindades que morreram e ressuscitaram, Gishida seria representado como uma serpente e também referido como Ningishzida "Senhor da boa árvore"), fazendo saber que ele se lembra deles, que bem os conhece. Se Adapa fizer isso, então os guardiões vão deixá-lo passar sem dificuldade e vão falar favoravelmente dele para Anu. Ea ainda lhe diz que, quando estivesse na presença de Anu, deveria recusar qualquer alimento ou bebida oferecida, porque seria o alimento da morte e a bebida da morte que lhe seria oferecida como punição por Adapa ter quebrado a asa do Vento Sul. No entanto, acrescenta Ea, Adapa poderia aceitar óleo para ungir-se e aceitar qualquer oferta de roupa.

Quando chega ao céu, Adapa faz exatamente o que Ea sugere, honrando respeitosamente Tammuz e Gishida.

Anu respeita a argumentação de Adapa e impressiona-se com ela, mas indaga-se por que Ea fez Adapa tão inteligente, mas negou-lhe a vida eterna. Seguidamente Anu ordena que o alimento e a água da vida eterna sejam trazidos a Adapa. Anu deseja corrigir o erro de Ea e conceder a Adapa a vida eterna.

Adapa recusa a comida e bebida oferecida por Anu, mas aceita ungir-se com óleo e receber uma túnica. Anu, chocado por o homem recusar o alimento e a bebida que lhe dariam o dom da imortalidade, envia Adapa de volta à terra onde ele deve viver a sua vida como um mortal.

No fim da história parece que Anu pretende julgar Ea, mas o texto final ficou danificado no original.

No que tange as semelhanças, entre: Adapa e Adão, se substituirmos: o “p” pelo “m” – temos “Adama” (que significa: “Solo ou Terra” a origem de Adão). Se tirarmos a letra “a” de “Adama”, fica: Adam, que em hebraico que significa: “Homem” (Adão, em português) (ANDREASEN, 1981, p 181).

As semelhanças entre Adapa e Adão continuam como por exemplo: obedecer a deus: Ea ou El; não comer determinada comida; perder a vida eterna se comer uma determinada comida; vestir roupas adequadas: luto no caso de Adapa enquanto Adão e Eva usaram roupas de pele, feitas por El (Gn 3: 21.

Pelo que sabemos do Mito de Adapa, quando ele apareceu na frente de Anu foi-lhe oferecido: “o pão e a água da vida” ele obedeceu às recomendações do seu deus Ea, e não comeu e nem bebeu nada, e com isso perdeu a vida eterna. No caso de Adão aconteceu o mesmo. A sua auxiliar (Eva) foi tentada pela Serpente, que lhe ofereceu a comida (fruto), Adão e Eva comeram da comida e desobedeceram às recomendações de El e assim, ambos perderam a vida eterna. No Mito de Adapa a comida foi oferecida pelo deus Anu, enquanto, no Mito de Adão, a comida foi oferecida inicialmente pela Serpente. Os dois casos tiveram como consequência a perda imediata da imortalidade. De qualquer forma.

Ambos foram submetidos a um teste envolvendo alimentos e receberam dois conjuntos de conselhos; ou seja, "não coma" (Deus e Enk ou Ea) e "coma" (Serpente e Anu). Um, Adapa, obedeceu e passou no teste; o outro, Adam, desobedeceu e falhou. Mas mesmo essa situação é complicada por uma consideração adicional; ou seja, a relação entre obediência/desobediência e imortalidade.

O livro de Gênesis está cercado de elementos mitológicos comuns entre as diversas sociedades do Mundo Antigo. Adão, a Serpente e o Jardim do Éden foram produtos importados de uma superpotência religiosa e cultural, Sumeriana. Não há como negar que sua herança serviu de trampolim para que anos mais tarde, os Hebreus compilassem suas ideias no que chamamos de: Gênesis.


O Mito:

Ele [Adapa] possuía inteligência. . .

Seu comando era como o comando de Anu ...

Ele [o deus Ea] concedeu-lhe um grande entendimento para lhe revelar o destino da terra,

Ele lhe concedeu sabedoria, mas não lhe concedeu a vida eterna.

Naqueles dias, naqueles anos o homem sábio de Eridu,

Ea o havia criado como líder entre os homens,

Um homem sábio cujo comando nenhum deve opor,

O prudente, o mais sábio entre os Anunnaki era ele,

Imaculado, de mãos limpas, ungido, observador dos estatutos divinos,

Com os padeiros ele fez pão

Com os padeiros de Eridu, ele fez pão,

A comida e a água para Eridu ele fez diariamente,

Com as mãos limpas, preparou a mesa,

E sem ele a mesa não estava limpa. 

O navio que ele dirigiu, pescando e caçando para Eridu.

Então Adapa de Eridu

Enquanto Ea, ... na câmara, sobre a cama.

Diariamente o fechamento de Eridu ele atendeu.

Em cima da represa pura, a represa da lua nova, embarcou no navio.

O vento soprou e seu navio partiu.

Com o remo, dirigiu seu navio sobre o largo mar. . .

O Vento Sul ... quando ele me levou para a casa de meu senhor, eu disse:

"Ó Vento Sul, no caminho eu vou ter contigo ... tua asa quebrarei."

Enquanto falava com a boca, a asa do Vento Sul foi quebrada, sete dias o Vento Sul não soprou sobre a terra. 

Anu chamou o seu mensageiro Ilabrat:

"Por que o Vento Sul não soprou sobre a Terra por sete dias?"

Seu mensageiro Ilabrat lhe respondeu:

"Meu senhor, Adapa, o filho de Ea, quebrou a asa do Vento Sul."

Quando Anu ouviu estas palavras, gritou:

 - "Ajudem-me!" e, subindo ao trono, disse - "Que alguém o traga." 

Entretanto Ea, que conhece os céus, soube disto... ele o fez vestir. Com uma roupa de luto ele o vestiu e lhe deu conselhos, dizendo: 

  - "Adapa, diante do rosto de Anu, o Rei, tu vais ... ao céu.

Quando subires e te aproximares da porta de Anu, na porta de Anu estarão Tammuz e Gishzida de pé.

Eles te verão, eles te perguntarão:

 - 'Senhor, por causa de quem veio, Adapa? Para quem está vestido de luto?'

 - 'No meu país, dois deuses desapareceram, portanto eu estou assim.'  [deves responder]

 - 'Quem são os dois deuses, que na terra desapareceram?'

 - 'Tammuz e Gishzida.' [deves responder]

Eles vão olhar um para o outro e ficarão surpresos.

Boas palavras eles vão falar a Anu.

Um bom semblante de Anu eles te mostrarão.

Quando estiveres de pé perante Anu

A comida da morte eles colocarão diante de ti. Não comas.

Água de morte eles colocarão diante de ti. Não bebas.

Roupa eles vão colocar diante de ti. Veste-a.

Óleo, eles te colocarão diante de ti. Unge-te a ti mesmo.

O conselho que te dei, não te esqueças.

As palavras que falei, mantém-nas firmes." 

O mensageiro de Anu veio:

 - "Adapa quebrou a asa do Vento Sul. Traga-o diante de mim."

O caminho para o Céu ele o fez tomar, e para o Céu ele ascendeu. 

Quando ele chegou ao Céu, quando se aproximou da porta de Anu, na porta de Anu, Tammuz e Gishida encontram-se de pé.

Quando viram Adapa, clamaram:

 - "Ajuda, Senhor, por quem apareces? Adapa, para quem estás vestido de um manto de luto?"

 - "No país dois deuses desapareceram, por isso estou vestido em roupas de luto."

 - "Quem são os dois deuses, que desapareceram da terra?"

 - "Tammuz e Gishzida."

Eles olharam um para o outro e ficaram espantados. 

Quando Adapa aproximou-se de Anu, o Rei viu-o e gritou:

 - "Diz, Adapa, por que quebraste as asas do Vento Sul?"

Adapa respondeu a Anu:

 - "Meu senhor, para a casa do meu senhor no meio do mar, eu estava apanhando peixe. O mar era como um espelho, o Vento Sul soprou e me virou. À casa do meu senhor fui levado. Na raiva do meu coração, eu tomei atenção."

Tammuz e Gishzida responderam ... "és tu". Para Anu eles falaram. Ele se acalmou, seu coração estava. . .

 - "Por que Ea revelou à humanidade impura o coração do céu e da terra? Um coração ... criou dentro dele, fez-lhe um nome? O que podemos fazer com ele? Alimento da vida trazei-lhe, para que coma."

Alimento da vida trouxeram, mas ele não comeu.

Água da vida trouxeram, mas ele não bebeu.

Vestuário trouxeram. Vestiu-se.

Óleo trouxeram. Ele se ungiu.

Anu olhou para ele, perguntou-lhe:

 - "Vem, Adapa, por que não comeste, não bebeste? Agora não viverás. "

... homens ...

 - Ea, meu senhor disse: "Não coma, não beba".

 - Peguem-no e levem-no de volta à sua terra.

... olhou para ele.

Quando [Anu] ouviu isso na raiva de seu coração

Seu mensageiro ele enviou.

Aquele que conhece o coração dos grandes deuses.....

Ao rei Ea para vir,

Para ele, ele fez com que as palavras fossem suportadas....