Obs.: Não confunda com Nzambi, o deus dos Bakongo.
No princípio das coisas, não havia nada, nem o homem, nem animais, nem plantas, nem céu, nem terra. Mas Deus existia e se chamava Nzame.
Os três que são Nzame, nós chamamos de Nzame, Mebere e Nkwa.
No princípio Nzame fez o céu e a terra e reservou o céu para si.
Em seguida, ele soprou sobre a terra, e o chão e a água foram criados, cada qual em seu lado.
Na história, Nzame, o Criador, faz céu, terra, sol, lua, estrelas, animais, plantas – tudo.
Depois chama Mebere e Nkwa e pede suas opiniões.
Mebere e Nkwa respondem: Vemos muitos animais, mas não o chefe deles, vemos muitas plantas, mas não a senhora delas.
Então, os três que são um só, trabalharam juntos e criaram um ser quase como eles mesmos que chamaram de Fam (poder).
Um lhe deu poder, o segundo, autoridade e o terceiro, beleza.
Então os três disseram: Fique com a terra para si.
Daqui por diante você é o senhor de tudo que existe. Como nós, você tem vida, todas as coisas lhe pertencem.
Porém, Fam se tornou orgulhoso de seu poder, beleza e capacidade de derrotar todos os animais, se transformando em alguém perverso e arrogante que não queria mais cultuar Nzame, zombando dele.
Fam fazia músicas que diziam que Deus estava no céu e o homem é quem manda na terra, cada qual em sua casa, cada um por si!
Então, o Deus que se chamava Nzame fez fogo cair do céu sobre a terra: as plantações queimaram como tochas enormes, as árvores arderam, tudo se ressequiu, animais, pássaros, peixes... todos foram aniquilados, tudo estava morto.
Mas Deus tinha dito para Fam, quando o criou:
Nunca morrerás. Então, o primeiro ser ardeu em chamas, mas não morreu.
Nzame olhou para terra queimada, preta, sem forma e vazia e quis reconstruir.
Os três reuniram-se e colocaram uma nova camada de solo sobre a terra que estava coberta de carvão. Então, as árvores cresceram e os animais, peixes e aves nasceram.
Os três deuses que são um só reuniram-se novamente para fazer um chefe para comandar os animais.
Então fizeram outro homem a sua imagem, como antes tinham feito com Fam, mas que era mortal.
Nzame chamou-o Sekume. Disse que não era bom que ele estivesse só e fez uma mulher para ele. A mulher se chamou Mbongwe.
Sekume e Mbongwe foram criados em duas partes – uma externa chamada Gnoul (corpo), e a outra que vive no corpo chamada Nsissim (sombra).
Nsissim é o que produz a alma; Nsissim é a alma – são a mesma coisa.
É o que faz Gnoul viver. Nsissim vai embora quando o homem morre, mas Nsissim não morre. Sabe onde ele mora? Mora no olho.
Aquele pontinho brilhante que você vê no meio, esse é Nsissim.
Sekume e Mbongwe tiveram muitos filhos na terra. Fam foi aprisionado por Deus, mas escapou.
Ele ficou furioso quando viu que um novo homem tinha ocupado o seu lugar e passou a perseguir a Sekume e Mbomgwe.
Fang (Pamue, Pahouin, Pangwe)
O território Fang é extenso, as variedades dialetais numerosas.
É difícil entende-los como uma entidade étnica, principalmente se ignorarmos suas características culturais e históricas comuns.
Segundo se depreende de sua tradição oral emigraram para o sudoeste do sul do Sudão, pressionados pelos muçulmanos, até o território compreendido entre o Congo e a Nigéria.
Sua belicosidade lhes permitiu ir submetendo os diferentes povos que encontravam pelo caminho e assentar-se nas suas terras.
Os curandeiros fang têm grande prestigio por seu conhecimento no uso de ervas medicinais e pelos bons resultados que obtém na cura de todo tipo de enfermidades.
Além disso, empregam todo tipo de sortilégios e representações de figuras humanas para curar os males físicos ou psíquicos das pessoas.
A religião tradicional Fang está centrada ao redor do culto aos antepassados, especialmente dos que foram líderes importantes em vida, acreditando que continuam controlando a vida das pessoas após sua morte.
A religião tradicional considera que os crâneos e ossos desses homens detém um poder sobre o bem estar da família.
Normalmente as relíquias se mantêm ocultas longe dos não iniciados e das mulheres.
Para a conservação dos restos se faziam relicários de madeira, com a representação das figuras dos defuntos.
Muitos destes relicários foram parar no comercio da arte nas galerias europeias e americanas, sem pensar naquilo que continham e que a família os conservava ha séculos. Uma atitude sacrílega.
Fonte:
God Chequer . Com
African Mythology
The Gods and Spirits of Africa
http://www.godchecker.com/pantheon/african-mythology.php
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