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terça-feira, 13 de maio de 2025

BANDEIRANTE AMADROR BUENO DA VEIGA

 


Amador Bueno da Veiga (1650-1719) foi um bandeirante e comandante paulista na Guerra dos Emboabas. Era bisneto de Amador Bueno da Ribeira (1584-1649), conhecido como “Aclamado” por ter protagonizado o malogrado projeto de coroação como rei paulista pela população pró castelhana, em 1641, curioso episódio pertencente ao contexto da Restauração portuguesa.

Era descendente de importantes bandeirantes, tais como Anhanguera (pai) e Bartolomeu Bueno, o Moço. É bisavô da ativista política e poetisa Bárbara Heliodora (1759-1819), uma importante personagem da Inconfidência Mineira.

Em 1704, Amador Bueno da Veiga propôs a abertura de um novo caminho de São Paulo às Minas, alegando que a rota era “incapaz de cavalgaduras e gados obrigando a uma viagem de três meses por matas estéreis de mantimentos silvestres." Pedia prazo de um ano e oferecia um caminho mais rápido e que permitisse a condução de gente, gado e carregamentos.

Esta foi a segunda tentativa fracassada de refazer o Caminho Novo (assim eram chamadas as estradas reais que davam acesso à região das Minas Gerais), já que o governador fluminense proibiu qualquer obra. A terceira proposta viria em 1705, por Félix de Gusmão, e também foi recusada.

Em 1709, no ano final dos conflitos entre paulistas e emboabas, realizou-se grande assembleia popular na qual os paulistas elegeram Amador Bueno da Veiga como “cabo-maior e defensor da pátria”. Pelo nascimento e fortuna, Amador era um dos mais notáveis cidadãos paulistanos. Como comandante chefe do exército paulista, marchou para o rio das Mortes, em Minas, para vingar a morte dos concidadãos pelos portugueses no episódio mais conhecido da Guerra dos Emboabas (1707-1709), no “Capão da Traição”.

Tal episódio ocorreu quando um grupo paulista escondido foi cercado pelas tropas emboabas e se rendeu sob a promessa de garantia de vida. Com as armas já entregues, Bento do Amaral Coutinho, comandante do exército emboaba, mandou assassinar o grupo, cerca de 300 paulistas. Os paulistas ainda tentaram um último grande ataque sob o comando de Amador, mas logo foram derrotados. Com a perda de um significativo território na região das Minas Gerais, vários paulistas começaram a procurar ouro em outros territórios e, logo, chegaram às descobertas auríferas do Centro-Oeste.

Ainda no ano de 1709, Amador recebeu a mercê de juiz de órfãos de São Paulo, pelo Marquês de Cascás, donatário da capitania de São Vicente. Chegou a tomar posse, mas não exerceu o seu ofício por desistência. Em 14 de novembro de 1709, aceitou o referido cargo de comandante do exército paulista e como recompensa obteve vastas terras, no território que é hoje Taubaté, em São Paulo.

Conforme as declarações de Antônio Luís Peleja (primeiro ouvidor de São Paulo), Amador conseguiu que lhe fossem atribuídos importantes cursos de rio com abundância de ouro, em Bento Rodrigues, Ouro Preto. Possuía, ainda, muitas roças de cultivo de trigo e uma significativa quantidade de índios e negros escravizados que lhe rendiam lucros e incontáveis arrobas de ouro: “até mantivera em casa, durante vários meses, um ourives para fundir e cunhar o ouro referido, ou para transformá-lo em joias e objetos preciosos. Segundo o jesuíta Antonil (1649-1716), Amador Bueno conseguiu, pelo menos, oito arrobas de ouro (aproximadamente 118kg) nas margens dos rios Ouro Preto e Ribeirão.

Após a Guerra dos Emboabas, Amador dedicou-se ao desbravamento dos sertões dos rios Mogi-Guassu e Pardo, em cujas margens faleceu em novembro de 1719, aos 59 anos.

No bairro da Penha, em São Paulo, leva seu nome a Avenida Amador Bueno da Veiga.


Referências:

MONTEIRO, John Manuel. Negros da terra. Índios e bandeirantes nas origens de São Paulo. São Paulo, Companhia das Letras, 1998.

TAUNAY, A. História geral das bandeiras paulistas. São Paulo, H. L. Canton, 1924-50.

VAINFAS, Ronaldo. Dicionário do Brasil colonial (1500-1800). Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

CARVALHO, Franco. Bandeiras e bandeirantes de São Paulo. São Paulo: Cia. Ed. Nacional, 1940


segunda-feira, 12 de maio de 2025

COLORISMO À BRASILEIRA

 


No Brasil temos um grave problema chamado Colorismo.

O colorismo é um sistema de classificação social que determina como as pessoas devem ser lidas socialmente de acordo com o tom da pele e outras características. Ele pode acontecer nas relações entre pessoas de todas as cores, dependendo muito da história local. Essa forma de discriminação é baseada na tonalidade da pele e em outros traços físicos. Ela afeta a vida dos indivíduos porque ajuda a perpetuar desigualdades, prejudica a autoestima e impede o acesso a oportunidades.

No Brasil, o colorismo é amplamente discutido nas redes sociais e nas discussões políticas acerca do lugar de pessoas negras de pele clara, ou “pardas”, na população brasileira. Apesar de serem parecidos, o racismo e o colorismo apresentam diferenças importantes de ser explicadas. Todavia, assim como o racismo, o colorismo afeta negativamente a autoestima, o acesso a oportunidades e a saúde mental das pessoas negras.

O negro brasileiro é a única raça que tem 6 nomenclaturas para se referir a sua cor de pele, isso é feito para justamente confundir o já confuso grupo dos pretos brasileiros e serve também para segregar o já desunido povo brasileiro descendente de africanos.

Não existe tantas diferenciações assim com outros grupos humanos.

O ganês, Nabby Clifford, considerado embaixador do reggae no Brasil, país onde reside desde 1983 fez um vídeo sobre o que ele havia percebido a respeito do uso das palavras negro e preto no vocabulário dos brasileiros. O vídeo, na época, alcançou 6 milhões de visualizações, e mais de 200 mil compartilhamentos. Nele, o cantor constatou que:


“Um país, o Brasil, usa palavras como lista negra, dia negro, magia negra, câmbio negro, vala negra, mercado negro, peste negra, buraco negro, ovelha negra, a fome negra, humor negro, seu passado negro, futuro negro (…). Pega o dicionário de língua portuguesa, está escrito: negro quer dizer infeliz, maldito. Brasileiro quando valoriza alguma coisa não fala negro, ele fala preto.”


Então, de acordo com a interpretação apresentada por Clifford, os brasileiros, quando querem emitir juízos negativos normalmente associam ao uso do termo negro, como nos exemplos citados acima, e quando o juízo é positivo convencionou-se o uso do termo preto, para ele, o brasileiro:


“Ele não come feijão negro, come feijão preto, o carro dele não é carro negro, o carro dele é carro preto, ele não toma café negro, toma café preto, a fome é negra, quando ganha na loteria, ganha uma nota preta. Se branco não é negativo, preto também não é negativo.”


Tal observação, inevitavelmente, esbarra na discussão a respeito do colorismo, que compreende “a maneira pela qual compreendemos a condição negra, inferiorizada e subjugada ao branco; mas também tem como solução a compreensão dessa mesma condição negra, desde que liberta de sua grade racista.”


Mameluco

Do Árabe; escravo, servo, criado, pajem, empregado.

Aqui no Brasil a palavra era esada  para descrever os filhos de portugueses e indígenas, que eram vistos como uma espécie de "mistura" ou "combinação" de diferentes grupos étnicos. E também era usada pela ideia de que esses indivíduos eram vistos como "servos" ou "dependentes" dos colonizadores portugueses.


Moreno

A palavra "moreno" vem do latim "Maurinus", que significa "de cor escura" ou "marrom". No entanto, no contexto da língua portuguesa, "moreno" é usado para descrever uma pessoa com pele escura ou morena, especialmente em relação à cor da pele.

A  palavra "moreno" tem origem relacionada à Mauritânia. A palavra "mouro" (que é a raiz de "moreno") era usada pelos europeus para se referir aos povos do Norte da África, incluindo a Mauritânia, e tinha a conotação de "pele escura" ou "africano". 


Esse nome, originou o nome Maurício

O nome próprio "Maurício" tem origem latina, derivado de "Mauritania" ou "Maurus", que significam "mouro" ou "da Mauritânia". A Mauritânia era uma região do Norte de África, que se referia a pessoas de pele escura ou berberes. Assim, "Maurício" era originalmente um nome que indicava a origem ou a aparência física de alguém. 

No Brasil, o termo "moreno" é comumente usado para descrever pessoas com pele morena ou escura, e pode ser usado de forma positiva ou neutra. No entanto, é importante notar que a classificação racial e étnica no Brasil é complexa e envolve muitos fatores, incluindo a cor da pele, a ascendência, a cultura e a identidade.


Mulato

A palavra "mulato" vem do árabe "Muwallad", que significa "pessoa de ascendência mista" ou "mestiço". No entanto, no contexto da língua portuguesa, "mulato" se refere a uma pessoa de ascendência mista, especialmente de africanos e europeus.


Preto

A palavra "preto" vem do latim "precttus" derivado de pressus, que significa "apertado, denso, comprimido, negro, escuro" e "niger", que significa "negro" ou "de cor escura".


Negro

A palavra "negro" tem origem etimológica no latim "niger", que significava "preto" ou "escuro".


Pardo

A palavra "pardo" é sinônimo de "escuro"  é uma mistura de marrom e cinza, sendo assim, uma pessoa de pele escura.

O IBGE sabiamente usa de malandragem social para não declarar o fato de que a maioria das pessoas que nascem no Brasil é negra, preta, escura, usando o termo Pardo para dizer que a maioria da população não é preta, temos uma gambiarra social, que malandramente é distorcido e apoiado pela grande mídia.






sábado, 10 de maio de 2025

OS PAÍSES NÓRDICOS SÃO COMUNISTAS?

 


Os países nórdicos: Suécia, Noruega, Dinamarca e Finlândia, são frequentemente citados em discussões sobre socialismo, mas essa representação é uma interpretação significativamente equivocada de seus sistemas econômicos e sociais atuais. Esta extensa análise visa dissecar o modelo nórdico em profundidade, revelando sua essência capitalista, o uso sofisticado da receita tributária e as razões sutis por trás de sua rotulagem errônea comum como socialismo.

Repetidamente, os líderes das nações nórdicas declararam seu compromisso com o capitalismo e uma economia de livre mercado, distanciando-se do socialismo. Apesar dessas declarações claras, continua havendo uma tendência recorrente de indivíduos rotularem incorretamente esses países como exemplos de modelos socialistas. Essa rotulação errônea persistente ignora as posições econômicas explícitas que esses países adotaram, levando a uma compreensão distorcida de seus sistemas econômicos reais.

O melhor que você pode fazer é chamá-la de social-democracia baseada no capitalismo.


Mas o que é Social-Democracia?

A social-democracia é uma ideologia política que busca combinar os princípios da democracia com os objetivos da justiça social e da igualdade econômica.

A social-democracia defende a ideia de que a economia deve ser regulada pelo Estado para garantir a justiça social e a igualdade de oportunidades para todos. Isso pode incluir políticas como:

- Regulação da economia para proteger os trabalhadores e o meio ambiente

- Investimento em serviços públicos, como educação e saúde

- Redistribuição de renda e riqueza através de impostos e benefícios sociais

- Proteção dos direitos dos trabalhadores e promoção da negociação coletiva


A social-democracia também defende a democracia participativa e a inclusão de todos os cidadãos no processo político. Isso pode incluir políticas como:

- Fortalecimento da democracia representativa e participativa

- Proteção dos direitos humanos e das liberdades civis

- Promoção da igualdade de gênero, raça e orientação sexual


Diferenças com o Socialismo

A social-democracia é diferente do socialismo em alguns aspectos importantes. Enquanto o socialismo busca abolir a propriedade privada e estabelecer uma economia planificada, a social-democracia busca regular a economia e promover a justiça social dentro do sistema capitalista.

A social-democracia também é diferente do liberalismo, pois enfatiza a importância da intervenção estatal na economia e da proteção dos direitos sociais.

Não são só os Países Nórdicos como Suécia, Noruega, Dinamarca e Finlânida que são Soiais-Democratas, a Alemanha, Canadá e Austrália também são, e não me admira de todos estes países serem lugares bons para se viver.

A questão é que social democracia é, em sua origem, uma variação do socialismo, surgida dentro do movimento operário ainda no século XIX. Hoje em dia, após mais de um século de evolução, essa corrente diverge do socialismo marxista, que busca substituir o sistema econômico capitalista (no qual os meios de produção estão nas mãos de indivíduos) pelo sistema econômico socialista (no qual os meios de produção são coletivizados).

A social democracia aceita o capitalismo, mas busca mitigar os efeitos desse sistema considerados adversos, por meio da política. Para isso, utiliza-se de intervenções econômicas e sociais e promove reformas parciais do sistema ao invés de substitui-lo por inteiro. Esse é um pensamento político atrelado à centro-esquerda e seus principais valores são a igualdade e a liberdade.

No campo político, a social democracia defende as liberdades civis, os direitos de propriedade e a democracia representativa, na qual os cidadãos escolhem os rumos do governo por meio de eleições regulares com partidos políticos que competem entre si.

No campo econômico, a social democracia encontrou nas teorias do economista britânico John Maynard Keynes (1883-1946) a combinação perfeita para aliar os interesses sociais à mitigação de aspectos considerados problemáticos do capitalismo, como crises periódicas e elevado desemprego. Dessa combinação surgiu o Estado de Bem-Estar Social.


CHEIKH ANTA DIOP - PROVA QUE O EGITO É NEGRO

 




Cheikh Anta Diop 1923-1986 foi um polímata senegalês formado em Física, Filosofia, Química, Linguística, Economia, Sociologia, História, Egiptologia, Antropologia, versado em diversas disciplinas como o racionalismo, a dialética, técnicas científicas modernas, arqueologia pré-histórica… Enfim, um homem que estudou as origens da raça humana, e a cultura africana pré-colonial. Ainda hoje ele é considerado como um dos maiores historiadores africanos do século XX. E foram estes conhecimentos que Diop utilizou para dar base à tese que iria defender mais tarde, que fala do Egito antigo, como uma civilização composta por pessoas negras.

Nascido no Senegal, Diop era proveniente de uma família aristocrática (rica) muçulmana Wolof (sendo educado em uma escola islâmica tradicional). Tais dados seriam úteis ao desenvolvimento de sua tese, e o jovem rapaz obteve o grau de bacharel, no Senegal, mudando-se depois para Paris, com intuito de realizar pós-graduação.

Na França o jovem senegalês irá defender uma tese revolucionária, que será rejeitada, pela universidade de Paris, mas, isso não vai deter Diop. Antes de prosseguir, frisa-se que Diop foi o primeiro egiptólogo africano. Certa vez ele afirmou ser “o único Preto Africano de sua geração, a ter recebido formação como um egiptólogo”, e “mais importante”, ele “aplicou esse conhecimento enciclopédico em suas pesquisas sobre a história Africana”.

Em 1954, Anta Diop defende uma tese de que o antigo Egito tinha sido povoado por pessoas negras. A publicação de suas ideias no livro – Unidas nègres et culture – fez dele um dos historiadores mais controversos do seu tempo.

Diop também era político, e a sociedade africana de sua época mostrava um ambiente de veemente busca pela restauração da identidade africana, que se alegava havia sido deformada pela escravidão e colonialismo. Inspirado por grandes nomes como Aimé Césaire, Diop engajou-se nesta luta, mas, sendo ele mesmo um literato, buscou reconstruir a identidade africana, do ponto de vista estritamente científico e sócio- histórico.

Cheik Anta Diop acreditava que a luta pelo renascimento cultural e político da África não teria sucesso sem que se reconhecesse o papel civilizador do continente, que data da antiga civilização egípcia.

Em 1947, Anta Diop iniciou suas investigações linguísticas, sobre o idioma wolof, que passaria a dominar de forma extensa. Em 1960, de volta ao Senegal, ele dirigiu o laboratório de radiocarbono do IFAN (Institut de l’Afriquefondamental Noire). Sem esquecer a imensa gratidão que entretinha por um antigo professor, Frédéric Joliot, que o acolheu em seu laboratório, no College de France. Neste quesito, ele iria desenvolver testes genético, vitais para comprovação de sua tese. O senegalês disse certa vez: “Na prática, é possível determinar diretamente, a cor da pele e, portanto, as filiações étnicas dos antigos egípcios, por análise microscópica, no laboratório”.

Depois disso, Diop publicou sua técnica e metodologia, um teste de dosagem de melanina, em diversas revistas acadêmicas. Ele usou esta mesma técnica, para determinar o teor de melanina das múmias egípcias.

Em 1974, Diop foi um dos cerca de 20 participantes, que estiveram na UNESCO, em um simpósio na cidade do Cairo, onde foi apresentada a sua teoria, para diversos especialistas em egiptologia. O simpósio conseguiu gerar um debate animado sobre o tema, ainda que, sem conseguir gerar consenso, sobre a validade de tais técnicas, em múmias sujeitas aos efeitos de embalsamamento e deterioração ao longo do tempo. Apesar do apoio de alguns especialistas, estas afirmações contundentes de Diop, acerca da população original do Delta do Nilo ser negra, e que tal condição permaneceu até o fim da independência do Egito, foram duramente criticadas por alguns participantes do simpósio. Em todo caso, o trabalho de Diop despertou questões importantes sobre o viés cultural inerente à pesquisa científica.

Diop mostrou de forma indelével e maciça, que os arqueólogos europeus, antes e depois da descolonização, tinham subestimado e continuam a subestimar a possibilidade de civilizações negras da antiguidade terem alcançado tremendo desenvolvimento, séculos antes que os europeus.

Descobertas do arqueólogo suíço Charles Bonnet lançaram luz sobre as teorias de Diop. Elas mostram estreitos laços culturais entre Núbia e o Egito Antigo. E ainda que, isso não implique, necessariamente, numa relação genética, entre estas nações, egiptólogos como F. Yurco notaram que os núbios eram etnicamente mais próximos dos egípcios, e compartilhavam a mesma cultura, no período pré-dinástico, além de usarem a mesma estrutura política. Estes dados são importantes para suas conclusões.

Pode-se dizer que, Cheik anta Diop sabia utilizar muito bem a arte da argumentação. Ele citou autores antigos. Para ilustrar sua teoria de que os antigos egípcios tinham o mesmos traços físicos dos modernos africanos negros (cor da pele, tipo de cabelo), citou, por exemplo, o historiador grego Heródoto. Este (o historiador grego) disse que os Colchians (Cólquida – atual Geórgia ) eram “pretos, com cabelos encaracolados”. Ele usou também sua interpretação de dados antropológicos (tais como o papel do matriarcado), que, somado a dados arqueológicos resultou na inevitável conclusão de que a cultura egípcia era uma cultura africana. Na linguística, ele mostrou, em particular, que o Wolof (falado na África Ocidental, Senegal, Gâmbia, Guiné-Bissau, Mali, República Dominicana, Mauritânia) está relacionada com o antigo idioma egípcio.

Mais tarde, as visões de Diop receberam apoio, e só eram tidas como controversas, possivelmente, por conta do então domínio do racismo científico (que é o uso de técnicas e hipóteses científicas e pseudo-científicas, para apoiar ou justificar a crença na inferioridade/superioridade racial).

Diop castigava estudiosos europeus que postulavam uma evolução separada de diversos tipos de etnias, e que negavam a origem africana do homo sapiens. Hoje sabemos que toda a humanidade é proveniente da África.

Estudiosos como Bruce Trigger condenaram os acadêmicos tendenciosos, ao declarar que os povos da região (incluso Egito) eram todos africanos. Portanto, evidencia-se aqui, a sua desaprovação aos homens responsáveis por dizer quais teses devem ser aprovadas ou rechaçadas nas universidades e revistas cientificas, até porque, os parâmetros utilizados para tal, eram marcados por uma confusão de raça, língua e cultura, e por um racismo que os acompanha. As conclusões de egiptólogos como Frank Yurco, são as de que os egípcios, núbios, etíopes, somalis, etc, eram uma população uniforme, localizada no vale do Nilo.

Sobre uma postagem que fizemos, em 29 de julho de 2015, com o título: “O Legado Roubado – Stolen Legacy (livro)”, temos um ponto interessante, na visão de Diop. Ele sustenta que os gregos aprenderam de uma civilização egípcia superior, e isso não quer dizer que a cultura grega é simplesmente uma derivada do Egito. Ao invés disso, ele vê os gregos como componentes de um “berço do norte”, distintamente crescendo fora de certas condições climáticas e culturais. Tal pensamento, portanto, não é o mesmo que o argumento do “Stolen Legacy”, livro de George James ou o “Black Athena ” de Martin Bernal.

Talvez você pergunte: por que saber tais coisas é importante? Porque o racismo ainda existe, e porque a África é o berço das ciências, mas, é considerada inferior, por versões erradas, propagadas desde as eras de escuridão do darwinismo social. Sugiro então, que você leia a postagem: “A Ciência Não é Branca”, do dia 18 de outubro de 2015, e também a: “Educação imaginativa e histórica – Eurocêntrica”, do dia 18 de agosto de 2015.

Sobre linguistica: Diop dedicou a maior parte de seus estudos para a análise das semelhanças estruturais entre as linguagens modernas africanas, o Wolof e o idioma egípcio antigo. Não abordaremos o assunto para não ficar demasiado cansativo, sugiro então, que você leia a matéria na íntegra, na fonte descrita ao final deste texto.

Sobre genética: as teorias de Anta Diop têm sido apoiadas por um número de estudiosos que mapeiam os genes humanos, por meio de técnicas modernas de análise de DNA. Diop identificou um fenótipo preto, que se estende desde a Índia, Austrália até a África, com semelhanças físicas em termos de pele escura, e uma série de outras características. E por que os traços físicos são importantes? Porque a raça é uma categoria relevante, e fenótipo ou aparência física é o que importa nas relações sociais históricas, explicou Diop. veja:

“Se falar apenas do genótipo, eu posso encontrar um negro que, ao nível de seus cromossomos, está mais perto de um sueco. Mas o que conta, na realidade, é o fenótipo. É a aparência física que conta. Ao longo da história, é o fenótipo que é levado em questão, e não devemos perder de vista este fato. O fenótipo é uma realidade, a aparência física é uma realidade. E este aspecto corresponde a algo que nos faz dizer que a Europa é povoada por pessoas brancas, a África é povoada por pessoas negras, e a Ásia por pessoas amarelas. São essas relações que têm desempenhado um papel na história ” (Cheik Anta Diop).

Quero frisar que, os egípcios da atualidade são uma mistura de povos, e Diop não ignorou essa mistura existente na história egípcia. Ele reconheceu que os antigos egípcios absorveram genes “estrangeiros”, em vários momentos da sua história (o Hyskos por exemplo), mas, considerou que essa mistura não alterou sua etnia essencial.

Sobre o termo raça, o controverso senegalês expressou dúvidas sobre seu conceito. Em um colóquio da UNESCO, em Atenas, em 1981, ele afirmou: “Eu não gosto de usar a noção de raça (que não existe) … Nós não devemos dar uma importância obsessiva a este termo”. Esta perspectiva era diferente de muitos dos escritores brancos contemporâneos. Ele disse: “Pedimos desculpa por voltar às noções de raça; o patrimônio cultural, a relação linguística, conexões históricas entre os povos, e assim por diante; não dou mais importância a estas questões do que eles realmente merecem, no século XX “. Portanto, que não venham à taxa-lo de racista, pois ele repudiava teorias racistas ou de supremacia, argumentando apenas, a favor de uma visão mais equilibrada da história africana.

Saiba mais sobre Cheikh Anta Diop.  Vale a pena!


Fontes:

Jornal Le Monde: https://www.lemonde.fr/afrique/article/2016/11/23/kemtiyu-le-retour-de-cheikh-anta-diop_5036256_3212.html

Wikipedia - A Enciclopédia Livre: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cheikh_Anta_Diop

Site oficial de Diop: http://www.cheikhantadiop.net/

Assista na íntegra a entrevista de Cheikh Anta Diop: https://youtu.be/XpqzEytY4Bc



sexta-feira, 9 de maio de 2025

COMO SURGIRAM OS IDIOMAS?

 




Descubra como surgiram os idiomas? Segundo Charles Darwin, a linguagem surgiu da imitação de sons naturais e de outros animais, associada a gestos e gritos instintivos. Outros cientistas sugerem que os primeiros sons verbais se originaram da tentativa de replicar sons corporais ou da necessidade de coordenar esforços em atividades coletivas, como carregar objetos pesados. 

Na minha humilde opinião, ambos estão certos, na verdade, não podemos confirmar como nasceu a linguagem. Em suma: a linguagem não nasceu de um único evento, mas de uma evolução multifacetada ao longo de milênios.

Muito antes do surgimento das palavras, nossos ancestrais já se comunicavam. Expressões faciais, gestos, sons guturais e até as pinturas rupestres são exemplos de formas pré-linguísticas de transmitir ideias. De fato, a linguagem humana nasce da necessidade de registrar, interagir, compartilhar.

O que diferencia profundamente a linguagem humana da comunicação animal é a capacidade de criar. Um exemplo bem clássico é as frases: 

“Of the King the Power Demanded the Best” - “Pedro abacaxi, acabou Yorkshire” - Siri anda lá na praia suvaco de frango shurianda indecantas nébias". Eu sei que tal frases não querem dizer nada com nada, não tem lé com cré, mas é assim mesmo.  Isso mostra a flexibilidade criativa da nossa fala algo único no reino animal.

Além disso, estas mesmas frases podem ter diferentes significados conforme a entonação, o contexto e a intenção. É essa complexidade que torna o estudo da linguagem tão fascinante e multifacetado.

Com as migrações humanas, guerras e trocas culturais, o Proto-Indo-Europeu se dividiu em diversos troncos linguísticos. Cada povo que surgia ou se deslocava moldava e transformava o idioma que carregava, criando novas línguas e dialetos ao longo do tempo.

Atualmente, existem cerca de 7 mil línguas faladas no mundo. No Brasil, por exemplo, são mais de 200, a maioria de origem indígena. O problema é que cerca de 94% da população mundial fala apenas 10% dessas línguas,  o que significa que a imensa maioria dos idiomas está nas mãos (ou bocas) de uma minoria.


Por que não falamos todos a mesma língua?

Apesar dessas tentativas, criar uma língua globalmente falada esbarra em desafios práticos e políticos. Para a maioria dos países, não faz sentido abandonar seus idiomas nativos em favor de um artificial. O acesso desigual à educação é outro obstáculo enorme. Em países como o Brasil, apenas 1% da população tem fluência em inglês — imagine então a dificuldade em difundir um idioma ainda mais marginal como o Esperanto.

Além disso, há uma beleza inegável na diversidade linguística. Cada língua carrega consigo uma forma única de ver o mundo, de contar histórias, de viver e sentir.


Línguas mortas, línguas artificiais e a busca pela unidade

Entre as línguas que deixaram de ser faladas por comunidades inteiras está o latim — exemplo clássico de uma língua morta. Ainda é estudado, usado em missas, obras literárias e até em feitiços de Harry Potter, mas não é língua materna de ninguém.

Tentativas de criar um idioma universal também já existiram. O caso mais notório é o Esperanto, inventado por Ludwik Zamenhof no século XIX. Com regras simples e vocabulário inspirado em diversas línguas europeias, o Esperanto hoje é falado por cerca de 10 milhões de pessoas em diferentes níveis de fluência. Existem ainda outras tentativas, como o Novial, o Ido e a Interlíngua — todas buscando uma comunicação internacional acessível.

Há também línguas criadas com propósitos artísticos, como o Klingon, da série Star Trek, ou o Nadsat, da obra Laranja Mecânica. Elas provam que a linguagem é também um campo de experimentação cultural.


quinta-feira, 8 de maio de 2025

ILUMINISMO E COMUNISMO

 


É claro que existem diferenças entre o Comunismo e o Iluminismo, pois são conceitos que surgiram em épocas diferentes em contextos diferentes.

O Iluminismo, que ocorreu nos séculos XVII e XVIII, foi um movimento intelectual que enfatizava a razão, a ciência e a liberdade individual. Os pensadores iluministas, como Rousseau, Voltaire e Kant, defendiam a ideia de que a humanidade poderia ser melhorada através da educação, da razão e da liberdade.

O Comunismo, por outro lado, é uma ideologia que surgiu no século XIX, com Karl Marx e Friedrich Engels. O Comunismo defende a ideia de que a propriedade privada e a exploração do trabalho são as causas da desigualdade social e que a solução é a abolição da propriedade privada e a criação de uma sociedade sem classes.

Embora haja algumas conexões entre o Iluminismo e o Comunismo, as duas ideologias têm diferenças significativas em termos de seus princípios e métodos.


Diferenças entre o Iluminismo e Comunismo

O Iluminismo, em sua maioria, defendia o liberalismo econômico e a liberdade de mercado, enquanto o comunismo busca a abolição da propriedade privada e o controle estatal da economia. 

O Iluminismo, em geral, não propôs um sistema político específico, enquanto o comunismo defende a criação de um Estado socialista e, posteriormente, uma sociedade comunista sem Estado. 

O Iluminismo, com sua ênfase na razão individual, pode ser visto como uma filosofia que se concentra no indivíduo, enquanto o comunismo enfatiza a importância da coletividade e da classe trabalhadora. 


Embora o Iluminismo e o Comunismo sejam ideologias diferentes, há algumas conexões entre elas:

1. Influência da Razão e da Ciência: O Iluminismo enfatizava a importância da razão e da ciência para melhorar a sociedade. O Comunismo também se baseia na ideia de que a sociedade pode ser transformada através da aplicação de princípios científicos e racionais.

2. Crítica à Autoridade: O Iluminismo criticava a autoridade absoluta e defendia a liberdade individual. O Comunismo também critica a autoridade e defende a ideia de que a sociedade deve ser organizada de forma mais igualitária e justa.

3. Igualdade e Justiça Social: O Iluminismo defendia a ideia de que todos os seres humanos são iguais e devem ter direitos iguais. O Comunismo também defende a igualdade e a justiça social, mas de forma mais radical, argumentando que a propriedade privada e a exploração do trabalho são as principais causas da desigualdade.


O Iluminismo, com suas ideias de razão, liberdade e igualdade, influenciou o pensamento social, político e econômico que deu origem ao socialismo, inclusive ao comunismo, mas o comunismo diverge em muitos aspectos do Iluminismo. 

O Iluminismo forneceu a base intelectual para as ideias comunistas sobre a possibilidade de construir uma sociedade melhor através da razão e do conhecimento, daí os motivos de vermos os 

esquerdistas controlando todo meio intelectual, como: escolas, faculdades e o corpo psicológico e filosófico. Como também a imprensa e o meio jornalístico, sua influência chegou até no meio do entretenimento, tais como: filmes, novelas, desenhos, séries, etc. Pensamento este, influenciando até o meio religioso e empresarial. 

No lado empresarial por exemplo, temos as pautas ESG surgida em 2004 por exemplo.

No lado religioso, temos as Igrejas Evangélicas inclusivas, que defendem a pauta da Teologia Gay ou Teologia Queer, temos também a forte adesão e aceitação dos religiosos homossexuais no Espiritismo, Umbanda, Quimbanda e Candomblé. 

Até a Igreja Católica reconhece a foça social da questão homossexual, pois o catolicismo teve por 13 anos apoio do Papa Francisco que defendia questões homossexuais, fazendo a ponte entre a Igreja e os Homossexuais.

No lado do entretenimento temos a adesão da cultura Woke nos cinemas, televisão e todo entretenimento.

O comunismo busca realizar os ideais iluministas de igualdade, liberdade e justiça social, mas através de um processo revolucionário e da abolição da propriedade privada. 

A crítica iluminista ao sistema feudal e ao absolutismo influenciou a crítica comunista ao capitalismo e à desigualdade social. 

Embora haja algumas diferenças entre o Iluminismo e o Comunismo, as duas ideologias têm conexões e semelhanças significativas em termos de seus princípios e métodos.


quarta-feira, 7 de maio de 2025

PROVAS DA EXISTÊNCIA DO JESUS HISTÓRICO



Esse negócio de negar a existência de Jesus começou no Iluminismo que nasceu entre os anos de 1700 e 1715 na França. O Iluminismo seria o movimento de esquerda dos dias de hoje.

Os filósofos iluministas Vonet e De Pui, foram um dos primeiros a contestar a existência de Jesus Cristo.

Para se ter uma ideia do quanto a existência de Cristo é rica nas suas fontes, foram analisadas analogamente as biografias de Alexandre, o Grande e as de Jesus Cristo. As duas biografias mais antigas sobre a vida de Alexandre foram escritas por Adriano e Plutarco depois de mais de 400 anos da morte de Alexandre, ocorrida em 323 AC e mesmo assim os historiadores consideram-nas muito confiáveis. Para a maioria dos historiadores, nos primeiros 500 anos, a história de Alexandre ficou quase intacta. Portanto, comparativamente, é insignificante saber que os evangelhos foram escritos 60 ou 30 anos (isso no máximo) depois da morte de Jesus e esse tempo seria insuficiente para se mitificar uma pessoa.


Iluminismo

Antes do Iluminismo não temos relatos registrados de alguém negando a existência física de Jesus.

Após sua morte, seus próprios inimigos odiavam sua mensagem e seus discípulos, estes eram perseguidos sem dó, pena ou misericórdia, diziam que seus pregadores eram mentirosos, inventores de uma nova religião, seita e superstição, mas não diziam que Jesus nunca existiu.

Bruno Bauer filósofo alemão que viveu de 1809-1882, portanto, 72 anos. Ele era da escola Racionalista, que é uma corrente do Iluminismo, também defendia a "não existência de Jesus Cristo".

E olha que interessante, Bruno Bauer foi professor de Karl Marx! 

De 1839 a 1841, Bauer foi professor, mentor e amigo próximo de Karl Marx , mas em 1841 eles romperam. Marx, com Friedrich Engels , formulou um programa socialista e comunista que Bauer rejeitou firmemente. Marx e Engels, por sua vez, expressaram sua ruptura com Bauer em dois livros: A Sagrada Família 1845 e A Ideologia Alemã 1846.

E quem defendia a não existência de Jesus Cristo em seus discursos comunistas? Isso mesmo, Karl Marx. E da mesma proporção que crescia a pregação da não existência de Jesus Cristo, aumentava também o comunismo. Olha que interessante!

Não estou defendendo ou condenando um Estado Ateu, nem a existência ou inexistência do Sistema Religioso, pois Jesus Cristo não tem nada a ver com o sistema religioso.

Mas é fato que, esse negócio de Jesus Cristo não existir, vem do século XVIII com o advento do Iluminismo surgido na Europa, e com o nascimento do Iluminismo, temos de lambuja o Comunismo, que é a continuação do Iluminismo só que às avessas.

Eu concordo que o Iluminismo lutava contra a Igreja Católica e contra as Igrejas Evangélicas que eram advindas da Reforma Religiosa. Mas não tem como misturar uma pessoas com um segmento sistemático religioso, pois Jesus e o Sistema Religioso são por si próprios, antagônicos.


Judeus

Os próprios Judeus que odeiam a Cristo, nunca disseram que ele nunca tenha existido, a própria Religião Judaica não nega a existência de Jesus, como o próprio Talmud, Jesus é xingado, desvalorizado pela religião Judaica, mas nunca negado sua existência.

A própria história do Judaísmo, é visto que Jesus é ridicularizado, mas nunca negado sua existência, vemos isso no próprio livro de Atos dos Apóstolos, onde os religiosos judaicos perseguem os discípulos, detestam as mensagens de Cristo, rebaixam o movimento a uma mera seita de idólatras e de pessoas mal caráter, mas não negam a existência de Jesus Cristo.


Epístolas Autênticas de Paulo

Primeira aos Tessalonicenses, Filipenses, Primeira aos Coríntios, Segunda aos Coríntios, Gálatas e Romanos. Menos a carta a Filemon.

Além de termos os evangelhos apócrifos, por exemplo, o evangelho de Tomé que fala sobre Jesus.

A primeira escritura do Novo Testamento é a Epístola de Paulo aos irmãos que moravam na cidade de Tessalônica, como é conhecida, é a Carta aos Tessalonicenses, não foram os Evangelhos a serem escritos primeiro. A carta aos Tessalonicenses foi provavelmente escrita por volta de 50-51 d.C., durante a segunda viagem missionária de Paulo, enquanto este se encontrava em Corinto. A segunda carta aos Tessalonicenses foi escrita pouco tempo depois, possivelmente em 51 d.C., também em Corinto.

O próprio Paulo deve ter nascido por volta dos anos 5 a 10 d.C., em Tarso, na Cilícia (atual Turquia), ele próprio era um contemporâneo de Cristo. É fato que primeiramente ele era um árduo e temido perseguidor dos seguidores de Cristo, nem ele, quando perseguidor temível e terrível, ousou em negar a existência de Jesus Cristo.

Em sua primeira carta aos moradores de Tessalônica ou I Tessalonicenses, ele escreve que os Judeus são inimigos dos discípulos de Cristo, o seguidores da religião judaica fazem inúmeras acusações contra os Cristãos, mas não é mencionada na carta que os Judeus negaram a existência de Jesus Cristo.


Flávio Josefo

Historiador judeu 37-95, escreveu: "Por essa época apareceu Jesus, homem sábio, se é que há lugar para o chamarmos homem. Porque Ele realizou coisas maravilhosas, foi o mestre daqueles que recebem com júbilo a verdade, e arrastou muitos judeus e gregos. Ele era o Cristo. Por denúncia dos príncipes da nossa nação, Pilatos condenou-o ao suplício da Cruz, mas os seus fiéis não renunciaram ao amor por Ele, porque ao terceiro dia ele lhes apareceu ressuscitado, como o anunciaram os divinos profetas juntamente com mil outros prodígios a seu respeito. Ainda hoje subsiste o grupo que, por sua causa, recebeu o nome de cristãos" (Antiguidades Judaicas, XVIII, 63a).

Flávio Josefo também relata: "(O sumo sacerdote) Hanan reúne o Sinedrim em conselho judiciário e faz comparecer perante ele o irmão de Jesus cognominado Cristo (Tiago era o nome dele) com alguns outros" (Flavio Josefo, Antiguidades Judaicas, XX, p.1, apud Suma Católica contra os sem Deus, dirigida por Ivan Kologrivof. Ed José Olympio, Rio de Janeiro 1939, p. 254). E mais adiante, no mesmo livro, escreveu Flávio Josefo: "Foi naquele tempo (por ocasião da sublevação contra Pilatos que queria servir-se do tesouro do Templo para aduzir a Jerusalém a água de um manancial longínquo), que apareceu Jesus, homem sábio, se é que, falando dele, podemos usar este termo -- homem. Pois ele fez coisas maravilhosas, e, para os que aceitam a verdade com prazer, foi um mestre. Atraiu a si muitos judeus, e também muitos gregos. Foi ele o Messias esperado; e quando Pilatos, por denúncia dos notáveis de nossa nação, o condenou a ser crucificado, os que antes o haviam amado durante a vida persistiram nesse amor, pois Ele lhes apareceu vivo de novo no terceiro dia, tal como haviam predito os divinos profetas, que tinham predito também outras coisas maravilhosas a respeito dele; e a espécie de gente que tira dele o nome de cristãos subsiste ainda em nossos dias". (Flávio Josefo, História dos Hebreus, Antiguidades Judaicas, XVIII, III, 3 , ed. cit. p. 254). (1, pg. 311 e 3).


Talmud

O próprio Talmud não fala que Jesus Cristo não existiu, os 63 tratados em hebraico e aramaico que compõe o Talmud, tem-se algumas passagens sobre um tal Yeshu, que muitos interpretam como sendo Jesus, e esse Yeshu é muito mal falado no Talmud, mas não vemos os 63 tratados do Talmud negando a existência de Yeshu.

O que os escritores rabínicos do Talmud fazem é escrever argumentações blasfêmias, ofensas e todo xingamento contra Yeshu (Jesus), mas estas argumentações são escárnios e menções pejorativas contra Cristo, mas não contra sua existência, ou seja, o Talmud não nega a existência de Cristo, ele afirma a existência de Cristo, ele escarneia Jesus, mas não rejeita sua existência.


Manuscritos do Mar Morto

Os MM são uma grande quantidade de documentos encontrados em várias cavernas próximas ao Mar Morto, na Palestina. Foi provavelmente em 1947 que surgiram os primeiros deles numa caverna em Wadi Qumran, situada nas escarpas ocidentais do norte desse mar. Depois disso, foram achados outros tantos fragmentos de rolos de papiro e até livros inteiros, como o de Isaías. Paul Frischauer escreveu o seguinte em seu livro Está Escrito – Documentos que Assinalaram Épocas (p. 105) sobre o Rolo de Isaías: “O texto mais antigo em língua hebraica, o Rolo de Isaías, encontrado em 1947 em Ain Fekskha, no Mar Morto, provém de uma época ao redor do ano 100 antes da nossa era. Seu conteúdo confere, palavra por palavra, com os trechos textuais correspondentes do Códex Petropolitanus, escrito no ano 916 da nossa era e que, antes do achado de Isaías, era tido como o mais antigo original em língua hebraica do Velho Testamento.”

A esse acervo de documentos deu-se o nome de Manuscritos do Mar Morto. E “os Manuscritos do Mar Morto são, talvez, o acontecimento arqueológico mais sensacional do nosso tempo!”[1] Os estudos demonstraram que esses manuscritos foram escritos no período que vai do século 2 a.C. até o século 2 d.C., portanto, cerca de duzentos anos antes do tempo de Jesus Cristo, e cerca de 1000 anos antes da cópia mais antiga até então.

Esse fato é, também, confirmado pelo pesquisador Hugh J. Schonfield, no livro A Bíblia Estava Certa – Novas Luzes Sobre o Novo Testamento. Ali, na página 39, o autor diz: “Quando os pergaminhos do Mar Morto foram desencavados de uma gruta em Khirbet Qumran, lá pelas margens do noroeste daquele mar, o primeiro de todos a ser desenrolado e examinado em Jerusalém, em 1948... era precisamente um dos livros, ou rolos, do profeta Isaías. Perpassou por todo o orbe um calafrio ao fazer-se saber que esse manuscrito datava de cerca de 100 anos antes de Cristo. Era um milênio mais antigo do que qualquer cópia conhecida.” O manuscrito mais antigo, no entanto, é um fragmento do livro de Samuel, do ano 225 a.C., achado na caverna número 4.

A datação do edifício principal de Khirbet Qumran foi facilitada pelo fato de que muitas moedas foram ali achadas. Como de Vaux observou, “as datas são confirmadas [também] pela cerâmica em diferentes partes do edifício” (Citado por S. J. Schwantes, em Arqueologia, p. 135).

Já foram encontrados fragmentos de todos os livros da Bíblia, exceto Ester. E o fato de que há somente variações mínimas entre o texto dos manuscritos de Qumran e o texto tradicional do Antigo Testamento, testemunha do cuidado extremo com que o texto hebraico foi transmitido de geração em geração. “As variações têm que ver em geral com ortografia, divisão de palavras e substituição de uma palavra por um sinônimo, etc., mas não afetam o sentido fundamental do texto” (Ibidem, p. 136).

Durante alguns anos, a tradução dos manuscritos permaneceu restrita a um reduzido número de especialistas, o que trouxe algumas suspeitas. Felizmente, em novembro de 1991 a biblioteca Huntington, da Califórnia, acabou com as especulações, tornando públicas fotocópias de todos os fragmentos. Com isso, a exclusividade sobre o material trancafiado em Jerusalém perdeu o sentido. Venceu a transparência.

No livro Para Compreender os Manuscritos do Mar Morto (Ed. Imago, 1993), à página 150, Frank Moore Cross afirma que “Willian Foxwell Albright, o mais notável arqueólogo especializado em Oriente Próximo e epigrafista hebraico da sua geração, imediatamente saudou o achado como a maior descoberta de manuscritos dos tempos modernos”.

E esses manuscritos, “longe de apontar contradições oriundas de copistas descuidados ou erros que empanassem a verdade do Livro de Deus, confirmaram tudo o que se encontra na nossa Bíblia hoje”. “Graças aos rolos do Mar Morto, reaprendemos a ler o Antigo e o Novo Testamentos. O próprio Jesus, com Suas reações frente a temas tão diversos quanto a pureza, a monogamia, o divórcio, torna-Se mais compreensível. Porque os textos evangélicos reencontraram um pano de fundo histórico, um país, um território.”[3] “Os famosos Manuscritos do Mar Morto trouxeram tantas evidências em favor da exatidão das cópias da Bíblia que possuíamos, que as críticas feitas às Escrituras Sagradas perderam completamente sua razão de ser e algumas delas caíram até no ridículo.


Didaquê 

Também conhecido como Instrução dos Doze Apóstolos ou Doutrina dos Doze Apóstolos.

É um manual de instrução cristã primitiva que contém algumas citações e referências sobre Jesus. Ela não é uma coleção de citações diretas de Jesus, mas sim um texto que se baseia nos ensinamentos e exemplo de Jesus para guiar a vida dos cristãos.  É um dos textos mais antigos da literatura cristã não canônica. 

São escritos anteriores a destruição do templo de Jerusalém, entre os anos 60 e 70 d.C. Outros estimam que foi escrito entre os anos 70 e 90, contudo são coesos quanto a origem sendo na Judeia ou Síria. 

A Didaquê foi descoberta em 1873 pelo grego Filoteu Bryennios, em um manuscrito do século XI. Desde então, tem sido objeto de estudo e debate entre os estudiosos da Bíblia e da história do cristianismo.


Documentos de Escritores Romanos 110-120

Tácito por volta do ano 116, falando do incêndio de Roma que aconteceu no ano 64, apresenta uma notícia exata sobre Jesus, embora curta: "Um boato acabrunhador atribuía a Nero a ordem de pôr fogo na cidade. Então, para cortar o mal pela raiz, Nero imaginou culpados e entregou às torturas mais horríveis esses homens detestados pelas suas façanhas, que o povo apelidava de cristãos. Este nome vêm-lhes de Cristo, que, sob o reinado de Tibério, foi condenado ao suplício pelo procurador Pôncio Pilatos. Esta seita perniciosa, reprimida a princípio, expandiu-se de novo, não somente na Judéia, onde tinha a sua origem, mas na própria cidade de Roma" (Anais XV,44).


Plínio o Jovem, Governador romano da Bitínia (Asia Menor), escreveu ao imperador Trajano, em 112: "...os cristãos estavam habituados a se reunir em dia determinado, antes do nascer do sol, e cantar um cântico a Cristo, que eles tinham como Deus" (Epístolas, I.X 96).


Suetônio, no ano 120, referindo-se ao reinado do imperador romano Cláudio (41-54), afirma que este "expulsou de Roma os judeus, que, sob o impulso de Chrestós (forma grega equivalente a Christós), se haviam tornado causa frequente de tumultos" (Vita Claudii, XXV). Esta informação coincide com o relato de Atos 18,2 ("Cláudio decretou que todos os judeus saíssem de Roma"); esta expulsão ocorre por volta do ano 49/50. Suetônio, mal informado, julgava que Cristo estivesse em Roma, provocando as desordens.


Tertuliano 155-220 d.C.

Escritor latino. Seus escritos constituem importantes documentos para a compreensão dos primeiros séculos do cristianismo. Ele escreveu: "Portanto, naqueles dias em que o nome cristão começou a se tornar conhecido no mundo, Tibério, tendo ele mesmo recebido informações sobre a verdade da divindade de Cristo, trouxe a questão perante o Senado, tendo já se decidido a favor de Cristo...".


Existências de: Pilatos, Caifás (ossário de Caifás)...


Nenhum personagem fora tanto escrutinado como o homem de Nazaré; cientistas, arqueólogos, paleontólogos, antropólogos, historiadores, sociólogos, psicólogos, teólogos, ateus, agnóstico... Enfim, todos querem comentar sobre esse personagem chamado Jesus! Uns para abordar sua importância sociológica e o teor de suas mensagens, outros para absorver sua teologia e ensinamentos. Entretanto, os que mais chamam atenção e batem recordes de vendas de livros e revistas, são aqueles que querem desmistificar o homem Jesus ou aqueles que arvoram a não existência do Cristo. A mídia atual sabe que, apesar da morte de Deus ter sido anunciada pelos iluministas, o mundo está cada vez mais voltado à religiosidade e ao espiritualismo, por isso as abordagens sobre o tema se tornam cada vez mais acirradas e controvertidas.

Um desses autores que tem batido recordes de vendas é a escritora K. Armstrong, ela afirma o seguinte sobre a existência de Jesus:

"Sabemos muito pouco sobre Jesus. O primeiro relato mais abrangente sobre sua vida aparece no evangelho segundo Marcos, que só foi escrito por volta do ano 70, cerca de 40 anos depois de sua morte. Aquela altura, os fatos históricos achavam-se misturados a elementos míticos... É esse significado, basicamente, que o evangelista nos apresenta, e não uma descrição direta e confiável".

E tem mais, embora os Gathas de Zoroastro, que datam de 1000 a.C., sejam consideradas autênticas, a maior parte das escrituras do zoroastrismo só foram postas por escrito no século III d.C. A biografia Persa mais popular de Zoroastro foi escrita em 1278 d.C. Os escritos de Buda, que viveu no século VI a.C., só foram registrados depois da era cristã. A primeira biografia de Buda foi escrita no século I d.C. Embora as palavras de Maomé (570-632 d.C.) estejam registradas no Alcorão, sua biografia só foi escrita em 767 d.C., mais de um século depois de sua morte. Portanto, o caso de Jesus não tem paralelo, e é impressionante o quanto podemos aprender sobre ele fora do Novo Testamento... Ainda que não tivéssemos nenhum dos escritos do Novo Testamento e nenhum outro livro cristão, poderíamos ter um prisma nítido do homem que viveu na Judéia no século I. Saberíamos, em primeiro lugar, que Jesus era um professor judeu; segundo, muitas pessoas acreditavam que ele curava e fazia exorcismos; terceiro, algumas acreditavam que ele era o Messias; quarto, ele foi rejeitado pelos líderes judeus; quinto, foi crucificado por ordem de Pöncio Pilatos durante o reinado de Tibério; sexto, apesar de sua morte infame, seus seguidores, que ainda acreditavam que ele estivesse vivo, deixaram a Palestina e se espalharam, assim é que havia muitos deles em Roma por volta de 64 d.C.; sétimo, todo tipo de gente, da cidade e do campo, homens e mulheres, escravos e livres, o adoravam como se ele fosse Deus. Sem dúvida a quantidade de provas corroborativas extrabíblicas é muito grande. Com elas, podemos não somente reconstruir a vida de Jesus sem termos de recorrer à Bíblia como também ter acesso à informação sobre Cristo por meio de um material mais antigo do que os próprios evangelhos. (Adaptado de 7 pg. 113 e 114).


Sua Divindade e Milagres

A questão da divindade de Jesus e sobre dos atos milagrosos que supostamente ele tenha feito, nem pode ser objeto de estudos, pois não se consegue provar nada sobre estas questões. E nem está caracterizado no caráter das ciências e estudos humanos tais coisas. 

Mas não é possível negar que não tenha existido um homem chamado Jesus que pregou uma forma diferente e especial sua mensagem. 

Não posso provar o Jesus Deus, nem provar o Jesus Milagreiro, mas posso concluir com a absoluta razão que o Jesus com tais feitos de prédica e eloquência e sabedoria, realmente existiu.


Odiar Jesus Cristo, Ok, mas negar que ele não existiu, ai já é chutar o pau da barraca.

Como também não dá para provar que Pitágoras existiu, Sócrates é outro personagem histórico que não se tem prova de sua existência, Homero, Aleijadinho, Shakespeare, Papisa Joana, Confúcio, Guilherme Tell, etc.


segunda-feira, 5 de maio de 2025

OS ISRAELITAS SÃO CANANEUS

 



Uma equipe interdisciplinar da Universidade Hebraica de Jerusalém extraiu e analisou o DNA dos restos mortais de 73 indivíduos enterrados entre os 1500 anos em que os cananeus viveram em cinco locais específicos espalhados pelo território de Israel e Jordânia.

"Os cananeus, embora vivessem em diferentes cidades-estados, eram cultural e geneticamente semelhantes", afirmou a especialista em DNA da Universidade Hebraica de Jerusalém, Liran Carmel. Durante a Idade do Bronze, o povo, hoje quase misterioso, foi vencido pelos israelitas.

Além disso, os pesquisadores compararam essas amostras com as de indivíduos modernos. Eles descobriram que muitos grupos árabes e judeus que atualmente vivem na região têm mais da metade do seu DNA em semelhança com o antigo povo cananeu.

 “Alguém poderia analisar 'cananeus' em oposição a indivíduos 'israelitas'. A Bíblia afirma que estes são grupos distintos e antagônicos, mas há razões para acreditar que eles estavam intimamente relacionados”, explicou a arqueóloga Mary Ellen Buck.

Análise de DNA, de corpos encontrados em vários locais, explica mais da metade da ancestralidade. Após examinar o DNA de 93 corpos recuperados em sítios arqueológicos ao redor do sul do Levante, a terra de Canaã na Bíblia, pesquisadores concluíram que as populações modernas da região são descendentes dos antigos cananeus. A maioria dos grupos judaicos modernos e os grupos de língua árabe da região apresentam pelo menos metade de sua ancestralidade como cananeus.

No estudo , publicado na Cell em maio de 2020, os pesquisadores explicam que usaram análises de DNA existentes de 20 indivíduos, de locais em Israel e no Líbano, e então adicionaram mais 73, pegando DNA dos ossos de indivíduos encontrados em Tel Megiddo, Tel Abel Beth Maacah e Tel Hazor (norte de Israel), Yehud (centro de Israel) e Baq'ah (centro da Jordânia). Ao primeiro eliminar indivíduos intimamente relacionados a outros indivíduos na amostra, então comparando as 62 amostras de DNA restantes com um conjunto de dados de 1.663 indivíduos modernos, eles foram capazes de estabelecer o elo genético com as populações modernas. Os grupos étnicos que ainda vivem onde Canaã dominou, ou daquela área antes de se mudarem para outro lugar, são em grande parte descendentes dos cananeus.

A cultura cananeia era dominante no Levante Meridional durante a Idade do Bronze (3.500-1.200 a.C.). Com o início da Idade do Ferro I, as cidades-estados cananeias desapareceram. Os israelitas se autoidentificaram como um grupo separado. Como especula Volkmar Fritz em Israelites and Canaanites , os israelitas podem ter formado arranjos de vida distintos, estabelecendo pequenas aldeias em terras periféricas não previamente povoadas e vivendo principalmente em casas de quatro cômodos. Por fim, os israelitas formaram os estados de Israel e Judá, enquanto outros estados bíblicos, Amon, Moabe, Aram-Damasco e cidades-estados fenícias, surgiram. Hoje, a região consiste em Israel, Líbano, Jordânia, Autoridade Palestina e sudoeste da Síria.

O estudo em Cell não apenas estabelece que os antigos israelitas eram descendentes dos cananeus, mas também estabelece que o povo cananeu nas diferentes cidades-estados do sul do Levante, e ao longo de um período de 1.500 anos, era um povo geneticamente coeso.


SHAHAR - IRMÃO GÊMEO DE HALIM

 

Kothar-wa-Khasis



Shahar "Amanhecer" é um deus da religião ugarítica e cananéia mencionado pela primeira vez em inscrições encontradas em Ugarit (hoje Ras Shamra, Síria).

William F. Albright identificou Shalim como o deus do crepúsculo e Shahar como o deus do amanhecer. 

Shahar e Salim são os filhos gêmeos de El. Como marcadores do amanhecer e do anoitecer, Shahar e Shalim também representavam a estrutura temporal do dia.

Os nomes Shahar e Shalim são masculinos, e parece que os deuses também são.


Hebraico

Sutton afirma recentemente que a palavra שחר é usada 43 vezes no Tanakh. Incluindo 23 como substantivo (amanhecer, amanhã, estrela da manhã), 6 como adjetivo (negro), 12 como verbo piʿel ("buscar, desejar") ou qal ("tornar-se negro" ou "ter a intenção de"). "Isso indica que, dentro da etimologia de שחר na Bíblia Hebraica, ele é usado principalmente como substantivo primário (às vezes) descritivo do deus ou deusa Shachar." 


Árabe

Em árabe, a palavra saḥar refere-se ao período que antecede o amanhecer e vem da mesma raiz semítica. Essa raiz também é visível em suḥūr, a refeição que os muçulmanos comem antes do amanhecer durante o Ramadã.


Etimologia

O hebraico šaḥar é um substantivo primário. O acádio šēru (m) II e a forma dialetal assíria šiāru (m), que significa 'manhã', argumentam contra uma derivação verbal, uma vez que a forma substantiva pirâs gera apenas substantivos primários. Além disso, o antigo árabe do sul śaḥar , que significa "amanhecer, alvorada", não sugere uma forma causativa. Variações encontradas em Qumran incluem o hebraico médio šaḥar (1QH4:6: kšḥr, 'como o amanhecer'; 11QPsa 26:11: estabelecimento do amanhecer [kwn hiphil]; 4Q487 36,1 lšḥr , incerto); o aramaico judaico šaḥarā , 'amanhecer da manhã, manhã cedo'; Moabita (feminino) šḥrt , compare mbqʽ hšḥrt , 'do amanhecer'; ugarítico šḥr , 'amanhecer, amanhecer', e šḥr par. qdm , 'vento leste'; šḥr ʽlmt , 'desta manhã até a eternidade'; bem como os deuses gêmeos šḥr wšlm , 'estrela da manhã e da tarde', e ʽm šḥr wšlm šmmh , 'para šḥr e šlm no céu'; árabe saḥar , 'tempo antes do amanhecer, manhã cedo, amanhecer'. O antigo deus árabe Saḥar , 'amanhecer, amanhecer', é representado em relevos com o símbolo da cabeça do dragão.


Teofóricos

A forma šaḥar também aparece como um nome divino em nomes pessoais, incluindo o ugarítico ìlšḥr " šḥr é (meu) deus"; o fenício ʽbdšḥr, šḥrbʽl, o hebraico אחישחר ("irmão de Shahar") e שחריה ("Yahweh é Shahar.") 


Fontes

Tanakh

"Traços" da divindade podem ser encontrados no cânon; HALOT 9524 nomeia Isaías 14:12, Salmo 139:9, Jó 3:9 e 41:10.


Isaías 14:12–15

Isaías 14: 12-15 foi a origem da crença de que Satanás era um anjo caído , que também poderia ser chamado de Lúcifer. Refere-se à ascensão e desaparecimento da estrela da manhã Vênus na frase "Ó Brilhante, filho do Amanhecer!" (Hebraico : הֵילֵל בֶּן־שָׁחַר , romanizado :  Hēlēl ben Shāḥar, lit.  'exaltado, filho de Shāḥar', traduzido como Lúcifer na Vulgata e preservado nas primeiras traduções inglesas da Bíblia.) 

Esta compreensão de Isaías 14:12–15 parece ser a interpretação mais aceita no Novo Testamento , bem como entre os primeiros cristãos , como Orígenes , Eusébio , Tertuliano e o Papa Gregório I.  Pode ser considerada uma "remitologização" cristã de Isaías 14 , já que o versículo originalmente usou a religião cananeia para construir sua imagem da arrogância de um governante histórico, "o rei da Babilônia" em Isaías 14:4. 


O papel de Vênus como estrela da manhã foi assumido por ʿAṯtar , neste caso referido como "filho de Shāḥar". A referência a Shāḥar permanece enigmática para os estudiosos, que têm uma ampla gama de teorias sobre a estrutura mitológica e fontes para a passagem em Isaías. 


Ugarit

KTU 1,23

A concepção e o nascimento de Šaḥar-w-Šalim encontram-se aqui. A história cabe perfeitamente em uma única tábua.

Há uma breve invocação dos deuses. Um mt w šr  junta-se e parece colher uvas com um "cajado de viuvez". Pardee abre espaço para sugestões de outros sobre imagens de circuncisão.

Há outra invocação. Duas mulheres, aparentemente adoradoras humanas, seduzem El. Ele as seduz, após um ritual de caça no qual assa um pássaro que atirou no ar. Com o tempo, elas dão à luz Šaḥar-w-Šalim, a quem a deusa amamenta. Famintas, elas devoram as aves do céu e os peixes do mar.


RS 24.244 (KTU 2 1.100) Liturgia ugarítica contra répteis venenosos

"Mensagem para Šaḥru-wa-Šalimu 

Ela chama novamente sua mãe Šapšu :

Mãe Šapšu, leve uma mensagem

para Šaḥru-wa-Šalimu nos céus:20

Meu encantamento para picada de serpente,

para o veneno da serpente escamosa:

Destrua, ó encantador,

dela expulsa o veneno.

Então ele amarra a serpente,

alimenta a serpente escamosa,

puxa uma cadeira e senta-se."


O VERDADEIRO NOME DE JERUSALÉM



O nome Jerusalém não significa exatamente Cidade de Paz como se ensina nos currais religiosos, é muito mais profundo que isso.

Shalim - Šalām - Shalem, é o verdadeiro nome de Jerusalém, em latim romanizado é ŠLM [Obs: todo o S que tiver um acento (Š) lê-se com som de X ou Ch]. Shalim - Šalām - Shalem é o nome de um deus da religião Cananeia, mencionado em inscrições encontradas em Ugarit (hoje Ras Shamra, Síria). William F. Albright identificou Shalim como o deus do crepúsculo e Shahar como o deus do amanhecer. No Dicionário de Divindades e Demônios na Bíblia, Vênus é representada por Shalim como a Estrela da Tarde e Shahar como a Estrela da Manhã. Seu nome deriva da raiz semítica triconsonantal Š-LM ("inteiro, seguro, sólido, paz").

Um mito ugarítico conhecido como "Os Deuses Graciosos e Mais Belos" descreve Shalim e seu irmão Shahar como descendentes de El, por meio de duas mulheres que ele conhece na praia. Ambos são amamentados pela "Senhora", provavelmente Asherah, e têm apetites tão grandes quanto "(um) lábio voltado para a terra e (um) lábio voltado para o céu". Em outros textos ugaríticos, os dois são associados à deusa do sol. 

Outra inscrição é uma frase repetida três vezes em um texto para mitológico: "Deixe-me invocar os deuses graciosos, os deuses vorazes de ym ". Ym na maioria das línguas semíticas significa "dia", e Shalim e Shahar, divindades gêmeas do crepúsculo e do amanhecer, foram concebidos como seu começo e fim, ou seja, o Alpha e o Ômega.

Shalim também é mencionado separadamente nas listas de deuses ugaríticos e formas de seu nome também aparecem em nomes pessoais, talvez como um nome divino ou epíteto. 

O deus Shalim pode ter sido associado ao crepúsculo e à estrela da tarde nos sentidos etimológicos de uma "conclusão" do dia, "pôr do sol" e "paz".

O nome Shalim é o cognato original do nome Sumeriano Utu (deus do sol) que os acadianos chamavam esse deus de Shamash (deus do sol), é do nome Shamash que vem o nome Shalim e posteriormente Yerushalam ou Jerusalém. 

O nome Shalom vem do nome do deus cananeu Shalim, deus do crepúsculo, deus do amanhecer, deus do primeiro raio de sol deus do começo do dia, o deus trazendo a paz e a luz.

Os nomes Utu em Sumério, Shamash em Acádio e Shalim em Ugarítico ou Cananeu quer dizer luz, e a luz traz conhecimento, e o conhecimento traz a paz, daí o nome Jerusalém ser a cidade da Paz, de onde vem o nome Shalom que é um deus ugarítico da Luz (Sol) e Paz. Lembrando que antes, o nome Jerusalém ou Rušalimum ou Urušalimum que aparece nos achados do Antigo Egito é a primeira referência a Jerusalém. Os gregos adicionaram o prefixo Hiero ("sagrada") e chamaram de Hierosolyma. Para os Árabes, Jerusalém é Al-Quds ("A Sagrada"). Foi chamada de Jebus (Yevus) pelos jebusitas. "Tzion" inicialmente se referiu a parte da cidade, mas depois passou a significar a cidade como um todo. Durante o reinado de David, ficou conhecida como Yir David (a cidade de Davi). Que vem do prefixo Yeru derivado de Yireh, de onde Yeru-Shalem quer dizer cidade de Paz. 

O nome "Yerushalayim" é composto por "Yeru" e "Shalem". "Yeru" é uma derivação de "Yerushalayim",  que é o nome da cidade em hebraico. "Shalem" significa "completo" ou "perfeito". Portanto, a cidade é muitas vezes interpretada como "cidade da paz" ou "cidade daquele que é perfeito". 


Povos Cananeus

No passado, os Cananeus foram os Filisteus, Amoritas (Amorreus), Heveus (Hititas), Sidônios, Gigarseu (Gargares ou Albaneses) Arqueus (Fenícios) Sin ou Sineus, Zemareus, Hamateus, Arvadeu, Jebuseus que foram um dos moradores de Jerusalém.

Gênesis, 10:15–19: "Canaã gerou a Sidom, seu primogênito, e Hete, e ao jebuseu, o amorreu, o girgaseu, o heveu, o arqueu, o sineu, o arvadeu, o zemareu e o hamateu. Depois se espalharam as famílias dos cananeus. Foi o termo dos cananeus desde Sidom, em direção a Gerar, até Gaza; e daí em direção a Sodoma, Gomorra, Admá e Zeboim, até Lasa."

E por fim, os Hebreus, pois os Hebreus também pertenciam ao povo Cananaeu.

Nos dias atuais os Cananeus são os: Palestinos, Libaneses, Sírios, Jordanianos, Iraquianos, Drusos e os Judeus.