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sexta-feira, 17 de novembro de 2023

Nzame - O Ser supremo da etnia Fang – Congo

 


Obs.: Não confunda com Nzambi, o deus dos Bakongo.


No princípio das coisas, não havia nada, nem o homem, nem animais, nem plantas, nem céu, nem terra. Mas Deus existia e se chamava Nzame.

Os três que são Nzame, nós chamamos de Nzame, Mebere e Nkwa.

No princípio Nzame fez o céu e a terra e reservou o céu para si.

Em seguida, ele soprou sobre a terra, e o chão e a água foram criados, cada qual em seu lado.

Na história, Nzame, o Criador, faz céu, terra, sol, lua, estrelas, animais, plantas – tudo.

Depois chama Mebere e Nkwa e pede suas opiniões.

Mebere e Nkwa respondem: Vemos muitos animais, mas não o chefe deles, vemos muitas plantas, mas não a senhora delas.

Então, os três que são um só, trabalharam juntos e criaram um ser quase como eles mesmos que chamaram de Fam (poder).

Um lhe deu poder, o segundo, autoridade e o terceiro, beleza.

Então os três disseram: Fique com a terra para si.

Daqui por diante você é o senhor de tudo que existe. Como nós, você tem vida, todas as coisas lhe pertencem.

Porém, Fam se tornou orgulhoso de seu poder, beleza e capacidade de derrotar todos os animais, se transformando em alguém perverso e arrogante que não queria mais cultuar Nzame, zombando dele.

Fam fazia músicas que diziam que Deus estava no céu e o homem é quem manda na terra, cada qual em sua casa, cada um por si!

Então, o Deus que se chamava Nzame fez fogo cair do céu sobre a terra: as plantações queimaram como tochas enormes, as árvores arderam, tudo se ressequiu, animais, pássaros, peixes... todos foram aniquilados, tudo estava morto.

Mas Deus tinha dito para Fam, quando o criou:

Nunca morrerás. Então, o primeiro ser ardeu em chamas, mas não morreu.

Nzame olhou para terra queimada, preta, sem forma e vazia e quis reconstruir.

Os três reuniram-se e colocaram uma nova camada de solo sobre a terra que estava coberta de carvão. Então, as árvores cresceram e os animais, peixes e aves nasceram.

Os três deuses que são um só reuniram-se novamente para fazer um chefe para comandar os animais.

Então fizeram outro homem a sua imagem, como antes tinham feito com Fam, mas que era mortal.

Nzame chamou-o Sekume. Disse que não era bom que ele estivesse só e fez uma mulher para ele. A mulher se chamou Mbongwe.

Sekume e Mbongwe foram criados em duas partes – uma externa chamada Gnoul (corpo), e a outra que vive no corpo chamada Nsissim (sombra).

Nsissim é o que produz a alma; Nsissim é a alma – são a mesma coisa.

É o que faz Gnoul viver. Nsissim vai embora quando o homem morre, mas Nsissim não morre. Sabe onde ele mora? Mora no olho.

Aquele pontinho brilhante que você vê no meio, esse é Nsissim.

Sekume e Mbongwe tiveram muitos filhos na terra. Fam foi aprisionado por Deus, mas escapou.

Ele ficou furioso quando viu que um novo homem tinha ocupado o seu lugar e passou a perseguir a Sekume e Mbomgwe.


Fang (Pamue, Pahouin, Pangwe)


O território Fang é extenso, as variedades dialetais numerosas.

É difícil entende-los como uma entidade étnica, principalmente se ignorarmos suas características culturais e históricas comuns.

Segundo se depreende de sua tradição oral emigraram para o sudoeste do sul do Sudão, pressionados pelos muçulmanos, até o território compreendido entre o Congo e a Nigéria.

Sua belicosidade lhes permitiu ir submetendo os diferentes povos que encontravam pelo caminho e assentar-se nas suas terras.

Os curandeiros fang têm grande prestigio por seu conhecimento no uso de ervas medicinais e pelos bons resultados que obtém na cura de todo tipo de enfermidades.

Além disso, empregam todo tipo de sortilégios e representações de figuras humanas para curar os males físicos ou psíquicos das pessoas.

A religião tradicional Fang está centrada ao redor do culto aos antepassados, especialmente dos que foram líderes importantes em vida, acreditando que continuam controlando a vida das pessoas após sua morte.

A religião tradicional considera que os crâneos e ossos desses homens detém um poder sobre o bem estar da família.

Normalmente as relíquias se mantêm ocultas longe dos não iniciados e das mulheres.

Para a conservação dos restos se faziam relicários de madeira, com a representação das figuras dos defuntos.

Muitos destes relicários foram parar no comercio da arte nas galerias europeias e americanas, sem pensar naquilo que continham e que a família os conservava ha séculos. Uma atitude sacrílega.




Fonte: 

God Chequer . Com

African Mythology

The Gods and Spirits of Africa

http://www.godchecker.com/pantheon/african-mythology.php


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