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sexta-feira, 24 de novembro de 2023

ARQUEOLOGIA BÍBLICA


1806

A existência histórica de Nabucodonosor e da própria Babel (Babilônia) era um fato questionado pelos críticos até por volta de 1806, quando Claudius James Rich confirmou, através de um extenso relatório científico, que as ruínas encontradas na colina de Babil eram, na verdade, a antiga cidade de Babel.

O problema é que até essa época ninguém sabia nada sobre a cidade fora do relato bíblico e de historiadores da antiguidade, cuja precisão era seriamente questionada. A grande metrópole parecia ter sido engolida pelo deserto. Pesquisadores europeus que chegavam a Bagdá viam apenas as colinas empoeiradas de Babil e não podiam supor que ali estavam os escombros da antiga Babel. Pegavam tijolos com estranhas inscrições e levavam para casa como meras curiosidades.

Por isso, não faltou quem apregoasse que o livro de Daniel jamais poderia representar uma história real. Mas as escavações que se seguiram à exploração de Rich, começaram a mostrar que os céticos é que estavam errados.

Por esse tempo, desenvolveu-se também na arqueologia um intenso estudo para descobrir o que estava escrito naqueles tabletes que se acumulavam aos montes, em todo o território. Nieburh, Grotefend e Rawlinson foram os principais pioneiros nessa área e até hoje não há dúvida sobre a fidelidade da maioria dos textos traduzidos.

Em 1899, Robert Koldewey estava escavando as ruínas em Babil quando encontrou centenas de tijolos de paredes, muros e do próprio Templo de Ezagil que traziam o nome do Rei Nabucodonosor como mandatário daquelas grandes construções. O tijolo certamente, parte desse grupo de blocos que anunciavam a existência do rei e uma peculiaridade de seu caráter também revelada em Daniel 4:30. De maneira arrogante ele diz: "Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei... para glória da minha majestade?" Pouco tempo depois, chega-lhe a sentença celestial, condenando-o por sua soberba.

Por muitos anos, alguns eruditos desacreditaram a Bíblia pelo simples fato de o nome Nabucodonosor não constar em nenhuma ruína conhecida. Isso os fazia orgulhosos de sua incredulidade e, também hoje, há muitos que seguem o mesmo caminho. Mas bastou um caco de tijolo para mostrar que eles estavam errados. 


1820

Papiro de Ipuwer

Evidência que comprova a veracidade bíblica do relato das 10 pragas do Egito.

Diário de um egípcio chamado Ipuwer encontrado no Egito em 1820 e levado para o museu da Universidade de Leiden, na Holanda. No texto, ele lamenta o estado do Egito e diz numa carta endereçada a Faraó:

"Os estrangeiros (hebreus?) vieram para o Egito ... [eles] têm crescido e estão por toda a parte ... o Nilo se tornou em sangue ... [as casas] e as plantações estão em chamas ... a casa real perdeu todos os seus escravos ... os mortos estão sendo sepultados pelo rio ... os pobres (escravos hebreus?) estão se tornando os donos de tudo ... os filhos dos nobres estão morrendo inesperadamente ... o [nosso] ouro está no pescoço [dos escravos] ... o povo do oásis está indo embora e levando as provisões para o seu festival [religioso?]"

Veja um artigo mais detalhado em: https://traducaodonovomundodefendida.wordpress.com/2013/11/09/sao-as-10-pragas-do-egito-mencionadas-no-papiro-de-ipuwer/


1830 - 1919

O Prisma de Taylor (1830) e o Prisma de Senaqueribe

O Prisma de Taylor e o Prisma de Senaqueribe são dois vasos de barro distintos em formato de prisma inscritos ambos com o mesmo texto em acadiano.

O Prisma de Senaqueribe se encontra no Instituto Oriental de Chicago – EUA, e foi adquirido em 1919 por J. H. Breasted em nome do Instituto. O de Taylor está no Museu Britânico, e foi descoberto em Níneve e adquirido em 1830 pelo Coronel R. Taylor, Cônsul Geral Britânico em Bagdá e vendido posteriormente por sua viúva ao Museu Britânico em 1855. É daí que vem o seu nome. Ambos registram os primeiros oito anos de campanha do rei assírio Senaqueribe.

Têm para nós um especial interesse, pois reporta a guerra assíria contra as cidades de Judá, e particularmente a tentativa fracassada de se apossar de Jerusalém. Nesta campanha Senaqueribe destaca a destruição de 46 cidades de Judá além da deportação de 200.150 pessoas (SIC) para a Assíria.

Vejamos um pequeno trecho deste documento.

“Quanto a Ezequias, o judeu, que não se submeteu a meu jugo: quarenta e seis cidades fortes, cidades muradas, bem como as cidades pequenas naquela área, as quais eram sem número, com aríetes e catapultas, e com ataques por minas, túneis e retaguarda eu sitiei e lhes tomei duzentas mil e cento e cinquenta pessoas, grandes e pequenos, homens e mulheres, mulas e jumentos, camelos, gado e ovelhas sem número eu tomei e contei como espólio.

O próprio Ezequias, como um pássaro numa gaiola, fechou-se em Jerusalém, sua cidade real. Suas cidades, as quais eu espoliei, cortei de sua terra e a Mitinti, rei de Ashdod, Padi, rei de Ekron, e Silli-bêl, rei de Gaza, as dei. E assim diminuí sua terra. Aumentei o antigo tributo.

Veio sobre Ezequias o terror de minha majestade e os árabes e suas tropas mercenárias que ele trouxe para fortificar Jerusalém, sua cidade real, desertaram. Além dos trinta talentos de ouro e oitocentos talentos de prata, gemas antimônio, joias, grandes cornélias, móveis incrustados de marfim, peles e presas de elefante, ébano, caixas de madeira, toda a espécie de tesouro, bem como suas filhas, seu harém, seus músicos, os quais trouxe a mim em Níneve, minha cidade real, para pagar tributos e aceitar a servidão ele enviou seus mensageiros.” (Prisma de Senaqueribe)

Conforme se ve, Senaqueribe exagerou um pouco nas tintas, pois além de não controlar Jerusalém, foi obrigado a retornar a Níneve onde foi morto pelos próprios filhos (2 Rs 19:35-37).

https://cronologiadabiblia.wordpress.com/2011/03/11/o-prisma-de-taylor-e-o-prisma-de-senaqueribe/


1848-49

O Épico de Gilgamesh

Em 1848-49 o arqueólogo Austin Henry Layland fez uma animadora descoberta enquanto estava escavando a antiga cidade assíria de Ninive, hoje em dia no Iraque. Ele desenterrou várias tábuas de argila que continham a história escrita preservadas mais antiga da humanidade: o Épico de Gilgamesh.

O Épico de Gilgamesh, foi encontrado em vários tabletes de barro partidas na cidade assíria de Nínive em 1853 - Outro achado importante que vem das escavações de Henry Layard - É um velho conto babilônico do dilúvio. Quando o Épico de Gilgamés foi publicado pela primeira vez na Europa em 1872 através da tradução de George Smith, ele causou uma sensação que rivalizava com as teorias de Darwin. Algumas pessoas o declaravam uma prova histórica do dilúvio do Gênesis, enquanto outros ainda desdenhavam da asseveração de que a Bíblia é singular e autentica. Em toda a literatura sumeriana, o conto do dilúvio no tablete 11 representa a principal correlação com o texto bíblico. Na história recontada aqui, Gilgamés é avisado sobre o dilúvio por Utnapishtim, um homem que ganhou a imortalidade, e como o Noé bíblico, também passou salvo pelas águas do dilúvio. Em seu relato do dilúvio, ele diz que o deus criador Ea favoreceu-o avisando-o sobre o dilúvio e ordenando-lhe que construísse um barco (cf. Gn 6.13-17). Neste barco ele levou sua família, tesouros e todas as criaturas vivas (cf. Gn 6.18-22; 7.1-16), escapando assim da tempestade enviada pelos céus que destruiu o restante da humanidade (cf. Gn 7.17-23). De acordo com seus cálculos, a tempestade acabou no sétimo dia, e a terra seca apareceu no décimo segundo dia (cf. Gn 7.24) quando o barco veio repousar sobre o monte Nisir, no Curdistão (ao invés do bíblico monte Ararate, na Turquia).


1853

A Grande Biblioteca de Assurbanipal

A Biblioteca de Assurbanípal foi descoberta em 1853 pelo estudioso assírio Hormuzd Rassam. A biblioteca foi encontrada nas ruínas da cidade de Nínive, capital do Império Assírio.

A biblioteca é uma coleção de mais de 30 mil tabuinhas de argila e fragmentos com escrita cuneiforme. O rei Assurbanipal foi o responsável pela construção da biblioteca. Ele foi o primeiro rei a receber instrução para escrever em tabuinhas, o primeiro grande colecionador de livros do mundo antigo e o primeiro governante a combinar a espada, a escrita e a leitura.

Cartilhas sobre o mundo natural: Geografia - Matemática - Astrologia - Medicina - Manuais de exorcismo e de augúrios - Códigos de leis - Relatos de aventuras - Textos religiosos


1962

A Biblioteca de Ebla

A Biblioteca de Ebla foi descoberta em 1975 por uma equipe arqueológica italiana liderada por Paolo Matthiae. Eles estavam escavando a antiga cidade de Ebla, que foi destruída em 2250 a.C., e encontraram um palácio que havia sido enterrado sob as ruínas por séculos.

A Biblioteca de Ebla era uma biblioteca real e continha mais de 17.000 tabuletas. As tabuletas foram escritas em uma língua que não havia sido decifrada no momento de sua descoberta. No entanto, através de anos de pesquisa, os estudiosos conseguiram traduzir as tabuletas e obter uma compreensão da história, cultura e vida diária do povo eblaita.

A descoberta da Biblioteca de Ebla foi significativa porque proporcionou uma visão da cultura e história do povo eblaita. As tabuletas continham informações sobre a política, religião e economia da cidade. Elas também continham textos literários, como hinos, lamentações e orações.

As tabuletas também lançaram luz sobre a língua eblaita, que era desconhecida anteriormente. Os estudiosos foram capazes de decifrar a língua e adicioná-la à lista de línguas semíticas antigas, que inclui o hebraico e o árabe.

As tabuletas na Biblioteca de Ebla foram escritas em cuneiforme, um sistema de escrita que usava marcas em forma de cunha em tabuletas de argila. O cuneiforme foi usado por muitas civilizações antigas, incluindo os sumérios, babilônios e assírios. As tabuletas eblaitas são significativas porque fornecem um dos primeiros exemplos de escrita cuneiforme.

As tabuletas na Biblioteca de Ebla foram incrivelmente bem preservadas devido ao fato de que elas haviam sido enterradas sob as ruínas da cidade por séculos. O clima seco e a cobertura protetora das tabuletas de argila ajudaram a prevenir a deterioração.

As tabuletas na Biblioteca de Ebla forneceram informações significativas sobre a história e cultura do antigo Oriente Próximo, que tem sido crucial para os estudos bíblicos. Por exemplo, as tabuletas revelaram que a civilização eblaita tinha um sistema jurídico sofisticado, com leis que regiam o comércio e a propriedade. Isso lançou luz sobre o contexto em que a Bíblia foi escrita, e ajudou a entender algumas das leis e práticas descritas no Antigo Testamento.

Além disso, as tabuletas de Ebla continham nomes de lugares e pessoas que foram mencionados na Bíblia. Isso ajudou a estabelecer a veracidade histórica de alguns dos eventos descritos na Bíblia.

Entre as tabuletas encontradas na Biblioteca de Ebla estão textos literários e históricos, incluindo hinos, lamentações, orações, leis e relatos de batalhas. Alguns dos textos mais notáveis incluem:

> Hinos à deusa Ishtar: Esses hinos descrevem a deusa Ishtar, que era a deusa da fertilidade e do amor na mitologia eblaita.

> Hinos a Baal: Baal era o deus do trovão e da chuva na mitologia eblaita. Os hinos a Baal descrevem a adoração e os rituais associados a esse deus.

> Lista de oferendas a serem feitas nos templos: Essa lista detalha as oferendas que devem ser feitas em vários templos ao redor da cidade.

Fonte:

https://bibliaresumida.site/biblioteca-de-ebla/



1867 - 2004

O Reservatório de Siloé

O Reservatório de Siloé ou Piscina de Siloé chamado em hebraico Selá (Enviado ou Remetente). É um marco situado na parte inferior da inclinação sul de Ophel, o local que fazia parte da antiga Jerusalém, a oeste do vale do Cédron e da antiga Cidade de Davi, agora ao sudeste (parte externa) das paredes da antiga cidade.

O reservatório era um receptáculo para as águas da fonte de Giom, que eram levadas para lá por dois aquedutos - o canal da Idade do Bronze descoberto em 1867 por Charles Warren (um canal de água no fundo da caverna num corte reto de uns 20 metros que era coberto com lajes de rocha) datado da Idade do Bronze 1800 a.C., e o túnel de Ezequias (um túnel construído na rocha, do tempo do reinado do rei Ezequias 700 a.C.)

O Reservatório de Siloé é mencionado diversas vezes no Bíblia. Isaías 8:6 menciona as águas deste reservatório e Isaías 22:9 faz referências à construção do túnel de Ezequias. Para os cristãos, a menção mais notável do reservatório se encontra no Evangelho segundo João quando menciona o ato Jesus de curar um homem cego de nascimento:

«...Ora, quando ia passando, viu um homem cego de nascença.... Depois de dizer estas coisas, cuspiu no chão e fez barro com a saliva, e pôs este barro sobre os olhos [do homem] e lhe disse: “Vai lavar-te no reservatório de água de Siloé” (que é traduzido 'Enviado'). E ele foi então e lavou-se, e voltou vendo.» (João 9:1-7)

De acordo com Ronny Reich da Universidade de Haifa Israel, a presença de Jesus no reservatório poderia simplesmente ter sido um resultado da exigência de lavar-se antes de subir ao Templo; a lei religiosa do período, requeria dos judeus fazer pelo menos uma peregrinação a Jerusalém uma vez ao ano.

Uma remodelagem do reservatório de Siloé foi realizada no século V, no período bizantino, e tem-se dito que foi construído sob influência de Élia Eudócia. Este reservatório, foi abandonado e deixado à ruína, e sobrevive em parte atualmente; cercado por uma parede elevada de pedras por todos os lados (à exceção de uma entrada aberta ao Túnel de Ezequias - redescoberta somente no século XIX), o reservatório é pequeno, tendo sido construído uma modesta Mesquita ao lado, e em parte sobre ele.


Abaixo do reservatório

Os registros antigos relatam que durante o período do Segundo Templo, havia também uma construção mais abaixo do Reservatório de Siloé. No outono de 2004, os trabalhadores que faziam escavações para a efluente perto do reservatório, foram descobrindo por etapas as pedras , e quase que imediatamente Ronny Reich e Eli Shukron (arqueólogos proeminentes) que estavam em cena, entenderam que estas etapas eram parte do reservatório no período do segundo Templo.

A escavação rapidamente confirmou o suposição inicial; o achado foi anunciado formalmente em 9 de agosto de 2005 e recebeu a atenção internacional pela mídia. O reservatório está a menos de 182 metros do reservatório superior. Este reservatório mais abaixo, não é perfeitamente retangular, mas tem uma leve forma de Trapézio. Há três jogos de cinco etapas, dois conduzem a uma plataforma, antes que o fundo seja alcançado, e sugere-se que as etapas estiveram projetadas para acomodar vários níveis de água.

O Reservatório de Siloé é uma pedra alinhada, mas embaixo há uma evidência de uma versão mais antiga que tinha sido coberta (para ajudar a reter água). As moedas encontradas dentro desta, datam da época de Alexandreu Janeu (104 a 76 a.C.). Também foram encontrados uma coleção de moedas, datando da época da Grande Revolta Judaica (de 66 a 73 d.C.). Um canal conduz o reservatório mais novo (o superior) para alimentar o reservatório mais antigo.

Relatos bíblicos indicam que Jerusalém recebia um limitado suprimento de água do reservatório de Siloé, a oeste do vale do Cédron, e Ezequias teria protegido este, construindo uma muralha externa para que o reservatório ficasse dentro da cidade. — Isaías 22:11; 2 Crônicas 32:2-5. Além disso, outros registros bíblicos e a tradição judaica indicam que este reservatório teria sido usando durante festividades na era pré-cristã, e também no tempo de Jesus. Por exemplo, durante a Festividade do Recolhimento, era costume um sacerdote levita ir ao reservatório de água de Siloé com um jarro de ouro, enchendo-o com água e retornando ao templo, e derramando-o numa bacia junto à base do altar. Nesta ocasião, havia grande alegria, tanto que dizia-se que aquele que nunca viu o derramamento da água de Siloé nunca viu alegria na sua vida.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Reservat%C3%B3rio_de_Silo%C3%A9


1868

Pedra Moabita

Pedra Moabita ou Estela de Mesa, é uma pedra de basalto, com uma inscrição sobre Mesa, Rei de Moabe. Este registra a conquista de Moabe por Omri, Rei de Israel Setentrional. Após a morte de Acab, filho de Omri, Mesa revolta-se depois de prestar vasalagem por 40 anos. Esta inscrição completa e confirma o relato bíblico em II Reis 3:4-27.

A estela teria sido feita, aproximadamente, por volta de 830 a.C..

A estela foi adquirida em Jerusalém pelo missionário alemão F. A. Klein, em 1868. Encontrada em Díbon, a antiga capital do Reino de Moabe, a 4 milhas a Norte do Rio Árnon.

Encontra-se no Museu do Louvre, em Paris. Com a exceção de algumas variações, mostra que a escrita dos moabitas era idêntica ao hebraico. Menciona o Tetragrama Sagrado no lado direito da estela, na linha 18. É um documento de grande importância e interessante relativo ao estudo da linguística hebraica, ou seja, a formação e evolução do alfabeto hebraico.

A Pedra Moabita confirma o nome de locais e de cidades moabitas mencionadas no texto bíblico: Atarote e Nebo (Números 32:34,38), Aroer, o Vale de Árnon, planalto de Medeba, Díbon (Josué 13:9), Bamote-Baal, Bet-Baal-Meon, Jaaz [em hebr. Yáhtsha] e Quiriataim (Josué 13:17-19), Bezer (Josué 20:8), Horonaim (Isaías 15:5), e Bet-Diblataim e Queriote (Jeremias 48:22,24).

Transcrição em português da Pedra Moabita (em revisão)

"Eu Mesa, filho de [deus] Quemós [...], Rei de Moabe, o dibonita – o meu pai reinou sobre Moabe 30 anos e eu reinei depois do meu pai – fiz este lugar alto para Quemós, Qarhoh, porque ele me salvou de todos os reis e me fez triunfar de todos os meus adversários. No que toca a Omri, Rei de Israel [Setentrional], este humilhou Moabe durante muito tempo, porque Quemós estava irritado com sua terra. E o seu filho seguiu-o e disse também: Hei-de humilhar Moabe. No meu tempo ele o disse, mas eu triunfei sobre ele e a sua casa, enquanto Israel tinha perecido para sempre! Omri tinha ocupado a terra de Mádaba e Israel tinha habitado lá no seu tempo e durante metade do tempo do seu filho [Acabe, filho de Omri], por 40 anos; mas Quemós habitou ali, no meu tempo.

E construí Baal-Meon, fazendo nela um reservatório [ou cisterna]; construí também Qaryaten. Os homens de Gade tinham sempre habitado a terra de Atarot e o rei de Israel tinha construído Atarot para eles; mas eu combati contra a cidade e tomei-a e matei todos os habitantes da cidade para satisfação de Quemós e Moabe. E trouxe dali Arel, seu cabecilha, arrastando-o para diante de Quemós em Qeriot e estabeleci homens de Sharon e de Maharit.

E Quemós disse-me: Vai e toma [o Monte] Nebo a Israel. Assim, eu fui de noite e combati contra ela, desde do raiar aurora até meio-dia, tomando-a e matando todos, 7 mil homens, mulheres, rapazes, raparigas e servas, por que tinham sido devotados anátema [ou destruição] para Ashtar-Quemós. E dali os tirei [...] de YHVH (nome de Deus), arrastando até diante de Quemós. E o rei de Israel tinha construído Jahaz e residia ali, enquanto lutava contra mim, mas Quemós tirou-o de diante de mim. E tomei de Moabe duzentos homens de guerra, todos de primeira classe, e coloquei-os contra Jahaz e tomei-a para anexar Díbon.

Fui eu que construí Qarhoh, o muro das florestas e muro da cidadela; também construí as suas portas e construí as suas torres e construí a casa do Rei e fiz os seus reservatórios para água, dentro da cidade. E não havia cisterna dentro da cidade de Qarhoh, por isso disse ao povo: Que cada um de vós faça uma cisterna para si mesmo, na sua casa. E eu cortei vigas para Qarhoh com prisioneiros israelitas. Construí Aroer e fiz a estrada no Vale de Aroer; construí Bet-Bamot, pois tinha sido destruída; construí Becer – pois estava em ruínas – com 50 homens de Dibon, pois todo o território de Díbon era minha leal dependência.

E reinei em paz sobre as 100 cidades que tinha acrescentado ao país. E eu construí [...], Medeba, Bet-Diblaten e Bet-Baal-Meon, e estabeleci ali o […] país. E quando Hauronen, ali moraram [...] Quemós disse-me: Vai lá baixo e combate contra Hauronen. E eu desci e combati contra a cidade e tomei-a, e Quemós habitou lá no meu tempo ..."

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedra_Moabita


1879

Cilindro de Ciro

O assim chamado “Cilindro de Ciro” é um dos muitos artefatos maravilhosos que suprem as evidências acerca dos tempos bíblicos.

Ciro, imperador dos Medos e dos Persas é citado nas Escrituras 23 vezes. Ele foi o grande conquistador da Babilônia, o maior império de seus dias, e foi ele também quem deu a ordem autorizando os judeus que haviam sido levados para Babilônia a retornarem para a terra de Israel e reconstruirem a cidade de Jerusalém e o templo:

Esdras 1:1—4

1 No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia, para que se cumprisse a palavra do SENHOR, por boca de Jeremias, despertou o SENHOR o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como também por escrito, dizendo:

2 Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O SENHOR, Deus dos céus, me deu todos os reinos da terra e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém de Judá.

3 Quem dentre vós é, de todo o seu povo, seja seu Deus com ele, e suba a Jerusalém de Judá e edifique a Casa do SENHOR, Deus de Israel; ele é o Deus que habita em Jerusalém.

4 Todo aquele que restar em alguns lugares em que habita, os homens desse lugar o ajudarão com prata, ouro, bens e gado, afora as dádivas voluntárias para a Casa de Deus, a qual está em Jerusalém.

Ciro foi citado pelo seu próprio nome nas profecias de Isaías cerca de 200 anos antes do seu nascimento:

Isaías 44:28

Que digo de Ciro: Ele é meu pastor e cumprirá tudo o que me apraz; que digo também de Jerusalém: Será edificada; e do templo: Será fundado.

Isaías 45:1

Assim diz o SENHOR ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater as nações ante a sua face, e para descingir os lombos dos reis, e para abrir diante dele as portas, que não se fecharão.

No passado, quando o “Cilindro de Ciro” permanecia enterrado era comum os críticos da Bíblia levantarem suas vozes e afirmarem, com toda convicção, que o registro bíblico acerca de Ciro libertando os judeus do cativeiro e outorgando-lhes liberdade religiosa não passavam de mitos, uma vez que tais atitudes não condiziam com o padrão dos soberanos típicos daqueles dias.

Todavia, quando o “Cilindro de Ciro” foi descoberto confirmou-se que tal gesto era na realidade o comportamento padrão dos soberanos daqueles dias.

O “Cilindro de Ciro” foi descoberto pelo arqueologistas britânico Hormuzd Rassam e devidamente contrabandeado para o Museu Britânico que alega possuir os diretos sobre o mesmo. Mas aqui acho que o povo do Iraque teria uma idéia bem diferente acerca de seu artefato tão precioso.

No “Cilindro de Ciro”, que é feito de argila, existe um texto em acadiano declarando que Ciro tinha como política “restaurar os cativos às suas terras de origem, auxiliando-os na reconstrução dos seus templos. O “Cilindro de Ciro” foi encontrado nas ruínas de um templo dedicado ao deus Marduk no sítio arqueológico onde está a antiga cidade da Babilônia.

Parte do material traduzido do “Cilindro de Ciro” diz o seguinte:

“Eu devolvi para esses santuários que se encontram do outro lado do rio Tigre e que se encontram em ruínas por um longo período de tempo as imagens que costumavam habitar os mesmos e os estabeleci como santuários permanentes. Eu também juntei todos seus habitantes e os fiz retornar para suas habitações”.

Vez após a vez a arqueologia confirma a Bíblia, mas é importante que digamos que não precisamos de tais confirmações para crer na Bíblia.

http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2013/02/o-cilindro-de-ciro-e-arqueologia-biblica.html


1880

Inscrição de Siloé

A inscrição de Siloé é uma passagem de texto inscrito, encontrada originalmente no Túnel de Ezequias (que supria água da Fonte de Giom para a Piscina de Siloé na parte leste de Jerusalém). Descoberto em 1880, a inscrição regista a construção do túnel no século VIII a.C.. Encontra-se entre os registos mais antigos escritos na língua hebraica, usando-se o alfabeto Paleo-Hebrew.

Apesar do túnel de Ezequias ter sido muito pesquisado durante século XIX por arqueólogos eminentes, como o Dr. Edward Robinson, Charles Wilson, e Charles Warren, faltou descobrir toda a inscrição, provavelmente devido aos depósitos minerais acumulados que atrapalharam a visibilidade. De acordo com o Easton's Bible Dictionary (1897), alguns jovens que andavam acima do Túnel de Ezequias perto da extremidade da Piscina de Siloé, teriam descoberto a inscrição numa pedra no lado oriental, aproximadamente 19 pés no túnel.

História da descoberta

A inscrição de Siloé foi cortada da parede do túnel em 1891 e quebrada em fragmentos; mas estes foram recuperados pelos esforços do cônsul britânico em Jerusalém, e foram colocados no museu do Antigo Oriente em Istambul.

Tradução

Ilegível no inicio, devido aos depósitos de sujeira, mas o professor A.H. Sayce foi o primeiro a fazer uma tentativa de leitura , e o texto foi limpo mais tarde com uma solução ácida que faz a leitura mais legível. A inscrição contem 6 linhas, de qual a primeira é danificada. As palavras são separadas por pontos. Somente a palavra na terceira linha é de tradução duvidosa - talvez devido a uma rachadura. A passagem lê:

“E esta foi a maneira em que foi perfurado: — Enquanto [. . .] ainda (havia) [. . .] machado(s), cada homem em direção ao seu companheiro, e quando ainda faltavam três côvados para serem perfurados, [ouviu-se] a voz dum homem chamando seu companheiro, pois havia uma sobreposição na rocha à direita [e à esquerda]. E quando o túnel foi aberto, os cavouqueiros cortaram (a rocha), cada homem em direção ao seu companheiro, machado contra machado; e a água fluiu da fonte em direção ao reservatório por 1.200 côvados, e a altura da rocha acima da(s) cabeça(s) dos cavouqueiros era de 100 côvados.” 

Esta inscrição registra a construção do túnel de Ezequias, e é usada ao se comparar datas de outras inscrições hebraicas encontradas. De acordo com o texto, o trabalho começou em ambas as extremidades simultaneamente e prosseguiu até que os construtores se encontraram no meio.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Inscri%C3%A7%C3%A3o_de_Silo%C3%A9


1947

Os Manuscritos do Mar Morto

Os Manuscritos do Mar Morto foram casualmente descobertos por um grupo de pastores de cabras, que em busca de um de seus animais localizou, em 1947, a primeira das cavernas com jarros cerâmicos contendo os rolos. Inicialmente os pastores tentaram sem sucesso vender o material em Belém. Mais tarde, foram vendidos para Athanasius Samuel, bispo do mosteiro ortodoxo sírio São Marcos em Jerusalém, e para Eleazar Sukenik, da Universidade Hebraica, em dois lotes distintos. Atualmente estão expostos no Museu do Livro, em Israel.

A coleção completa foi descoberta entre 1947 e 1956 em um total de 11 cavernas próximo de Qumran, uma fortaleza a noroeste do Mar Morto, em Israel. Estima-se que foram escritos entre o século II a.C. e 70 d.C., ano da invasão de Jerusalém pelos romanos. A Gruta 4 revelou-se a mais importante de todas. Do seu interior foram recolhidos no mínimo 15.000 fragmentos perfazendo 584 textos, destes 127 seriam bíblicos e o restante culturais.

Os Manuscritos do Mar Morto formam uma coleção de cerca de 930 documentos escritos  em Hebraico, Aramaico e grego. A maior parte deles consiste em pergaminhos, uma pequena parcela de papiros, e um manuscrito gravado em cobre. Foram recompostos 800 escritos dentre os vários milhares de fragmentos, mas quase nenhum desses documentos estava completo. Há fragmentos de todos os livros do Antigo Testamento (exceto o de Ester), de outros livros judeus não canônicos (textos apócrifos - alguns já eram conhecidos,outros não), e uma vasta documentação, inédita, sobre o período em que foram escritos. Esta documentação revelou aspectos desconhecidos do contexto político e religioso nos tempos do nascimento do Cristianismo. Continha regras de comunidade, filactérios, calendários, e outros assuntos, e foi classificada como Literatura de Qumram.

Os livros bíblicos mais populares em Qumran eram os Salmos (36 exemplares), Deuteronômio (29 exemplares) e Isaías (21 exemplares). Foi encontrado o livro inteiro de Isaías. Trata-se de uma peça com 7 metros de comprimento, escrito em aramaico, hoje exposto no Museu do Livro, em Israel. 

O Professor Julio Trebolle Barrera, membro da equipe internacional de editores dos Rolos do Mar Morto, declarou: "O Rolo de Isaías [de Qumran] fornece prova irrefutável de que a transmissão do texto bíblico, durante um período de mais de mil anos pelas mãos de copistas judeus, foi extremamente fiel e cuidadosa."

Descobriu-se que os textos bíblicos eram mil anos mais antigos que os registros do Velho Testamento conhecidos até então. Até o descobrimento dos textos do Qumran, os manuscritos mais antigos que se conhecia em língua hebraica eram dos séculos IX-X d.C.  O Codex Babilonicus Metropolitanus, produzido 1400 anos depois de o Antigo Testamento ter sido completado, era a cópia mais antiga em Hebraico antes dos manuscritos do Mar Morto,  mas havia a suspeita de que neles haviam sido acrescentadas ou modificadas palavras ou frases dos originais, consideradas incomômodas. Com os novos descobrimentos comprovou-se que os textos encontrados coincidiam, e que as poucas diferenças  apresentadas, eram,  na sua maioria, já  testemunhadas pela versão grega chamada “Septuaginta” ou pelo Pentateuco Samaritano (os samaritanos aceitam apenas o Pentateuco como sagrado). Ou seja, Deus protegeu milagrosamente a integridade do texto.

Outros vários documentos contribuíram para demonstrar que havia uma maneira de interpretar as Escrituras (e as normas legais) diferente da que era habitual entre os saduceus e os fariseus.

A autoria dos documentos é até hoje desconhecida. Com base em referências cruzadas com outros documentos históricos, ela é atribuída aos essênios, uma seita judaica que viveu na região da descoberta e guarda semelhanças com as práticas identificadas nos textos encontradas. O termo "essênio", no entanto, não é encontrado nenhuma vez nos manuscritos. O que se sabe é que a comunidade de Qumram era formada provavelmente por homens, que viviam voluntariamente no deserto, em uma rotina de rigorosos hábitos, opunham-se à religiosidade sacerdotal e esperavam a vinda de um messias.

A Universidade da Califórnia criou um projeto interessante de visualização dos costumes dessa comunidade (The Qumram Visualization Project) recriando em três dimensões a região onde os manuscritos foram achados. 

http://arqueologiabiblica-norma.blogspot.com.br/2010/09/os-manuscritos-do-mar-morto.html


1961

Pedra de Pôncio Pilatos

Pôncio Pilatos foi o quinto governador da Judéia romana. Foi sob o governo de Pilatos que Jesus foi crucificado (Mt 27.2). Ele foi nomeado pelo imperador Tibério em 26 AD e "retirado do cargo" por Vitélio, governador romano da Síria, em 37 AD, após "abater" alguns samaritanos no Monte Gerizim.

Existem diversas evidências da existência de Pilatos:

- Pilatos é mencionado pelos historiadores Josefo, Filo e Tácitus;

- Foram encontradas moedas cunhadas durante o seu governo;

- Em 1961, foi encontrada, em escavações na Cesaréia, uma pedra dedicatória que confirma a existência de Pilatos.

Esta última inscrição é considerada uma das Top 10 descobertas arqueológicas bíblicas do século 20. A pedra possui uma inscrição de três linhas:

Tiberieum

[Pon]tius Pilatus

[Praef]ectus Iuda[eae]

Em português:

Tibério [o imperador romano do período]

Pôncio Pilatos

Prefeito da Judéia.

A inscrição não somente confirma a historicidade de Pilatos, mas clarifica o título que ele possuía como governador. A pedra encontra-se em exposição no Museu de Israel em Jerusalém

Pôncio Pilatos era o governador romano da Judeia quinto, sob cuja governança Jesus de Nazaré foi crucificado (Mt 27:2, mais 60 ocorrências adicionais nos evangelhos, Atos, e 1 Timóteo). Ele foi nomeado pelo imperador Tibério no ano 26 dC e suspenso pelo L. Vitélio, governador romano da Síria, em 37 dC, após o abate de um número de samaritanos no Monte de Gerizim.

Embora Pilatos também é mencionado em Josefo, Philo e Tácito e moedas emitidas durante a sua governação existir, que as inscrições para Pilatos foi descoberto em escavações italianos em Cesareia Marítima, em 1961. Antonio Frova, diretor das escavações, encontrou uma pedra com uma inscrição de três linhas: Tiberieum / [Pon] tius Pilatus / [Praef] ectus Iuda [eae] ", Tibério [o imperador romano do período] / Pôncio Pilatos / Prefeito da Judéia. A pedra faria parte da entrada no teatro em Cesareia, foi moldada para encaixar, durante estes trabalhos ou posteriormente, ela foi mutilada, mas foi facilmente reconstruído. A inscrição não só confirma a historicidade de Pilatos, esclarece o título que ele tinha como governador. Esta, encontra-se em exibição no Museu de Israel em Jerusalém.

http://galeriabiblica.blogspot.com.br/2012/05/mais-duas-descobertas-da-arqueologia.html


1966

A inscrição de Tel Dan

Começando em 1966, Avraham Biran escavou o sítio arqueológico de Tel Dan por vários anos, e a descoberta mais importante ocorreu em 1993, quando sua equipe removia o entulho da área do portão da cidade. Parte da muralha, destruída por Tiglate-pileser III em 733/732 A.C., continha um fragmento de um monumento inscrito.

Infelizmente, o fragmento contém uma mensagem incompleta. Tem 14 linhas incompletas escritas em hebraico arcaico, a escrita usada antes do exílio (586 A.C.). As palavras eram separadas por pontos e a inscrição reza como segue:

(2) ...meu pai subiu

(3) ...e meu pai morreu, ele foi para...

(4) real outrora na terra de meu pai...

(5) Eu (lutei contra Israel ?) e Hadad foi diante de mim...

(6) ...meu rei. E eu matei de (entre eles) X infantes, Y char-

(7) retes e dois mil cavaleiros...

(8) o rei de Israel. E matou (...o parente)

(9) g da casa de Davi. E eu pus...

(10) sua terra ...

(11) outro...(ru)

(12) conduziu contra is(rael...)

(13) sítio contra...

O autor desta inscrição pretende que Hadad foi adiante dele, supostamente na batalha. Hadad é o deus arameu da tempestade, e é provável que o dono desse monumento fosse um arameu. Que ele não é o rei é óbvio com base na linha 6, onde ele se refere a “meu rei”. Ele é ou um comandante militar ou um rei vassalo, um devoto de Hadad e subordinado ao rei de Damasco. Todavia, as linhas mais importantes são 8 e 9, onde Israel e a “Casa de Davi” são mencionadas. Esta é a primeira referência à frase: “Casa de Davi”, fora da Bíblia.

Baseado na forma das letras, Biran sugeriu que a inscrição vem da primeira metade do século nono A.C. Ademais, a cerâmica encontrada debaixo do fragmento também indica que foi aí colocada antes da metade do século nono, sugerindo que o monumento foi erigido algumas décadas antes.

Visto a inscrição se achar fragmentada, não sabemos os nomes dos reis de Israel ou de Judá. Isto é ainda mais complicado pelo fato de que o nome do rei arameu não sobreviveu. Por conseguinte, é difícil reconstruir a história exata dos acontecimentos e achar uma conexão bíblica sólida. Todavia, é possível que Dan tenha experimentado anos turbulentos entre c. 885 A.C., quando foi capturada por Benhadad I, I Reis 15:20 e c. 855 A.C., quando Acabe a recebeu de volta de Benhadad II. I Reis 20:34.

Pouco depois de Benhadad ter capturado Dan, é possível que Israel tenha recuperado o controle de Dan. Durante os primeiros dias de Acabe, Dan foi ocupada de novo pelos arameus (provavelmente o dono do monumento), e mais tarde Acabe recebeu-a de volta de Benhadad II. Acabe pode ter destruído então o monumento e usado alguns dos pedaços como material de construção. Isto, todavia, é uma mera reconstrução hipotética, e fragmentos adicionais do mesmo monumento serão necessários para se ter uma melhor ideia dos fatos históricos relacionados com a antiga Dan.


1975-1980

Os Amuletos de Ketef Hinnom (1979)

Dentre as descobertas enumeradas pelo arqueólogo Walter Kaiser como sendo as dez mais importantes da arqueologia Bíblica, destacaremos os Amuletos de Ketef Hinnon.

Os chamados Amuletos de Ketef Hinnom são, na realidade, dois rolos de papel de prata minúsculos provavelmente usados como amuletos em volta do pescoço, achados na câmara funerária 25 da caverna 24 de Ketef Hinnom (em hebraico: 'ombro de Hinom', um sítio arqueológico localizado numa colina com vista para o Vale de Hinom, a sudoeste da Cidade Velha de Jerusalém)

O Vale de Hinom é citado pelo menos 11 vezes na Bíblia nos livros de Josué (15.8; 18.16), 2 Reis (23.10), 2 Crônicas (28.3; 33.6), Neemias (11.30), e Jeremias (7.31,32; 19.2, 6; 32.35).

Entre 1975 e 1980, Gabriel Barkay descobriu alguns sepulcros em Ketef Hinnom com uma série de câmaras fúnebres de pedras talhadas apoiadas em cavernas naturais. O local parecia ser arqueologicamente estéril e tinha sido usado para armazenar armamento durante o período otomano. A maior parte daqueles sepulcros havia sido saqueada, mas felizmente o conteúdo de Câmara 25 foi preservado devido a um aparente desabamento parcial do teto da caverna, ocorrido muito tempo antes.

O sepulcro 25 continha restos de esqueletos de 95 pessoas, 263 vasos de cerâmica inteiros, 101 peças de joalheria, entre elas 95 de prata e 6 de ouro, muitos objetos esculpidos em osso e marfim, e 41 pontas de flechas de bronze ou de ferro. Além disso, havia dois pequenos e curiosos rolos de prata.

Admitiu-se que esses rolos talvez contivessem alguma inscrição. Ao serem cuidadosamente desenrolados por especialistas do Museu de Israel, foi encontrado um texto com antiga escrita hebraica, decifrada com alguma dificuldade. O processo ultradelicado, desenvolvido para abrir os rolos de papel sem que o mesmos se desintegrassem, levou três anos. Quando os rolos foram finalmente abertos e limpos, descobriu-se que a inscrição continha porções de Números 6:24-26: "O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti. O Senhor sobre ti levante o seu rosto, e te dê a paz."

A maior placa contém 18 linhas de escrita legível e mede 97 x 27 mm, a menor apenas 39 x 11 mm (imagem abaixo): A bênção citada no Livro de Números era recitada pelos sacerdotes do templo, quando a congregação se reunia, mas aqui encontra-se em formato para uso individual.

Esta inscrição é uma das mais antigas e melhor preservadas contendo o nome do Deus Israelita: YHWH. Breve como são, eles classificaram como os mais antigos textos preservados da Bíblia, datando cerca de 600 anos a.C.

A Bênção Sacerdotal: uma bênção linda, no excelente estilo poético semita e cheia de uma mensagem muito necessária àqueles que enfrentavam as incertezas e forças hostis da vida no deserto.

O Senhor te abençoe e te guarde - Fala da bondade de Deus e na proteção do Seu povo.Quando um indivíduo ou nação se tornam objeto do favor divino, o infortúnio, a fome, o perigo ou a espada só servem para provar o quanto o Senhor ama Seus filhos, e como é capaz de libertá-los.

Faça resplandecer o Seu rosto - uma expressão tipicamente hebraica. Quando o semblante de uma pessoa resplandece (Pv 16.15), está cheio de felicidade; mas quando o seu rosto está cheio de sombras, é evidente que o mal e o desespero se apossaram de sua alma (Jl 2.6).

E te dê a paz - paz (hb.Shalom) significa estar completo, sem nada faltar e recebendo tudo que é necessário para uma vida plena (cf. Ml 2.5 "Minha aliança com ele foi de vida e de paz, e eu lhas dei para que temesse; então temeu-me, e assombrou-se por causa do meu nome.") Essa paz inclui a esperança de um futuro ditoso: Jr 29.11 "Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais."


1984

O Anel de Hanan

De propriedade de um colecionador em Paris, este anel valioso é conhecido do mundo acadêmico desde 1984. A origem do selo é desconhecida, mas a forma das letras indica que foi usado durante o século VII A.C. O selo tem uma inscrição de três linhas, cada linha separada por duas linhas paralelas. O anel é quase de um décimo de polegada de diâmetro, sugerindo que foi feito para um dedo masculino. A inscrição lê: “Pertencente a Hanan, filho de Hilqiyahu, o sacerdote”.

Este Hilqiyahu é melhor conhecido como Hilkias, o sumo sacerdote durante o reinado de Josias, rei de Judá na última parte do sétimo século A.C. A terminação yahu é um elemento teofórico (divino), amiúde achado em nomes hebraicos antigos em Judá; os nomes no Reino do Norte levavam a terminação yah. Parece que este Hilqiyahu foi o mesmo sumo sacerdote que descobriu no templo o rolo da lei que desengatilhou uma reforma religiosa em Judá (ver II Reis 22; II Crônicas 34).

I Crônicas 6:13 e 9:11 indicam que Azarias, não Hanan, sucedeu a Hilkias. A explicação podia ser que Azarias sucedeu a seu pai como sumo sacerdote, enquanto seu irmão mais moço, Hanan, funcionava como sacerdote, justamente como a inscrição no selo sugere.

O nome de Azarias, todavia, aparece em outra bulla (impressão de um selo) achado em 1978, durante a escavação de Yigal Shiloh, na velha Jerusalém.2 A inscrição consiste em duas linhas de escrita separadas por duas linhas paralelas. Reza: “Pertencente a Azaryahu, filho de Hilkiyahu”. A impressão não menciona o título do dono.

http://www.scb.org.br/artigos/DU-arqueoBiblia.asp


1993

A Estela de Tel Dã

Estela de Tel Dan é uma estela negra de basalto descoberta em um sítio arqueológico durante escavações ao norte de Israel em Tel Dan. A Estela de Tel Dan encontra-se atualmente aos poderes do Museu de Israel, em Jerusalém. Foi esculpida a mando de um rei arameu contendo inscrições em aramaico e em alfabeto aramaico, onde se comemorava uma vitória sobre um reino local, com os seguintes escritos:  "Rei de Israel" e "Casa de Davi". Não consta a autoria da escrita nesta estela, provavelmente foi o rei de Damasco, Hazael ou um de seus próprios filhos.

A inscrição desta estela gerou múltiplas teorias entre acadêmicos de várias áreas da ciência, porque as letras transliteradas do original aramaico para o hebraico, BYT DWD, Beth David, "Casa de Davi" podem estar se referindo a linhagem de Davi. Até a data da descoberta era a primeira vez em que o nome de um rei de Israel, Davi, tem sido reconhecido entre os epigrafistas, historiadores e arqueólogos. As opiniões teóricas finais do consenso entre os acadêmicos e arqueólogos epigrafistas é que os três fragmentos é uma referência ao Rei Davi, sucessor do Rei Saul e pai do Rei Salomão, reis da primeira monarquia israelita segundo os livros I e II Samuel e I e II Reis, contidos no Tanakh dos judeus ou no Antigo Testamento da Bíblia Cristã.

Esta estela faz parte de estudos de uma nova ciência social, a arqueologia bíblica.


1993

Selo de Abdi

Comprado em 1993 por um colecionador particular de Londres, o selo de Abdi está entre os mais raros. Sua inscrição reza: “Pertencente a Abdi servo de Hoshea”. O selo é datado do oitavo século A.C. O nome Abdi é o mesmo que Obadias. A Bíblia se refere a três Obadias: o primeiro ministro de Acabe, I Reis 18:3; um profeta e um oficial de Hoshea. É improvável que este selo pertencesse a um dos primeiros dois indivíduos, porque o selo associa o nome com Hoshea, o rei sob o qual o dono do selo servia como oficial. Hoshea foi o último rei de Israel. II Reis 17:1-6. Reinou de 731-722 A.C., quando os assírios destruíram o reino.


2005

A ostraca de Gath

A Ostraca (pedaços de cerâmica contendo escrita) de Gath, foi encontrada por A. Maeir quando realizava escavações em Tel es-Safi, 2005.

Texto inciso, de nove letras, que representa os nomes (אלות ולת) etimologicamente relacionados com Golias (גלית).

http://www.amigodecristo.com/2010/11/estudo-sobre-arqueologia-biblica.html


2007

Tabuleta de Nebo-Sarsequim

Com a exceção de reis antigos, é pouco frequente encontrar provas da existência de personagens que aparecem na Bíblia [na verdade, há muitos achados que confirmam a existência de vários personagens bíblicos], mas um pesquisador encontrou, no Museu Britânico, vestígios do general babilônio Nebo-Sarsequim, citado no livro sagrado do cristianismo [e do judaísmo].

O especialista na civilização assíria Michael Jursa descobriu uma pequena tabuleta de argila na qual o general é citado, informou hoje o Museu Britânico.

Segundo a Bíblia, ele tomou parte no ataque a Jerusalém.A tabuleta data de 595 a.C. e trata de uma oferenda de ouro apresentada por Sarsequim no templo principal da Babilônia, provavelmente em honra aos deuses. O objeto, gravado com escrita cuneiforme, a mais antiga conhecida pelo homem, é anterior à destruição de Jerusalém pelo Império da Babilônia, em 587 a.C.De acordo com o capítulo 39 do Livro de Jeremias, Sarsequim esteve ao lado de Nabucodonosor, o rei de Babilônia, no ataque a Jerusalém.Jursa, catedrático associado da Universidade de Viena, tem estudado tabuletas no Museu Britânico desde 1991. "Ler tabuletas babilônicas é, às vezes, muito trabalhoso, mas também muito gratificante", disse o especialista, em comunicado divulgado pelo museu.Atualmente, apenas alguns estudiosos no mundo todo são capazes de decifrar a escrita cuneiforme, utilizada no Oriente Médio entre 3.200 a.C. e o século II d.C.O Museu Britânico conta com mais de 100 mil tabuletas com inscrições, que são revisadas pelos especialistas.

Decifrando a escrita

A tabuleta trata de uma oferenda de ouro apresentada por Nebo-Sarsequim no principal templo da Babilônia, provavelmente em honra aos deuses, sendo parte de um arquivo de um ídolo-sol do templo em Sippar.

Michael Jursa catedrático associado da universidade de Viena e especialista na civilização assíria, fez a descoberta em 2007, com a seguinte tradução:

[Recebendo] 1.5 minas (750 quilogramas) de ouro, da propriedade do Nabu-sharrussu-ukin, (Nebo-Sarserquim) o eunuco principal, que foi enviado através do eunuco Arad-Banitu, ao [templo] Esangila: Arad-Banitu [ele] entregou a Esangila. Na presença do bel-usat, filho de Alpaya, guarda-costas real, [e de] Nadin, filho de Marduk-zer-ibni. Mês XI, dia 18, ano 10 de Nabucodonosor II, rei de Babilônia.

De acordo com o livro de Jeremias (39: 3 no texto massorético; 46:3 na Septuaginta), um indivíduo com o nome de Nebo-Sarsequim (Sarsequim) visitou Jerusalém durante a conquista babilônica. O versículo começa indicando que todos os oficiais babilônicos sentaram-se com autoridade no portão do meio, e a seguir nomeia diversos deles, e conclui, mencionando que todos os outros oficiais estavam lá também.

Jeremias 39:3:

. . .E todos os príncipes do rei de Babilônia passaram a entrar e a sentar-se no Portão do Meio, [a saber:] Nergal-Sarezer, Sangar-Nebo, Sarsequim, Rabe-Saris, Nergal-Sarezer, o Rabe-Mague, e todos os demais príncipes do rei de Babilônia.

http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI1748326-EI295,00-Encontrada+prova+de+general+citado+na+Biblia.html

https://pt.wikipedia.org/wiki/Tabuleta_de_Nebo-Sarsequim


2011

Os Ossuários da família Caifás

Os arqueólogos Yuval Goren da Universidade de Tel Aviv e Boaz Zissu da Universidade Bar Ilan confirmaram, noticiou a “Folha de S.Paulo” a autenticidade de um ossuário pertencente à família do sacerdote que teria conduzido a tumultuada sessão do Sinédrio que considerou “blasfemo” Jesus Cristo. No ossuário, os judeus guardavam os ossos dos antepassados depois da fase inicial de sepultamento.

Os especialistas concluíram que o ossuário e suas inscrições são autênticos e antigos, escreveu o “Jerusalem Post”. A peça faz parte de um conjunto de 12 usuários recuperados no mesmo local e pertencentes à família Caifás.

Dentro dessa urna foram encontrados ossos de seis pessoas ao que tudo indica da mesma família: dois bebês, uma criança entre 2 e 5 anos, um rapaz entre 13 e 18, uma mulher adulta e um homem de perto de 60 anos.

Na mesma peça lê-se a inscrição: “Miriam [Maria], filha de Yeshua [Jesus], filho de Caifás, sacerdote de Maazias de Beth Imri”. Num dos lados não decorados aparece o nome “José bar Caifás”, onde “bar” não necessariamente significa “filho de”.

A Miriam da inscrição poderia ser neta do próprio Caifás do Evangelho ou de algum outro membro da família sacerdotal.

O nome “Caifás” é a pista crucial, segundo os arqueólogos mencionados.

José filho de Caifás era o nome do sumo sacerdote do Templo de Jerusalém que, segundo os Evangelhos, liderou junto com seu sogro Anás, a iníqua conjuração que levou Jesus à morte, escreve Archeology Daily News.

No Museu de Jerusalém exibe-se outro ossuário de grande luxo. É feito em pedra entalhada com seis rosáceas dentro de dois círculos ornados com folhas de palmeira. Data provavelmente do século I.

Num lado não entalhado há a inscrição que o identifica como sendo o ossuário do próprio Caifás.

No interior deste ossuário encontraram-se os restos de um homem de 60 anos, tendo-se quase certeza que são os mesmos do Sumo Sacerdote durante a Paixão e Morte do Santíssimo Redentor.

Num dos ossuários havia uma moeda cunhada pelo rei Herodes Agrippa (37–44 d.C.). Este foi um dos indícios que sugeriu se tratar dos ossos do Sumo Sacerdote que entregou Nosso Senhor à morte pela mão dos romanos.

Segundo os Evangelhos de São Mateus (cap. 26, 3-5) e de São João (cap. 11) Caifás foi o cérebro da combinação para matar a Jesus Cristo.

O que significa que os ossos de Caifás tenham sido trazidos à luz nestes anos em que a Igreja vive um drama análogo ao da Paixão de Cristo?

http://cienciaconfirmaigreja.blogspot.com.br/2011/08/o-ossuario-de-caifas-sumo-sacerdote-que.html

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/936888-arqueologos-acham-caixao-de-familia-que-julgou-jesus-cristo.shtml


2012

Selo "Bat Lechem"

Arqueólogos israelenses acharam em Jerusalém um selo de argila com a inscrição "Bat Lechem" (Belém), a primeira evidência arqueológica da existência de Belém durante o período em que aparece descrito na Bíblia. A informação foi divulgada no dia 23 de maio de 2012 pela Autoridade de Antiguidades de Israel.

O artefato foi encontrado durante as polêmicas escavações do "Projeto Cidade de David", situado no povoado palestino de Silwán, no território ocupado de Jerusalém Oriental. Trata-se de uma espécie de esfera de argila que se usava para carimbar documentos e objetos, datada entre os séculos VII e VIII a.C.

"É a primeira vez que o nome de Belém aparece fora da Bíblia em uma inscrição do período do Primeiro Templo, o que prova que Belém era uma cidade no reino da Judéia e possivelmente também em períodos anteriores", disse Eli Shukron, responsável pelas escavações, em comunicado oficial.

"A peça é do grupo dos 'fiscais', ou seja, uma espécie de selo administrativo que era usado para carimbar cargas de impostos que se enviavam ao sistema fiscal do reino da Judéia no final dos séculos VII e VIII a.C", contou o especialista.


2015

As tabuletas de Babel

Arqueólogos descobrem tabuletas que confirmam narrativa bíblica do exílio judeu na cidade de Babel

Uma expedição de arqueólogos localizou mais de 100 tabuletas com relatos do exílio do povo hebreu na Babilônia há aproximadamente 2.500 anos. O achado histórico reitera as narrativas bíblicas sobre o período.

Segundo Filip Vukosavovic, pesquisador especializado na Babilônia antiga, Suméria e Assíria, as tabuletas possuem o tamanho da palma da mão de um adulto e mostram em detalhes a rotina dos judeus por volta de 600 a. C.

“Nós começamos a ler as placas e em poucos minutos estávamos absolutamente atordoados. Elas preenchem uma lacuna crítica na compreensão do que estava acontecendo na vida dos judeus na Babilônia mais de 2.500 anos atrás”, disse Filip.

A expedição pelo Iraque chegou à conclusão de que o rei Nabucodonosor não tratava os judeus da mesma forma que o povo havia sido tratado séculos antes pelos faraós. “Eles não eram escravos”, disse o arqueólogo.

Durante suas investidas militares para aumentar seu império, o rei babilônio fez incursões contra Israel, e uma delas, em 586 a. C., coincidiu com a destruição do primeiro Templo, construído por Salomão em Jerusalém. Nessas circunstâncias, ele forçou os judeus a migrarem para a capital do império babilônico.

“Nabucodonosor não era um governante brutal em relação a isso [bem-estar dos povos conquistados]. Ele sabia que precisava dos judeus para reanimar a economia babilônica”, acrescentou Filip, citando como exemplo o posto ocupado por Daniel, um judeu que se tornou braço-direito do rei.

De acordo com a agência Reuters, as tabuletas também descrevem a vida de uma família judaica ao longo de quatro gerações, começando com o pai, Samak-Yama, passando para seu filho, depois o neto e o próximo neto com cinco filhos, todos eles batizados com nomes hebraicos bíblicos.

“Nós até sabemos os detalhes da herança feita para os cinco bisnetos”, disse o arqueólogo.  “Por um lado são detalhes chatos, mas por outro, você aprende muito sobre quem são essas pessoas exiladas e como viviam”, acrescentou.

As peças estão em exposição no Museu Terras da Bíblia, em Jerusalém, numa mostra chamada “Os rios da Babilônia”. Para Filip Vukosavovic, elas formam um achado que complementa o quebra-cabeça de seu período histórico, e ajudou a descobrir um dos fatores que levaram os judeus a se espalharem pelo mundo, pois quando os babilônios permitiram que o povo hebreu retornasse a Jerusalém, em 539 a. C., uma parcela escolheu permanecer e fundou uma comunidade judaica forte, que permaneceu sólida durante 2.000 anos.

por Tiago Chagas em 16 de fevereiro de 2015

http://noticias.gospelmais.com.br/babilonia-tabuletas-confirmam-narrativa-biblica-exilio-judeu-74450.html


2015

Arqueólogos descobrem ruínas da cidade do gigante Golias.

Encontrados os portões de antiga cidade filisteia.

por Jarbas Aragão

Arqueólogos da Universidade de Bar-Ilan descobriram as ruínas da antiga cidade de Gate, uma das maiores e mais influentes cidades da região nos tempos bíblicos.

Liderados pelo professor Aren Maeir, as escavações revelaram as fortificações e o portão de entrada da cidade bíblica dos filisteus onde viveu o gigante Golias.

Os arqueólogos estão trabalhando dentro do Parque Nacional de Tel Zafit, localizado entre Jerusalém e Ashkelon. Segundo o professor Maeir o portão está entre os maiores já encontrados em Israel.  Embora os arqueólogos venham escavando a região desde 1899, somente nas últimas décadas que perceberam o quanto de remanescentes da Idade do Ferro realmente existia ali.

Além do portão, foi descoberta uma grande fortificação, além de várias construções que mantinham a cidade, incluindo um templo e um local usado na produção de ferro.

Nos relatos bíblicos, Gate era a cidade de Golias, o guerreiro filisteu gigante que foi morto pelo jovem soldado israelense Davi com uma pedrada. Permaneceu habitada até o ano de 830 a.C, quando foi destruída por Hazael, o rei de Damasco.

A equipe revelou que até agora, apenas a superfície superior das estruturas são visíveis. Com base no tamanho e na forma das pedras utilizadas para construí-la, as paredes da cidade devem ter sido bastante grandes.

A cerâmicas e outros achados estão tipicamente associados com a cultura filisteia, mas mantém elementos da técnica israelita, sugerindo que as culturas influenciavam umas outras as outras.

“Isso reflete as intensas ligações que existiam entre os filisteus e os seus vizinhos”, disse Maeir. “Embora os filisteus fossem os inimigos absolutos dos israelitas, na realidade a relação era muito mais complexa.” 


Fonte: https://um-ex-ateu.blogspot.com/2016/04/a-arqueologia-confirma-veracidade-da.html


sexta-feira, 17 de novembro de 2023

Nzame - O Ser supremo da etnia Fang – Congo

 


Obs.: Não confunda com Nzambi, o deus dos Bakongo.


No princípio das coisas, não havia nada, nem o homem, nem animais, nem plantas, nem céu, nem terra. Mas Deus existia e se chamava Nzame.

Os três que são Nzame, nós chamamos de Nzame, Mebere e Nkwa.

No princípio Nzame fez o céu e a terra e reservou o céu para si.

Em seguida, ele soprou sobre a terra, e o chão e a água foram criados, cada qual em seu lado.

Na história, Nzame, o Criador, faz céu, terra, sol, lua, estrelas, animais, plantas – tudo.

Depois chama Mebere e Nkwa e pede suas opiniões.

Mebere e Nkwa respondem: Vemos muitos animais, mas não o chefe deles, vemos muitas plantas, mas não a senhora delas.

Então, os três que são um só, trabalharam juntos e criaram um ser quase como eles mesmos que chamaram de Fam (poder).

Um lhe deu poder, o segundo, autoridade e o terceiro, beleza.

Então os três disseram: Fique com a terra para si.

Daqui por diante você é o senhor de tudo que existe. Como nós, você tem vida, todas as coisas lhe pertencem.

Porém, Fam se tornou orgulhoso de seu poder, beleza e capacidade de derrotar todos os animais, se transformando em alguém perverso e arrogante que não queria mais cultuar Nzame, zombando dele.

Fam fazia músicas que diziam que Deus estava no céu e o homem é quem manda na terra, cada qual em sua casa, cada um por si!

Então, o Deus que se chamava Nzame fez fogo cair do céu sobre a terra: as plantações queimaram como tochas enormes, as árvores arderam, tudo se ressequiu, animais, pássaros, peixes... todos foram aniquilados, tudo estava morto.

Mas Deus tinha dito para Fam, quando o criou:

Nunca morrerás. Então, o primeiro ser ardeu em chamas, mas não morreu.

Nzame olhou para terra queimada, preta, sem forma e vazia e quis reconstruir.

Os três reuniram-se e colocaram uma nova camada de solo sobre a terra que estava coberta de carvão. Então, as árvores cresceram e os animais, peixes e aves nasceram.

Os três deuses que são um só reuniram-se novamente para fazer um chefe para comandar os animais.

Então fizeram outro homem a sua imagem, como antes tinham feito com Fam, mas que era mortal.

Nzame chamou-o Sekume. Disse que não era bom que ele estivesse só e fez uma mulher para ele. A mulher se chamou Mbongwe.

Sekume e Mbongwe foram criados em duas partes – uma externa chamada Gnoul (corpo), e a outra que vive no corpo chamada Nsissim (sombra).

Nsissim é o que produz a alma; Nsissim é a alma – são a mesma coisa.

É o que faz Gnoul viver. Nsissim vai embora quando o homem morre, mas Nsissim não morre. Sabe onde ele mora? Mora no olho.

Aquele pontinho brilhante que você vê no meio, esse é Nsissim.

Sekume e Mbongwe tiveram muitos filhos na terra. Fam foi aprisionado por Deus, mas escapou.

Ele ficou furioso quando viu que um novo homem tinha ocupado o seu lugar e passou a perseguir a Sekume e Mbomgwe.


Fang (Pamue, Pahouin, Pangwe)


O território Fang é extenso, as variedades dialetais numerosas.

É difícil entende-los como uma entidade étnica, principalmente se ignorarmos suas características culturais e históricas comuns.

Segundo se depreende de sua tradição oral emigraram para o sudoeste do sul do Sudão, pressionados pelos muçulmanos, até o território compreendido entre o Congo e a Nigéria.

Sua belicosidade lhes permitiu ir submetendo os diferentes povos que encontravam pelo caminho e assentar-se nas suas terras.

Os curandeiros fang têm grande prestigio por seu conhecimento no uso de ervas medicinais e pelos bons resultados que obtém na cura de todo tipo de enfermidades.

Além disso, empregam todo tipo de sortilégios e representações de figuras humanas para curar os males físicos ou psíquicos das pessoas.

A religião tradicional Fang está centrada ao redor do culto aos antepassados, especialmente dos que foram líderes importantes em vida, acreditando que continuam controlando a vida das pessoas após sua morte.

A religião tradicional considera que os crâneos e ossos desses homens detém um poder sobre o bem estar da família.

Normalmente as relíquias se mantêm ocultas longe dos não iniciados e das mulheres.

Para a conservação dos restos se faziam relicários de madeira, com a representação das figuras dos defuntos.

Muitos destes relicários foram parar no comercio da arte nas galerias europeias e americanas, sem pensar naquilo que continham e que a família os conservava ha séculos. Uma atitude sacrílega.




Fonte: 

God Chequer . Com

African Mythology

The Gods and Spirits of Africa

http://www.godchecker.com/pantheon/african-mythology.php


terça-feira, 7 de novembro de 2023

NUNGAL - DEUSA DAS PRISÕES


 


Nungal ( sumério : 𒀭𒎏𒃲 d Nun-gal , "grande princesa"), também conhecida como Manungal e possivelmente Bēlet-balāṭi , era a deusa mesopotâmica das prisões , às vezes também associada ao submundo . Ela foi adorada especialmente no período Ur III em cidades como Nippur , Lagash e Ur .

Seu marido era Birtum , e ela era considerada cortesão e nora de Enlil . Os textos também a associam a divindades como Ereshkigal , Nintinugga e Ninkasi .

Grande parte da informação disponível sobre o seu papel nas crenças mesopotâmicas vem de um hino sumério que fazia parte do currículo dos escribas no período da Antiga Babilônia.

O nome de Nungal significa “Grande Princesa” em sumério. Uma forma plural do nome atestada em alguns documentos pode ser considerada análoga a um dos termos coletivos para divindades mesopotâmicas, Igigi.

Uma forma alternativa do nome, Manungal, era possivelmente uma contração da frase ama Nungal , "mãe Nungal". É atestado pela primeira vez em documentos do período Ur III, enquanto em épocas posteriores comumente aparece no lugar da forma básica em textos escritos em acadiano ou no dialeto Emesal do sumério. Uma série de grafias variantes do nome são atestadas em fontes de Ugarit , por exemplo d Nun-gal-la , d Ma-ga-la , d Ma-nun-gal-la ou d Ma-nun-gal- an-na.

No hino Nungal no Ekur , e em um fragmento de uma composição desconhecida, Ninegal funciona como um epíteto de Nungal. Este nome é atestado como um epíteto de várias deusas, especialmente Inanna, ou como uma divindade menor independente, associada aos palácios reais. 

É possível que Bēlet-balāṭi, "senhora da vida", uma deusa conhecida por fontes do primeiro milênio aC, fosse uma forma tardia de Manungal. 

Jeremiah Peterson descreve punição e detenção como o domínio principal de Nungal. Sua personagem é descrita no hino Nungal no Ekur , conhecido por um grande número de cópias da Antiga Babilônia graças ao seu papel no currículo escolar dos escribas. Miguel Civil propôs que fosse originalmente composto por um escriba acusado de um crime que justificaria uma pena severa. Descreve o destino daqueles que se encontram sob os auspícios de Nungal. Segundo esta composição, a prisão mantida por esta deusa separa os culpados dos inocentes, mas também dá aos primeiros a oportunidade de serem redimidos, o que é metaforicamente comparado ao refinamento da prata e ao nascimento. O texto provavelmente refletia opiniões sobre o propósito idealizado e os resultados da prisão, uma punição bem atestada nos registros mesopotâmicos. O uso da prisão temporária como parte do processo judicial destinado a ajudar a determinar se uma pessoa é culpada também é atestado no Código de Ur-Nammu.

Apesar de ser a deusa das prisões, Nungal era considerada uma divindade compassiva. A prisão era presumivelmente vista como compassiva em comparação com a pena de morte, e é provável que a deusa fosse considerada capaz de reduzir as punições mais severas. Ela também foi retratada em vários papéis menos temíveis, por exemplo, como uma deusa da justiça ou como uma associada à medicina e talvez ao nascimento.

Nungal também era uma deusa do submundo, como evidenciado por sua associação com Ereshkigal e pelo epíteto Ninkurra , “senhora do submundo”, aplicado a ela em encantamentos.


Adoração

Wilfred G. Lambert propôs que originalmente Manungal e seu cônjuge Birtum eram adorados em uma cidade atualmente desconhecida que declinou no terceiro milênio aC, levando à transferência de suas divindades tutelares para Nippur. Um processo análogo provavelmente ocorreu também quando se trata de outras divindades, como Nisaba , cujo culto foi transferido de Eresh, que desaparece dos registros após o período Ur III, para Nippur.

Embora Nungal já seja atestada na lista de deuses da Dinastia Antiga de Fara, sua adoração é melhor atestada no período Ur III, quando ela era adorada em Lagash , Nippur, Umma, Susa , Ur e possivelmente Uruk. Em Nippur ela era adorada como uma das divindades pertencentes à corte e família de Enlil, enquanto em Ur ela recebia oferendas como um dos membros do círculo de Gula. Um único atestado de Nungal recebendo oferendas em um templo de Inanna, ao lado de Anu , Ninshubur , Nanaya , Geshtinanna e Dumuzi também é conhecido. Também há registros de oferendas feitas a ela junto com Inanna, Ninegal e Annunitum.

De acordo com Miguel Civil , é improvável que o Ekur mencionado no Hino a Nungal fosse o mesmo que o templo de Enlil em Nippur , contrariamente às primeiras suposições dos estudiosos. Outros locais propostos para isso incluem o templo Egalmah em Ur, ou a cidade de Lagash.

No período da Antiga Babilônia ela também era adorada em Sippar , onde tinha um templo, bem como um portão da cidade nomeado em sua homenagem, e possivelmente em Dilbat. No último local havia um templo conhecido como Esapar, "casa da rede", dedicado a Ninegal. No entanto, em um documento que lista vários templos, Esapar é considerado o nome de um templo de Nungal, sem localização listada. Devido à existência de uma associação bem atestada entre essas duas deusas, é possível que tenha havido apenas uma Esapar.

Sob o nome de Bēlet-balāṭi Nungal continuou a ser adorado em Nippur no primeiro milênio aC, por exemplo, no templo da deusa local Ninimma. Ela também é atestada em fontes ligadas à Babilônia , Borsippa , Der e Uruk. De acordo com um documento econômico do final do primeiro milênio aC, na última dessas cidades ela era adorada no templo Egalmah (sumério: "palácio exaltado"), que em vez disso aparece em associação com Ninisina em uma inscrição do rei Sîn -kāšid do período da Antiga Babilônia. Na chamada versão "Babilônica Padrão" da Epopéia de Gilgamesh , ele é descrito como um templo de Ninsun. De acordo com Andrew R. George , é possível reconciliar os diferentes relatos assumindo que todas essas três deusas estavam ligadas a Gula e possivelmente funcionavam como suas manifestações.

Nomes teofóricos que invocam Nungal são conhecidos a partir de registros do período Ur III, sendo um exemplo Ur-Manungal. 


Associações com outras divindades 

A esposa de Nungal era Birtum , cujo nome significa "grilhão" ou "algema" em acadiano. Embora a palavra seja gramaticalmente feminina, a divindade era considerada masculina. Birtum também aparece entre os deuses do submundo ligados a Nergal nas listas de deuses. Como Nungal é chamada de nora de Enlil, Birtum provavelmente era seu filho. Nungal também foi chamada de "verdadeira aeromoça de Enlil", agrig-zi- d En-lil-lá. Na lista de deuses An = Anum , a divindade Dullum, cujo nome foi traduzido como " servidão " ("Frondienst") por Antoine Cavigneaux e Manfred Krebernik, aparece como filho de Nungal. De acordo com o Hino a Nungal , sua mãe é Ereshkigal, enquanto seu pai é Anu, embora seja possível que a declaração posterior não seja literal.

Vários cortesãos de Nungal são atestados em textos sumérios e acadianos. Seu sukkal (divindade atendente) era Nindumgul ("senhora/senhor poste de amarração" ), possivelmente considerada uma divindade feminina. Ela parece desempenhar o papel de promotora no Hino a Nungal. Outro de seus cortesãos foi Igalimma , um deus que se originou como filho de Ningirsu no panteão de Lagash. A divindade Eḫ (acadiano: Uplum), uma deificação do piolho , também aparece em seu círculo, por exemplo, na lista de deuses de Nippur. Supõe-se também que a deusa Bizila , associada à deusa do amor Nanaya , também ocorre na corte de Nungal em algumas fontes, embora Jeremiah Peterson considere possível que possa ter havido duas divindades com nomes semelhantes, um associado a Nungal e outro a Nanaya.

Nas listas de deuses Isin , An = Anum e Weidner, Nungal é classificado como uma das divindades do submundo. Um texto literário fragmentário a associa a Nintinugga e Ereshkigal. Com exceção de Nungal no Ekur e deste fragmento, ela é muito rara em obras conhecidas da literatura mesopotâmica. A lista de deuses de Weidner coloca as divindades da cerveja Ninkasi e Siraš entre Maungal e Laṣ , a esposa de Nergal, que também era uma divindade associada ao submundo. Da mesma forma, a deusa d KAŠ.DIN.NAM, provavelmente lida como Kurunnītu, que é considerada uma forma tardia de Ninkasi aparece em associação com Bēlet-balāṭi. Foi proposto que a possível conexão entre a cerveja e as divindades do submundo pretendia servir como um reflexo dos efeitos negativos do consumo de álcool. 

O texto Nin-Isina e os Deuses parece sincretizar Nungal com a deusa de mesmo nome. Da mesma forma, Bēlet-balāṭi é atestada como uma forma ou membro da comitiva de outra deusa da medicina, Gula. 

Nungal aparece na descrição de uma viagem de culto de Pabilsag a Lagash. Foi proposto que ele estava associado a ela como uma divindade juíza, mas também é possível que ele tenha adquirido uma conexão com o submundo por causa dela.