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domingo, 21 de abril de 2024

O QUE QUER DIZER A PALAVRA FEUDO?

 



Muitos até sabem o que é o regime feudal, que era um regime formado pelo Senhor das terras, que era chefe ou senhor dos escravos, como também de homens livres que viviam em condições se servidão, que, na prática não eram livres. Era a posse concedida pelo suserano ao vassalo em troca de serviços.

Mas o real significado da palavra foge do conhecimento do grande público.

Não se sabe ao certo a real origem da palavra Feudo, esta palavra tem vários significados.

Um deles diz que a palavra Feudo vem do Latim Feudum

Mas há quem acredita que a palavra Feudo vem do Latim medieval feudum, e este, do Frâncico Fēhu Ōd, 'posse de gado'

Há quem diga que Feudo vem do Germânico FAIHU que quer dizer Propriedade.

domingo, 7 de abril de 2024

O QUE É EVANGELHO?

 



Muitas pessoas dizem pertencer ao Evangelho, existem até aqueles que dizem que são evangélicos, eles dizem isto, pensando que pertencem a uma religião sistemática.

Todas estas pessoas acreditam que o Evangelho é uma religião pertencente ao catolicismo ou ao protestantismo, no caso, religião evangélica.

Mas se examinarmos os relatos escritos no Novo Testamento sobre o que é o Evangelho, leremos logo de cara que o evangelho não tem nenhuma relação com o catolicismo ou com a religião evangélica.

Então, se o Evangelho não é o catolicismo e nem a religião evangélica, o que é o evangelho?

A palavra "evangelho" deriva do grego "Euaggelion". Esta palavra é composta por dois vocábulos gregos: "Eu" (bom) e "Aggelos" "Angelus em latim" que significa anjo, mensageiro, proclamador, embaixador, anunciador, correio, porta-voz, informante, emissário, carteiro, noticiador.

Em latim, a palavra evangelho quer dizer Ego Angelus, que tem o mesmíssimo significado do grego, isso porque, a palavra Eu em latim, se diz “Ego” e a palavra mensageiro, proclamador, anunciador e etc, quer dizer ”Angelus”.

O evangelho portanto é comportamento, postura, conduta, modo, procedimento, ação, atitude, hábito, ato. O evangelho é todo tipo de bons comportamentos que temos de ter dia após dia, principalmente quando não está ninguém nos olhando. O Filósofo Epicuro de Samos disse que Caráter é aquilo que você é quando não tem ninguém te olhando, e é justamente isso que é o Evangelho. O Evangelho portanto é o comportamento, ser e dar bom exemplo, ter uma idiossincrasia (postura) baseado na excelência comportamental em educação, cortesia e gentileza interpessoal. Não é ser santarrão metido à besta, hipócrita, dissimulado, impostor, fingido, enganador, ultra-religioso, igrejeiro radical fundamentalista fanático religioso inescrupuloso, que se engana com falsos discursos.

Mas por que o Evangelho não é religião? O Evangelho não é religião, porque não tem regras como se tem nas religiões, reparem que toda religião tem suas regras, normas, leis, imposições, códigos, regimentos .... exemplos:


Algumas Regras da Religião Católica:

Ir à Missa aos Domingos

Não comer carne vermelha na Semana Santa

Se confessar pelo menos uma vez ao ano

Dar os Dízimos

 

Algumas Regras da Religião Evangélica:

Ir aos Cultos

Fazer Campanhas

Falar os Labraxúrias Indecantasnébias

Dar os Dízimos

 

Algumas Regras da Religião ADSD

Ir aos Cultos

Não comer Carne de Porco

Guardar o Sábado

Dar os Dízimos

 

O Evangelho é comportamental, está implícito no nome radical grego "Eu" (bom) e "Aggelos" que é fato de sermos  mensageiros, proclamadores, pregadores, de uma nova vida, baseada em caráter, honra, virtude, justiça, compaixão, perdão, piedade, dignidade, honestidade, lealdade, compromisso, ética, coragem, generosidade, irmandade, cooperação, etc.

 

 

sábado, 6 de abril de 2024

IDADE MÉDIA

 



A idade média só ocorreu na Europa, mas os historiadores remontam os acontecimentos deste período, como sendo o período medieval, mesmo não ocorridos na Europa.

Segundo a tradição histórica, a idade média nasce com a queda do Império Romano do Ocidente (Itália) quando o Rei Flávio Odoacro da tribo dos Hérulos depôs o último Imperador Romano, Romulus Augustus, no dia 4 de julho de 476.

E termina quando Maomé II derruba o último Imperador Romano do Oriente, Constantino XI Paleólogo no dia 29 de maio de 1453. O Império Romano do Oriente era conhecido como Império Bizantino.

A Idade Média é um período de mais de mil anos ocorridos na Europa, é um período longo da história europeia. Foi um período de desenvolvimento do feudalismo, fortalecimento da Igreja Católica, surgimento de novas técnicas agrícolas e ocorrência de eventos como a Peste Negra e as Cruzadas.

Em história, divide-se a Idade Média em dois períodos distintos, que são a Alta Idade Média e a Baixa Idade Média. A Alta Idade Média vai do século do ano 400 ao ano 900, enquanto a Baixa Idade Média vai do ano 1000 ao ano 1400.

A Alta Idade Média é marcada pelo fim do Império Romano e o início do feudalismo. A Europa Ocidental passou por grandes transformações devido à desagregação do Império Romano e ao estabelecimento dos povos germânicos.

A Baixa Idade Média é o período auge do feudalismo e no qual a Europa começou a sofrer transformações oriundas do renascimento urbano e comercial. A Baixa Idade Média compreende o enfraquecimento do sistema feudal e a transição para o sistema capitalista.

Com a fragmentação do Império Romano, temos um vácuo no poder, não temos uma hegemonia local na Europa, com isso, temos o espaço aberto para os povos que os romanos chamavam de Bárbaros dominarem a região. Os povos que os romanos chamavam de Bárbaros eram organizados em tribos lideradas por um chefe militar, eram várias tribos que geralmente eram das ramificações dos Germanos e Celtas.

 As principais tribos germânicas eram: Alamanos, Alanos, Bávaros, Francos, Frísios, Lombardos, Normandos, Ostrogodos, Anglos, Saxões, Suevos, Vândalos, Vikings, Visigodos, etc.

As principais tribos Celtas eram: Bretões, Gauleses, Belgas, Escotos, Batavos, Eburões, Gálatas (isso mesmo, os Gálatas da Bíblia que você está pensando), Trinovantes, Caledônios, Pictos, Helvécios, etc.

Estas tribos formaram o que conhecemos como Europa, daí, surgem os países europeus como conhecemos hoje, como, por exemplo, a tribo dos Alamanos e Germanos formou a Alemanha, as tribos dos Anglos e Saxões formaram a Inglaterra, a tribo dos Bretões formou a Inglaterra o reino dos Bretões, de onde vem o termo Britânico. A tribo dos Francos formou a França, a tribo dos Húngaros ou Magiares formou a Hungria, a tribo dos Búlgaros, formou a Bulgária, etc.

 

COMO ERA CHAMADO A IDADE MÉDIA NA IDADE MÉDIA?

 


As Seis épocas do mundo é uma periodização histórica cristã proposta inicialmente por Agostinho de Hipona por volta de 400 d.C. Ela é baseada em eventos religiosos cristãos desde a criação de Adão e Eva até os eventos do Apocalipse. As seis épocas da história, com cada uma durando aproximadamente mil anos, eram amplamente aceitos e utilizados durante toda a Idade Média e, até pelo menos os eventos do Iluminismo, escrever sobre história nada mais era do que preencher os espaços neste grande plano geral.

Este plano conta com sete idades, justamente como são sete os dias da semana, com a sétima era sendo de eterno descanso após o Juízo Final e o Fim dos Tempos, da mesma forma que o sétimo dia da semana serviria para o descanso. Esta periodização era geralmente chamada de Seis Épocas do Mundo devido às idades do mundo, da história, enquanto a sétima era seria algo fora deste mundo e eterna.

As seis épocas são melhor descritas nas palavras de  Agostinho, encontradas em sua "De Catechizandis Rudibus" ("Sobre a catequização dos não-instruídos"), capítulo:

A primeira época: "A primeira era corresponde ao início da raça humana, ou seja, de Adão e Eva, que formaram o primeiro homem jamais feito, até Noé, que construiu uma arca no tempo do Dilúvio"

A segunda época:"se estende do período até Abraão, que era chamado de fato de pai por todas as nações".

A terceira época: "Pois a terceira época se estende de Abraão até David, o rei.".

A quarta época: "A quarta época, de David até o cativeiro no qual o povo de Deus foi transportado até a Babilônia".

A quinta época: "A quinta, da migração até o advento de nosso Senhor Jesus Cristo".

A sexta época: "Com Sua chegada, a sexta era entrou em processo".

As épocas refletiriam os seis dias da criação, com o sétimo dia sendo o descanso do sabá, ilustrando a jornada humana até o descanso final com Deus, uma narrativa cristã muito comum.

Agostinho ensinou que há seis épocas do mundo em sua obra e não foi o primeiro a fazê-lo, pois o conceito está enraizado na tradição judaica. Ele foi, na realidade, o primeiro cristão a escrever sobre o assunto e suas ideias se tornaram centrais para a Igreja, assim como a sua autoridade.

A teoria teria se originado, segundo ele, em 2 Pedro:

"Porém, amados, somente disto não vos deveis esquecer: de que um dia diante do Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia.”2 Pedro 3:8.

A interpretação seria a de que a humanidade viveria por seis períodos de mil anos (ou "dias"), com o sétimo sendo a eternidade no céu.

Os acadêmicos cristãos medievais acreditavam ser possível determinar o período total da história humana, começando com Adão, contando quanto tempo durara cada uma das gerações até o tempo de Jesus. E mesmo que a idade exata da Terra fosse tema de um debate de interpretação bíblica, geralmente se concordava que o homem teria aparecido em algum momento dos mil anos finais, a sexta época, e que a sétima época poderia iniciar a qualquer momento. O mundo era visto como um lugar antigo e o futuro, como sendo algo muito mais curto do que o passado.

Por volta do século III, os cristãos já não mais acreditavam que o "Fim dos Tempos" ocorreria durante suas vidas, um pensamento comum entre os primeiros cristãos. Enquanto Agostinho foi o primeiro a escrever sobre as "seis épocas", os primeiros cristãos, anteriores a ele, não encontraram evidências sobre o fim na tradição judaica do Antigo Testamento, propondo assim uma data para o fim do mundo como sendo no ano 500 d.C. Hipólito de Roma afirmou que as medidas da arca da aliança somavam cinco cúbitos e meio, o que significaria cinco mil e quinhentos anos. Como Jesus teria nascido na "sexta hora", ou metade do dia (ou, quinhentos anos na era), e como cinco reinos (cinco mil anos) já teriam se realizado (de acordo com o Apocalipse), mais o meio-dia de Jesus (o corpo Dele tomando o lugar da arca dos judeus), significaria que cinco mil e quinhentos anos já teriam se passado quando Jesus nasceu e outros quinhentos marcariam o fim do mundo.


QUEM CRIOU O TERMO IDADE MÉDIA?

 



A popularização do termo Idade Média para se referir ao período entre os anos de 476 e 1453 se deu no século XVI, durante o Renascimento. O bispo italiano Giovanni Andrea Bussi 1417-1475 foi o primeiro a usar a nomenclatura, que tinha um sentido pejorativo. Giovanni Andrea Bussi cunhou o termo "Media Tempestas"  ou "Idade Média" para se referir à Idade Média.

A Idade Média é um dos três grandes períodos definidos pelo mais comum quadro de análise de história europeia: a Idade Antiga, ou Antiguidade, a Idade Média e a Era Moderna, que compreende as idades Moderna e Contemporânea.

Os escritores medievais dividiam a História em períodos como as "Seis Épocas", e consideravam a sua a última época antes do fim do mundo, e denominavam-na "moderna". Na década de 1330, o poeta e humanista Petrarca denominava a era anterior ao cristianismo por "antiqua" (ou "antiga") e o período cristão por "nova". O primeiro historiador a definir a periodização tripartida foi Leonardo Bruni na sua História do Povo Florentino em 1442. Bruni, e historiadores posteriores, argumentaram que a Itália se desenvolvera significativamente desde o tempo de Petrarca e acrescentaram um terceiro período à sua divisão. O mais antigo registro conhecido do termo Idade Média data de 1469, sendo grafado como media tempestas ou "tempos médios" pelo bispo italiano Giovanni Andrea Bussi 1417-1475. Durante a sua introdução, foi comum a coexistência de várias variantes, como medium aevum, registrada em 1604, ou media scecula, registrada em 1625. A periodização tripartida tornar-se-ia padrão após a publicação em 1683 da obra História Universal Dividida nos Períodos Antigo, Medieval e Novo da autoria do historiador alemão Christoph Cellarius.

A data consensual para o início da Idade Média é 476, definida pela primeira vez por Bruni, e que representa o ano em que é deposto o último imperador romano do Ocidente. No contexto europeu, considera-se normalmente o fim da Idade Média no ano 1500, embora não haja um consenso universal alargado sobre a data. Dependendo do contexto, podem ser considerados como eventos de transição a primeira viagem de Cristóvão Colombo às Américas em 1492, a conquista de Constantinopla pelos Turcos em 1453, ou a Reforma Protestante em 1517. Por outro lado, os historiadores ingleses normalmente referem-se à batalha de Bosworth em 1485 como referência para o fim do período. Na Espanha, é comum o recurso ao ano de 1516, aquando a morte do rei Fernando II de Aragão, ou o ano da morte da rainha Isabel I de Castela em 1504, ou ainda a conquista de Granada em 1492.

Os historiadores de línguas românicas tendem a dividir a Idade Média em duas partes: um primeiro período, a Alta Idade Média (do século V até o século X) e um segundo período, a Baixa Idade Média (do século XI até o século XV). Os historiadores anglo-saxónicos dividem normalmente a Idade Média em três segmentos: "Early Middle Ages", ou "idade média arcaica", definido entre 476 e o ano 1000; "High Middle Ages", ou "alta idade média", entre o ano 1000 e 1300; e "Late Middle Ages" ou "Idade média tardia" entre 1300 e 1453. Os termos foram popularizados durante o início do século XX pelo historiador belga Henri Pirenne e pelo holandês Johan Huizinga. Durante todo o século XIX, a Idade Média era frequentemente referida como a "Idade das trevas", mas com a criação de subdivisões o uso do termo ficou restrito ao período arcaico.


sexta-feira, 29 de março de 2024

O NASCIMENTO DA FÍSICA QUÂNTICA

 


 

A física quântica é necessária não apenas para explicar inúmeros fenômenos do universo, como ela também é diretamente responsável, e essencial, para o funcionamento de uma enorme quantidade de elementos do mundo moderno, desde tratamentos de câncer, até a própria internet e os dispositivos que você está usando para ler este texto!

A necessidade de um campo da física voltado somente para  estruturas invisíveis ao olho humano surge uma vez que a ciência nota a inconsistência que partículas atômicas apresentam quando estudadas sob a teoria newtoniana. Esta, mesmo sendo capaz de explicar a maioria dos movimentos e os fenômenos que se aplicam aos corpos celestes, falha em descrever os eventos quase aleatórios e comportamentos instáveis dos microscópicos corpos da natureza.

Entretanto, esta não é a história das pequenas partículas que formam o universo, mas sim a história dos cientistas e das ideias que cunharam um dos campos mais importantes das ciências. Uma história sobre indivíduos profundamente humanos que muitas vezes não sabiam sequer o que fazer com os achados de seus experimentos, duvidavam das próprias pesquisas, que tinham suas rivalidades, seus projetos pessoais e suas próprias concepções sobre a natureza.


Max Planck 1858 - 1947

Tudo começa com o cientista alemão Max Planck, considerado o pai fundador da teoria quântica, que em 1897 partiu em um projeto pessoal para provar que átomos não existem. Como ele pretendia fazer isso? Resolvendo uma série de problemas para os quais a física da época não tinha nenhuma explicação, mas sem utilizar pequenos corpos invisíveis como parte da solução.

Planck trabalhou por mais de três anos em sua hipótese sem atingir resultados que fossem sequer satisfatórios. Acabou  desistindo da sua briga contra a existência de átomos e optou por utilizar estas pequenas partículas para tentar resolver os problemas da física contra os quais tinha passado os últimos anos lutando contra.

Assim, ele chegou a uma fórmula matemática que descrevia perfeitamente os resultados obtidos pelos seus experimentos. Sem ao menos ter uma explicação para o porquê das fórmulas funcionarem, passou  os meses seguintes  tentando justificar seus achados. Até os dias de hoje, não sabemos se Planck chegou a seus resultados por meio de uma análise cuidadosa, ou através de uma série de palpites educados até que um deles se encaixou. Mas independente disso, ele foi capaz de explicar seus resultados ao afirmar que a energia no universo é absorvida pelos átomos, ou irradiada por eles, não de forma contínua, mas somente em determinadas quantidades pré-estabelecidas (Quanta do latim). Planck publicou seus achados em 14 de Dezembro de 1900, data hoje considerada  o nascimento da mecânica quântica.

Sua descoberta entretanto não teve muito impacto imediatamente, tanto que o próprio Planck desconsiderou sua pesquisa como algo significativo por mais de uma década. Foi necessário um dos cientistas mais famosos de todos os tempos para revelar a verdadeira importância destes achados.

 Albert Einstein 1879 - 1955

Em 1905, ainda um jovem de 26 anos, Einstein publicou quatro artigos que não somente revolucionaram a Física, como também mais tarde viriam a ser fundamentais para a ciência moderna. Dentre essas produções, podemos destacar  seus estudos sobre a natureza da luz.

Até o início do século XX, o consenso científico apontava para a concepção de que a luz se comportava como uma onda, tal qual o movimento sobre a superfície de um lago quando um objeto cai nele.  Entretanto, o que Einstein percebeu  é que a luz, ao invés de uma substância contínua, é composta por minúsculas partículas, chamadas de fótons, que juntas apresentam características de ondas. Dessa forma, o cientista alemão foi um dos principais contribuintes para a forma como entendemos a luz até os dias de hoje, tanto uma onda quanto uma partícula, ao mesmo tempo.

Neste processo de identificação das propriedades da luz, Einstein percebeu que os fótons possuem energia de acordo com as quantidades estabelecidas por Planck, reforçando então a importância deste novo campo da física. Entretanto, as duas teorias não se alinhavam perfeitamente, e foi necessário um terceiro cientista para resolver essas diferenças

Niels Bohr 1885 - 1962

Um dos poucos teóricos sobre a mecânica quântica que não vindo da Alemanha, Niels Bohr nasceu em Copenhagen, na Dinamarca. Sua principal contribuição para o campo aconteceu em 1913, quando utilizou uma combinação das teses de Planck e Einstein para explicar diversos fenômenos da física, como a eletroscopia, por exemplo, além de aperfeiçoar o modelo atômico para como o conhecemos até hoje.

Assim como as descobertas dos dois outros cientistas, os achados de Bohr foram recebidos pela academia de maneira menos que emocionada. Muito do debate sobre o que veio a ser conhecido na história como mecânica quântica clássica veio a acontecer somente depois do fim da década de 1910, com Einstein sendo premiado por seu trabalho neste campo com o Prêmio Nobel de Física em 1921 e seu amigo/rival dinamarques sendo igualmente premiado no ano seguinte.

Planck, Einstein e Bohr são apenas alguns dos vários nomes que contribuíram para o período conhecido na física como quântico clássico, que perdurou até meados da década de 1920. Nos anos seguintes, a física quântica passou por muitas outras revoluções, mas agora era vista como uma ciência, e não como uma falácia ou hipótese, graças ao trabalho dos cientistas aqui citados e muitos outros que também contribuíram para a formação de um dos campos mais importantes da ciência moderna.

FÍSICA QUÂNTICA

 

 


Física Quântica é o ramo da ciência que descreve o funcionamento do mundo em escala microscópica. Átomos, elétrons e moléculas são exemplos de estruturas que habitam o mundo subatômico. Trata-se do estudo da natureza, dos materiais, tudo o que compõe nosso universo na menor escala que conseguimos identificar, que é a atômica molecular. Na escala quântica, acontecem fenômenos diferentes quando comparados com o funcionamento do nosso mundo.

Na física convencional as partículas – que podem ser de luz, por exemplo, são estudadas como algo sólido, que tem um estado, uma energia e um movimento determinado.

Já na física quântica, o comportamento e as grandezas dessas partículas mudam a depender da interação dela com outras partículas, gerando o que se chama de “princípio da incerteza de Heisenberg”.

No mundo quântico acontece esse fenômeno que se você conhece muito bem a posição de um de um objeto, por exemplo, você não conhece nada sobre a sua velocidade e vice-versa. Ou seja, não é possível conhecer simultaneamente certos pares de propriedades quânticas com precisão absoluta.

Em outras palavras, na física quântica quanto mais precisamente conhecemos uma propriedade do objeto de estudo, menos precisamente podemos conhecer outra. Este princípio foi formulado pelo físico teórico alemão Werner Heisenberg em 1927.

Outro fenômeno que define os estudos quânticos é a dualidade onda-partícula, esse conceito descreve a natureza dual de alguns elementos que podem se comportar tanto quanto uma onda (uma perturbação que se propaga no espaço ou em qualquer outro meio) ou como partícula.

A luz, por exemplo, é um deles, em alguns fenômenos, a luz é estudada como onda – como refração, difração e cores, em que cada comprimento de onda da luz é enxergado com uma cor diferente. Mas quando falamos da luz na forma de fótons (pequenos “pacotes” que a compõem), ela é estudada em partículas únicas.

Átomos, elétrons e nêutrons (as menores partes de uma molécula) também podem apresentar comportamentos tanto de partículas quanto de ondas. Entretanto, para definir se uma entidade quântica (átomos, elétrons, etc…) é uma onda ou uma partícula é preciso observá-la, antes da observação a entidade não tem um estado definido, possuindo ambas as propriedades ao mesmo tempo.

Apenas ao medir ou observar uma entidade quântica é possível obter informações exatas sobre seu estado, o que também depende da escolha do experimento ou do aparelho de medição utilizado. Essa característica também faz parte do fenômeno de dualidade onda-partícula, um dos mais curiosos e interessantes fenômenos da física quântica e que não tem paralelo no mundo macroscópico.

A Física Quântica estuda o comportamento de corpos com dimensões iguais ou inferiores às dos átomos (partículas subatômicas) e a energia transmitida por eles ou para eles. Outro ponto importante é a transmissão de energia térmica por corpos com temperatura elevada.

Por causa desses estudos foi possível comprovar que a luz transporta energia, que é transmitida por intermédio dos fótons, e que é possível atribuir um comprimento de onda (característica das ondas) à matéria.

A Física Quântica, por ser uma área de estudo composta por várias vertentes de pesquisa, não possui leis específicas, porém tais vertentes possuem seus próprios princípios. Os principais princípios que a norteiam são:

Postulado de Planck: a energia térmica é absorvida ou emitida na forma de pacotes de energia denominados quanta.

Dualidade do comportamento da luz de Einstein: a luz se comporta tanto como onda quanto como partícula. Ela se propaga como uma onda eletromagnética, ou seja, não precisa de um meio (sólido, líquido ou gasoso) para se propagar, porém, por ser uma onda, também transporta energia. Esta, por sua vez, é transmitida pelos fótons, que são os quanta propagados pela luz.

Postulado de Broglie: os elétrons podem apresentar um comprimento de onda quando se movem em determinada velocidade, logo apresentam um comportamento dual como o da luz. Esse postulado foi provado por meio do experimento de dupla fenda realizado por Lester Germer e Clinton Davisson anos depois.

Incerteza de Heisenberg: não é possível determinar simultaneamente a energia de uma partícula quântica (de dimensões iguais ou inferiores às dos átomos) e o tempo no qual ela possui essa determinada energia. Outra perspectiva é que não se pode determinar a posição e a quantidade de movimento (produto entre massa e a velocidade) das partículas quânticas.

O gato de Schrödinger: nessa proposta teórica, coloca-se um gato vivo dentro de uma caixa junto de um recipiente contendo gás venenoso que pode ou não ser liberado e lacra-se a caixa com o gato e o veneno dentro. Logo, o gato está vivo e morto simultaneamente dentro da caixa, sendo o resultado algo imprevisível, confirmado apenas se a caixa for aberta. Tal teoria permitiu constatar que os fenômenos associados às partículas quânticas podem ser influenciados pela mera presença do observador. Caso este não exista, o fenômeno ocorreria de forma distinta.

A Física Quântica foi composta por várias mentes brilhantes. Dentre elas, vale destacar:

Max Planck — o pai da Física Quântica, com o modelo do quantum de energia;

Albert Einstein — efeito fotoelétrico;

Louis de Broglie — dualidade do comportamento da matéria;

Erwin Rudolf Josef Alexander Schrödinger — reescrita das equações de energia e relação entre um evento quântico e um observador;

Werner Karl Heisenberg — incerteza de Heisenberg e remodelagem do átomo.

A Física Quântica tem aplicação em toda forma de tecnologia que envolva chips ou algum tipo de circuito muito pequeno. Em razão dos avanços da Física Quântica foi possível a criação dos computadores, smartphones, lasers, LEDs, aparelhos de ressonância magnética, aparelhos de raios X, telescópios e microscópios avançados, painéis solares, leitores ópticos; em suma, quase toda forma de tecnologia envolvendo algum tipo de circuito. Cada um desses itens mencionados só existe graças ao estudo do transporte de energia por partículas subatômicas.


A ERA DOS IMPERADORES

 




A era dos imperadores na Roma antiga começa com Gaius Iulius Caesar Octavianus, sobrinho neto de César. Ele se tornou imperador, após derrotar o General Marco Antônio na Batalha de Actium o ocorrida em 2 de setembro de 31 a.C. no Mar Jônico, perto da antiga colônia romana de Actium, Grécia, que foi o clímax de mais de uma década de rivalidade entre Otaviano e Antônio.

Acontece que o termo Imperador não era um título de governo e, sim, um título puramente militar, quando um general voltava vitorioso de uma campanha militar, era feita para este general uma grande festa, com músicas, comidas, bebidas, etc. Este general em questão, com seu exército, participavam de uma grande passeata ou desfile que eles chamavam de Triunfo, e nesse triunfo eram exibidos seus despojos de guerras, prisioneiros e tudo que estes capturavam, o general, junto com seu exército eram os campeões da guerra, os senhores da batalha. O general em questão era agraciado com vários títulos, como, por exemplo, O Senhor da Guerra, o Lord da Batalha e, portanto, o Imperador, ou como se diz em latim "Imperare ou imperator" que na época era o general dos generais, o mais soberano nos assuntos da guerra. Esta passeata, desfile ou triunfo, era feita desde a época do reinado, Rômulo, o primeiro rei de Roma, quem instituiu o triunfo e o título de imperador dos exércitos começou a vigorar para todo general que ganhava as guerras. O título de Imperador, por assim dizer, era totalmente militar, não tinha caráter governamental ou político, era dado esse título para o comandante em chefe que ganhava uma guerra.

Com Otávio que o título militar de Imperador começa a ganhar um contorno como conhecemos hoje, pois ele ganhou a guerra contra um poderoso e experiente general, que foi Marco Antônio, com isso, ele tornou-se automaticamente o Lord da Guerra, o Senhor da Batalha, ele era agora o Imperatore do exército romano, ele era o General Supremo, o General dos Generais. Era, até então, um título puramente militar, mas acontece que os Romanos não queriam um Rei (Rex) eles odiavam qualquer menção de um reinado, em uma sábia manobra política, Otávio não queria ser Rei, ele já era um Imperador por ser o comandante em chefe supremo do exército romano, e ele queria o apoio do Senado, então com uma sábia jogada política, juntamente com subornos, casamentos arranjados com membros da sua família e os políticos mais poderosos de Roma, ele juntou todos os títulos romanos, sem ser chamado de Rei, sendo apenas chamdo de Imperador, o Senhor dos Exércitos.

No ano 27 a.C. Otávio que já era imperador por ganhar uma grande guerra, juntou os outros títulos romanos, ele, portanto ficou sendo: Imperador, Augusto, Pontífice, Tribuno, Procônsul e Prínceps Senatus. São seis títulos poderosos da Roma Antiga, e ninguém antes tinha conseguido tanta façanha.

Estes títulos existiam justamente para não ter alguém no poder central, pois depois do reinado, os romanos não queriam saber desse negócio de uma pessoa no controle central, como um rei, por exemplo.

Imperador - Ele já era de fato, pois recebeu uma festa de vitória, um triunfo, um desfile, portanto, ele era o comandante supremo em chefe de todo exército romano.

Augusto - Ele agora era chamado de Augusto, este título era reservado apenas às divindades, nenhum ser humano ousaria ter o título de augusto que quer dizer divino, mas Otávio agora era um ser divino e colocou o termo augusto no seu nome, se tornando assim, Otávio Augusto, se tornando assim, Imperatore Caesar Octavianus Augustus (divino).

Pontífice Maximus - Por ser divino, ele junta o maior título que um sumo sacerdote romano tinha naquele período, ele se torna o Pontífice Maximus, sendo agora o chefe supremo da religião romana, e este título de Pontífice Maximus é o título que o Papa tem na religião católica.

Tribuno - Ele fera o chefe de todos os tribunos, sendo chefe dos Tribunos da Plebe e do Tribuno Militar

Procônsul - Como Procônsul, Otávio tinha controle não só do exército de seu país, mas todo o exército romano que estava fora de Roma, ele comandava todos os soldados espalhados nos países onde Roma dominava.

Prínceps Senatus - Este título fazia dele o Primeiro Senador de Roma, isto quer dizer que ele era o primeiro cidadão de Roma, o principal e o mais importante cidadão romano, sem contar que ele era o chefe do Senado.

O título de Imperador, a partir de agora, é a junção de todos os supremos poderes romanos em uma só pessoa e desde então, o título de Imperador é alguém que é acima de reis e seja de quem for.

No total Roma teve cerca de 175 imperadores, números ainda a serem confirmados, mas é notório a influência que Roma teve na humanidade.

O último imperador de Roma foi o Imperador Constantino XI Paleólogo 1405-1453, que caiu com o Império Romano do Oriente ou Império Bizantino quando os Turcos Otomanos conquistaram Constantinopla, tendo a frente Mehmet II o Conquistador  1432 - 1481 quando tinha somente 21 anos.



CRISE NA REPÚBLICA - O SEGUNDO TRIUNVIRATO - A TERCEIRA GUERRA CIVIL NA REPÚBLICA

 




O Segundo Triunvirato foi uma associação política de conveniência entre três poderosas figuras de Roma: Marco Antônio, Lépido e Otávio, no século I a.C.. Após o assassinato de Júlio César, os três juraram vingança contra os assassinos, ao mesmo tempo que tentavam estabilizar uma República Romana em seus estertores. Entretanto, logo haveria uma disputa de egos, eles se encontrariam no campo de batalha e, como resultado, surgiria um imperador.

A Morte de Júlio César

Júlio César estava morto. Nos Idos de Março de 44 a.C., o ditador perpétuo encontrou seu destino. Ele tinha gradualmente despertado o medo em muitos dentro e fora do Senado romano e mesmo alguns dos seus amigos logo se tornaram inimigos mortais. Os descontentes acreditavam que não teriam mais influência política, pois Roma estaria rapidamente caindo sob o controle de um aspirante a tirano. Com a morte de César, sobreveio o caos na República e das cinzas surgiram três homens para formar uma união singular - um Segundo Triunvirato - com o principal objetivo de salvaguardar o governo.

A conspiração para matar Júlio César foi um esquema bem concebido. Os assassinos acreditavam que sua morte ressuscitaria o velho espírito romano e a fé na República seria restaurada. Infelizmente, ainda que o complô tenha sido bem planejado, não havia uma estratégia precisa sobre o que fazer a seguir. Um dos principais conspiradores, Marco Júnio Bruto (ele é o célebre "Et tu, Brute" da peça de William Shakespeare), correu do Teatro de Pompeu, onde o Senado se reunia, até o Templo de Júpiter, na Colina Capitolina, para falar a uma multidão furiosa de cidadãos. Em vez de uma recepção calorosa, deparou-se com a hostilidade do povo e, a despeito dos apelos do Senado por um acordo e anistia - proposta apoiada por Marco Antônio -, os conspiradores foram obrigados sem demora a fugir da cidade. Dois dos assassinos, Bruto e Cássio (acredita-se que este último tenha concebido o plano), escaparam para o leste.

O novo triunvirato foi, para dizer o mínimo, uma coalizão instável. Marco Antônio, Marco Emílio Lépido e, finalmente, o sobrinho-neto de e filho adotado de César, Caio Júlio César Otaviano, eram todos homens proeminentes e de forte personalidade. Ainda que Marco Antônio e Otaviano optassem por deixar de lado suas diferenças, tinham muitas razões para a desconfiança mútua, após travarem várias campanhas militares um contra o outro na Itália setentrional. Cada um acreditava ser o único herdeiro legítimo capaz de liderar o governo após o assassinato de César. Antônio alimentou a discórdia ao bloquear o acesso de Otaviano ao dinheiro de seu pai adotivo. Além disso, Lépido, o terceiro e menos influente do trio, foi nomeado Alto Sacerdote por Antônio, embora este cargo estivesse prometido a Otaviano. O Senado via Antônio como um tirano ainda mais perigoso e as contínuas tentativas de assumir o controle do governo após a morte de César provocaram a ira dos senadores, que o declararam inimigo público. Lépido também foi declarado inimigo público pelo Senado por seu apoio declarado a Antônio.

O comportamento de Antônio irritava muitos cidadãos romanos influentes. Marco Túlio Cícero, estadista romano e poeta, escreveu vários discursos contundentes contra o general. Falando ao Senado, Cícero afirmou:

"Agora ouçam, eu imploro a vocês, Senadores, não quero mencionar aqui os escândalos pessoais e domésticos criados pelas desagradáveis impropriedades de Antônio, mas sim ao modo maléfico, ímpio pelo qual ele tem prejudicado a todos, nossas fortunas e nosso país inteiro."

Por mais estranho que pareça, o trio logo forjaria uma aliança singular e, apesar da discórdia existente, estavam unidos no desejo de vingar a morte de César. Porém, a despeito de seus melhores esforços (ou por causa deles), no final das contas a República iria ser mergulhada em duas décadas de guerra civil - algo que muitos acreditavam que César havia previsto.

Apesar de sua juventude, Otaviano, aos 19 anos, tinha o apoio de uma parte significativa do exército, especialmente das legiões leais a César. Em 43 a.C., ele postou-se nas imediações de Roma com seu exército e exigiu que o Senado lhe concedesse a autoridade política que necessitava, ou seja, o consulado. Naturalmente, estava muito abaixo da idade mínima requerida de 33 anos (que já havia sido recentemente reduzida da requisitada anteriormente, de 43 anos). Os soldados leais a Otaviano entraram no Senado com espadas na mão; o Senado prudentemente revisou uma decisão anterior e conferiu-lhe o consulado, junto com seu primo Quinto Pédio como co-cônsul. Imediatamente a Lex Pedia foi aprovada - um decreto que revertia uma decisão anterior que garantia imunidade aos conspiradores. Esta nova lei estabelecia um tribunal especial que, sem demora, condenou todos os envolvidos na morte de César, incluindo Sexto Pompeu, que sequer participara do assassinato.

O Triunvirato é formado

Em Outubro de 43 a.C., Lépido e Antônio encontraram-se com Otaviano próximo a Bonônia para formar um triunvirato - uma Comissão Constitucional - com poderes similares ao consulado. Sem alterar o funcionamento diário do governo, o propósito único da comissão era restaurar a estabilidade da República. Esta nova autoridade lhes permitia decretar leis sem a prévia aprovação do Senado. O triunvirato foi formalmente reconhecido pelos senadores através da Lex Titia em Novembro de 43 a.C., conferindo ao trio a suprema autoridade por cinco anos (até 1° de Janeiro de 37 a.C.) e designando-lhes a importante tarefa de caçar os assassinos, especialmente Bruto e Cássio. No que se refere aos conspiradores, os triúnviros não tinham intenção de ser clementes e um decreto foi promulgado com a condenação de 300 senadores e mais de 2.000 cavaleiros romanos, a classe dos equites. Os executores saíram a campo. Muitos dos que integravam a lista de inimigos decidiram fugir da cidade, abandonando todas as suas propriedades. A venda do que foi confiscado financiou a caçada.

Embora não diretamente envolvido no assassinato de César, um dos nomes relacionados para a execução foi o de Cícero. Acredita-se que Otaviano tenha tentado manter seu nome fora da lista, mas seus discursos (as Filípicas, contra Marco Antônio) não lhe granjearam nenhuma boa vontade. Cícero sempre vivera pelo seu código pessoal - o maior bem estava em servir ao estado e se opor a qualquer um que o ameaçasse. Ele acreditava firmemente que Antônio era um inimigo do estado e deveria ter sido morto junto com César. Antônio jamais fora conhecido pela capacidade de perdoar, especialmente no que se referia à sinceridade de Cícero. O senador tornou-se uma das primeiras vítimas do triunvirato. Foi flagrado tentando fugir de sua villa nos arredores de Nápoles. Suas mãos, que haviam escrito os discursos pejorativos, foram cortadas como um símbolo, enquanto sua cabeça acabou pregada na plataforma dos oradores do Fórum. Além de Cícero, outro conspirador influente a morrer foi Décimo, que não conseguiu se juntar a Bruto na Macedônia. Décimo havia convencido o adoentado César a comparecer ao Templo de Pompeu, onde seria assassinado. Após ser capturado na Gália e decapitado, sua cabeça foi enviada a Antônio.

Com a eliminação de vários integrantes da lista de inimigos, o trio voltou suas atenções para Bruto, Cássio e Sexto Pompeu. Em Junho de 42 a.C., Bruto e Cássio se encontraram em Sardis, na Anatólia Ocidental. Com Lépido na Sicília, Otaviano e Antônio cruzaram o Mar Adriático e enfrentaram os dois conspiradores na Batalha de Filipos, na Macedônia oriental. Otaviano caiu doente, mas Antônio venceu com facilidade; Cássio, temendo uma captura, pediu para ser decapitado e Bruto o sepultou em segredo. Ele escapou somente para, mais tarde, cometer suicídio. Sexto Pompeu, filho do lendário general Pompeu, o Grande, considerado fora da lei devido à Lex Pedia, escapou para a Sicília e com o tempo firmou um pacto com o triunvirato. Mais tarde, Otaviano reconsiderou o acordo, na crença de que Pompeu o tinha traído, e o jovem comandante foi capturado e executado sob suas ordens.

Embora a maioria dos relatos sobre a batalha de Filipos traga Otaviano doente e sem se envolver na luta, o historiador romano Suetônio, em sua obra Os Doze Césares, conta uma versão diferente.

Como um membro do triunvirato que consistia em Antônio, Lépido e ele mesmo, Augusto [Otaviano] derrotou Bruto e Cássio em Filipos, embora estivesse com a saúde prejudicada. Na primeira das duas batalhas, ele foi expulso de seu acampamento e escapou... Após o segundo e decisivo combate, ele não mostrou clemência aos inimigos derrotados...

De acordo com a versão de Suetônio, a cabeça de Bruto foi enviada a Roma e atirada aos pés da “divina imagem de César”.

O Triunvirato é rompido

A despeito das sucessivas vitórias no leste, os dias do triunvirato estavam contados. Em 37 a.C., Lépido foi excluído da renovação da coalizão. Apesar de seu apoio na luta contra Pompeu, os contínuos fracassos militares levaram Otaviano a exilá-lo em Circei no ano seguinte. Suetônio relata:

Lépido, o terceiro membro do triunvirato, a quem Augusto havia convocado da África para apoiá-lo, imaginou-se tão importante, como o comandante de vinte legiões, que... violentamente exigiu o posto mais alto do governo. Augusto retirou Lépido do comando das legiões e, após implorar para ter a vida poupada, o ex-triúnviro passou o restante de seus dias no exílio permanente em Circei.

Com isso, o império passou a ser dividido igualmente entre Otaviano e Antônio, que ficaram com o oeste e o leste, respectivamente. Esta divisão acabaria por apressar o fim da parceria. Antônio encontrou-se com Cleópatra VII do Egito, a antiga amante de César; seu relacionamento amoroso conduziria à guerra.

Como já havia ocorrido com os membros sobreviventes do primeiro triunvirato (Júlio César e Pompeu), Antônio e Otaviano, com o tempo, reacenderiam sua antipatia mútua. Muito deste descontentamento centrava-se em Cleópatra. Após a morte da esposa de Antônio, Fúlvia, ele se casara com a irmã de Otaviano, Otávia. Agora, suas atenções afastavam-se de Otávia e concentravam-se na rainha egípcia. Ele acreditava que o dinheiro dela ajudaria a financiar a guerra contra Otaviano. Depois, Alexandria seria a nova capital, substituindo Roma. Otaviano jamais tivera muito afeto por Cleópatra, principalmente devido ao relacionamento com César e o nascimento do filho de ambos, Cesarion. Para ele, Antônio tinha se tornado incompetente e doente de amor, o que o fazia questionar a influência da rainha sobre ele. Portanto, em vez de uma guerra contra seu colega, Otaviano fez o Senado declarar guerra a Cleópatra.

Batalha de Ácio

Em 31 a.C., os dois lados finalmente mediram forças. O plano de Antônio era montar uma armadilha para Otaviano e sua frota em Ácio, no Golfo da Ambrácia, na costa ocidental da Grécia. Havia falhas sérias neste planejamento. À parte o fato de que Antônio não era um comandante naval competente, muitos de seus oficiais estavam descontentes com a presença de Cleópatra e suas opiniões nas reuniões do conselho. Isso contrariava as crenças romanas referentes ao papel feminino na política (as mulheres eram reconhecidas como cidadãs em Roma, mas não tinham permissão de participar de assuntos governamentais). Explorando estas convicções, Otaviano empregou táticas de propaganda para alienar o staff do adversário, questionando a influência da rainha na tomada de decisões do general. Ele parecia indeciso e o moral caiu muito, enquanto as deserções aumentavam.

A despeito de superar numericamente as forças de Otaviano, o plano de Antônio falhou completamente. Ele e Cleópatra ficaram presos, havia poucos suprimentos e o inverno estava chegando. Escapando por milagre, Antônio dirigiu-se à Líbia e Cleópatra ao Egito. Sua esperança residia em alistar mais tropas, mas, assim como seus planos anteriores, este também fracassou. O suicídio era o único recurso para Antônio e, após uma infrutífera tentativa de alcançar um acordo com Otaviano, Cleópatra também tirou a própria vida. Otaviano retornaria a Roma como um herói. O Senado recompensou-o com um título e nome novos: Augusto, o primeiro imperador do novo Império Romano. Assumindo com o tempo uma autoridade muito além da prevista pelo Senado, Augusto prepararia o terreno para os imperadores que o sucederiam nos séculos seguintes.

 

CRISE NA REPÚBLICA - O PRIMEIRO TRIUNVIRATO - A SEGUNDA GUERRA CIVIL NA REPÚBLICA

 



O Primeiro Triunvirato da Roma antiga foi uma aliança instável entre os três titãs - Júlio César, Pompeu e Crasso - que, de 60 a.C. até 53 a.C., dominou a política da República Romana. Alianças têm sido sempre uma parte da história. A união de Esparta e Atenas contra os Persas, no 5° século a.C. ou as forças aliadas da Tríplice Entente na Primeira Guerra Mundial mostram que nações e indivíduos - mesmo ex-inimigos - têm buscado assistência mútua por uma razão ou outra a fim de superar um adversário comum. A Roma antiga não era diferente. Uma República instável, à beira da guerra civil, levou trio a colocar de lado suas diferenças e até mesmo o desprezo de um sobre o outro para juntar forças e dominar o governo de Roma, inclusive controlando eleições, por quase uma década. Um deles iria eventualmente elevar-se acima dos demais e se tornar ditador. Seu nome era Caio Júlio César. Contudo, isso estava a vários anos adiante. No momento, ele participava do que os historiadores modernos vieram a chamar de Primeiro Triunvirato.

A República enfrentava dificuldades. O caos reinava na ordem política romana. Havia violência nas ruas e distúrbios civis. Para alguns, a cidadania romana estava em declínio, vítima da decadência moral. O estadista, filósofo e poeta Marco Túlio Cícero havia inclusive exposto uma conspiração liderada por um proeminente senador, Lúcio Sérgio Catilina, para derrubar a liderança romana. Muitos acreditavam que era apenas uma questão de tempo antes que a República caísse. Porém, três homens, frequentemente referidos como uma "Gangue de Três", aproveitou a oportunidade de ganho pessoal, formando uma aliança ou triunvirato que iria eventualmente transformar o governo. A despeito de diferenças individuais e pura animosidade, este "monstro de três cabeças" iria permanecer no controle, inclusive através de subornos e ameaças, para dominar tanto o consulado quanto os comandos militares.

Os Membros do Triunvirato

Os três homens que iriam alterar a face da política romana eram Cneu Pompeu Magno (Pompeu), Marco Licínio Crasso e Caio Júlio César. Cada um tinha suas próprias razões para a atuação em conjunto, percebendo que não poderiam atingir seus objetivos sozinhos. Tinham conquistado sucesso pessoal, mas queriam mais gloria e dignitas (glória e dignidade). Portanto, em 60 a.C. o trio uniu seus recursos, colocou de lado suas diferenças (Crasso, ainda que um dos homens mais ricos de Roma, desprezava Pompeu) e se apoderaram do controle do estado; porém, a despeito das boas intenções e realizações pessoais, a união era tênue, para dizer o mínimo.

Embora se considerasse um amigo tanto de César quanto de Pompeu, Cícero, que desgostava dos optimates (senadores romanos), num sentimento mútuo, não foi convidado para se juntar ao grupo, ainda que eles respeitassem suas habilidades oratórias e fizessem uso regular de seus serviços como advogado. Ele ainda acalentava os velhos valores aristocráticos dos patrícios (mesmo que muitos deles não o respeitassem). Infelizmente para o famoso orador, as consequências da descoberta da conspiração de Catilina e a oposição aos conservadores levaram-no ao exílio. Seria preciso recorrer a Pompeu e César para que fosse permitido seu retorno a Roma, em 57 a.C..

Com o tempo, as diferenças entre os membros da aliança e sua própria ganância pessoal iriam conduzir à ruína do triunvirato. No momento, porém, a "gangue" viu uma oportunidade e a aproveitou, mas a iniciativa não surgiu da noite para o dia. Os primórdios da aliança datavam da década anterior.

Crasso

Em 73 a.C., um trácio chamado Espártaco liderou uma revolta numa escola de gladiadores em Cápua, cidade situada ao sul de Roma. Ele e seus seguidores espalharam o tumulto através da Itália. A rebelião durou quase dois anos, desafiando as forças romanas enviadas para enfrentá-los. O Senado Romano então enviou Crasso, em 71 a.C., para dar um fim à insurreição. Espártaco terminou morto e 6.000 de seus seguidores foram crucificados ao longo da Via Ápia - a estrada entre Roma e Cápua - para servir como um aviso a outros escravos. Mesmo que a maior parte dos louvores devesse ser creditado à liderança militar de Crasso, Pompeu, que chegava da Espanha com seu exército, tentou roubar a maior parte do crédito, ainda que tenha se limitado a eliminar os remanescentes do exército de Espártaco. Em seguida, ambos desobedeceram ao Senado e se recusaram a desmobilizar seus soldados. Pompeu, na verdade, desprezava o governo republicano, mas a derrota de Espártaco e seus seguidores garantiu que ambos fossem eleitos co-cônsules em 70 a.C.. Crasso nunca esqueceu a arrogância do colega de consulado e sempre buscou um comando militar no qual ele, sozinho, pudesse alcançar a glória.

Pompeu

Problemas no Oriente - a pirataria, por exemplo - provocaram uma carência de alimentos em Roma. Em 67 a.C., Pompeu foi enviado ao leste para não somente suprimir a presença de piratas, mas também para confrontar o Rei Mitridates do Ponto, que representava uma perigosa ameaça para o poder romano na Ásia Menor ao atacar continuamente as províncias da região. Sua morte levaria um de seus herdeiros ao poder e à paz com Roma. De 66 a 63 a.C., Pompeu e seus homens marcharam do Cáucaso até o Mar Vermelho, redesenhando o mapa político do Mediterrâneo oriental. Ele reorganizou as províncias em estados clientes de Roma, retornando à cidade em 62 a.C. como um herói. Porém, ao chegar, ele entrou na cidade como um cidadão, não um soldado, uma vez que havia desmobilizado seu exército. Tinha uma nova agenda: terra para seus veteranos e a colonização do oriente. Havia certa lógica na proposta: ninguém queria veteranos desempregados na cidade, e instalá-los no leste iria reduzir as tensões na região; no entanto, era uma iniciativa que o Senado jamais iria aprovar. Entre os opositores estava Márcio Pórcio, mais conhecido como Catão, o Jovem, líder dos optimates, o grupo conservador do Senado.

César

No trio, dois tinham razões válidas para se unir: Pompeu queria a recompensa para seus veteranos por sua bravura no leste, enquanto Crasso esperava não somente aumentar sua reputação num comando militar, mas também recuperar o dinheiro que ele e outros investidores haviam perdido durante as crises no suprimento de alimentos no Oriente. O terceiro membro da "gangue", Júlio César, um herói militar por direito, retornou da Espanha em triunfo, que ele tinha esperança de trazer-lhe fama e riqueza adicionais. Apesar de não ser tão próspero quanto os outros (na verdade, estava afundado em dívidas) ele, também, tinha uma meta - ser eleito cônsul e após seu mandato obter um proconsulado e o comando militar na Gália.

Os Três Juntam Forças

Para alcançar metas tão difíceis, o trio percebeu que o apoio mútuo era essencial. Assim, reuniram seus recursos pessoais (principalmente o dinheiro de Crasso), contatos (Cícero) e, principalmente, ambição para colocar seus planos em ação. A primeira prioridade: César conseguiu reconciliar as diferenças entre Pompeu e Crasso. A seguir, sua filha Júlia casou-se com Pompeu, para selar a aliança. Juntos, a "gangue" superou seu primeiro obstáculo quando César foi eleito co-cônsul para o ano de 59 a.C., junto com Marco Calpúrnio Bíbulo, infelizmente um velho amigo de Catão. Em sua obra Os Doze Césares , o historiador romano Suetônio relata que César:

"teve sucesso em reconciliar Pompeu e Marco Crasso - cuja rixa permanecia depois do fracasso em concordar nas questões políticas durante seu consulado. Pompeu, César e Crasso agora formavam um pacto triplo, jurando se opor às leis que não fossem do interesse de qualquer um deles."

A despeito de seus melhores esforços, César foi incapaz de levar adiante a agenda de Pompeu ou qualquer outras reformas através do Senado. Por lei, um cônsul tinha o direito de veto às propostas feitas pelo seu colega, e foi exatamente o que Bíbulo fez. Assim, ao invés tentar lutar no Senado, César levou suas propostas à assembleia popular. No momento em que César apresentou suas propostas à assembleia, Bíbulo tentou interferir, mas foi lançado pelas escadas do Tempo de Castor e coberto de dejetos. Ele voltou para casa, onde permaneceu distante da vida pública pelo restante do seu mandado. César iria governar sozinho. Catão finalmente admitiu a derrota e aceitou a lei; os veteranos conseguiram suas terras. O triunvirato estava aparentemente funcionando.

 

A Morte de Crasso

Após o final de seu mandato como cônsul, César atravessou os Alpes para a Gália com seu exército. Ele passaria os próximos dez anos na região, retornando à Itália em triunfo em 50 a.C.. Pompeu, já sentindo uma pontada de ciúme pelo sucesso de César, ganhou o apoio do Senado e recebeu o controle do fornecimento de grãos para a cidade em 57 a.C., após uma série de tumultos. Em seguida, Pompeu e Crasso novamente foram eleitos cônsules em 55 a.C. Após seu mandato, Pompeu foi escolhido como governador da Espanha, ainda que tivesse permanecido em Roma e governasse a província através de uma série de representantes. Já Crasso conseguiu seu desejo e foi premiado com o comando de um exército, esperando obter fama pessoal no Oriente. Infelizmente, nunca conseguiria realizar seu objetivo. Em 53 a.C., na Batalha de Carras (Carrhae), foi derrotado, morto e decapitado pelos antigos inimigos de Roma, os Partos. Como um insulto adicional, sua cabeça seria usada como um objeto de cena pelo rei numa apresentação de uma peça de Eurípedes, As Bacantes. Sua morte foi um presságio da ruína do triunvirato. A aliança tinha sido renovada em 56 a.C., em Luca (César viajou da Gália para comparecer), mas Crasso era a cola que os mantinha unidos. A divisão entre César e Pompeu aprofundou-se com a morte de Júlia, esposa de Pompeu e filha de César, que faleceu no parto em 54 a.C..

Guerra Civil - César como Ditador

Com 40.000 soldados, César atravessou o Rubicão e retornou a Roma. Mais rico e poderoso, ele desejava um retorno à política, mas encontrou a oposição de Pompeu e dos conservadores para um novo mandato como cônsul. No momento, Pompeu era o favorito do Senado. Tinha inclusive sido nomeado cônsul único em 52 a.C., com total apoio de Catão. Posteriormente, foi agraciado com o comando das forças romanas na Itália. O ódio adormecido por anos entre os dois, além do ciúme de Pompeu pelas conquistas de César, levaram à guerra civil.

Cícero, que se considerava amigo de ambos, preocupava-se com o clima de hostilidade entre os dois líderes. Ele escreveu a César em março de 49 a.C.:

… se está disposto a proteger nosso amigo Pompeu e se reconciliar com ele e o estado, certamente não encontrará ninguém melhor para alcançar este objetivo do que eu. … Tenho sido sempre um advogado da paz. … No momento estou profundamente preocupado com a legítima posição de Pompeu.

Ele acrescentou que considerava a ambos como seus amigos e esperava “…conseguir uma conciliação entre você e Pompeu e a paz para o povo de Roma.” César respondeu que tinha confiança de que Cícero não iria interferir na questão. “Embora eu esteja convencido de que você não iria agir de forma precipitada ou impensada... Em nome de nossa amizade, não deve tomar nenhuma atitude, agora que a situação me é favorável".

Pompeu deixou Roma, com seu exército, em direção à Grécia e foi seguido por César. Em 48 a.C., eles se encontraram na Batalha de Farsália. César venceu. Pompeu fugiu para o Egito, onde foi assassinado e decapitado na praia onde desembarcou por ordens de Ptolomeu XIII. Sua cabeça foi presenteada a César, que desembarcou no Egito logo após o assassinato. Após controlar a situação na Ásia Menor e norte da África, César retornou a Roma, onde atuou como ditador até ser assassinado nos Idos de Março de 44 a.C..

 

 

CRISE NA REPÚBLICA - MÁRIO X SULA - A PRIMEIRA GUERRA CIVIL NA REPÚBLICA




No começo do século I a.C., a República Romana entrou em uma nova fase, de hegemonia, depois de ter destruído a República de Cartago na Terceira Guerra Púnica (147 a.C.) e da conquista do Reino da Macedônia e de partes do Império Selêucida. Apesar desta contínua expansão, o crescimento demográfico e econômico provocou uma crise no modelo estatal que fragmentou a sociedade romana e aumentou enormemente a polarização social. O Senado se dividiu com a ascensão de duas facções: os populares, formada pelos senadores reformistas que queriam expandir a cidadania aos novos súditos de Roma e democratizar as instituições estatais aumentando o poder das assembleias populares, e a dos optimates, que reunia os senadores aristocráticos conservadores que queriam limitar o poder das assembleias populares e aumentar o poder do Senado Romano.

Em 112 a.C., irrompeu a Guerra de Jugurta entre a República Romana e o Reino da Numídia, na qual ficaram evidentes as fragilidades desta nova sociedade romana. Jugurta se manteve no poder subornando abertamente oficiais e funcionários romanos. Mário lutou como oficial na Numídia e ganhou uma certa fama, que utilizou depois em Roma para aumentar suas chances de ser eleito cônsul. Ele criticou de forma populista o general comandante das forças romanas na Numídia, Quinto Cecílio Metelo, acusando-o de prolongar a guerra desnecessariamente apenas para aumentar sua própria glória. Em 107 a.C., Mário foi eleito cônsul e tentou assumir o comando da guerra, mas o Senado se negou a entregar-lhe o comando das tropas, o que levou Mário a proferir violentos discursos contra os optimates e a dar início a um recrutamento de voluntários entre seus próprios clientes e entre as classes mais pobres, que até então estavam impedidas de servir no exército, para formar um exército a frente do qual marchou para a Numídia.

O segundo-em-comando de Mário era Lúcio Cornélio Sula, que foi descrito como um soldado capaz e inteligente, mas cujo posicionamento político era conservador. Os dois derrotaram a Numídia e capturaram Jugurta em 105 a.C.. Sula foi o responsável pelo final da guerra, costurando um acordo com o sogro de Jugurta, Boco I da Mauritânia. Jugurta se rendeu a Sula, o que serviu de pretexto para que os conservadores desprestigiassem os feitos de Mário e alçassem Sula como o paladino da República. Esta humilhação deu origem a inimizade entre os dois.

"Em circunstâncias tão fúteis e pueris se fundamentou o ódio de ambos, que mais tarde levou aos desmandos da guerra civil e depois à tirania e à perversão de todo o Estado.”

                             Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Mário

Apenas um ano depois, Roma teve que enfrentar uma grande invasão de cimbros e teutões, o que aplacou as diferenças entre Sula e Mário. O primeiro permaneceu sob as ordens do segundo nas sucessivas campanhas entre os anos 104 e 103 a.C.. Sula liderou com sucesso uma expedição contra os tectósagos e conseguiu assassinar seu líder, Cepilo. Pouco depois, se destacaria também por negociar um tratado com os mársios e liderou extra-oficialmente o exército do cônsul Quinto Lutácio Cátulo, um dos protegidos de Mário, contra os cimbros que haviam invadido o norte da Itália. Eles foram derrotados na Batalha de Vercelas (100 a.C.), na qual Sula dirigiu pessoalmente a cavalaria romana, revelando não apenas a sua capacidade organizacional, mas também a sua habilidade para o combate. Finalmente, a disputa com Mário explodiu depois da vitória sobre os cimbros, pois Cátulo e Sula reclamaram mais créditos pela vitória em Vercelas do que Mário estava disposto a conceder.

O tempo que Mário esteve fora de Roma (entre 99 e 90 a.C.) foi de relativa paz e o Senado parecia ter a situação sob controle. Apesar disto, em 95 a.C. foi aprovada Lex Licinia Mucia, dirigida contra os aliados italianos que haviam reclamado fraudulentamente a cidadania romana, o que provocou um grande mal-estar em Roma.

Em 92 a.C. foi eleito o tribuno da plebe Marco Lívio Druso, que preparou uma série de medidas controversas, como uma nova lei frumentária e uma desvalorização do sestércio de prata. Ele também estabeleceu uma aliança secreta com os italianos prometendo-lhes a cidadania se eles arcassem com os custos de uma nova distribuição de terras. As ideias de Druso foram rechaçadas oficialmente pelo Senado e ele próprio acabou sendo assassinado, o que provocou uma guerra entre Roma e seus aliados, a Guerra Social.

Entre os adversários de Roma estavam picenos, lucanos, mársios, samnitas e apúlios, aos quais se juntaram ainda etruscos e úmbrios. As tribos aliadas se juntaram em uma confederação independente chamada Italia, com capital em Corfínio, a leste de Roma, onde foi criado um novo Senado e cunhada uma nova moeda. No começo da guerra, os romanos foram sucessivamente derrotados até que, em 90 a.C., o Senado entregou o comando do exército a Sula. A guerra terminou quando Sula aniquilou o exército samnita em Esérnia, mas os derrotados ainda assim conseguiram seu objetivo político, já que três leis foram aprovadas em sequência estendendo a cidadania romana aos povos italianos.

Os eventos que levaram à guerra civil ocorreram longe de Roma, no oriente. Mitrídates VI, um jovem rei do Ponto, embarcou num programa de expansão territorial e tentou, sem sucesso, anexar o Reino da Bitínia e, por conta disto, o procônsul da Ásia, Mânio Aquílio exigiu que o Nicomedes IV, rei da Bitínia, fosse indenizado. Mitrídates respondeu que ele próprio era credor de Roma pois havia subornado vários senadores e não tinha intenção nenhuma de pagar. Foi então que Roma incitou Nicomedes a invadir o Ponto. Mânio Aquílio assumiu o comando dos exércitos romanos da Ásia e da Cilícia e também da frota, que estava em Bizâncio. Mitrídates, por sua vez, reuniu um exército de 300 000 homens, 130 carros de guerra, 300 navios e vários mercenários, como hoplitas gregos, guerreiros citas e cavaleiros armênios. Ele dividiu seu exército em dois, enviando o primeiro para o noroeste para enfrentar Aquílio e os bitínios e o segundo para invadir as províncias romanas da Ásia e da Cilícia. Em 88 a.C., Mitrídates respondeu ao ataque de Nicomedes com um poderoso contra-ataque. Seu comandante, Arquelau, derrotou o exército de Nicomedes na Batalha do Rio Ânias e o exército romano de Aquílio na Batalha do Monte Escorobas. Aquílio acabou traído pela cidade de Mitilene e foi executado, o que provocou a rendição da frota romana no Mar Negro. O Reino do Ponto então anexou a Capadócia, a Bitínia e Ásia. A maioria das pólis gregas da Ásia Menor, parte do antigo Reino de Pérgamo, como Pérgamo, Éfeso e Mileto, receberam Mitrídates como um libertador contra o jugo dos romanos.

De todas as regiões e dentre todos os aliados do mundo grego, somente os rodenses se mantiveram fieis aos romanos, o que fez com que Mitrídates lhes declarasse guerra. Depois de fracassar em sua tentativa de capturar Rodes, Mitrídates escreveu para todas as cidades gregas da Ásia instruindo-as a assassinarem todos os cidadãos romanos na Ásia. Segundo as fontes históricas, cerca de 80 000 pessoas foram executadas num evento que ficou conhecido como "Vésperas asiáticas".

A situação se tornou crítica para Roma, que testemunhava o seu poder no oriente se desmanchando. Diante da situação, o Senado Romano se viu na obrigação de escolher um dos dois cônsules romanos para liderar a reação romana justamente num momento de dura divisão ideológica entre senadores optimates e populares. Os dois líderes das facções, Sula e Mário respectivamente, disputavam a honra. O Senado escolheu Sula, que partiu imediatamente para reassumir o comando de seu exército, que estava cercando Nola, um dos últimos redutos dos rebeldes da Guerra Social. Neste ínterim, Mário ignorou a decisão do Senado e, utilizando sua poderosa influência, convenceu o tribuno da plebe Públio Sulpício Rufo a aprovar uma lei que dava importância maior para os votos dos novos cidadãos romanos italianos enquanto ele próprio transportava uma grande quantidade deles para Roma. Na Assembleia popular, Sulpício apresentou e aprovou uma resolução que entregava o comando da guerra a Mário, o que contrapôs a Assembleia, dominada pelos populares ao Senado, dominado pelos optimates

Primeira Guerra Civil de Sula

Dois generais romanos estavam nomeados para conduzir o exército romano contra Mitrídates e nenhum dos dois podia entrar em ação enquanto a contradição legal não se resolvesse. Sula então tomou uma decisão sem precedentes, colocando em risco não apenas o seu comando, mas também o seu próprio futuro político: marchou com seu exército até Roma. Pela primeira vez na história da República Romana, um general romano avançou contra a capital, um ato que Mário certamente acreditava ser impossível. Com determinação inabalável, Sula, à frente de cinco legiões veteranas, entrou em Roma sem enfrentar resistência e contra os esforços de Mário, que tentou inutilmente montar uma defesa da cidade.

Mário e Sulpício Rufo fugiram de Roma e foram perseguidos pelos homens de Sula. Rufo foi capturado a trinta quilômetros ao sul de Roma e executado; Mário conseguiu chegar até a costa e embarcou para a África, refugiando-se numa pequena ilha perto da antiga costa cartaginesa.

Sula convocou o Senado e exigiu que seus inimigos fossem declarados inimigos do estado. O Senado aceitou, pronunciando-se contra Mário, Sulpicio e mais dez aliados entre os populares. Sula também conseguiu que fosse invalidada a lei aprovada por Sulpício e fossem promulgadas novas leis reafirmando a tradicional supremacia do Senado. Neste conturbado contexto, foram convocadas novas eleições consulares e os optimates, aliados de Sula, não conseguiram nenhuma das duas posições. Os eleitos foram Cneu Otávio, inimigo declarado de Sula, e Lúcio Cornélio Cina. Sula os fez jurar que não revogariam as leis que ele acabara de aprovar e partiu para a Grécia para enfrentar Mitrídates na Primeira Guerra Mitridática.

Em 87 a.C., durante a ausência de Sula, Cina ressuscitou a proposta de concessão do direito ao voto para os novos cidadãos italianos em todas as tribos e propôs a restauração dos poderes da Assembleia da plebe e uma anistia para todos os seus aliados no exílio. Esta afronta, em clara violação ao juramento feito a Sula, provocou o reinício da guerra civil. Otávio, com a ajuda da maioria conservadora do Senado, conseguiu expulsar Cina e seis tribunos da plebe de Roma. Cina foi deposto do cargo e perdeu a cidadania romana, o que o levou a fugir para Nola. Com a ajuda dos italianos derrotados na Guerra Social, ele convocou Mário de volta de seu exílio para inflamar seus fieis veteranos.

Cina subornou uma grande quantidade de soldados romanos e italianos no sul da Itália, a maioria dos quais pertencentes a Ápio Cláudio. Ainda em 87 a.C., Mário, vindo do norte, e Cina, vindo do sul, marcharam até Roma à frente de seus exércitos. A defesa da cidade, organizada por Otávio e Pompeu Estrabão, foi muito atrapalhada pela postura ambígua de Estrabão e por uma epidemia que assolou a cidade por dois meses, o que facilitou a captura pelos populares. Além disto, Mário interceptou o suprimento de trigo da cidade e saqueou Óstia, massacrando a maior parte dos habitantes, o que tornava impossível qualquer resistência prolongada. Cina e Mário entraram em Roma com quatro exércitos, dois dos quais controlados por Quinto Sertório e Cneu Papírio Carbão, que se declararam cônsules.

A idade avançada de Mário, que já tinha mais de setenta anos, não impediu que ele se se entregasse a uma orgia vingativa sobre os que o haviam humilhado. Todos os inimigos que ele pôde encontrar foram assassinados, a maioria membros do Senado, uma perda da qual a instituição jamais se recuperaria. No ano seguinte, Mário e Cina forçaram a eleição deles próprios como cônsules diante de um reduzido e intimidado Sendo, o sétimo mandato de Mário. Porém, apenas dezoito dias depois, Mário faleceu e Cina se viu sozinho no controle de Roma.

Segunda Guerra Civil de Sula

No oriente, Sula capturou Atenas em 86 a.C., enfrentou as tropas pônticas na Batalha de Queroneia e na Batalha de Orcômeno, derrotando sucessivamente as forças de Mitrídates. Neste mesmo ano, Cina enviou um outro exército romano até a Grécia para lutar contra Mitrídates e contra Sula liderado pelo cônsul sufecto Lúcio Valério Flaco e pelo legado Caio Flávio Fímbria. Valério Flaco foi assassinado por dois de seus homens e o comando das forças senatoriais recaiu sobre Fímbria, que cruzou para a Bitínia com a ajuda da cidade de Bizâncio e conquistou algumas cidades por acordo e outras pela força. Fímbria atacou de surpresa o exército pôntico, liderado pelo jovem Mitrídates com o apoio dos generais Taxiles, Diofanto e Menandro e infligiu-lhes uma grande derrota. Depois desta batalha, grande parte das pólis gregas voltaram para o lado dos romanos.

As derrotas pônticas e a instabilidade política em Roma colocaram Sula e Mitrídates numa posição desfavorável, uma coincidência que motivou os dois a se encontrarem para firmar a Paz de Dárdanos em 85 a.C.. Mitrídates entregou 70 navios, 2 000 talentos e renunciou à suas reivindicações na Capadócia e na Bitínia. As tropas de Fímbria, quando souberam do acordo de Sula, deram início a um motim. Em situação complicada, Fímbria percebeu que não teria condições de enfrentar as tropas de Sula, muito superiores, e se suicidou, deixando Sula livre para voltar para Roma.

Diante do iminente retorno de Sula, as tropas de Cina também se revoltaram e ele também se matou, um evento que marcou o começo do fim do regime dos populares. O Senado, diante de deserções em massa entre as tropas senatoriais, tratou de negociar com Sula, mas não teve sucesso. Segundo Apiano, Sula começou a enviar tropas para Itália tão logo soube da morte de Cina e dos distúrbios subsequentes, mas, naquele momento, Quinto Cecílio Metelo Pio já havia se rebelado na África, Marco Licínio Crasso estava recrutando tropas entre sua clientela hispânica e Pompeu Estrabão fazia o mesmo entre os picenos. Considerando o baixo moral de suas tropas e o cansaço da população depois de tantos anos de guerra, o regime popular estava condenado. Muitos de seus líderes sabiam disto e trocaram de lado antes que fosse tarde demais.

Em meio a este caos, na primavera de 83 a.C., Sula desembarcou em Brundísio com seu pequeno e experiente exército de 40 000 homens. Para enfrentá-lo encontrou um exército comandado por Cneu Papírio Carbão e Caio Mário, o Jovem, sucessores de Cina. As duras batalhas que se sucederam no verão de 83 a.C. e na primavera e verão de 82 a.C. podem ser considerados como a primeira guerra civil de fato entre os romanos. Segundo os autores antigos, estima-se que morreram entre 50 000 e 70 000 romanos. Três foram as grandes vitórias de Sula: a Batalha do Monte Tifata sobre Caio Norbano Balbo (83 a.C.), a Batalha de Sacriporto sobre Caio Mário, o Jovem (82 a.C.) e a Batalha da Porta Colina (1 de novembro de 82 a.C.), já às portas de Roma.

Nesta última, Sula capturou 12 000 populares, que foram reunidos no Campo de Marte. Três mil foram executados na frente dos demais em 2 de novembro apesar de terem implorado por suas vidas. Seus gritos e lamentos foram ouvidos por toda a cidade e pelo Senado. Sula apenas sorriu quando percebeu o terror entre os senadores:

Porém, fora da cidade de Roma, os partidários de Sula tiveram que enfrentar, nos meses seguintes, algumas cidades italianas como Preneste (onde estava Mário, o Jovem) e Volterra (que conseguiu se defender até 79 a.C.). Depois da captura da primeira, 5 000 prenestinos, que haviam recebido esperanças de salvação, foram levados para fora dos muros da cidade para se prostrarem perante a Sula depois de entregarem suas armas. O impiedoso general romano ordenou que fossem todos imediatamente executados e que seus corpos fossem espalhados pelo território prenestino.

Depois da vitória completa, Sula celebrou seu triunfo sobre os pônticos e se auto-proclamou "Felix" ("afortunado"). Em 81 a.C., ele se estabeleceu como ditador, a primeira vez desde o final do século III a.C., e, ao contrário das vezes anteriores, por um prazo indeterminado.

Os primeiros momentos do regime sulano foram especialmente sangrentos, com milhares de execuções entre seus inimigos políticos. Sula, a pedido de um de seus muitos seguidores horrorizados pela dimensão do massacre, criou uma lista de condenados à morte e a pregou no Fórum Romano, na qual estavam todos os líderes do regime mariano. As propriedades dos condenados foram confiscadas e seus filhos e netos foram proibidos de se candidatarem a cargos públicos. As propriedades confiscadas eram vendidas a seguidores de Sula por preços irrisórios, arruinando seus inimigos e enriquecendo seus seguidores. Mais listas se seguiram à primeira, com milhares de nomes citados, entre os quais começaram a aparecer cidadãos sem vinculação nenhuma com Mário cujas propriedades eram cobiçadas ou cujo status era ameaçador. Um dos aliados de Sula que mais se aproveitou da situação foi Marco Licínio Crasso, cuja ambição o levou a excessos sem limite, chegando a ponto de incluir na lista um milionário romano claramente inocente, cuja vida só foi salva pela intervenção de Sula.

Na política, Sula se dedicou a re-estabelecer o poder do Senado e a diminuir a influência e o poder de todos os que contribuíram para a erosão da autoridade senatorial, especialmente os tribunos da plebe e os censores. O número de senadores dobrou, chegando a 600, e, além dos senadores nomeados para repor os optimates assassinados durante o regime mariano, diversos equestres foram escolhidos, reforçando os laços entre os proprietários de terras (senadores) e os comerciantes (equestres).

Com seu programa de reformas, Sula tratou de impedir que alguém pudesse, no futuro, repetir sua própria marcha contra Roma. Ele estabeleceu como crime de traição se um governador ou general romano conduzisse seu exército para fora dos limites da província que lhe foram designada. Sula também modernizou as leis romanas, expurgando leis obsoletas, mas assegurando que todas as funções judiciais fossem reservadas exclusivamente aos senadores, estabelecendo que ninguém com menos de trinta anos poderia se apresentar como candidato para todas as magistraturas. Seu objetivo declarado era valorizar a maturidade e a experiência para restaurar a autoridade do Senado.

Sula também castigou as regiões italianas que apoiaram os Mários, especialmente os etruscos e samnitas, que, a partir dali, deixaram de existir enquanto povos distintos. Todas as terras desocupadas foram utilizadas para assentar seus próprios veteranos, que chegavam a 120 000. Em 79 a.C., Sula renunciou à ditadura e devolveu todo o poder ao Senado, morrendo no ano seguinte aos sessenta anos de idade.

Contudo, as reformas de Sula não perduraram. Suas alterações nas leis sobreviveram, mas a renovação do Senado e a morte de muitos de seus veteranos deixaram um vácuo para que homens jovens e ambiciosos demais começassem a surgir em Roma. Um claro exemplo foram os três homens que formaram o Primeiro Triunvirato. Crasso e Pompeu, aliados de Sula durante a guerra, apesar de jovens e ambiciosos, conseguiram um enorme sucesso político. O primeiro amealhou uma fortuna enorme condenando ricos cidadãos romanos à morte para se apoderar de seus bens e Pompeu conseguiu, durante a guerra, uma grande reputação como general e era conhecido por seus inimigos como "carniceiro adolescente". Enquanto isto, o terceiro membro, Júlio César, começou sua carreira política durante o regime de Cina, que o nomeou flâmine dial e o casou com sua filha, Cornélia Cinila.

A Hispânia foi o centro do poder da facção dos populares depois da volta de Sula. Sertório, o governador da província, se revoltou e declarou a independência da Hispânia em 80 a.C.. Durante a Guerra Sertoriana, derrotou vários exércitos romanos enviados para subjugá-lo e só foi vencido em 72 a.C., quando foi traído e assassinado.