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quarta-feira, 7 de maio de 2025

PROVAS DA EXISTÊNCIA DO JESUS HISTÓRICO



Esse negócio de negar a existência de Jesus começou no Iluminismo que nasceu entre os anos de 1700 e 1715 na França. O Iluminismo seria o movimento de esquerda dos dias de hoje.

Os filósofos iluministas Vonet e De Pui, foram um dos primeiros a contestar a existência de Jesus Cristo.

Para se ter uma ideia do quanto a existência de Cristo é rica nas suas fontes, foram analisadas analogamente as biografias de Alexandre, o Grande e as de Jesus Cristo. As duas biografias mais antigas sobre a vida de Alexandre foram escritas por Adriano e Plutarco depois de mais de 400 anos da morte de Alexandre, ocorrida em 323 AC e mesmo assim os historiadores consideram-nas muito confiáveis. Para a maioria dos historiadores, nos primeiros 500 anos, a história de Alexandre ficou quase intacta. Portanto, comparativamente, é insignificante saber que os evangelhos foram escritos 60 ou 30 anos (isso no máximo) depois da morte de Jesus e esse tempo seria insuficiente para se mitificar uma pessoa.


Iluminismo

Antes do Iluminismo não temos relatos registrados de alguém negando a existência física de Jesus.

Após sua morte, seus próprios inimigos odiavam sua mensagem e seus discípulos, estes eram perseguidos sem dó, pena ou misericórdia, diziam que seus pregadores eram mentirosos, inventores de uma nova religião, seita e superstição, mas não diziam que Jesus nunca existiu.

Bruno Bauer filósofo alemão que viveu de 1809-1882, portanto, 72 anos. Ele era da escola Racionalista, que é uma corrente do Iluminismo, também defendia a "não existência de Jesus Cristo".

E olha que interessante, Bruno Bauer foi professor de Karl Marx! 

De 1839 a 1841, Bauer foi professor, mentor e amigo próximo de Karl Marx , mas em 1841 eles romperam. Marx, com Friedrich Engels , formulou um programa socialista e comunista que Bauer rejeitou firmemente. Marx e Engels, por sua vez, expressaram sua ruptura com Bauer em dois livros: A Sagrada Família 1845 e A Ideologia Alemã 1846.

E quem defendia a não existência de Jesus Cristo em seus discursos comunistas? Isso mesmo, Karl Marx. E da mesma proporção que crescia a pregação da não existência de Jesus Cristo, aumentava também o comunismo. Olha que interessante!

Não estou defendendo ou condenando um Estado Ateu, nem a existência ou inexistência do Sistema Religioso, pois Jesus Cristo não tem nada a ver com o sistema religioso.

Mas é fato que, esse negócio de Jesus Cristo não existir, vem do século XVIII com o advento do Iluminismo surgido na Europa, e com o nascimento do Iluminismo, temos de lambuja o Comunismo, que é a continuação do Iluminismo só que às avessas.

Eu concordo que o Iluminismo lutava contra a Igreja Católica e contra as Igrejas Evangélicas que eram advindas da Reforma Religiosa. Mas não tem como misturar uma pessoas com um segmento sistemático religioso, pois Jesus e o Sistema Religioso são por si próprios, antagônicos.


Judeus

Os próprios Judeus que odeiam a Cristo, nunca disseram que ele nunca tenha existido, a própria Religião Judaica não nega a existência de Jesus, como o próprio Talmud, Jesus é xingado, desvalorizado pela religião Judaica, mas nunca negado sua existência.

A própria história do Judaísmo, é visto que Jesus é ridicularizado, mas nunca negado sua existência, vemos isso no próprio livro de Atos dos Apóstolos, onde os religiosos judaicos perseguem os discípulos, detestam as mensagens de Cristo, rebaixam o movimento a uma mera seita de idólatras e de pessoas mal caráter, mas não negam a existência de Jesus Cristo.


Epístolas Autênticas de Paulo

Primeira aos Tessalonicenses, Filipenses, Primeira aos Coríntios, Segunda aos Coríntios, Gálatas e Romanos. Menos a carta a Filemon.

Além de termos os evangelhos apócrifos, por exemplo, o evangelho de Tomé que fala sobre Jesus.

A primeira escritura do Novo Testamento é a Epístola de Paulo aos irmãos que moravam na cidade de Tessalônica, como é conhecida, é a Carta aos Tessalonicenses, não foram os Evangelhos a serem escritos primeiro. A carta aos Tessalonicenses foi provavelmente escrita por volta de 50-51 d.C., durante a segunda viagem missionária de Paulo, enquanto este se encontrava em Corinto. A segunda carta aos Tessalonicenses foi escrita pouco tempo depois, possivelmente em 51 d.C., também em Corinto.

O próprio Paulo deve ter nascido por volta dos anos 5 a 10 d.C., em Tarso, na Cilícia (atual Turquia), ele próprio era um contemporâneo de Cristo. É fato que primeiramente ele era um árduo e temido perseguidor dos seguidores de Cristo, nem ele, quando perseguidor temível e terrível, ousou em negar a existência de Jesus Cristo.

Em sua primeira carta aos moradores de Tessalônica ou I Tessalonicenses, ele escreve que os Judeus são inimigos dos discípulos de Cristo, o seguidores da religião judaica fazem inúmeras acusações contra os Cristãos, mas não é mencionada na carta que os Judeus negaram a existência de Jesus Cristo.


Flávio Josefo

Historiador judeu 37-95, escreveu: "Por essa época apareceu Jesus, homem sábio, se é que há lugar para o chamarmos homem. Porque Ele realizou coisas maravilhosas, foi o mestre daqueles que recebem com júbilo a verdade, e arrastou muitos judeus e gregos. Ele era o Cristo. Por denúncia dos príncipes da nossa nação, Pilatos condenou-o ao suplício da Cruz, mas os seus fiéis não renunciaram ao amor por Ele, porque ao terceiro dia ele lhes apareceu ressuscitado, como o anunciaram os divinos profetas juntamente com mil outros prodígios a seu respeito. Ainda hoje subsiste o grupo que, por sua causa, recebeu o nome de cristãos" (Antiguidades Judaicas, XVIII, 63a).

Flávio Josefo também relata: "(O sumo sacerdote) Hanan reúne o Sinedrim em conselho judiciário e faz comparecer perante ele o irmão de Jesus cognominado Cristo (Tiago era o nome dele) com alguns outros" (Flavio Josefo, Antiguidades Judaicas, XX, p.1, apud Suma Católica contra os sem Deus, dirigida por Ivan Kologrivof. Ed José Olympio, Rio de Janeiro 1939, p. 254). E mais adiante, no mesmo livro, escreveu Flávio Josefo: "Foi naquele tempo (por ocasião da sublevação contra Pilatos que queria servir-se do tesouro do Templo para aduzir a Jerusalém a água de um manancial longínquo), que apareceu Jesus, homem sábio, se é que, falando dele, podemos usar este termo -- homem. Pois ele fez coisas maravilhosas, e, para os que aceitam a verdade com prazer, foi um mestre. Atraiu a si muitos judeus, e também muitos gregos. Foi ele o Messias esperado; e quando Pilatos, por denúncia dos notáveis de nossa nação, o condenou a ser crucificado, os que antes o haviam amado durante a vida persistiram nesse amor, pois Ele lhes apareceu vivo de novo no terceiro dia, tal como haviam predito os divinos profetas, que tinham predito também outras coisas maravilhosas a respeito dele; e a espécie de gente que tira dele o nome de cristãos subsiste ainda em nossos dias". (Flávio Josefo, História dos Hebreus, Antiguidades Judaicas, XVIII, III, 3 , ed. cit. p. 254). (1, pg. 311 e 3).


Talmud

O próprio Talmud não fala que Jesus Cristo não existiu, os 63 tratados em hebraico e aramaico que compõe o Talmud, tem-se algumas passagens sobre um tal Yeshu, que muitos interpretam como sendo Jesus, e esse Yeshu é muito mal falado no Talmud, mas não vemos os 63 tratados do Talmud negando a existência de Yeshu.

O que os escritores rabínicos do Talmud fazem é escrever argumentações blasfêmias, ofensas e todo xingamento contra Yeshu (Jesus), mas estas argumentações são escárnios e menções pejorativas contra Cristo, mas não contra sua existência, ou seja, o Talmud não nega a existência de Cristo, ele afirma a existência de Cristo, ele escarneia Jesus, mas não rejeita sua existência.


Manuscritos do Mar Morto

Os MM são uma grande quantidade de documentos encontrados em várias cavernas próximas ao Mar Morto, na Palestina. Foi provavelmente em 1947 que surgiram os primeiros deles numa caverna em Wadi Qumran, situada nas escarpas ocidentais do norte desse mar. Depois disso, foram achados outros tantos fragmentos de rolos de papiro e até livros inteiros, como o de Isaías. Paul Frischauer escreveu o seguinte em seu livro Está Escrito – Documentos que Assinalaram Épocas (p. 105) sobre o Rolo de Isaías: “O texto mais antigo em língua hebraica, o Rolo de Isaías, encontrado em 1947 em Ain Fekskha, no Mar Morto, provém de uma época ao redor do ano 100 antes da nossa era. Seu conteúdo confere, palavra por palavra, com os trechos textuais correspondentes do Códex Petropolitanus, escrito no ano 916 da nossa era e que, antes do achado de Isaías, era tido como o mais antigo original em língua hebraica do Velho Testamento.”

A esse acervo de documentos deu-se o nome de Manuscritos do Mar Morto. E “os Manuscritos do Mar Morto são, talvez, o acontecimento arqueológico mais sensacional do nosso tempo!”[1] Os estudos demonstraram que esses manuscritos foram escritos no período que vai do século 2 a.C. até o século 2 d.C., portanto, cerca de duzentos anos antes do tempo de Jesus Cristo, e cerca de 1000 anos antes da cópia mais antiga até então.

Esse fato é, também, confirmado pelo pesquisador Hugh J. Schonfield, no livro A Bíblia Estava Certa – Novas Luzes Sobre o Novo Testamento. Ali, na página 39, o autor diz: “Quando os pergaminhos do Mar Morto foram desencavados de uma gruta em Khirbet Qumran, lá pelas margens do noroeste daquele mar, o primeiro de todos a ser desenrolado e examinado em Jerusalém, em 1948... era precisamente um dos livros, ou rolos, do profeta Isaías. Perpassou por todo o orbe um calafrio ao fazer-se saber que esse manuscrito datava de cerca de 100 anos antes de Cristo. Era um milênio mais antigo do que qualquer cópia conhecida.” O manuscrito mais antigo, no entanto, é um fragmento do livro de Samuel, do ano 225 a.C., achado na caverna número 4.

A datação do edifício principal de Khirbet Qumran foi facilitada pelo fato de que muitas moedas foram ali achadas. Como de Vaux observou, “as datas são confirmadas [também] pela cerâmica em diferentes partes do edifício” (Citado por S. J. Schwantes, em Arqueologia, p. 135).

Já foram encontrados fragmentos de todos os livros da Bíblia, exceto Ester. E o fato de que há somente variações mínimas entre o texto dos manuscritos de Qumran e o texto tradicional do Antigo Testamento, testemunha do cuidado extremo com que o texto hebraico foi transmitido de geração em geração. “As variações têm que ver em geral com ortografia, divisão de palavras e substituição de uma palavra por um sinônimo, etc., mas não afetam o sentido fundamental do texto” (Ibidem, p. 136).

Durante alguns anos, a tradução dos manuscritos permaneceu restrita a um reduzido número de especialistas, o que trouxe algumas suspeitas. Felizmente, em novembro de 1991 a biblioteca Huntington, da Califórnia, acabou com as especulações, tornando públicas fotocópias de todos os fragmentos. Com isso, a exclusividade sobre o material trancafiado em Jerusalém perdeu o sentido. Venceu a transparência.

No livro Para Compreender os Manuscritos do Mar Morto (Ed. Imago, 1993), à página 150, Frank Moore Cross afirma que “Willian Foxwell Albright, o mais notável arqueólogo especializado em Oriente Próximo e epigrafista hebraico da sua geração, imediatamente saudou o achado como a maior descoberta de manuscritos dos tempos modernos”.

E esses manuscritos, “longe de apontar contradições oriundas de copistas descuidados ou erros que empanassem a verdade do Livro de Deus, confirmaram tudo o que se encontra na nossa Bíblia hoje”. “Graças aos rolos do Mar Morto, reaprendemos a ler o Antigo e o Novo Testamentos. O próprio Jesus, com Suas reações frente a temas tão diversos quanto a pureza, a monogamia, o divórcio, torna-Se mais compreensível. Porque os textos evangélicos reencontraram um pano de fundo histórico, um país, um território.”[3] “Os famosos Manuscritos do Mar Morto trouxeram tantas evidências em favor da exatidão das cópias da Bíblia que possuíamos, que as críticas feitas às Escrituras Sagradas perderam completamente sua razão de ser e algumas delas caíram até no ridículo.


Didaquê 

Também conhecido como Instrução dos Doze Apóstolos ou Doutrina dos Doze Apóstolos.

É um manual de instrução cristã primitiva que contém algumas citações e referências sobre Jesus. Ela não é uma coleção de citações diretas de Jesus, mas sim um texto que se baseia nos ensinamentos e exemplo de Jesus para guiar a vida dos cristãos.  É um dos textos mais antigos da literatura cristã não canônica. 

São escritos anteriores a destruição do templo de Jerusalém, entre os anos 60 e 70 d.C. Outros estimam que foi escrito entre os anos 70 e 90, contudo são coesos quanto a origem sendo na Judeia ou Síria. 

A Didaquê foi descoberta em 1873 pelo grego Filoteu Bryennios, em um manuscrito do século XI. Desde então, tem sido objeto de estudo e debate entre os estudiosos da Bíblia e da história do cristianismo.


Documentos de Escritores Romanos 110-120

Tácito por volta do ano 116, falando do incêndio de Roma que aconteceu no ano 64, apresenta uma notícia exata sobre Jesus, embora curta: "Um boato acabrunhador atribuía a Nero a ordem de pôr fogo na cidade. Então, para cortar o mal pela raiz, Nero imaginou culpados e entregou às torturas mais horríveis esses homens detestados pelas suas façanhas, que o povo apelidava de cristãos. Este nome vêm-lhes de Cristo, que, sob o reinado de Tibério, foi condenado ao suplício pelo procurador Pôncio Pilatos. Esta seita perniciosa, reprimida a princípio, expandiu-se de novo, não somente na Judéia, onde tinha a sua origem, mas na própria cidade de Roma" (Anais XV,44).


Plínio o Jovem, Governador romano da Bitínia (Asia Menor), escreveu ao imperador Trajano, em 112: "...os cristãos estavam habituados a se reunir em dia determinado, antes do nascer do sol, e cantar um cântico a Cristo, que eles tinham como Deus" (Epístolas, I.X 96).


Suetônio, no ano 120, referindo-se ao reinado do imperador romano Cláudio (41-54), afirma que este "expulsou de Roma os judeus, que, sob o impulso de Chrestós (forma grega equivalente a Christós), se haviam tornado causa frequente de tumultos" (Vita Claudii, XXV). Esta informação coincide com o relato de Atos 18,2 ("Cláudio decretou que todos os judeus saíssem de Roma"); esta expulsão ocorre por volta do ano 49/50. Suetônio, mal informado, julgava que Cristo estivesse em Roma, provocando as desordens.


Tertuliano 155-220 d.C.

Escritor latino. Seus escritos constituem importantes documentos para a compreensão dos primeiros séculos do cristianismo. Ele escreveu: "Portanto, naqueles dias em que o nome cristão começou a se tornar conhecido no mundo, Tibério, tendo ele mesmo recebido informações sobre a verdade da divindade de Cristo, trouxe a questão perante o Senado, tendo já se decidido a favor de Cristo...".


Existências de: Pilatos, Caifás (ossário de Caifás)...


Nenhum personagem fora tanto escrutinado como o homem de Nazaré; cientistas, arqueólogos, paleontólogos, antropólogos, historiadores, sociólogos, psicólogos, teólogos, ateus, agnóstico... Enfim, todos querem comentar sobre esse personagem chamado Jesus! Uns para abordar sua importância sociológica e o teor de suas mensagens, outros para absorver sua teologia e ensinamentos. Entretanto, os que mais chamam atenção e batem recordes de vendas de livros e revistas, são aqueles que querem desmistificar o homem Jesus ou aqueles que arvoram a não existência do Cristo. A mídia atual sabe que, apesar da morte de Deus ter sido anunciada pelos iluministas, o mundo está cada vez mais voltado à religiosidade e ao espiritualismo, por isso as abordagens sobre o tema se tornam cada vez mais acirradas e controvertidas.

Um desses autores que tem batido recordes de vendas é a escritora K. Armstrong, ela afirma o seguinte sobre a existência de Jesus:

"Sabemos muito pouco sobre Jesus. O primeiro relato mais abrangente sobre sua vida aparece no evangelho segundo Marcos, que só foi escrito por volta do ano 70, cerca de 40 anos depois de sua morte. Aquela altura, os fatos históricos achavam-se misturados a elementos míticos... É esse significado, basicamente, que o evangelista nos apresenta, e não uma descrição direta e confiável".

E tem mais, embora os Gathas de Zoroastro, que datam de 1000 a.C., sejam consideradas autênticas, a maior parte das escrituras do zoroastrismo só foram postas por escrito no século III d.C. A biografia Persa mais popular de Zoroastro foi escrita em 1278 d.C. Os escritos de Buda, que viveu no século VI a.C., só foram registrados depois da era cristã. A primeira biografia de Buda foi escrita no século I d.C. Embora as palavras de Maomé (570-632 d.C.) estejam registradas no Alcorão, sua biografia só foi escrita em 767 d.C., mais de um século depois de sua morte. Portanto, o caso de Jesus não tem paralelo, e é impressionante o quanto podemos aprender sobre ele fora do Novo Testamento... Ainda que não tivéssemos nenhum dos escritos do Novo Testamento e nenhum outro livro cristão, poderíamos ter um prisma nítido do homem que viveu na Judéia no século I. Saberíamos, em primeiro lugar, que Jesus era um professor judeu; segundo, muitas pessoas acreditavam que ele curava e fazia exorcismos; terceiro, algumas acreditavam que ele era o Messias; quarto, ele foi rejeitado pelos líderes judeus; quinto, foi crucificado por ordem de Pöncio Pilatos durante o reinado de Tibério; sexto, apesar de sua morte infame, seus seguidores, que ainda acreditavam que ele estivesse vivo, deixaram a Palestina e se espalharam, assim é que havia muitos deles em Roma por volta de 64 d.C.; sétimo, todo tipo de gente, da cidade e do campo, homens e mulheres, escravos e livres, o adoravam como se ele fosse Deus. Sem dúvida a quantidade de provas corroborativas extrabíblicas é muito grande. Com elas, podemos não somente reconstruir a vida de Jesus sem termos de recorrer à Bíblia como também ter acesso à informação sobre Cristo por meio de um material mais antigo do que os próprios evangelhos. (Adaptado de 7 pg. 113 e 114).


Sua Divindade e Milagres

A questão da divindade de Jesus e sobre dos atos milagrosos que supostamente ele tenha feito, nem pode ser objeto de estudos, pois não se consegue provar nada sobre estas questões. E nem está caracterizado no caráter das ciências e estudos humanos tais coisas. 

Mas não é possível negar que não tenha existido um homem chamado Jesus que pregou uma forma diferente e especial sua mensagem. 

Não posso provar o Jesus Deus, nem provar o Jesus Milagreiro, mas posso concluir com a absoluta razão que o Jesus com tais feitos de prédica e eloquência e sabedoria, realmente existiu.


Odiar Jesus Cristo, Ok, mas negar que ele não existiu, ai já é chutar o pau da barraca.

Como também não dá para provar que Pitágoras existiu, Sócrates é outro personagem histórico que não se tem prova de sua existência, Homero, Aleijadinho, Shakespeare, Papisa Joana, Confúcio, Guilherme Tell, etc.


segunda-feira, 5 de maio de 2025

OS ISRAELITAS SÃO CANANEUS

 



Uma equipe interdisciplinar da Universidade Hebraica de Jerusalém extraiu e analisou o DNA dos restos mortais de 73 indivíduos enterrados entre os 1500 anos em que os cananeus viveram em cinco locais específicos espalhados pelo território de Israel e Jordânia.

"Os cananeus, embora vivessem em diferentes cidades-estados, eram cultural e geneticamente semelhantes", afirmou a especialista em DNA da Universidade Hebraica de Jerusalém, Liran Carmel. Durante a Idade do Bronze, o povo, hoje quase misterioso, foi vencido pelos israelitas.

Além disso, os pesquisadores compararam essas amostras com as de indivíduos modernos. Eles descobriram que muitos grupos árabes e judeus que atualmente vivem na região têm mais da metade do seu DNA em semelhança com o antigo povo cananeu.

 “Alguém poderia analisar 'cananeus' em oposição a indivíduos 'israelitas'. A Bíblia afirma que estes são grupos distintos e antagônicos, mas há razões para acreditar que eles estavam intimamente relacionados”, explicou a arqueóloga Mary Ellen Buck.

Análise de DNA, de corpos encontrados em vários locais, explica mais da metade da ancestralidade. Após examinar o DNA de 93 corpos recuperados em sítios arqueológicos ao redor do sul do Levante, a terra de Canaã na Bíblia, pesquisadores concluíram que as populações modernas da região são descendentes dos antigos cananeus. A maioria dos grupos judaicos modernos e os grupos de língua árabe da região apresentam pelo menos metade de sua ancestralidade como cananeus.

No estudo , publicado na Cell em maio de 2020, os pesquisadores explicam que usaram análises de DNA existentes de 20 indivíduos, de locais em Israel e no Líbano, e então adicionaram mais 73, pegando DNA dos ossos de indivíduos encontrados em Tel Megiddo, Tel Abel Beth Maacah e Tel Hazor (norte de Israel), Yehud (centro de Israel) e Baq'ah (centro da Jordânia). Ao primeiro eliminar indivíduos intimamente relacionados a outros indivíduos na amostra, então comparando as 62 amostras de DNA restantes com um conjunto de dados de 1.663 indivíduos modernos, eles foram capazes de estabelecer o elo genético com as populações modernas. Os grupos étnicos que ainda vivem onde Canaã dominou, ou daquela área antes de se mudarem para outro lugar, são em grande parte descendentes dos cananeus.

A cultura cananeia era dominante no Levante Meridional durante a Idade do Bronze (3.500-1.200 a.C.). Com o início da Idade do Ferro I, as cidades-estados cananeias desapareceram. Os israelitas se autoidentificaram como um grupo separado. Como especula Volkmar Fritz em Israelites and Canaanites , os israelitas podem ter formado arranjos de vida distintos, estabelecendo pequenas aldeias em terras periféricas não previamente povoadas e vivendo principalmente em casas de quatro cômodos. Por fim, os israelitas formaram os estados de Israel e Judá, enquanto outros estados bíblicos, Amon, Moabe, Aram-Damasco e cidades-estados fenícias, surgiram. Hoje, a região consiste em Israel, Líbano, Jordânia, Autoridade Palestina e sudoeste da Síria.

O estudo em Cell não apenas estabelece que os antigos israelitas eram descendentes dos cananeus, mas também estabelece que o povo cananeu nas diferentes cidades-estados do sul do Levante, e ao longo de um período de 1.500 anos, era um povo geneticamente coeso.


SHAHAR - IRMÃO GÊMEO DE HALIM

 

Kothar-wa-Khasis



Shahar "Amanhecer" é um deus da religião ugarítica e cananéia mencionado pela primeira vez em inscrições encontradas em Ugarit (hoje Ras Shamra, Síria).

William F. Albright identificou Shalim como o deus do crepúsculo e Shahar como o deus do amanhecer. 

Shahar e Salim são os filhos gêmeos de El. Como marcadores do amanhecer e do anoitecer, Shahar e Shalim também representavam a estrutura temporal do dia.

Os nomes Shahar e Shalim são masculinos, e parece que os deuses também são.


Hebraico

Sutton afirma recentemente que a palavra שחר é usada 43 vezes no Tanakh. Incluindo 23 como substantivo (amanhecer, amanhã, estrela da manhã), 6 como adjetivo (negro), 12 como verbo piʿel ("buscar, desejar") ou qal ("tornar-se negro" ou "ter a intenção de"). "Isso indica que, dentro da etimologia de שחר na Bíblia Hebraica, ele é usado principalmente como substantivo primário (às vezes) descritivo do deus ou deusa Shachar." 


Árabe

Em árabe, a palavra saḥar refere-se ao período que antecede o amanhecer e vem da mesma raiz semítica. Essa raiz também é visível em suḥūr, a refeição que os muçulmanos comem antes do amanhecer durante o Ramadã.


Etimologia

O hebraico šaḥar é um substantivo primário. O acádio šēru (m) II e a forma dialetal assíria šiāru (m), que significa 'manhã', argumentam contra uma derivação verbal, uma vez que a forma substantiva pirâs gera apenas substantivos primários. Além disso, o antigo árabe do sul śaḥar , que significa "amanhecer, alvorada", não sugere uma forma causativa. Variações encontradas em Qumran incluem o hebraico médio šaḥar (1QH4:6: kšḥr, 'como o amanhecer'; 11QPsa 26:11: estabelecimento do amanhecer [kwn hiphil]; 4Q487 36,1 lšḥr , incerto); o aramaico judaico šaḥarā , 'amanhecer da manhã, manhã cedo'; Moabita (feminino) šḥrt , compare mbqʽ hšḥrt , 'do amanhecer'; ugarítico šḥr , 'amanhecer, amanhecer', e šḥr par. qdm , 'vento leste'; šḥr ʽlmt , 'desta manhã até a eternidade'; bem como os deuses gêmeos šḥr wšlm , 'estrela da manhã e da tarde', e ʽm šḥr wšlm šmmh , 'para šḥr e šlm no céu'; árabe saḥar , 'tempo antes do amanhecer, manhã cedo, amanhecer'. O antigo deus árabe Saḥar , 'amanhecer, amanhecer', é representado em relevos com o símbolo da cabeça do dragão.


Teofóricos

A forma šaḥar também aparece como um nome divino em nomes pessoais, incluindo o ugarítico ìlšḥr " šḥr é (meu) deus"; o fenício ʽbdšḥr, šḥrbʽl, o hebraico אחישחר ("irmão de Shahar") e שחריה ("Yahweh é Shahar.") 


Fontes

Tanakh

"Traços" da divindade podem ser encontrados no cânon; HALOT 9524 nomeia Isaías 14:12, Salmo 139:9, Jó 3:9 e 41:10.


Isaías 14:12–15

Isaías 14: 12-15 foi a origem da crença de que Satanás era um anjo caído , que também poderia ser chamado de Lúcifer. Refere-se à ascensão e desaparecimento da estrela da manhã Vênus na frase "Ó Brilhante, filho do Amanhecer!" (Hebraico : הֵילֵל בֶּן־שָׁחַר , romanizado :  Hēlēl ben Shāḥar, lit.  'exaltado, filho de Shāḥar', traduzido como Lúcifer na Vulgata e preservado nas primeiras traduções inglesas da Bíblia.) 

Esta compreensão de Isaías 14:12–15 parece ser a interpretação mais aceita no Novo Testamento , bem como entre os primeiros cristãos , como Orígenes , Eusébio , Tertuliano e o Papa Gregório I.  Pode ser considerada uma "remitologização" cristã de Isaías 14 , já que o versículo originalmente usou a religião cananeia para construir sua imagem da arrogância de um governante histórico, "o rei da Babilônia" em Isaías 14:4. 


O papel de Vênus como estrela da manhã foi assumido por ʿAṯtar , neste caso referido como "filho de Shāḥar". A referência a Shāḥar permanece enigmática para os estudiosos, que têm uma ampla gama de teorias sobre a estrutura mitológica e fontes para a passagem em Isaías. 


Ugarit

KTU 1,23

A concepção e o nascimento de Šaḥar-w-Šalim encontram-se aqui. A história cabe perfeitamente em uma única tábua.

Há uma breve invocação dos deuses. Um mt w šr  junta-se e parece colher uvas com um "cajado de viuvez". Pardee abre espaço para sugestões de outros sobre imagens de circuncisão.

Há outra invocação. Duas mulheres, aparentemente adoradoras humanas, seduzem El. Ele as seduz, após um ritual de caça no qual assa um pássaro que atirou no ar. Com o tempo, elas dão à luz Šaḥar-w-Šalim, a quem a deusa amamenta. Famintas, elas devoram as aves do céu e os peixes do mar.


RS 24.244 (KTU 2 1.100) Liturgia ugarítica contra répteis venenosos

"Mensagem para Šaḥru-wa-Šalimu 

Ela chama novamente sua mãe Šapšu :

Mãe Šapšu, leve uma mensagem

para Šaḥru-wa-Šalimu nos céus:20

Meu encantamento para picada de serpente,

para o veneno da serpente escamosa:

Destrua, ó encantador,

dela expulsa o veneno.

Então ele amarra a serpente,

alimenta a serpente escamosa,

puxa uma cadeira e senta-se."


O VERDADEIRO NOME DE JERUSALÉM



O nome Jerusalém não significa exatamente Cidade de Paz como se ensina nos currais religiosos, é muito mais profundo que isso.

Shalim - Šalām - Shalem, é o verdadeiro nome de Jerusalém, em latim romanizado é ŠLM [Obs: todo o S que tiver um acento (Š) lê-se com som de X ou Ch]. Shalim - Šalām - Shalem é o nome de um deus da religião Cananeia, mencionado em inscrições encontradas em Ugarit (hoje Ras Shamra, Síria). William F. Albright identificou Shalim como o deus do crepúsculo e Shahar como o deus do amanhecer. No Dicionário de Divindades e Demônios na Bíblia, Vênus é representada por Shalim como a Estrela da Tarde e Shahar como a Estrela da Manhã. Seu nome deriva da raiz semítica triconsonantal Š-LM ("inteiro, seguro, sólido, paz").

Um mito ugarítico conhecido como "Os Deuses Graciosos e Mais Belos" descreve Shalim e seu irmão Shahar como descendentes de El, por meio de duas mulheres que ele conhece na praia. Ambos são amamentados pela "Senhora", provavelmente Asherah, e têm apetites tão grandes quanto "(um) lábio voltado para a terra e (um) lábio voltado para o céu". Em outros textos ugaríticos, os dois são associados à deusa do sol. 

Outra inscrição é uma frase repetida três vezes em um texto para mitológico: "Deixe-me invocar os deuses graciosos, os deuses vorazes de ym ". Ym na maioria das línguas semíticas significa "dia", e Shalim e Shahar, divindades gêmeas do crepúsculo e do amanhecer, foram concebidos como seu começo e fim, ou seja, o Alpha e o Ômega.

Shalim também é mencionado separadamente nas listas de deuses ugaríticos e formas de seu nome também aparecem em nomes pessoais, talvez como um nome divino ou epíteto. 

O deus Shalim pode ter sido associado ao crepúsculo e à estrela da tarde nos sentidos etimológicos de uma "conclusão" do dia, "pôr do sol" e "paz".

O nome Shalim é o cognato original do nome Sumeriano Utu (deus do sol) que os acadianos chamavam esse deus de Shamash (deus do sol), é do nome Shamash que vem o nome Shalim e posteriormente Yerushalam ou Jerusalém. 

O nome Shalom vem do nome do deus cananeu Shalim, deus do crepúsculo, deus do amanhecer, deus do primeiro raio de sol deus do começo do dia, o deus trazendo a paz e a luz.

Os nomes Utu em Sumério, Shamash em Acádio e Shalim em Ugarítico ou Cananeu quer dizer luz, e a luz traz conhecimento, e o conhecimento traz a paz, daí o nome Jerusalém ser a cidade da Paz, de onde vem o nome Shalom que é um deus ugarítico da Luz (Sol) e Paz. Lembrando que antes, o nome Jerusalém ou Rušalimum ou Urušalimum que aparece nos achados do Antigo Egito é a primeira referência a Jerusalém. Os gregos adicionaram o prefixo Hiero ("sagrada") e chamaram de Hierosolyma. Para os Árabes, Jerusalém é Al-Quds ("A Sagrada"). Foi chamada de Jebus (Yevus) pelos jebusitas. "Tzion" inicialmente se referiu a parte da cidade, mas depois passou a significar a cidade como um todo. Durante o reinado de David, ficou conhecida como Yir David (a cidade de Davi). Que vem do prefixo Yeru derivado de Yireh, de onde Yeru-Shalem quer dizer cidade de Paz. 

O nome "Yerushalayim" é composto por "Yeru" e "Shalem". "Yeru" é uma derivação de "Yerushalayim",  que é o nome da cidade em hebraico. "Shalem" significa "completo" ou "perfeito". Portanto, a cidade é muitas vezes interpretada como "cidade da paz" ou "cidade daquele que é perfeito". 


Povos Cananeus

No passado, os Cananeus foram os Filisteus, Amoritas (Amorreus), Heveus (Hititas), Sidônios, Gigarseu (Gargares ou Albaneses) Arqueus (Fenícios) Sin ou Sineus, Zemareus, Hamateus, Arvadeu, Jebuseus que foram um dos moradores de Jerusalém.

Gênesis, 10:15–19: "Canaã gerou a Sidom, seu primogênito, e Hete, e ao jebuseu, o amorreu, o girgaseu, o heveu, o arqueu, o sineu, o arvadeu, o zemareu e o hamateu. Depois se espalharam as famílias dos cananeus. Foi o termo dos cananeus desde Sidom, em direção a Gerar, até Gaza; e daí em direção a Sodoma, Gomorra, Admá e Zeboim, até Lasa."

E por fim, os Hebreus, pois os Hebreus também pertenciam ao povo Cananaeu.

Nos dias atuais os Cananeus são os: Palestinos, Libaneses, Sírios, Jordanianos, Iraquianos, Drusos e os Judeus.


domingo, 4 de maio de 2025

OTAN - ORGANIZAÇÃO DO TRATADO DO ATLÂNTICO NORTE 1949

 


A Organização do Tratado do Atlântico Norte. A história da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) começa imediatamente após a Segunda Guerra Mundial. Em 1947, o Reino Unido e a França assinaram o Tratado de Dunquerque e os Estados Unidos estabeleceram a Doutrina Truman , a primeira para se defender contra um potencial ataque alemão e a segunda para conter a expansão soviética. O Tratado de Dunquerque foi expandido em 1948 com o Tratado de Bruxelas para adicionar os três países do Benelux ( Bélgica , Holanda e Luxemburgo ) e os comprometeu com a defesa coletiva contra um ataque armado por cinquenta anos. A Doutrina Truman se expandiu no mesmo ano, com o apoio sendo prometido para se opor às rebeliões comunistas na Grécia e na Tchecoslováquia , bem como às demandas soviéticas da Turquia. Em 1949, o pacto defensivo da OTAN foi assinado por doze países em ambos os lados do Atlântico Norte - os cinco signatários de Bruxelas, Estados Unidos, Canadá, Itália, Portugal, Noruega, Dinamarca e Islândia.  A Grécia e a Turquia aderiram em 1952, a Alemanha Ocidental em 1955, a Espanha em 1982, a República Checa , a Hungria e a Polónia em 1999, a Bulgária , a Estónia , a Letónia , a Lituânia , a Roménia , a Eslováquia e a Eslovénia em 2004, a Albânia e a Croácia em 2009, o Montenegro em 2017, a Macedónia do Norte em 2020, a Finlândia em 2023 e a Suécia em 2024.

A estrutura da OTAN evoluiu ao longo da Guerra Fria e suas consequências. A primeira sede estava localizada em 13, Belgrave Square , Londres (1948-51), antes de se mudar para um espaço mais adequado em Paris em abril de 1952. Uma estrutura militar integrada para a OTAN foi estabelecida pela primeira vez em 1950, quando ficou claro que a OTAN precisaria melhorar suas defesas a longo prazo contra um potencial ataque soviético. Em abril de 1951, o Comando Aliado Europa e sua sede (SHAPE) foram estabelecidos; mais tarde, quatro sedes subordinadas foram adicionadas na Europa do Norte e Central, na Região Sul e no Mediterrâneo. 

Da década de 1950 a 2003, os Comandantes Estratégicos eram o Comandante Supremo Aliado da Europa (SACEUR) e o Comandante Supremo Aliado do Atlântico (SACLANT).

A OTAN tem as suas raízes na Carta do Atlântico , um acordo de 1941 entre os Estados Unidos e o Reino Unido. A Carta estabeleceu um quadro para a cooperação internacional sem expansão territorial após a Segunda Guerra Mundial. 

O Tratado de Bruxelas foi um tratado de defesa mútua contra a ameaça soviética no início da Guerra Fria. Foi assinado em 17 de março de 1948 pela Bélgica, Holanda, Luxemburgo, França e Reino Unido e foi o precursor da OTAN. A ameaça soviética tornou-se imediata com o Bloqueio de Berlim em 1948, levando à criação de uma organização multinacional de defesa, a Organização de Defesa da Western Union , em setembro de 1948. No entanto, as partes eram muito fracas militarmente para conter as Forças Armadas Soviéticas. Além disso, o golpe de estado comunista da Tchecoslováquia de 1948 derrubou um governo democrático, e o Ministro das Relações Exteriores britânico Ernest Bevin reiterou que a melhor maneira de evitar outra Tchecoslováquia era desenvolver uma estratégia militar ocidental conjunta. Ele obteve uma audiência receptiva nos Estados Unidos, especialmente com a ansiedade americana em relação à Itália e ao Partido Comunista Italiano.


LIGA DAS NAÇÕES 1920

 



A Liga das Nações foi uma organização internacional, com sede em Genebra, Suíça , criada após a Primeira Guerra Mundial para servir de fórum para a resolução de disputas internacionais. Embora proposta inicialmente pelo presidente Woodrow Wilson como parte de seu Plano dos Catorze Pontos para uma paz equitativa na Europa, os Estados Unidos nunca se tornaram membros.

Falando perante o Congresso dos EUA em 8 de janeiro de 1918, o presidente Woodrow Wilson enumerou o último de seus Quatorze Pontos , que clamava por uma "associação geral de nações... formada sob pactos específicos com o propósito de oferecer garantias mútuas de independência política e integridade territorial a grandes e pequenos Estados". Muitos dos pontos anteriores de Wilson exigiriam regulamentação ou execução. Ao clamar pela formação de uma "associação geral de nações", Wilson expressou as opiniões de muitos diplomatas e intelectuais de ambos os lados do Atlântico, em tempos de guerra, que acreditavam na necessidade de um novo tipo de organização internacional permanente, dedicada a fomentar a cooperação internacional, prover segurança para seus membros e garantir uma paz duradoura. Com a população europeia exaurida por quatro anos de guerra total e com muitos nos Estados Unidos otimistas de que uma nova organização seria capaz de resolver as disputas internacionais que levaram à guerra em 1914, a articulação de Wilson de uma Liga das Nações tornou-se extremamente popular. No entanto, sua criação provou ser excepcionalmente difícil, e Wilson deixou o cargo sem nunca ter convencido os Estados Unidos a aderir a ela.

A ideia da Liga baseava-se na ampla repulsa internacional contra a destruição sem precedentes da Primeira Guerra Mundial e na compreensão contemporânea de suas origens. Isso se refletiu em todos os Quatorze Pontos de Wilson, que se baseavam em teorias de segurança coletiva e organização internacional debatidas entre acadêmicos, juristas, socialistas e utopistas antes e durante a guerra. Após adotar muitas dessas ideias, Wilson assumiu a causa com fervor evangélico, despertando o entusiasmo popular pela organização ao viajar para a Conferência de Paz de Paris em janeiro de 1919, tornando-se o primeiro presidente a viajar ao exterior em caráter oficial.

Wilson usou sua tremenda influência para anexar o Pacto da Liga, sua carta, ao Tratado de Versalhes. Uma Liga eficaz, ele acreditava, mitigaria quaisquer desigualdades nos termos de paz. Ele e os outros membros dos "Três Grandes", Georges Clemenceau da França e David Lloyd George do Reino Unido, redigiram o Pacto como Parte I do Tratado de Versalhes. Os principais órgãos da Liga eram uma Assembleia de todos os membros, um Conselho composto por cinco membros permanentes e quatro membros rotativos e uma Corte Internacional de Justiça. Mais importante para Wilson, a Liga garantiria a integridade territorial e a independência política dos estados-membros, autorizaria a Liga a tomar "qualquer ação... para salvaguardar a paz", estabeleceria procedimentos para arbitragem e criaria os mecanismos para sanções econômicas e militares.

A luta para ratificar o Tratado de Versalhes e o Pacto no Congresso dos EUA ajudou a definir a divisão política mais importante sobre o papel dos Estados Unidos no mundo em uma geração. Um Wilson triunfante retornou aos Estados Unidos em fevereiro de 1919 para submeter o Tratado e o Pacto ao Congresso para sua aprovação e ratificação. Infelizmente para o presidente, embora o apoio popular à Liga ainda fosse forte, a oposição dentro do Congresso e na imprensa já havia começado a crescer antes mesmo de sua partida para Paris. Liderando o desafio estava o líder da maioria no Senado e presidente do Comitê de Relações Exteriores, Henry Cabot Lodge.

Motivado pelas preocupações republicanas de que a Liga comprometeria os Estados Unidos com uma organização dispendiosa que reduziria a capacidade dos Estados Unidos de defender seus próprios interesses, Lodge liderou a oposição à adesão à Liga. Enquanto Wilson e os apoiadores da Liga viam mérito em um organismo internacional que trabalharia pela paz e segurança coletiva de seus membros, Lodge e seus apoiadores temiam as consequências do envolvimento na política intrincada da Europa, agora ainda mais complexa devido ao acordo de paz de 1919. Eles aderiram a uma visão de que os Estados Unidos retornariam à sua tradicional aversão a compromissos fora do Hemisfério Ocidental. A antipatia pessoal de Wilson e Lodge um pelo outro envenenou qualquer esperança de um acordo e, em março de 1920, o Tratado e o Pacto foram derrotados por 49 votos a 35 no Senado. Nove meses depois, Warren Harding foi eleito presidente com uma plataforma de oposição à Liga.

Os Estados Unidos nunca aderiram à Liga. A maioria dos historiadores sustenta que a Liga operou com muito menos eficácia sem a participação dos EUA do que teria funcionado de outra forma. No entanto, mesmo rejeitando a adesão, os presidentes republicanos da época e seus arquitetos de política externa concordaram com muitos de seus objetivos. Na medida em que o Congresso permitiu, os governos Harding, Coolidge e Hoover associaram os Estados Unidos aos esforços da Liga em diversas questões. A constante suspeita no Congresso, no entanto, de que a cooperação constante dos EUA com a Liga levaria à adesão de fato impediu um relacionamento próximo entre Washington e Genebra. Além disso, a crescente desilusão com o Tratado de Versalhes diminuiu o apoio à Liga nos Estados Unidos e na comunidade internacional. A insistência de Wilson em que o Pacto fosse vinculado ao Tratado foi um erro; com o tempo, o Tratado foi desacreditado por ser inexequível, míope ou muito extremo em suas disposições, e a falha da Liga em aplicá-lo ou revisá-lo apenas reforçou a oposição do Congresso dos EUA à colaboração com a Liga em quaisquer circunstâncias. Entretanto, a chegada da Segunda Guerra Mundial demonstrou mais uma vez a necessidade de uma organização internacional eficaz para mediar disputas, e o público dos Estados Unidos e o governo Roosevelt apoiaram e se tornaram membros fundadores das novas Nações Unidas .


PACTO DE VARSÓVIA 1955

 


O Pacto de Varsóvia foi um tratado de defesa coletiva estabelecido pela União Soviética e outros sete estados satélites soviéticos na Europa Central e Oriental.

Formalmente conhecido como Tratado de Amizade, Cooperação e Assistência Mútua. 

O Pacto de Varsóvia representava o que era chamado de bloco oriental, enquanto a OTAN e seus países-membros representavam o bloco ocidental.

A OTAN e o Pacto de Varsóvia eram ideologicamente opostos e, com o tempo, construíram suas próprias defesas, iniciando uma corrida armamentista que durou toda a Guerra Fria.

O Pacto de Varsóvia foi declarado extinto em 25 de fevereiro de 1991, e o presidente da Tchecoslováquia, Václav Havel, declarou formalmente o fim do Pacto em 1º de julho de 1991. A política de abertura (Glasnost) e reestruturação (Perestroika) de Gorbachev, juntamente com outras iniciativas, abriu caminho para revoltas populares. O Muro de Berlim caiu em novembro de 1989 e os governos comunistas na Polônia, Hungria, Tchecoslováquia, Alemanha Oriental, Romênia e Bulgária começaram a cair.

A dissolução do Pacto de Varsóvia foi logo seguida pela dissolução da União Soviética em dezembro de 1991.  

Nesse tratado, todos os estados comunistas deveriam ser aliados e lutar juntos se um deles fosse atacado. Em teoria, todos os países da organização eram iguais, os países menores eram controlados pela União Soviética. Os países do Pacto de Varsóvia eram Alemanha Oriental, Polônia, Tchecoslováquia, Hungria, Romênia, Bulgária e Albânia. No entanto, a Albânia se retirou em 1968 após a invasão da Tchecoslováquia, e a Romênia a seguiu.

Foi estabelecido em 1955 em Varsóvia, Polônia, em resposta à adesão da Alemanha Ocidental à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). 

O Pacto durou até o fim da Guerra Fria, quando alguns membros se retiraram em 1991, após o colapso do bloco oriental e mudanças políticas na União Soviética. 

Todos os países do Pacto de Varsóvia e três que faziam parte da União Soviética aderiram à OTAN.

TRATADO DE VERSALHES 1919

 


O Tratado de Versalhes foi um documento de paz assinado no final da Primeira Guerra Mundial pelas Potências aliadas e associadas e pela Alemanha no Salão dos Espelhos do Palácio de Versalhes, França, em 28 de junho de 1919; entrou em vigor em 10 de janeiro de 1920.

A conferência foi convocada para estabelecer os termos da paz após a Primeira Guerra Mundial. Embora quase trinta nações tenham participado, os representantes do Reino Unido, França, Estados Unidos e Itália ficaram conhecidos como os "Quatro Grandes". Os "Quatro Grandes" dominaram os procedimentos que levaram à formulação do Tratado de Versalhes, um tratado que pôs fim à Primeira Guerra Mundial.

O Tratado de Versalhes articulou os compromissos alcançados na conferência. Incluía a formação planejada da Liga das Nações , que serviria tanto como um fórum internacional quanto como um acordo internacional de segurança coletiva. O presidente dos EUA, Woodrow Wilson, era um forte defensor da Liga, pois acreditava que ela evitaria guerras futuras.

As negociações na Conferência de Paz de Paris foram complicadas. Reino Unido, França e Itália lutaram juntos como Potências Aliadas durante a Primeira Guerra Mundial. Os Estados Unidos entraram na guerra em abril de 1917 como Potência Associada. Embora lutassem ao lado dos Aliados, os Estados Unidos não eram obrigados a honrar os acordos pré-existentes entre as Potências Aliadas. Esses acordos focavam na redistribuição de territórios no pós-guerra. O presidente americano Woodrow Wilson se opôs veementemente a muitos desses acordos, incluindo as demandas italianas sobre o Adriático. Isso frequentemente gerava desentendimentos significativos entre os "Quatro Grandes".

As negociações do tratado também foram enfraquecidas pela ausência de outras nações importantes. A Rússia lutou como um dos Aliados até dezembro de 1917, quando seu novo governo bolchevique se retirou da guerra. A decisão bolchevique de repudiar as dívidas financeiras pendentes da Rússia com os Aliados e de publicar os textos dos acordos secretos entre os Aliados referentes ao período pós-guerra irritou os Aliados. As Potências Aliadas recusaram-se a reconhecer o novo governo bolchevique e, portanto, não convidaram seus representantes para a Conferência de Paz. Os Aliados também excluíram as Potências Centrais derrotadas (Alemanha, Áustria-Hungria, Turquia e Bulgária).

De acordo com os desejos franceses e britânicos, o Tratado de Versalhes submeteu a Alemanha a rigorosas medidas punitivas. O Tratado exigia que o novo governo alemão entregasse aproximadamente 10% de seu território pré-guerra na Europa e todas as suas possessões ultramarinas. Colocou a cidade portuária de Danzig (atual Gdansk) e o Sarre, rico em carvão, sob a administração da Liga das Nações e permitiu à França explorar os recursos econômicos do Sarre até 1935. Limitou o tamanho do Exército e da Marinha alemães e permitiu o julgamento do Kaiser Guilherme II e de vários outros oficiais alemães de alto escalão como criminosos de guerra. Nos termos do Artigo 231 do Tratado, os alemães aceitaram a responsabilidade pela guerra e a obrigação de pagar reparações financeiras aos Aliados. A Comissão Interaliada determinou o valor e apresentou suas conclusões em 1921. O valor determinado foi de 132 bilhões de marcos-ouro, ou 32 bilhões de dólares americanos, além do pagamento inicial de 5 bilhões de dólares exigido pelo Tratado. Os alemães passaram a se ressentir das duras condições impostas pelo Tratado de Versalhes.

Embora o Tratado de Versalhes não tenha satisfeito todas as partes envolvidas, quando o presidente Woodrow Wilson retornou aos Estados Unidos em julho de 1919, a opinião pública americana era majoritariamente favorável à ratificação do Tratado, incluindo o Pacto da Liga das Nações. No entanto, apesar de 32 legislaturas estaduais terem aprovado resoluções favoráveis ​​ao Tratado, o Senado americano se opôs veementemente a ele.

A oposição no Senado citou o Artigo 10 do Tratado, que tratava da segurança coletiva e da Liga das Nações. Os oponentes argumentaram que esse artigo cedeu os poderes de guerra do governo dos EUA ao Conselho da Liga. A oposição veio de dois grupos: os "Irreconciliáveis", que se recusaram a ingressar na Liga das Nações em qualquer circunstância, e os "Reservistas", liderados pelo presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado, Henry Cabot Lodge, que queriam emendas antes de ratificarem o Tratado. Embora a tentativa do presidente Lodge de aprovar emendas ao Tratado tenha fracassado em setembro, ele conseguiu anexar 14 "reservas" a ele em novembro. Em uma votação final em 19 de março de 1920, o Tratado de Versalhes ficou aquém da ratificação por sete votos. Consequentemente, o governo dos EUA assinou o Tratado de Berlim em 25 de agosto de 1921. Esse tratado de paz separado com a Alemanha estipulava que os Estados Unidos desfrutariam de todos os “direitos, privilégios, indenizações, reparações ou vantagens” conferidos a eles pelo Tratado de Versalhes, mas omitiu qualquer menção à Liga das Nações, à qual os Estados Unidos nunca aderiram.


CONGRESSO DE VIENA 1814 - 1815

 


Após a derrota de Napoleão, a Europa ficou profundamente desorganizada após quase um quarto de século de revolução e guerra, as Grandes Potências da Europa (Grã-Bretanha, Prússia, Rússia e Áustria) começaram a planejar o mundo do pós-guerra. Para criar um equilíbrio de poder na Europa e evitar mais conflitos, eles desenvolveram o que ficou conhecido como Concerto da Europa, começando com o Congresso de Viena.

O Congresso de Viena dissolveu o mundo napoleônico e tentou restaurar as monarquias que Napoleão havia derrubado, o Congresso foi a primeira ocasião na história em que, em escala continental, representantes nacionais se reuniram para formular tratados em vez de depender principalmente de mensagens entre as diversas capitais. O Concerto da Europa, apesar de mudanças posteriores e colapsos diplomáticos algumas décadas depois, formou a estrutura básica da política internacional europeia até a eclosão da Primeira Guerra Mundial em 1914.


O Congresso de Viena dissolveu o mundo napoleônico e tentou restaurar as monarquias que Napoleão havia derrubado, inaugurando uma era de reação. Sob a liderança de Metternich, primeiro-ministro da Áustria (1809-1848), e Lord Castlereagh, ministro das Relações Exteriores da Grã-Bretanha (1812-1822), o Congresso estabeleceu um sistema para preservar a paz. Sob o Concerto da Europa, as principais potências europeias — Grã-Bretanha, Rússia, Prússia, Áustria e (após 1818) França — comprometeram-se a reunir-se regularmente para resolver divergências. O objetivo não era simplesmente restaurar antigas fronteiras, mas redimensionar as principais potências para que pudessem se equilibrar e permanecer em paz. Os líderes eram conservadores, pouco afeitos ao republicanismo ou à revolução, ambos ameaçadores para o status quo na Europa. Este plano foi o primeiro do gênero na história europeia e parecia prometer uma maneira de administrar coletivamente os assuntos europeus e promover a paz.

O Congresso resolveu a crise polaco-saxónica em Viena e a questão da independência grega em Laibach. Realizaram-se três grandes congressos europeus. O Congresso de Aix-la-Chapelle (1818) pôs fim à ocupação da França. Os outros foram insignificantes, pois cada nação percebeu que os Congressos não lhes eram vantajosos, visto que as disputas eram resolvidas com um grau de eficácia cada vez menor.

O Congresso foi a primeira ocasião na história em que, em escala continental, representantes nacionais se reuniram para formular tratados, em vez de depender principalmente de mensagens entre as diversas capitais. O acordo do Congresso de Viena, apesar das mudanças posteriores, formou a estrutura da política internacional europeia até a eclosão da Primeira Guerra Mundial, em 1914.


Ordem Conservadora

A Ordem Conservadora é um termo aplicado à história política europeia após a derrota de Napoleão em 1815. De 1815 a 1830, um programa consciente de estadistas conservadores, incluindo Metternich e Castlereagh, foi colocado em prática para conter a revolução e as forças revolucionárias restaurando antigas ordens, particularmente as aristocracias governantes anteriores.

Grã-Bretanha, Prússia, Rússia e Áustria renovaram seu compromisso de impedir qualquer restauração do poder bonapartista e concordaram em se reunir regularmente em conferências para discutir seus interesses comuns. Esse período inclui a Santa Aliança, um acordo militar. O Concerto da Europa foi a estrutura política que surgiu da Quádrupla Aliança em novembro de 1815.

O objetivo dos conservadores no Congresso, liderados pelo Príncipe Klemens von Metternich da Áustria, era restabelecer a paz e a estabilidade na Europa. Para isso, um novo equilíbrio de poder precisava ser estabelecido. Metternich e os outros quatro estados representados buscaram fazer isso restaurando antigas famílias governantes e criando zonas de proteção entre as grandes potências. Para conter os ainda poderosos franceses, a Casa de Orange-Nassau foi colocada no trono dos Países Baixos, que anteriormente compreendiam a República Holandesa e os Países Baixos Austríacos (Bélgica). A sudeste da França, o Piemonte (oficialmente parte do reino da Sardenha) foi ampliado. A dinastia Bourbon foi restaurada na França e na Espanha, bem como o retorno de outros governantes legítimos aos estados italianos. E para conter o Império Russo, a Polônia foi dividida entre Áustria, Prússia e Rússia.


Concerto da Europa

O Concerto da Europa, também conhecido como Sistema de Congressos ou Sistema de Viena, em homenagem ao Congresso de Viena, foi um sistema de resolução de disputas adotado pelas principais potências conservadoras da Europa para manter seu poder, opor-se a movimentos revolucionários, enfraquecer as forças do nacionalismo e manter o equilíbrio de poder. Surgiu a partir do Congresso de Viena. Operou na Europa desde o fim das Guerras Napoleônicas (1815) até o início da década de 1820.

O Concerto da Europa foi fundado pelas potências da Áustria, Prússia, Império Russo e Reino Unido, que eram membros da Quádrupla Aliança que derrotou Napoleão e seu Primeiro Império Francês. Com o tempo, a França foi estabelecida como o quinto membro do Concerto. Inicialmente, as principais personalidades do sistema eram o Secretário de Relações Exteriores britânico, Lord Castlereagh, o Chanceler austríaco Klemens von Metternich e o Czar Alexandre I da Rússia. Charles Maurice de Talleyrand-Périgord, da França, foi o grande responsável por rapidamente recolocar o país em seu lugar ao lado das outras grandes potências na diplomacia internacional.

O Concerto da Europa não tinha regras escritas nem instituições permanentes, mas, em tempos de crise, qualquer um dos países-membros podia propor uma conferência. As reuniões das Grandes Potências durante esse período incluíram: Aix-la-Chapelle (1818), Carlsbad (1819), Troppau (1820), Laibach (1821), Verona (1822), Londres (1832) e Berlim (1878).


A Divisão

Sob a liderança dos quatro grandes vencedores da França: Reino Unido, Áustria, Prússia e Rússia, os países europeus se reúnem em Viena para determinar o destino dos territórios que foram destruídos pelas conquistas napoleônicas e reconstruir uma ordem europeia.

Dois princípios dominam as negociações: a preservação do equilíbrio político entre as potências e a restauração das antigas dinastias, expulsas pela onda revolucionária.

As decisões tomadas em Viena redesenham o mapa político da Europa.

A Prússia se expande para incluir parte do Grão-Ducado de Varsóvia, a Pomerânia Sueca, mais da metade da Saxônia e, acima de tudo, a maior parte da Renânia. Com essas aquisições, a Prússia obtém definitivamente o status de grande potência europeia.

A Rússia assegura a tomada da Finlândia. Recebe a tutela sobre a maior parte da Polônia e retira a Bessarábia do Império Otomano. O Czar, assim, continua sua marcha em direção a Constantinopla.

A Áustria, por sua vez, recupera o Tirol e recebe o reino da Lombardia Vêneta, bem como a Dalmácia. Essas últimas expansões territoriais conferem ao Império Habsburgo um engajamento meridional e mediterrâneo.

O Reino Unido não possui reivindicações territoriais no continente europeu. Mais preocupado em desenvolver seu império colonial e garantir a segurança de suas rotas comerciais, obtém um certo número de ilhas, como a ilhota de Helgoland, no Mar do Norte, além de Malta e as ilhas Jônicas, no Mediterrâneo.

A Suécia vê confirmada a anexação da Noruega às custas da Dinamarca, que, em compensação, recebe os ducados de Holstein e Lauenburg.

A França, uma potência derrotada, recupera aproximadamente suas fronteiras de 1792. Para conter suas ambições territoriais, dois estados-tampão são reforçados em suas fronteiras: no norte, o reino dos Países Baixos, que inclui a Bélgica, é criado, enquanto no sul, o reino do Piemonte-Sardenha recupera Saboia, o condado de Nice, e se expande para incluir a região de Gênova.

Finalmente, as decisões tomadas no Congresso de Viena deixam a península Itálica, assim como a Alemanha, dividida, apesar da criação da Confederação Germânica.

A nova ordem europeia, elaborada em Viena, marca a vingança do Antigo Regime contra os ideais de liberdade resultantes da Revolução Francesa e não atende às aspirações nacionais que crescem na Europa.

Muitos povos ficaram profundamente decepcionados: os poloneses, cujo país foi novamente apagado do mapa, os belgas e noruegueses, submetidos ao domínio estrangeiro, os patriotas italianos e alemães, que aspiram a alguma forma de unidade nacional.

Nos Bálcãs, o enfraquecimento do Império Otomano sustenta o desejo de independência entre os povos cristãos: sérvios, gregos, búlgaros, romenos.

À medida que as quatro maiores potências europeias (Grã-Bretanha, Prússia, Rússia e Áustria), que se opunham ao Império Francês nas Guerras Napoleônicas, viam o poder de Napoleão entrar em colapso em 1814, começaram a planejar o mundo do pós-guerra. O Tratado de Chaumont, de março de 1814, reafirmou decisões que seriam ratificadas pelo mais importante Congresso de Viena, de 1814-15. O Congresso de Viena foi o primeiro de uma série de reuniões internacionais que ficaram conhecidas como o Concerto da Europa, uma tentativa de forjar um equilíbrio pacífico de poder na Europa. Serviu de modelo para organizações posteriores, como a Liga das Nações, em 1919, e as Nações Unidas, em 1945. Essas reuniões incluíram o estabelecimento de uma Alemanha confederada, a divisão dos protetorados franceses e suas anexações em estados independentes, a restauração dos reis Bourbon da Espanha, a expansão dos Países Baixos para incluir o que, em 1830, se tornou a Bélgica moderna, e a continuação dos subsídios britânicos aos seus aliados. O Tratado de Chaumont uniu as potências para derrotar Napoleão e tornou-se a pedra angular do Concerto da Europa, que moldou o equilíbrio de poder para as duas décadas seguintes. O princípio básico do equilíbrio de poder europeu é que nenhuma potência europeia deve ter o direito de alcançar a hegemonia sobre uma parte substancial do continente, e que isso é melhor contido por um pequeno número de alianças em constante mudança disputando o poder.


 

sábado, 3 de maio de 2025

CONFERÊNCIA DE BERLIM 1984 - 1985

 



A Conferência de Berlim decorreu entre 15 de Novembro de 1884 e 26 de Fevereiro de 1885. Participaram nesta conferência 14 países, entre os quais foram: Alemanha, Áustria-Hungria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, França, Grã-Bretanha, Itália, Império Otomano (Turquia), Holanda, Estados Unidos, Portugal, Rússia, Suécia e Noruega.

Assim começou a insana "Disputa pela África", como seria chamada mais tarde. 

Todos os países que invadiram e retalharam a África eram comandados por líderes de Direita Capitalista.

Grã-Bretanha, Portugal, França, Alemanha e o Rei Leopoldo II da Bélgica começaram a enviar batedores para garantir tratados de comércio e soberania com líderes locais, comprando ou simplesmente hasteando bandeiras e reivindicando vastas extensões de território que cruzavam o continente, ricas em recursos, do óleo de palma à borracha.

Logo eclodiram disputas na Europa sobre quem "possuía" o quê . Os franceses, por exemplo, entraram em conflito com a Grã-Bretanha por vários territórios da África Ocidental e, novamente, com o Rei Leopoldo por regiões da África Central.

Para evitar um conflito total entre as nações europeias rivais, todas as partes interessadas concordaram em realizar uma reunião em Berlim, Alemanha, em 1884-1885, para definir termos comuns e gerenciar o processo de colonização.

Nenhuma nação africana foi convidada ou representada.

Em novembro de 1884, o chanceler alemão Otto von Bismarck assumiu a tarefa de convocar e sediar a conferência em Berlim, na Chancelaria do Reich, sua residência oficial na Rua William, 77.

Nos meses que antecederam isso, autoridades francesas, em cartas a Bismarck, expressaram preocupações sobre os ganhos britânicos, especialmente seu controle do Egito e da rota de transporte do Canal de Suez. A Alemanha também estava preocupada com áreas em conflito com os britânicos, como Camarões.

As negociações lideradas por Bismarck duraram de 15 de novembro de 1884 a 26 de fevereiro de 1885. A pauta incluía o mapeamento e o acordo claros sobre quem possuía qual área. Regiões de comércio isento de impostos e livre navegação, particularmente nas bacias dos rios Congo e Níger, também deveriam ser 

esclarecidas.

Ao longo de três meses de negociações, os líderes europeus assinaram e ratificaram um Ato Geral com 38 cláusulas que legalizou e selou a partilha da África. Os EUA acabaram não assinando o tratado porque a política interna da época começou a tomar um rumo anti-imperialista.

As nações colonizadoras criaram uma colcha de retalhos irregular de novas colônias africanas, sobrepostas às nações "nativas" existentes. No entanto, muitas das fronteiras atualmente reconhecidas seriam finalizadas em eventos bilaterais após a conferência e após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), quando os Impérios Otomano e Alemão caíram e perderam seus territórios.

Além disso, a Lei Geral internacionalizou o livre comércio nas bacias dos rios Congo e Níger. Também reconheceu a Sociedade Internacional do Congo do Rei Leopoldo, que gerou polêmica porque alguns questionaram seu status de propriedade privada. No entanto, Leopoldo alegou estar realizando trabalho humanitário. As áreas que acabaram sob o domínio de Leopoldo, conhecidas como Estado Livre do Congo, sofreriam algumas das piores brutalidades da colonização, com centenas de milhares de pessoas trabalhando até a morte em plantações de borracha ou sendo punidas com amputações de membros.

Por fim, a Lei obrigava todas as partes a proteger as “tribos nativas... seu bem-estar moral e material”, bem como a reprimir ainda mais o tráfico de escravos, oficialmente abolido em 1807/1808, mas que ainda era praticado ilegalmente. Estabelecia também que a mera aposição de bandeiras em territórios recém-adquiridos não justificaria a posse, mas que “ocupação efetiva” significava o estabelecimento bem-sucedido de colônias administrativas nas regiões.

A "propriedade" ocidental dos territórios africanos não foi finalizada na conferência, mas sim após vários eventos bilaterais que se seguiram. A Libéria foi o único país que não foi dividido por ter conquistado a independência dos EUA. A Etiópia foi brevemente invadida pela Itália, mas resistiu à colonização na maior parte do tempo. Após a queda dos impérios germânico e otomano, após a Primeira Guerra Mundial, surgiria um mapa mais próximo do que hoje conhecemos como África.

Esta lista ilustra quais governantes coloniais reivindicaram o continente no início do século XX:

França : África Ocidental Francesa (Senegal), Sudão Francês (Mali), Alto Volta (Burkina Faso), Mauritânia, Federação da África Equatorial Francesa (Gabão, República do Congo, Chade, República Centro-Africana), África Oriental Francesa (Djibuti), Guiné Francesa, Costa do Marfim, Daomé (Benin), Níger, Tunísia, Argélia, Marrocos, Líbia

Grã-Bretanha : Colônia do Cabo (África do Sul), Rodésia (Zimbábue), Protetorado de Bechuanaland (Botsuana), África Oriental Britânica (Quênia), Rodésia do Norte (Zâmbia), Niassalândia (Malawi), Territórios da Royal Niger Company (Nigéria), Costa do Ouro (Gana), Sudão Anglo-Egípcio (Sudão), Egito, Somalilândia Britânica (Somalilândia)

Portugal : África Oriental Portuguesa (Moçambique), Angola, Guiné Portuguesa (Guiné-Bissau), Cabo Verde

Alemanha : Sudoeste Africano Alemão (Namíbia), África Oriental Alemã (Tanzânia, Ruanda, Burundi), Kamerun Alemão (Camarões), Togolândia (Togo)

Bélgica : Estado Livre do Congo (República Democrática do Congo)

Itália : Somalilândia Italiana (Somália), Eritreia

Espanha : Guiné Equatorial (Rio Muni)

O que a conferência mudou?

Historiadores ressaltam que, diferentemente do que se acredita, a Conferência de Berlim não deu início ao processo de colonização; em vez disso, ela o acelerou.

Embora apenas cerca de 20% da África — principalmente as partes costeiras do continente — já tivesse sido ocupada por potências europeias antes da conferência, em 1890, cinco anos depois, cerca de 90% do território africano já havia sido colonizado, incluindo nações do interior.

Acreditava-se que os colonialistas ignoravam amplamente os alinhamentos anteriores e agrupavam povos de diferentes culturas e línguas, até mesmo grupos que nunca foram amigáveis ​​entre si.

Mas também há aqueles, como o pesquisador Jack Paine, que dizem que a conferência em si foi de pouca importância: que alguns países africanos já haviam sido mapeados em expedições anteriores e que muitas das fronteiras que reconhecemos agora não seriam formalizadas até muito mais tarde.

"A Conferência em si estabeleceu pouco em termos de criação de estados, com a única exceção de criar a atual República Democrática do Congo", disse Paine, professor de estudos políticos na Universidade Emory, à Al Jazeera, referindo-se ao então Estado Livre do Congo.

“A razão pela qual a conferência foi convocada, em primeiro lugar, foi porque os europeus já haviam iniciado uma 'disputa' por território africano”, acrescentou. “É difícil dar muito crédito à ideia padrão de que a Conferência de Berlim foi um evento seminal na partilha europeia da África.”

Paine e muitos outros cientistas políticos, no entanto, concordam que a colonização determinou o futuro do continente de maneiras que continuam a ter profundos efeitos geopolíticos na África de hoje.

Recursos foram saqueados; cultura e resistência subjugadas.

Mesmo depois que os líderes africanos lutaram com sucesso pela independência e a maioria dos países se libertou entre as décadas de 1950 e 1970, construir nações livres foi difícil devido aos danos da colonização , dizem os pesquisadores.

Por causa do colonialismo, a África “adquiriu um legado de fragmentação política que não podia ser eliminado nem operado satisfatoriamente”, escreveram os pesquisadores Jan Nijman, Peter Muller e Harm de Blij em seu livro de 1997, Realms, Regions, and Concepts.

Após a independência, guerras civis eclodiram em todo o continente e, em muitos casos, levaram exércitos a tomar o poder, como na Nigéria e em Gana. Teóricos políticos atribuem isso ao fato de que a maioria dos grupos foi forçada a trabalhar em conjunto pela primeira vez, causando conflitos.

Enquanto isso, governos militares continuariam a governar muitos países por anos, prejudicando o desenvolvimento político e econômico de maneiras que ainda são evidentes hoje, dizem estudiosos. Ex-colônias como Mali e Burkina Faso, ambas lideradas por militares, agora se voltaram contra a França devido à suposta interferência política que, segundo eles, é um exemplo de neocolonialismo.

Em uma citação famosa, Julius Nyerere, ex-presidente da Tanzânia, articulou o que os pesquisadores concordam ser o estado atual da África: “Temos 'nações' artificiais criadas na Conferência de Berlim em 1884, e hoje estamos lutando para transformar essas nações em unidades estáveis ​​da sociedade humana... Corremos o risco de nos tornarmos o continente mais balcanizado do mundo.”