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sexta-feira, 15 de setembro de 2023

A INCOERÊNCIA BÍBLICA DO LIVRO DE JONAS

 

Os teólogos tradicionais continuam teimando que na Bíblia não existe contradições e erros; continuam afirmando que Javé é um Deus imutável, cuja moral continua sendo a mesma ontem, hoje e eternamente. Mas a verdade não é essa. A moral do Deus Javé não é ilibada.

Leia os textos, abaixo, transcritos de diversas versões da Bíblia, e antes de continuar lendo a minha explanação, tente descobrir a contradição que existe neste episódio da história do profeta Jonas com outro episódio muito conhecido da Bíblia.

JONAS 4 (Bíblia Almeida Corrigida e Fiel, versão 1988/Juerp, de acordo os melhores textos em hebraico e grego):

10 Disse, pois, o Senhor: Tens compaixão da aboboreira, na qual não trabalhaste, nem a fizeste crescer; que numa noite nasceu, e numa noite pereceu.
11 E não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive em que há mais de cento e vinte mil pessoas que não sabem discernir entre a sua mão direita e a esquerda, e também muito gado?

JONAS 4 (Bíblia, Nova Versão Internacional):

10 Mas o Senhor lhe disse: “Você tem pena dessa planta, embora não a tenha podado nem a tenha feito crescer. Ela nasceu numa noite e numa noite morreu.
11 Contudo, Nínive tem mais de cento e vinte mil pessoas que não sabem nem distinguir a mão direita da esquerda, além de muitos rebanhos. Não deveria eu ter pena dessa grande cidade?”

JONAS 4 (Bíblia versão Católica):

10 Tiveste compaixão de um arbusto, replicou-lhe o Senhor, pelo qual nada fizeste, que não fizeste crescer, que nasceu numa noite e numa noite morreu.
11 E então, não hei de ter compaixão da grande cidade de Nínive, onde há mais de cento e vinte mil seres humanos, que não sabem discernir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda, e uma inumerável multidão de animais?…

JONAS 4 (Bíblia versão King James):

10 Entretanto Yahweh ponderou-lhe: “Ora, Jonas, tens compaixão desta planta, embora não tenhas cuidado dela: não a fizeste crescer nem a podasse. Ela simplesmente nasceu numa noite e na outra noite morreu.
11 Por outro lado, Nínive tem mais de cento e vinte mil seres humanos que não sabem nem discernir entre a mão direita e a esquerda, tampouco entre o bem e o mal, além de muitos animais inocentes. Não haveria Eu de ter pena dessa grande cidade?”

JONAS 4 (Bíblia Tradução na Linguagem de Hoje):

10 Então o SENHOR Deus disse: —Essa planta cresceu numa noite e na noite seguinte desapareceu. Você nada fez por ela, nem a fez crescer, mas mesmo assim tem pena dela!
11 Então eu, com muito mais razão, devo ter pena da grande cidade de Nínive, onde há mais de cento e vinte mil crianças inocentes e também muitos animais!
Jonas é um livro do Antigo Testamento bíblico, o qual se situa entre os profetas menores. A maioria dos teólogos tradicionais considera a história do profeta Jonas – que foi engolido por um grande peixe e depois vomitado vivo na beira da praia -, um fato verídico. Outros teólogos mais sensatos, embora atestem que o profeta Jonas realmente existiu, mas contestam a literalidade da narrativa de que o mesmo tenha sido engolido por um grande peixe e permanecido vivo em sua barriga durante três dias.

O livro de II Reis diz que Jonas foi um profeta que atuou no tempo do reinado de Jeroboão, rei de Israel (Reino do Norte). Ele era filho do profeta Amitai, da tribo de Zebulom.

II REIS 14
23 No décimo quinto ano de Amazias, filho de Joás, rei de Judá, começou a reinar em Samária, Jeroboão, filho de Jeoás, rei de Israel, e reinou quarenta e um anos.
24 E fez o que era mau aos olhos do Senhor; não se apartou de nenhum dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com os quais ele fizera Israel pecar.
25 Foi ele que restabeleceu os termos de Israel, desde a entrada de Hamate até o mar da Arabá, conforme a palavra que o Senhor, Deus de Israel, falara por intermédio de seu servo Jonas filho do profeta Amitai, de Gate-Hefer.

O nome “Jonas” (Yonah em hebraico), significa “pombo”. A versão feminina de Jonas seria Yoná (pomba). No Novo Testamento o nome Jonas (Yonan) é confundido com o de João (Yohnannes). Jesus Cristo fez referência à história do profeta Jonas nos evangelhos, dizendo que assim como Jonas passou três dias no ventre do grande peixe, Ele também passaria três dias no ceio da terra.

Há várias coisas absurdas nessa história do profeta Jonas. A primeira delas é sobre a tal cidade de Társis, a qual nunca foi localizada nos mapas antigos. Alguns estudiosos, tendenciosos, tentaram localizar essa cidade de Társis na região da Espanha. Mas isso é apenas especulação. Quanto à Jope, realmente essa cidade existiu e ainda existe até hoje, mas não como era na antiguidade. Jope atualmente é chamada de Yafa, e fica localizada no território de Israel, perto da capital Tel-Aviv. No tempo do rei Salomão, Jope era uma cidade portuária muito movimentada, às margens do Mar Mediterrâneo, na qual atracavam muitos navios vindo de diversas partes do mundo, principalmente da Europa, transportando pessoas, animais, madeiras e alimentos.

Outro absurdo nessa história de Jonas é como um profeta hebreu poderia chegar na cidade de Nínive, antiga capital da Assíria, e pregar um evento catastrófico nas ruas da cidade para um povo desconhecido. Como poderia aquele povo dar crédito a um profeta desconhecido? Como poderia todo o povo e até o próprio rei se despir de suas vestes reais e se cobrir de saco e cinza, e proclamar um jejum geral na cidade, até para os animais, para que os deuses não enviassem o castigo? É improvável que isso tenha acontecido na vida real.

Segundo dados históricos, Nínive era a antiga capital do reino da Assíria, na margem esquerda do rio Tigre, na antiga Mesopotâmia. O nome “Nínive” significa “bela”. Atualmente suas ruínas encontram-se próxima da atual cidade de Mossul, no norte do Iraque.

Mas o absurdo maior é o fato de Jonas ter sido jogado ao mar pelos marinheiros de um navio de viagem para a cidade de Társis, e depois ter sido engolido por um grande peixe, e permanecido vivo em seu ventre durante três dias, e depois ter sido vomitado na praia por suposta ordem de Deus dada ao peixe. Alguns tradutores traduziram a expressão “grande peixe” por “baleia”. No entanto, seria impossível uma baleia engolir um animal de grande porte, mesmo acidentalmente, pois a mesma morreria engasgada. Sabemos que no Mar Mediterrâneo existem muitas espécies de mamíferos, peixes, tubarões e cetáceos, como baleias e golfinhos. Alguns defensores da literalidade dessa estória dizem que o grande peixe que engoliu Jonas foi um tubarão-baleia. O problema é que não existe e nunca existiu tubarão-baleia no Mar Mediterrâneo. Os grandes tubarões que existem no Mediterrâneo, e que oferecem perigo para os humanos, são: tubarão branco, tubarão tigre, tubarão de asas longas, tubarão mako, tubarão sardo e tubarão-martelo. Todos esses tubarões são carnívoros perigosos. Mesmo que existisse o tubarão-baleia no Mar Mediterrâneo, mas este não poderia engolir um ser humano de grande porte, pois, embora sua boca seja grande, mas sua garganta tem apenas 10 cm de largura. Quanto aos que sugerem que Jonas foi engolido por uma baleia, isso também não procede. Baleia e golfinhos são espécies de cetáceos. No Mar Mediterrâneo não existe a presença da baleia-azul, a maior baleia que existe nos oceanos. As baleias que existem no Mediterrâneo são: baleia-comum (de porte menor que a baleia-azul), baleia cachalote (de dentes grandes e afiados), baleia-piloto (também considerada uma espécie de golfinho), baleia-bicuda-de-cuvier e baleia orca ou baleia-assassina (que é uma espécie de golfinho gigante). Dessas baleias, a única que poderia engolir algo muito grande seria a baleia-comum, mas elas não se alimentam de animais de grande porte. No entanto, segundos dados catalogados pelos biólogos, esse tipo de baleia não se aproxima da costa, e nada sozinha ou em bando, junto com seus filhos em mar aberto. As baleias são, sim, carnívoras, mas os animais que usam para se alimentar são crustáceos, peixes miúdos e plâncton, que é uma espécie de alga marinha. Se a baleia-comum engolir um grande peixe, ela morre engasgada. Portanto, jamais uma baleia poderia ter engolido o profeta Jonas. Quanto à baleia orca, esse mamífero carnívoro não é nativo do Mar Mediterrâneo. As baleias orcas são oriundas do Oceano Atlântico; elas entram no Mar Mediterrâneo através do Estreito de Gibraltar apenas para caçar peixes, mas depois retornam.

Se Jonas pegou um navio para Társis, saindo de Jope, com certeza o navio não se encontrava muito distante da costa quando ocorreu a tempestade.

Acredito que o livro de Jonas não foi escrito pelo próprio profeta Jonas, nem pelo seu pai, Amitai, que também era profeta. Devemos lembrar que as histórias bíblicas foram escritas muito tempo depois dos fatos terem acontecido. Se essa história de Jonas ter sido engolido por um peixe for verdadeira, pode ter acontecido o seguinte. Jonas realmente teria desobedecido a ordem dos deuses santos de ir pregar ao povo de Nínive e pegou um navio no porto de Jope para fugir a qualquer lugar, longe de Israel. A tempestade teria acontecido e ele teria sido jogado ao mar. Como o navio ainda ia próximo da costa, ele teria nadado e chegado exausto à beira da praia, e lá mesmo tenha adormecido. Jonas, então, teria sonhado que havia sido jogado ao mar e engolido por um grande peixe, e depois de três dias o peixe o teria vomitado na beira da praia. Ao chegar na cidade, teria contado essa história para o povo. E com o passar dos anos, essa história, correndo de boca em boca, teria mudado de desfecho. Em vez de as pessoas contarem que Jonas havia sonhado que um grande peixe o havia engolido e depois o vomitado na beira da praia, passaram a dizer que ele foi jogado ao mar e engolido literalmente por um grande peixe. Só assim, através da racionalidade, podemos explicar essa história.

A oração de Jonas, contida no capítulo 2, não foi feita no ventre do peixe. A única frase que supostamente teria falado no ventre do peixe seria a contida no versículo 4. Ele começa assim a sua oração: “Na minha angústia clamei ao senhor, e ele me respondeu; do ventre do Seol gritei, e tu ouviste a minha voz”. Ora, podemos notar que o verbo “clamar” (clamei) e “responder” (respondeu) estão no pretérito, significando que ele está se referindo a uma suposta oração que fez no ventre do peixe. Isso significa que essas palavras são do narrador que inventou a história. Se fosse Jonas orando, ele teria dito: “Na minha angústia clamo a ti, Senhor! Desde o ventre do Seol clamo a ti, e peço que ouças a minha voz! Lançado estou de diante dos teus olhos; como tornarei a olhar para o teu santo templo?”.

O interessante é que o povo hebreu leva a sério essa história do profeta Jonas, pois até leem o livro completo na festa do Yom Kipur. Rabinos renomados têm defendido a literalidade da história de Jonas. E se não bastasse, até os muçulmanos reverenciam o profeta Jonas. Jonas é o único profeta hebreu mencionado no Alcorão.

Veja, por exemplo, essas coisas absurdas sobre o livro do profeta Jonas, que encontrei na Wikipédia:

“O Livro de Jonas (Yonah) é um dos doze profetas menores incluídos no Tanakh. De acordo com uma tradição, Jonas foi o menino trazido de volta à vida por Elias, o profeta, no capítulo 17 do Primeiro Livro dos Reis. Outra tradição sustenta que ele era o filho da mulher de Suném, ressuscitada por Eliseu no capítulo 4 do Segundo Livro dos Reis e que ele é chamado de “filho de Amitai” (que significa “verdade”) devido ao reconhecimento de sua mãe da identidade de Eliseu como um profeta em II Reis 17:24. O Livro de Jonas é lido todos os anos, em seu hebraico original e em sua totalidade, no Yom Kipur – o Dia da Expiação, assim como o Haftorá na oração minchá da tarde. Segundo o rabino Eliezer, o peixe que engoliu Jonas foi criado na era primordial e o interior de sua boca era como uma sinagoga; os olhos do peixe eram como janelas e uma pérola dentro de sua boca fornecia ainda mais iluminação. De acordo com o Midrash, enquanto Jonas estava dentro do peixe, ele disse que sua vida estava quase no fim, porque logo o Leviatã iria comer os dois. Jonas prometeu ao peixe que os salvaria. Seguindo as instruções de Jonas, o peixe nadou ao lado do Leviatã e Jonas ameaçou prender o Leviatã pela língua e deixar que os outros peixes o comessem. O Leviatã ouviu as ameaças de Jonas, viu que ele era circuncidado e percebeu que estava protegido pelo Senhor, então fugiu aterrorizado, deixando Jonas e o peixe vivos. O erudito e rabino judeu medieval Abraão ibne Esdras (1092 1167) argumentou contra qualquer interpretação literal do Livro de Jonas, afirmando que as “experiências de todos os profetas, exceto Moisés, eram visões, não realidades”. O estudo posterior feito por Isaac Abravanel (1437 – 1509), no entanto, argumentou que Jonas poderia facilmente sobreviver na barriga do peixe por três dias,[33] porque “afinal, os fetos vivem nove meses sem acesso a ar fresco”.

Para ver mais coisas absurdas que rabinos e teólogos judeus, cristãos e muçulmanos falam sobre essa história absurda de Jonas, acesse o seguinte link na Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Jonas

A INCOERÊNCIA ABSURDA QUE EXISTE NO FINAL DO LIVRO DE JONAS, QUE NENHUM TEÓLOGO OBSERVA.

Pesquisei na Internet para ver se encontrava a opinião de algum pastor, teólogo ou estudioso sobre os dois últimos versículos do livro do profeta Jonas, mas só encontrei comentários óbvios, que todo mundo fala, exaltando a atitude e a soberania de Deus.

O detalhe esquisito que ninguém observa está no último versículo em que o Deus Javé diz claramente: “E não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive em que há mais de cento e vinte mil pessoas que não sabem discernir entre a sua mão direita e a esquerda, e também muito gado?” (Jonas 4:11). Na versão da Bíblia na Linguagem de Hoje, a frase foi traduzida assim: “Então eu, com muito mais razão, devo ter pena da grande cidade de Nínive, onde há mais de cento e vinte mil crianças inocentes e também muitos animais!”.

Perceberam que o Deus Javé disse que salvou o povo de Nínive da destruição, através da pregação de Jonas, porque teve pena das 120 mil crianças inocentes que havia lá? Ele ainda diz que também teve pena dos animais que existiam.

Ora, onde encontramos na Bíblia uma história parecida com essa, em que esse mesmo Deus ordenou a destruição do povo de duas cidades pelos mesmos motivos e mesmos pecados, sem levar em conta as milhares de crianças inocentes que existiam lá? Ora, não foi o povo das cidades de Sodoma e Gomorra que o Deus Javé ordenou a destruição total de forma indiscriminada? Sim! E Moisés não intercedeu a favor do povo de Sodoma, onde vivia seu sobrinho Ló? Sim! E Moisés não perguntou a Deus, se houvesse 10 justos na cidade, Ele a destruiria? O que Javé respondeu? “Não a destruiria por amor dos dez justos”. Mas, será que não existia mesmo nenhum justo nessas duas cidades às margens do Mar Morto? Claro que existia! Pois, se na cidade de Nínive havia 120 mil crianças, das quais Javé se compadeceu, as tratando como justas e inocentes, como não poderia haver pelo menos 10 crianças inocentes e justas em Sodoma e Gomorra? Claro que havia! Foi por isso que o saudoso escritor português, José Saramago, ficou revoltado com o Deus da Bíblia, pois mesmo sabendo que havia milhares de crianças inocentes nas cidades de Sodoma e Gomorra, mentiu para Abraão dizendo que lá não havia nenhum justo ou inocente. Onde está a coerência do Deus Javé? Onde está a imutabilidade da moral do Deus Javé? Por que no tempo de Sodoma e Gomorra a moral desse Deus era uma, e agora, no tempo de Nínive sua moral foi outra?

E não adianta teólogo fanático dizer que o pecado do povo de Sodoma e Gomorra era mais grave que o pecado do povo de Nínive, porque isso é falácia. Não adianta dizer que o pecado de Sodoma foi o homossexualismo, porque isso é invenção de teólogo e pastor fundamentalista. Pois o livro de Ezequiel deixa bem claro qual foi o pecado de Sodoma: o desprezo da população abastada para com os pobres e necessitados. A cidade era rica, próspera e abastecida de alimentos, mas ninguém dava atenção para os famintos. Essa foi a causa da destruição de Sodoma e Gomorra. Jesus também disse que o povo de Sodoma e Gomorra viviam festejando, comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam, mas não falou nada sobre homossexualismo. Veja qual foi o pecado de Sodoma, conforme as palavras do profeta Ezequiel falando sobre os pecados do povo de Jerusalém:

EZEQUIEL 16
46 E tua irmã maior, que habita à tua esquerda, é Samária, ela juntamente com suas filhas; e tua irmã menor, que habita à tua mão direita, é Sodoma e suas filhas.
47 Todavia não andaste nos seus caminhos, nem fizeste conforme as suas abominações; mas, como se isso mui pouco fora, ainda te corrompeste mais do que elas, em todos os teus caminhos.
48 Vivo eu, diz o Senhor Deus, não fez Sodoma, tua irmã, nem ela nem suas filhas, como fizeste tu e tuas filhas.
49 Eis que esta foi a iniqüidade de Sodoma, tua irmã: Soberba, fartura de pão, e próspera ociosidade teve ela e suas filhas; mas nunca fortaleceu a mão do pobre e do necessitado.

LUCAS 17
28 Como também da mesma forma aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam;
29 mas no dia em que Ló saiu de Sodoma choveu do céu fogo e enxofre, e os destruiu a todos.

Portanto, ao destruir toda a população das cidades de Sodoma e Gomorra sem levar em conta milhares de crianças inocentes que lá existiam, e depois poupar a cidade de Nínive alegando haver ali milhares de crianças inocentes, o Deus Javé está usando dois pesos e duas medidas, demonstrando que sua moral não é ilibada e sua atitude nada coerente. E tem vários casos de genocídio ordenado pelo Deus Javé na Bíblia, envolvendo crianças inocentes.

O Deus Javé também ordenou a morte de milhares de crianças inocentes, filhos dos midianitas, mesmo após os soldados israelitas terem poupado da matança as mulheres, os jovens, meninos, meninas e crianças de peito. O Deus Javé ficou irado e ordenou que todos fossem mortos e só poupassem as meninas e moças virgens, para que servissem de escravas sexuais para os soldados. Se os israelitas não podiam se casar com nenhum povo cananeu, logo, eles não poderiam se casar com as virgens de Midiam que foram poupadas da matança. Logo, essas jovens foram mesmo poupadas apenas para servirem de escravas sexuais dos soldados. Essa história bizarra está no livro de Números, capítulo 31. Os israelitas mataram quase toda a população de Midiam, incluindo-se crianças inocentes do sexo masculino, meninos pequenos, adolescentes, jovens e mulheres grávidas; apossaram-se de toda a riqueza daquele povo, mas deixaram viver cerca de 32 mil moças virgens para deleite dos soldados.

NÚMEROS 31
32 Ora, a presa, o restante do despojo que os homens de guerra tomaram, foi de seiscentas e setenta e cinco mil ovelhas,
33 setenta e dois mil bois,
34 e sessenta e um mil jumentos;
35 e trinta e duas mil pessoas, ao todo, do sexo feminino, que ainda se conservavam virgens.

Deus usou o rei Nabucodonosor, rei da Babilônia, para invadir Jerusalém e levar o povo cativo para o exílio, inclusive lhe oferecendo recompensas. E os filhos dos babilônios não tinha nada a ver com o mal que seus pais fizeram para com o povo judeu. Porém, os soldados da Babilônia não fizeram o mal a Israel pela própria vontade, mas o fizeram por ordem de Javé. Mesmo assim, esse mesmo Deus Javé inspira Davi e os filhos de Corá a compor o salmo 137, no qual eles expressam o desejo de verem os filhos dos babilônios sendo esmagados sobre as pedras. Veja o absurdo:

SALMO 137
7 Lembra-te, Senhor, contra os edomitas, do dia de Jerusalém, porque eles diziam: Arrasai-a, arrasai-a até os seus alicerces.
8 Ah! filha de Babilônia, devastadora; feliz aquele que te retribuir consoante nos fizeste a nós;
9 feliz aquele que pegar em teus pequeninos e der com eles nas pedra.

EZEQUIEL 29
17 E sucedeu que, no ano vinte e sete, no mês primeiro, no primeiro dia do mês, veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
18 Filho do homem, Nabucodonozor, rei de Babilônia, fez com que o seu exército prestasse um grande serviço contra Tiro. Toda cabeça se tornou calva, e todo ombro se pelou; contudo não houve paga da parte de Tiro para ele, nem para o seu exército, pelo serviço que prestou contra ela.
19 Portanto, assim diz o Senhor Deus: Eis que eu darei a Nabucodonozor, rei de Babilônia, a terra do Egito; assim levará ele a multidão dela, como tomará o seu despojo e roubará a sua presa; e isso será a paga para o seu exército.
20 Como recompensa do serviço que me prestou, pois trabalhou por mim, eu lhe dei a terra do Egito, diz o Senhor Deus.

CONCLUSÃO

Por causa dessas incoerências e coisas absurdas que existem na Bíblia é que afirmo com toda convicção que o Deus Javé da Bíblia não existe, e que não é o mesmo Deus pintado pela doutrina da trindade. O Deus todo-poderoso da Bíblia é apenas um ser imaginário. Na verdade, os santos anjos (seres alienígenas do bem) é que se faziam passar por uma divindade toda poderosa, apenas para causar temor aos humanos primitivos, que não tinham noção da própria existência nem da realidade do mundo. Os santos anjos são esse “Deus” imaginário que judeus, cristãos e muçulmanos adoram. A moral desse Deus imaginário chamado Javé é contraditória porque não se trata da moral de um Deus verdadeiro, mas tão somente da moral de seres alienígenas imperfeitos. O Deus todo-poderoso da Bíblia é um deus antropomorfizado, com qualidades e sentimentos de seres imperfeitos, o qual, embora diga que é justo e amoroso, mas também se ira, é vingativo, intolerante, impaciente, e egocêntrico. O suposto Deus incriado, perfeito, imutável, onisciente e onipresente, pintado pelo dogma da trindade, não é antropomorfizado. Jesus, sim, podemos dizer que é um ser antropomorfizado, porque se tornou humano para sentir as mesmas paixões e desejos humanos. Mas o Deus Javé não se tornou humano, mesmo assim agia como um ser imperfeito. E Jesus declarou que não era um ser perfeito. Pois um homem rico lhe dirigiu as palavras, dizendo “bom mestre, que bem farei para herdar a vida eterna?”. Mas Jesus o repreendeu, dizendo “por que me chamas bom? Bom há um só, que é Deus”.

A maioria das pessoas não dá valor para as coisas que ensino sobre a Bíblia porque logo veem que digo que Deus não existe, e também porque acham que escrevo de forma arrogante, achando-me o dono da verdade. Ora, escrevo de forma arrogante porque é necessário agir dessa forma. Pois, se escrever de forma mansa, humilde e educada, não atrairei a atenção de ninguém, porque serei igual aos outros. Seria mais um dos milhares de teólogos que existem por aí, que não produzem nada de novo, apenas repetem em livros e em discursos ensinamentos errôneos que vêm sendo ensinados há mais de dois mil anos. Se pretendo oferecer algo diferente sobre a Bíblia, não posso escrever da mesma forma que 99% dos teólogos e pastores cristãos escrevem. Já se passaram quase dois milênios de história cristã, e judeus, cristãos e muçulmanos vivem na mesmice de sempre em relação à interpretação da Bíblia. Ninguém chega a um consenso, a uma só verdade. Cada um tem a sua verdade. Mesmo que seja de forma arrogante, o que escrevi está aí publicado para o mundo todo ver, estudar e entender. Todos os meus argumentos são pautados na razão e na máxima coerência. Podem até dizer que os meus argumentos são sofismas. Podem até ser, mas aí estão os meus “sofismas” para quem quiser estudar e se aprofundar ainda mais. Todas as teorias que defendo são passíveis de serem comprovadas pela Ciência, pela História e arqueologia. Se não forem comprovadas nessa geração, mas na próxima com certeza serão esclarecidas. Os líderes governamentais que controlam o mundo e os iniciados pertencentes à elite das Sociedades Secretas sabem da verdade de tudo, mas eles trabalham para impedir que o mundo tome conhecimento da verdade. O dia em que apenas um deles abrir a boca e denunciar ao mundo o que fazem às escondidas, todas as coisas que acredito, ensino e defendo serão comprovadas. Enquanto eu viver, o meu site ficará no ar. Mesmo que seja apagado ou hackeado, mas tenho cópias de todos os textos que já produzi e publiquei. Portanto, peço que não desperdicem o conhecimento. Pois o que escrevo e da forma que escrevo, nenhum teólogo ou estudioso da Bíblia seria capaz de fazer.

Fonte:RACIONOLOGIA, A PLENITUDE DA MENTE HUMANA – MIQWELLS7 https://miquels777.wordpress.com/2022/08/12/a-contradicao-biblica-no-livro-de-jonas-que-desmoraliza-o-deus-jave/


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